cultivacaoliteraria
Cultivação Literária
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cultivacaoliteraria · 2 days ago
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Há algumas semanas, o YouTube vinha me sugerindo a versão ao vivo da música Labour. Resistente a novas experiências, demorei para ceder — e que arrependimento! A sonoridade é incrível, mas o que mais me impactou foi a letra, que retrata de forma poderosa a desigualdade de gênero vivida por mulheres em relacionamentos heterossexuais. Já não restam dúvidas de que essa será a minha faixa mais ouvida no Wrapped deste ano.
Na noite passada, decidi ouvir o álbum inteiro. Minhas expectativas estavam altíssimas, e fico muito feliz em dizer que foram completamente atendidas. Mas antes de falar sobre o que eu achei, vamos primeiro contextualizar:
Paris Paloma é uma cantora e compositora britânica, nascida em 17 de novembro de 1999, em Derbyshire, Inglaterra. Sua música combina elementos de dark pop, folk e indie, explorando temas profundos como a experiência feminina. Com uma sonoridade etérea e poética, ela encontra inspiração em artistas como Hozier e Florence and the Machine.
Em agosto de 2024, Paris lançou seu primeiro álbum, Cacophony, uma coletânea de 15 faixas que transitam entre melodias suaves e emocionantes até composições mais intensas e desafiadoras. O projeto reflete sua trajetória pessoal, com fortes influências de obras literárias e cinematográficas.
Não vou mentir: ainda quero ouvir o álbum completo mais algumas vezes para absorver melhor a sonoridade. Mas o que realmente se destacou para mim foram as letras. Cada palavra parecia carregada de intenção, e em vários momentos, tanto a sonoridade quanto as composições me lembraram o estilo das músicas presentes nas trilhas sonoras das adaptações cinematográficas de J.R.R. Tolkien. E, veja só, eu estava certa! Recentemente, a cantora lançou o single The Rider para a trilha de The Lord of the Rings: The War of the Rohirrim.
De volta ao álbum, as faixas que mais se destacaram para mim foram:
Labour: Já mencionei que é minha favorita? Pois bem, continuo obcecada.
Last Woman on Earth: Para mim, essa música aborda a objetificação dos corpos femininos. Como já dizia Simone de Beauvoir, "não se nasce mulher: torna-se." O verso "Leave me to the beasts and bears, I'd rather that the feast was theirs." me lembrou a trend do man vs bear, e, sinceramente, também prefiro o urso!
Warmth: Uma faixa que envolve o ouvinte em uma sensação de conforto, como se oferecesse um abraço em meio às adversidades. É uma lembrança de que, por mais que as coisas ruins tentem nos consumir, elas nem sempre prevalecem. Uma música delicada, mas cheia de força emocional.
Yeti: Sobre o fim de um relacionamento e a paz que vem quando não restam mais sentimentos. Uma reflexão honesta e tranquila sobre o encerramento de um ciclo.
Na minha opinião, a cantora conseguiu executar com excelência a ambiciosa proposta desse álbum. Sua mensagem de empoderamento, vulnerabilidade e aceitação fica clara tanto nas letras, cheias de significado, quanto nas melodias que as sustentam. Essa conexão entre palavras e sons torna o álbum uma experiência cativante e emocionalmente marcante para quem o escuta.
A sonoridade de Cacophony destaca-se pela forma como Paris Paloma explora e mistura elementos de folk, indie e dark pop, criando uma identidade única dentro desses gêneros. Embora explore um território musical que poderia parecer familiar, Paris Paloma consegue trazer frescor e autenticidade a cada faixa. Seja pelos vocais etéreos, pelas melodias delicadas ou pela carga emocional que atravessa suas composições, Paris Paloma consegue deixar sua marca única. Essa combinação de elementos não apenas fortalece o impacto de suas letras, mas também revela sua habilidade em construir um universo sonoro coeso, ao mesmo tempo cativante e original.
Cacophony não é apenas um álbum; é uma obra que captura e traduz emoções complexas em músicas autênticas e profundamente impactantes. Paris Paloma demonstra não apenas um domínio impressionante sobre sua arte, mas também uma capacidade rara de conectar temas universais como empoderamento, vulnerabilidade e aceitação à sua estética única. Sua mistura de folk, indie e dark pop não apenas cativa, mas também oferece algo novo e relevante dentro do gênero.
Seja pelas letras poderosas, pelas melodias que ressoam profundamente ou pela originalidade que permeia cada faixa, Cacophony consolida Paris Paloma como uma artista que vale a pena acompanhar. E se este é apenas o começo, mal posso esperar para ver o que ela criará no futuro.
E você, já ouviu esse álbum? O que achou das músicas e da mensagem de Paris Paloma? Vou adorar saber suas impressões!
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