Tumgik
coracaoverde · 6 years
Text
Diário de uma LGBT - 03/06/2018
Normalmente eu venho aqui pra escrever quando eu tô muito triste ou com muita raiva. Dificilmente é alegria, porque alegria a gente compartilha com os outros e contagia todo mundo com coisas positivas. Infelizmente vim tirar o feriadão de 4 dias, enfrentar 16h pra chegar até minha cidade natal e depois 16h pra voltar pra cidade de trabalho e tenho algumas coisas tristes em que fico pensando sobre e meus pais, eles não mudam. Meu pai mudou um pouco. Mas minha mãe eh a mesma coisa. Por causa da depressão. Aí eu acho estranho meus pais não terem papas na língua Minha mãe falar que meu pai fica no grupo dos colegas de trabalho do whats que só vê putaria que ela nunca imaginou que existia E que ela fica triste de ver tanta coisa horrível que Deus não agradece Que teve um vídeo que as lésbicas ficavam fazendo uma fila beijando a bunda uma da outra e não acabava nunca a fila Que eh uma vergonha Umas mulheres tão bonitas. Com tanto homem querendo. Aí eu falei que uma vez eu e a Robs estávamos na rua em Jaragua e um bebum ficou inticando conosco e chamando de linda. Aí ela fala que o cara tinha razão. Duas mina linda e ele sem nenhuma. Pq se fosse ela solteira vendo dois homi lindo ia ficar triste.
4 notes · View notes
coracaoverde · 6 years
Text
DIÁRIO DE UMA LGBT - 26/04/2018
Se eu estivesse participando do grupo de vivências Lgbt, teria umas histórias engraçadas pra contar.
Atualmente estou trabalhando em uma multinacional de engenharia em um setor muito bom, com pessoas simpáticas e atenciosas. Estou gostando bastante, inclusive os homens, mesmo sendo mais velhos 35, 40, 50 anos... são muito educados e alguns até falam coisas que não se deve falar por ser machismo, ou seja, não são tão machistas quanto eu esperava. Chocante.
Se assumir é uma coisa engraçada, porque normalmente você lgbt faz para os héteros. Porém os héteros nunca terão que fazer para você. 
Como estou numa cidade nova, com pessoas novas, resolvi me assumir abertamente para qualquer um que viesse puxar papo e caísse em algo pessoal assim. Foi uma decisão, e foi uma decisão que está me trazendo experiências engraçadas, e não mais tristes como foi com os meus pais no começo.
Na primeira semana as pessoas já tem interesse em conversar com você, saber de onde é. Como eu sou amiga de um colega que também era da minha cidade, já possuía uma companhia para não ficar excluída na hora do almoço, por exemplo. Mas isso fez com que uma colega pensasse que por ele ser menino e eu ser menina nós poderíamos ser um casal (pois eu estava me mudando para a cidade e ele já estava aí). Engraçada foi a cara dela quando eu contei que estava trazendo minha namorada para morar comigo. Ela continua sendo muito legal comigo, nada mudou e isso é muito bom.
Outros colegas também perguntaram com quem eu iria morar na nova cidade. Simplesmente respondi: com minha namorada e mais um amigo. Alguns não demonstram reação nenhuma quando eu falo isso, o pessoal está um pouco mais mente aberta e não dá bola.
Porém hoje, o pessoal que divide a sala com esses meus colegas que já sabem de mim, tentaram “socializar” comigo de uma forma estranha.
Começou quando a instrutora da ginástica chegou no escritório para os 15 min de ginástica laboral falando sobre a quantidade de casal que se formou dentro da própria empresa e já tem muitos anos de casados. A empresa oferece alguns presentes para os funcionários quando os mesmos se casam, assim como oferece presentes de aniversário, etc... Aí muitos da minha sala falaram que se conheceram dentro da empresa e tudo mais.
