ddbjoaoserrao
Diário de Bordo_João Serrão
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ddbjoaoserrao · 6 months ago
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Entrada 15 - método a/r/cográfico - intervenção
Caraterísticas finais do Artefacto
A Videoarte Cruel Summer utilizará metáforas visuais e sonoras, como forma a evocar a presença e ausência do homem no território algarvio, e pretende promover a reflexão e o questionamento do público, sobre a realidade de um território que se projetou, desenvolveu e é – maioritariamente – entendido, como sendo um destino turístico sazonal.
A videoarte cruel vídeo - que possui duas formas de funcionamento e usufruto: apenas contemplativa ou ativada pela presença humana -, tem a sua génese na procura do autor em aprofundar o conhecimento e sentimento, relativos ao território Algarvio, através da prática do derive: a deambulação vista como prática artística.
Caraterísticas finais da Exposição do Artefacto
O artefacto só assumirá a sua forma final, após a montagem e adaptação ao espaço expositivo disponível. Será apresentado num ecrã/lcd de pequenas dimensões, que fará parte de uma instalação feita de/com alguns materiais e objetos relacionados com o tema, como: sombrinha, cadeira e toalhas de praia, boias, bolas, raquetes, brinquedos, areia e/ou outros.
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      Imagem 1 – Possibilidade de instalação/artefacto. Fonte: Autor
O ambiente não deverá ser muito luminoso, de forma a permitir a visualização da videoarte e da instalação artística. A instalação será disposta num nível baixo, ao nível do chão, de forma a instigar a curiosidade e incitar o público a aproximar-se e baixar-se, para o visualizar e interagir com ele.
Planificação de transporte e montagem
O transporte dos vários componentes que fazem parte do artefacto será realizada em viatura própria, na manhã do dia 15 de julho. A montagem será realizada na tarde de dia 15 e durante todo o dia 16 de julho.
A documentação para exposição está neste momento finalizada, e foi realizada de forma colaborativa com os restantes artistas/investigadores presentes na CIRCUITOS: Exposição de Média-Arte digital
Conceito CIRCUITOS: Exposição de Média-Arte digital
A exposição “Circuitos: Interconexões e percursos” é o reflexo do caminho percorrido até aqui no Doutoramento em Média-arte digital e reúne trabalhos de treze artistas/investigadores - em vários formatos e modalidades e aborda diversas matérias, temas e preocupações, -, que exploram o caráter experiencial e experimental da Média-arte digital, e de como esta traz à arte um conjunto de dualidades — digital e analógico, material e imaterial, presente e passado, determinismo e imprevisibilidade — que permitem o desenvolvimento de relações estéticas e participativas com público, mesmo em contextos que não recorrem à interação.
A exposição está pensada enquanto metáfora de um circuito elétrico aberto, que permanece adormecido até que exista uma interação do visitante com as obras. A materialização plena da experiência estética ocorre apenas quando o público fecha o circuito, ativando os artefactos.
Partindo destes pressupostos, “Circuitos: Interconexões e percursos” faz a conexão entre as diferentes caraterísticas destas obras, permitindo- lhes desenvolver relações e interações entre si, com o espaço expositivo e com os visitantes, potenciando desta forma vários níveis de leitura, interpretação e experiência das mesmas.
“Circuitos: Interconexões e percursos” apresenta uma abordagem contemporânea, com linguagens híbridas, e incorpora práticas e intervenções colaborativas e em rede, que através da interação do público, são amplificadas, potenciando desta forma a criação de novas sinergias e novos circuitos de comunicação. O enquadramento temático, que tradicionalmente caracteriza um projeto curatorial, é aqui suprimido, dando lugar à diversidade de perspetivas, interpretações e abordagens que os artistas/investigadores apresentam, individualmente, e integram nos circuitos formados pelo conjunto dos artefactos.
Desta forma, as várias possibilidades de percursos que integram esta exposição representam, simultaneamente, uma plataforma de expressão de visões criativas únicas e um lugar que promove a ligação entre os visitantes e os diferentes usos e potencialidades da Média-arte digital, desde a realidade aumentada, passando pela videoarte e até as instalações interativas.
“Circuitos: Interconexões e percursos” não é apenas um nome, mas uma experiência que materializa o espírito da exposição e celebra a colaboração, a diversidade, o diálogo interdisciplinar e a relação simbiótica entre a arte e o mundo académico e todas as possibilidades que daqui advêm.
Exposição “Circuitos: Exposição de Média-Arte Digital”. O nome/título da exposição – “Circuitos” – associado ao conceito subjacente, revela-se como narrador intradiegético, i.e., surge como uma personagem nas histórias que narra ou que são narradas por outros: ganha voz ou encontra a sua voz através dos artistas-investigadores, dos artefactos, do público, do espaço, da localização geográfica e do decorrer das várias fases do projeto de curadoria colaborativa da exposição. Ao mesmo tempo, etimologicamente, circuitos (substantivo masculino) pode ser lido como: limite exterior de uma superfície ou de um espaço, contorno, perímetro; como um percurso feito à volta de algo; como uma viagem organizada (e.g. visita à exposição); série de condutores elétricos que podem ser percorridos por uma corrente elétrica.
“Circuitos” – nome e conceito – contém uma multiplicidade de formatos, materiais, dispositivos e reflexões, que de forma simbólica ou literal, aguardam ser desencadeados pelos visitantes e outras singularidades. Como qualquer circuito elétrico, a exposição “Circuitos” dispõe de elementos variados, com funções diversas, que de forma metafórica, se espelham nas criações dos artistas-investigadores e no diálogo estabelecido com os vários elementos intervenientes de uma exposição. Esta soma de conexões advém da associação da figura de um interruptor, um agente desencadeante do processo da passagem de corrente elétrica para as diferentes sinergias e comunicações que fluem através da média-arte digital.
Folha de Sala – Artefacto Cruel Vídeo
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Esquema da exposição CIRCUITOS
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Logotipo Exposição CIRCUITOS
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Cartaz Exposição CIRCUITOS
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ddbjoaoserrao · 7 months ago
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Entrada 14 - Circuitos: Exposição de Média-Arte digital 
Logotipo
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Conceito
A exposição “Circuitos: Interconexões e percursos” é o reflexo do caminho percorrido até aqui no Doutoramento em Média-arte digital e reúne trabalhos de treze artistas/investigadores - em vários formatos e modalidades e aborda diversas matérias, temas e preocupações, -, que exploram o caráter experiencial e experimental da Média-arte digital, e de como esta traz à arte um conjunto de dualidades — digital e analógico, material e imaterial, presente e passado, determinismo e imprevisibilidade — que permitem o desenvolvimento de relações estéticas e participativas com público, mesmo em contextos que não recorrem à interação.
A exposição está pensada enquanto metáfora de um circuito elétrico aberto, que permanece adormecido até que exista uma interação do visitante com as obras. A materialização plena da experiência estética ocorre apenas quando o público fecha o circuito, ativando os artefactos.
Partindo destes pressupostos, “Circuitos: Interconexões e percursos” faz a conexão entre as diferentes caraterísticas destas obras, permitindo- lhes desenvolver relações e interações entre si, com o espaço expositivo e com os visitantes, potenciando desta forma vários níveis de leitura, interpretação e experiência das mesmas.
“Circuitos: Interconexões e percursos” apresenta uma abordagem contemporânea, com linguagens híbridas, e incorpora práticas e intervenções colaborativas e em rede, que através da interação do público, são amplificadas, potenciando desta forma a criação de novas sinergias e novos circuitos de comunicação. O enquadramento temático, que tradicionalmente caracteriza um projeto curatorial, é aqui suprimido, dando lugar à diversidade de perspetivas, interpretações e abordagens que os artistas/investigadores apresentam, individualmente, e integram nos circuitos formados pelo conjunto dos artefactos.
Desta forma, as várias possibilidades de percursos que integram esta exposição representam, simultaneamente, uma plataforma de expressão de visões criativas únicas e um lugar que promove a ligação entre os visitantes e os diferentes usos e potencialidades da Média-arte digital, desde a realidade aumentada, passando pela videoarte e até as instalações interativas.
“Circuitos: Interconexões e percursos” não é apenas um nome, mas uma experiência que materializa o espírito da exposição e celebra a colaboração, a diversidade, o diálogo interdisciplinar e a relação simbiótica entre a arte e o mundo académico e todas as possibilidades que daqui advêm.
Exposição “Circuitos: Exposição de Média-Arte Digital”. O nome/título da exposição – “Circuitos” – associado ao conceito subjacente, revela-se como narrador intradiegético, i.e., surge como uma personagem nas histórias que narra ou que são narradas por outros: ganha voz ou encontra a sua voz através dos artistas-investigadores, dos artefactos, do público, do espaço, da localização geográfica e do decorrer das várias fases do projeto de curadoria colaborativa da exposição. Ao mesmo tempo, etimologicamente, circuitos (substantivo masculino) pode ser lido como: limite exterior de uma superfície ou de um espaço, contorno, perímetro; como um percurso feito à volta de algo; como uma viagem organizada (e.g. visita à exposição); série de condutores elétricos que podem ser percorridos por uma corrente elétrica.
“Circuitos” – nome e conceito – contém uma multiplicidade de formatos, materiais, dispositivos e reflexões, que de forma simbólica ou literal, aguardam ser desencadeados pelos visitantes e outras singularidades. Como qualquer circuito elétrico, a exposição “Circuitos” dispõe de elementos variados, com funções diversas, que de forma metafórica, se espelham nas criações dos artistas-investigadores e no diálogo estabelecido com os vários elementos intervenientes de uma exposição. Esta soma de conexões advém da associação da figura de um interruptor, um agente desencadeante do processo da passagem de corrente elétrica para as diferentes sinergias e comunicações que fluem através da média-arte digital.
Cartaz
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ddbjoaoserrao · 9 months ago
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Entrada 13 - método a/r/cográfico - testes e correções
Artefacto v1 - teste 1, 2 e 3
O teste 1 foi realizado num espaço escuro (quase total), apenas com a iluminacao do monitor do portátil. A vídeoarte funcionou de acordo com o previsto. A webcam deteta a presença através do reconhecimento do rosto humano a, mais ou menos, 50/60 cm da webcam do portátil. Se for mais longe não deteta (provavelmente pelo rosto nao estar iluminado a partir dessa distância).
O teste 2 foi realizado num espaço bem iluminado. A vídeoarte não funcionou corretamente. Os vídeos alternavam de uns para os outros, sem lógica e sem a necessidade do reconhecimento do rosto.
O teste 3 foi realizado com pouca luz (não escuro total). A vídeoarte funcionou bem e a webcam conseguiu detetar o rosto humano a uma maior distância (3 metros).
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ddbjoaoserrao · 9 months ago
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Entrada 12 - método a/r/cográfico - prototipagem
Enquadramento do Artefacto no espaço
O artefacto deverá ficar instalado, preferencialmente, num canto da sala, junto a uma tomada elétrica, sendo o espaço necessário para a sua instalação e fruição cerca de 6,25 m2 (ver imagem abaixo).
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Imagem 1 – Maquete do espaço. Fonte: Autor
Arquitetura do Artefacto
- Aspetos estéticos
A Videoarte utilizará metáforas visuais e sonoras, como forma a evocar a presença e ausência do homem no território algarvio, e pretende promover a reflexão e o questionamento do público, sobre a realidade de um território que se projetou, desenvolveu e é – maioritariamente – entendido, como sendo um destino turístico sazonal.
Será apresentado num ecrã/lcd de pequenas dimensões, que fará parte de uma instalação feita de/com alguns materiais e objetos relacionados com o tema, como: sombrinha, cadeira e toalhas de praia, boias, bolas, raquetes, brinquedos, areia e/ou outros.
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Imagem 2 – Possibilidade de instalação/artefacto. Fonte: Autor
- Aspetos funcionais/interventivos
A participação e interação do público (pelo menos 1 pessoa) com a obra é essencial. Sem a presença humana, a obra não será ativada, impossibilitando o seu desenvolvimento e a total fruição da mesma.
O ambiente não deverá ser muito luminoso, de forma a permitir a visualização da videoarte. A instalação será disposta num nível baixo, provavelmente ao nível do chão, de forma a instigar a curiosidade e incitar o público a aproximar-se e baixar-se, para o visualizar e interagir com ele.
A interação ocorre a partir do momento em que o artefacto deteta a presença do público:
- No início, antes da presença do público, o ecrã exibirá aleatoriamente 1 de 3 vídeos possíveis (vídeo 1, vídeo 2 ou vídeo 3) com som (a um volume relativamente alto);
- Quando a presença do público é detetada pelo artefacto, será acionado aleatoriamente 1 de 2 vídeos possíveis, relacionados com vídeo que estava a ser exibido (vídeo 1.1 ou 1.2 / vídeo 2.1 ou 2.2 /vídeo 3.1 ou 3.2). Estes vídeos serão sem som.
- A partir do momento em que o artefacto não detete a presença de público, o processo volta ao início e voltará a selecionar aleatoriamente 1 dos 3 vídeos iniciais.
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Imagem 3 – Esquema de funcionamento do artefacto – Fonte: Autor
- Para o funcionamento do processo de interatividade entre artefacto e público será utilizado o cables.gl, usando a webcam como sensor de presença para alternar entre os vídeos iniciais (1, 2 e 3) e os subvideos (1.1 e 1.2 / 2.1 e 2.2 / 3.1 e 3.2). Este trabalho esta a ser realizado com a preciosa colaboração do colega Rui D´Orey.
- Os vídeos que farão parte da videoarte (vídeos 1, 1.1 e 1.2 / 2, 2.1 e 2.2 / 3, 3.1 e 3.2) estão concluídos e editados e podem ser visualizados aqui:
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- Aspetos técnicos
Para o funcionamento do artefacto, serão necessários os seguintes materiais:
- Computador Portátil com ecrã 13 polegadas;
- Coluna de Som (semelhante ao modelo JBL Flip Essential 2);
- Webcam (semelhante Logitech 920);
- Extensão elétrica tripla de 5 metros.
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ddbjoaoserrao · 10 months ago
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Entrada 11 - método a/r/cográfico - conceptualização
Relativamente à conceptualização do artefacto “cruel vídeo”, este será uma videoarte que utiliza metáforas visuais e sonoras, como forma a evocar a presença e ausência do homem no território algarvio, e que pretende promover a reflexão e o questionamento do público, sobre a realidade de um território que se projetou, desenvolveu e é – maioritariamente – entendido, como sendo um destino turístico sazonal. 
Os vídeos (do tipo documental e do tipo found footage) com os quais será criada a videoarte, foram recolhidos entre junho e setembro de 2023 (provavelmente existirá a necessidade de realizar mais algumas recolhas de imagens, até abril de 2024).
A participação e interação do público (pelo menos 1 pessoa) com a obra é essencial. Sem a presença humana, a obra não será ativada, impossibilitando o seu desenvolvimento e a total fruição da mesma.
A interação entre público e obra ocorre em 2 momentos distintos e sucessivos: (1) presença e (2) contato.
presença
- No início, antes da presença do público, o ecrã exibirá aleatoriamente 1 de 3 vídeos possíveis (vídeo 1, vídeo 2 ou vídeo 3);
- Quando a presença do público é detetada pelo artefacto, será acionado aleatoriamente 1 de 2 vídeos possíveis, relacionados com vídeo que estava a ser exibido (vídeo 1.1 ou 1.2 / vídeo 2.1 ou 2.2 /vídeo 3.1 ou 3.2).
contato
- Nesta altura o vídeo será visível, mas o som não estará audível (ou estará a um nível mínimo).
- O som só será audível através da interação do público com uma coluna de som de ressonância. Ou seja, o corpo do visitante será o elemento condutor que possibilitará a audição do som do vídeo e a fruição completa do artefacto.
A partir do momento em que o artefacto não detete a presença de público, o processo volta ao início e voltará a selecionar aleatoriamente 1 dos 3 vídeos iniciais.
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(Esquema funcionamento artefacto)
O artefacto “cruel vídeo”, será apresentado num ecrã/lcd de pequenas dimensões, que fará parte de uma instalação feita de/com alguns materiais e objetos relacionados com o tema, como: sombrinha, cadeira e toalhas de praia, boias, bolas, raquetes, brinquedos, areia e/ou outros.
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(Possibilidade de instalação/artefacto. Fonte: Autor
O ambiente não deverá ser muito luminoso, de forma a permitir a visualização da videoarte. A instalação será disposta num nível baixo, provavelmente ao nível do chão, de forma a instigar a curiosidade e incitar o público a aproximar-se e baixar-se, para o visualizar e interagir com ele.
Abaixo algumas still images dos vídeos a utilizar na vídeo arte:
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(still images dos vídeos a utilizar na vídeo arte. Fonte: Autor)
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ddbjoaoserrao · 10 months ago
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Entrada 10 - fotos experiências instalação/artefacto
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ddbjoaoserrao · 11 months ago
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Entrada 9 - estudo e análise dos vídeos a integrar o artefacto
Após a recolha de - parte? - dos vídeos que farão parte integrante do artefacto, encontro-me nesta fase a visualizá-los e a tentar perceber de que forma poderão ser organizados e relacionados, para que o resultado final possa ser o esperado: evocar a presença e ausência sazonal do homem no território algarvio. Abaixo algumas still images de alguns dos vídeos.
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ddbjoaoserrao · 11 months ago
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Entrada 8 - método a/r/cográfico - intenção
Um círculo preto sobre um fundo branco pode ser uma representação da lua, de uma bola de bilhar ou a secção de um cilindro. O que ele realmente é depende apenas da intenção do artista (Veiga, 2020, p.102).
Neste momento, considero ser possível identificar dois níveis de intenção, com a criação do artefacto cruel vídeo.
O primeiro nível, pode ser considerada como uma intenção interior ou pessoal, pois é relativa à forma como eu, enquanto autor, procuro - através das várias fases criação do artefacto (recolha de imagens - still e vídeo -, visualização e edição das mesmas, etc..) - aprofundar o conhecimento e o sentimento relativo ao território Algarvio. Refiro-me, principalmente, ao ato de deambular pelo território, algo que faço desde o início da minha atividade artística como fotógrafo, e que consigo – agora – identificar e relacionar com práticas como a psicogeografia e o derive (proposto por Guy Debord).
Vieira (2007), descreve o conceito de psicogeografia como efeitos emocionais diretamente induzidos pelo ambiente geográfico envolvente e, que a principal forma de investigação psicogeográfica é através da prática de derive, que consiste em vaguear ou perder-se deliberadamente na cidade, deambulando por diversos ambientes: a deambulação vista como prática artística.
No segundo nível, a intenção é “externa”, relativa ao público. Neste caso, a intenção será que a visualização e usufruto do artefacto, consiga sensibilizar o público, e promover a reflexão e o questionamento sobre os impactos da sazonalidade turística no território Algarvio. Ainda assim, a possibilidade de observar diretamente a reação do público perante o artefacto, e a hipótese de conversar (mais ou menos formalmente) com o público sobre a sua experiência, voltam a tocar no nível de intenção anterior, de índole pessoal, onde procuro novas e diferentes visões e formas de relacionamento com o território. Os resultados - quer da observação, quer das conversas -, poderão – eventualmente – originar um input no processo de criação e evolução do artefacto, como afirma Veiga, relativamente ao processo a/r/cográfico:
"é uma metodologia de generatividade, podendo conduzir a mudanças imprevistas através de contribuições de amplas e variadas audiências; passando por estágios através dos quais os próprios artistas evoluem, através da comunicação – reflexivamente, através da escrita e autoanálise; com o público, envolvendo-se em conversas, entrevistas ou questionários (…) ou com outros artistas ou pares académicos, através de análises e visões compartilhadas. Desta forma os artistas refinam e fazem evoluir os seus artefactos artísticos enquanto reflexo dessa mesma comunicação, incorporando o processo nas próprias obras de arte" (Veiga, 2020, p.98).
Referências Bibliográficas
Veiga, P. (2020). O Museu de Tudo em Qualquer Parte: arte e cultura digital - inter-ferir e curar. Centro de Investigação em Artes e Comunicação. Grácio Editor.
Vieira, T. (2007). Artivismo: estratégias artísticas contemporâneas de resistência cultural. Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto – FBAUP
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ddbjoaoserrao · 11 months ago
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Entrada 7 - método a/r/cográfico - gatilho
Todos os projetos artísticos têm um gatilho, um evento interno (de uma perspectiva neuropsicológica), externo (suscitado por estímulos externos) ou uma combinação de ambos. Para ilustrar a origem interna, atente-se na afirmação de Donaldson, citado por Ward (2001: 350,353): «Assim que as duas ideias se juntaram, o meu cérebro incendiou-se... eu passei os três meses seguintes febrilmente tomando notas, desenhando mapas, idealizando personagens, estudando as suas implicações».
Já no que respeita aos estímulos externos, eles podem assumir a forma de uma pessoa ou objeto, despoletando sensações estéticas, éticas ou transcendentais, ou até a vontade de intervir sobre o próprio gatilho, utilizando-o simultaneamente como fonte e objetivo. Exemplos deste último cenário consistem, por exemplo, na observação de uma obra previamente realizada pelo próprio, e no súbito desejo de a transformar, de a fazer evoluir para algo distinto ou novo (Trash & Elliot, 2003; Galloway, Thacker & Wark, 2013).
O gatilho despoleta ou manifesta conexões entre a inspiração e a razão, canaliza-as e conduz o artista à criação. Tal como a inspiração, o gatilho pode nem sempre ser imediatamente reconhecido como tal, mas, também como na inspiração, o artista/investigador não terá grandes dúvidas ao analisar retrospetivamente processo criativo, depois da pesquisa e respetivas reverberações ocorrerem, identificando dessa forma o momento em que a inspiração latente foi energizada e potenciada, dando lugar ao início do processo criativo do projeto, criando a posterior intenção.
Um gatilho pode ser potenciado pela motivação geral e contexto de vida do artista, sendo o   impacto função daqueles fatores. O gatilho é, do ponto de vista da a/r/cografia, o evento que propulsiona o a/r/cógrafo a formular a questão de investigação (artística e/ou académica), a vontade de perseguir uma determinada linha de investigação teórica, estética ou técnica, que determinará de seguida uma hipótese ou intenção de pesquisa (Veiga, 2020, pp.101- 102).
Considero que no caso da criação do meu artefacto, o gatilho aconteceu – tal como a inspiração -, no inverno de 2020, quando iniciei um ensaio visual sobre a ilha de Faro, onde a documentava, através da fotografia digital, durante o período de inverno - meses que apelido de “bastidores” do sonho de verão algarvio. Este ensaio, enquadra-se numa prática artística onde a fotografia é utilizada não apenas na sua vertente plástica ou pictórica, mas carregando em si uma abordagem documental, sobre uma realidade que existe tal como a apresentei e representei.
Após o início deste ensaio visual, descobri alguns artistas algarvios, cuja temática se aproxima e toca a do meu próprio trabalho. Nomeadamente o fotógrafo Tiago Grosso, cujo trabalho documental se inicia por volta de 2008 e tem como tema central a relação do turismo com o território algarvio. Exemplo deste trabalho, é a série fotográfica “Praias”, iniciada por volta de 2013, e que o artista continua a desenvolver. 
A consciência, cada vez mais forte, da realidade algarvia fora da época alta turística, levou-me à ideia de criação do Cruel Vídeo, um artefacto que a partir de still image e vídeo, tenha a capacidade de promover a reflexão e o questionamento ao usufruidor, sobre a realidade de um território que se projetou, desenvolveu e é – maioritariamente – entendido, como sendo um destino turístico sazonal. 
Referências Bibliográficas
Tiago Grosso (s/d). Praias. https://tiagogrosso.blogspot.com/2023/01/praias.html (último acesso 24.01.2024)
Veiga, P. (2020). O Museu de Tudo em Qualquer Parte: arte e cultura digital - inter-ferir e curar. Centro de Investigação em Artes e Comunicação. Grácio Editor.
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ddbjoaoserrao · 1 year ago
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Entrada 6 - método a/r/cográfico - inspiração
A inspiração é um conceito vago e difuso, referido por vezes como uma forma de iluminação religiosa, de discernimento artístico, de intuição cientificamente influenciada (Gotz, 1998) ou até como uma abstração caracterizada por evocação, motivação e transcendência (Thrash & Elliot, 2003).
Na a/r/cografia a inspiração surge como o primeiro passo, o que pode parecer um pouco paradoxal num modelo rizomático e não linear, mas que, como veremos, pode ser o resultado de outros conjuntos de atividades. Contudo, a inspiração poderá não ser sempre consciente e identificável no processo de criação artística, e não será surpresa que apenas em retrospetiva o artista/investigador possa cabalmente identifica-la.
A inspiração por detrás de um projeto de a/r/cografia pode, assim, não ser totalmente evidente desde o início e precisar de tempo para se instalar, desenvolver e manifestar-se completamente, e pode até ser afetada pelas etapas seguintes. A inspiração funciona como uma semente, inicialmente adormecida, à espera das condições certas para despertar, germinar e crescer. Ela pode não resultar de uma única fonte ou semente, sendo nesse caso necessário que outras sementes ou circunstâncias a acompanhem e, portanto, pode encontrar- se sujeita a evolução e transformação (Veiga, 2020, p.101).
(Creio que) a inspiração para a criação do artefacto - e do projeto de tese -, nasceu há alguns anos atrás, quando vim viver para o Algarve (Faro) e comecei a ter consciência que este território não é – para quem cá vive todo o ano -, o que aparenta ser durante os meses de época alta do turismo e o que é divulgado, disseminado e vendido pelas instituições (públicas e privadas) nacionais, regionais e locais.
Por detrás dos sonhos de  verão, existem muitas outras situações (humanas, sociais, económicas, arquitetónicas, culturais…) que afetam o território e a comunidade de forma aguda e regular.
cruel summer (o vídeo) é o nome provisório do artefacto que pretendo criar e, possivelmente, do meu projeto de tese. A ideia será que o artefacto seja parte de um projeto mais abrangente, que permita alertar e consciencializar para o grave problema social e humano, provocado pela sazonalidade desta região.
A inspiração para o nome surgiu em 2020, enquanto assistia ao oitavo episódio da série Lovecraft Country, cujo título era Cruel Summer e que tinha como banda sonora a música Cruel Summer do grupo pop feminino britânico/irlandês Bananarama. Pensei que, de alguma forma, existia uma analogia entre a situação de sazonalidade que se vive no Algarve, entre os meses de verão e o resto do ano e o refrão desta música:
It's a cruel, (cruel) cruel summer
Leavin' me here on my own
It's a cruel, (it's a cruel) cruel summer
Now you're gone
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Referências bibliográficas
Jornal do Algarve. (2024). A triste sina de uma região sem trabalho no inverno. https://jornaldoalgarve.pt/a-triste-sina-de-uma-regiao-sem-trabalho-no-inverno/ (último acesso 20h - 01.01.2024)
Jornal de Negócios. (2024). Algarve não sai da época baixa: desemprego cresceu mais de 200%. https://www.jornaldenegocios.pt/empresas/turismo---lazer/detalhe/algarve-nao-sai-da-epoca-baixa-desemprego-cresceu-mais-de-200 (último acesso 20h - 01.01.2024)
Público (2024). Índices de pobreza no Algarve estão ligados à dependência de um “monosector” económico. https://www.publico.pt/2023/12/12/sociedade/noticia/indices-pobreza-algarve-estao-ligados-dependencia-monosector-economico-2073314 (último acesso 23h - 21.12.2023)
Público (2024). Região rica, povo pobre. O turismo é o sonho algarvio que exclui a maioria. https://www.publico.pt/2023/12/22/local/noticia/regiao-rica-povo-pobre-turismo-sonho-algarvio-exclui-maioria-2074636 (último acesso 22h - 23.12.2023)
Youtube (2024). Bananarama - Cruel Summer (Official Video). https://www.youtube.com/watch?v=l9ml3nyww80&t=7s  
(último acesso 22h - 23.12.2023)
Veiga, P. (2020). O Museu de Tudo em Qualquer Parte: arte e cultura digital - inter-ferir e curar. Centro de Investigação em Artes e Comunicação. Grácio Editor.
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ddbjoaoserrao · 1 year ago
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Entrada 5 - Artefacto – cruel vídeo
Neste momento, a minha ideia será a criação de uma videoarte que utilizará metáforas visuais e sonoras, como forma a evocar o resultado e impacto da presença e ausência do homem no território algarvio. A participação e interação do público (1 pessoa) com a obra é essencial. Sem a presença e contato humano, a obra não será ativada, impossibilitando o seu desenvolvimento e a total fruição da mesma. A interação entre público e obra ocorre em 2 momentos distintos e sucessivos: através do movimento e através do contato. Movimento - no início, antes da chegada do público, o ecrã exibirá um vídeo (vídeo 1), quando a presença do público é detetada pelo artefacto, será acionado aleatoriamente um de 4 vídeos (vídeo 2, 3 ou 4). Contato - nesta altura o vídeo será visível, mas o som não estará audível (ou estará a um nível mínimo). O som só será audível através da interação do público com uma coluna de som de ressonância. Ou seja, o corpo do visitante será o elemento condutor que possibilitará a audição do som do vídeo e a fruição completa do artefacto. A partir do momento que artefacto não detete a presença de público, o processo volta ao início e ao vídeo 1.
Caso tecnicamente seja possível, será utilizado como vídeo 1, um vídeo em streaming de uma webcam ao longo da costa algarvia (exemplo https://surftotal.com/camaras-report/alentejo-algarve/faro-webcam-hd). Os vídeos 2,3 e 4 (do tipo found footage) foram registados entre junho e setembro de 2023 (provavelmente serão ainda realizadas algumas recolhas de imagens entre dezembro de 2023 e fevereiro de 2024). Existem algumas questões relevantes relacionadas com o processo criativo, nomeadamente a minha consciência do não domínio de algumas áreas e tecnologias que considero fundamentais neste processo, e qual o caminho a seguir para ser possível ter os elementos dessas áreas refletidos na minha obra de arte digital (artefacto). Considero que no contexto em que nos encontramos – académico -, a solução poderá ser através de colaborações ou parcerias, com colegas que detenham conhecimento nas áreas ou tecnologias que considero importante serem utilizadas, aos quais serão dados os respetivos créditos. Apesar de não dominar estas áreas, deverei estar a par e documentar todos os procedimentos técnicos e soluções utilizadas no meu artefacto no DDB. Marcos, relativamente a esta questão, afirma em 2017, que o ciclo de criação se abre, naturalmente, à colaboração em rede, entre grupos de interesse, conjugando diferentes conhecimentos e disciplinas, face às especificidades tecnológicas, expositivas, entre outras, exigidas no desenvolvimento do artefacto.
Referências Bibliográficas
Marcos, A. F. (2017). Artefacto computacional: elemento central na prática artística em arte e cultura digital. Revista Lusófona de Estudos Culturais, vol. 3(2), 129 – 147. https://doi.org/10.21814/rlec.182
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ddbjoaoserrao · 1 year ago
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Entrada 4 - O início do Projeto Cruel Summer
No inverno de 2020 iniciei um projeto fotográfico que intitulei "Cruel Summer". Este projeto, enquadra-se numa prática artística onde a fotografia é utilizada não apenas na sua vertente plástica ou pictórica, mas carregando em si uma abordagem documental, sobre uma realidade que existe tal como aqui é apresentada e representada.
Será a partir desta ideia/inspiração/tema que pretendo desenvolver o PMAD e projeto de tese.
25.11.2023
João Serrão
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ddbjoaoserrao · 1 year ago
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Entrada 3 - Inspiração
Projeto “For What It's Worth” de Dillon Marsh
Este projeto aborda a questão das minas - ativas ou não- na Africa do Sul. Esta indústria deixa um rasto de cicatrizes e inestéticas na paisagem - feitos improváveis de trabalho árduo e engenharia especializada, construídos para extrair valor da terra, mas que também exigem um preço
Estas imagens combinam fotografia e CGI para mostrar a produção de várias minas de cobre na África do Sul. As esferas renderizadas e compostas representam modelos à escala exata da massa total de cobre extraída de cada mina. Ao fazê-lo, a intenção é criar uma visualização dos virtudes e defeitos desta indústria que moldou tão radicalmente a história e a economia deste país.
A escolha deste projeto reflete a minha apetência pela still image e a curiosidade de perceber como a fotografia pode ser o ponto de partida para que, em conjunto com outras tecnologias, seja possível apresentar outras - plausíveis ou imaginárias - leituras e visões da realidade.
Outra das razões, foi perceber que este projeto é um bom exemplo do potencial que a criação artística tem ou poderá ter, como forma de documentação, alerta e consciencialização de realidades sociais, ambientais ou outras – negativas -, resultantes da ação humana sobre o meio que o rodeia.
João Serrão
08.11.2023
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https://www.lumenprize.com/2022-winners/still-image-award-winner
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ddbjoaoserrao · 1 year ago
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Entrada 2 - Cruel Summer
Cruel Summer é o nome provisório do que pretendo que seja o meu artefacto e, possivelmente, do meu projeto de tese. A ideia será perceber de que forma a média-arte digital poderá promover e divulgar a comunidade artística algarvia e, simultaneamente alertar e consciencializar para o grave problema social e humano, provocado pela sazonalidade desta região.
A ideia deste nome surgiu em 2020, enquanto assistia ao oitavo espisódio da série Lovecraft Country, cujo título era Cruel Summer e que tinha como banda sonora a música Cruel Summer do grupo pop feminino britânico/irlandês Bananarama. Pensei que, de alguma forma, existia uma analogia entre a situação de sazonalidade que se vive no Algarve, entre os meses de verão e o resto do ano e o refrão desta música:
It's a cruel, (cruel) cruel summer Leavin' me here on my own It's a cruel, (it's a cruel) cruel summer Now you're gone
João Serrão
03.11.2023
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ddbjoaoserrao · 1 year ago
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Entrada 1 - Expetativas
Relativamente ao PMAD, penso em desenvolver trabalho e investigação que abordem a temática da expansão/passagem da arte do ambiente "físico" para o digital, e de que forma(s) esta expansão pode contribuir, por um lado para o reconhecimento/divulgação dos artistas/criadores e, por outro lado, para a reflexão ou questionamento sobre assuntos fundamentais e pertinentes no território algarvio: sazonalidade, ação do homem no meio ou desertificação das zonas do interior....
Tenho igualmente alguma expetativa, relativamente às possíveis oportunidades profissionais e académicas que poderão surgir, durante e após a frequência do DMAD.
João Serrão
30.10.2023
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