Uma das colegas falou que conheceu o esposo dela oferecendo carona de guarda-chuva em um dia chuvoso saindo do trabalho. Então aí começaram as brincadeiras com o menino estagiário dos colegas falando que ele deveria levar o guarda-chuva e esperar uma moça para dar carona, qualquer dia desses. Daí riram bastante, deram uma descontraída no clima, alguém falou que o menino não deveria namorar alguém da empresa e sim alguma médica que ganhasse muito dinheiro pra sustentar ele... Algumas ideias bem bobas. 
Até aí, normal pros padrõezinhos. Nada de diferente eu esperaria, mas então alguém apontou pra mim e disse que isso valia o mesmo... Que eu poderia pegar um guarda-chuva no dia de chuva e esperar algum moço para dar carona e virar meu esposo.
Eu apenas ri, assim como todos os que não sabem de mim. Porém os que já sabem deram uma risadinha bem falsa, por isso eu ri mais ainda. E fiquei feliz de saber que uma grande parte dos colegas já sabem e me fazem sentir acolhida de qualquer jeito.
Depois fui falar com meu colega sobre não estar mais triste pela heteronormatividade e sim achar engraçado, porque sei que essas pessoas não vão mudar muito, mas que talvez depois que saibam de mim se sintam mais conectadas com alguém lgbt para não haver homofobia. Na empresa não se fala muito em homofobia, até o momento, se trata de preconceitos no geral que não são admitidos. 
Mas o louco foi a resposta do meu colega falando que entende que as pessoas me julguem hétera porque segundo as estatísticas as chances de ser lgbt são menores. Totalmente engenheiro e impessoal. Fiquei reflexiva quanto a isso.
No fim tudo o que importa é que me sinto orgulhosa de sair na rua com minha namoradinha, encontrar algum colega de trabalho e falar que é minha namorada. Para uma cidade que apoia Bolsonaro e é extremamente religiosa é pouco, mas é empoderador igual.
3 notes · View notes
coracaoverde · 7 years
Text
Diário de uma Lgbt - 08/09/2017
Eu não deveria adiar tanto o tempo de escrever aqui no Tumblr, sendo que sempre soube o quanto me ajudava.
As pessoas do meu convívio podem achar que está tudo muito melhor e tentar me botar pra cima por meus pais estarem aceitando minha namorada e até mesmo gostando dela.
Mas o que eu sinto continua sendo uma pressão forte, fazendo com que a questão do armário esteja sempre em voga e sempre me sufocando.
Eu sinto que já passei um processo muito difícil lidando com meu pai e minha mãe, que são pessoas que me amam mais que tudo, mas que não sabem nada de coisas lgbt tendo que explicar, etc etc... Cansativo, me desgastou e na verdade, agora, eu queria que as coisas se acalmassem.
Agora eles gostam da minha namorada porque foi uma pessoa inserida no contexto de solidão deles, que trouxe atenção, trouxe carinho, coisas que eles sempre quiseram por serem pessoas isoladas do mundo, isoladas das suas fam��lias, pessoas incrivelmente sozinhas.
Eu, agora, posso dizer a qualquer pessoa que tenha alguém como parente ou amigo que tem homofobia, que investigue o porquê da homofobia... Porque no meu caso foi realmente não ter existido uma representatividade positiva em 50 anos de vida dos meus pais. Ou simplesmente nem terem ouvido falar de pessoas gay na família, ou nos amigos, ou até mesmo vistos como pessoas diferentes que só se vê como prostituta na rua. Quando a gente traz uma pessoa LGBT pra dentro de casa, a gente mostra que não é nenhum bicho de sete cabeças. E é isso que falta em toda família tradicional brasileira. Mas a gente não vai fazer isso a la loca porque não dá pra colocar a saúde mental/física de alguém lgbt sem pensar em possíveis consequências. 
Aqui em casa, posso dizer que quando falam em casal lésbico na rua, pros meus pais não vai vir apenas duas mulheres sexualizadas, vai vir eu e minha namorada de mãos dadas, se abraçando enquanto olha filme aqui no sofá de casa. Falo isso com certeza porque minha mãe, agora que minha namorada foi morar noutra cidade e eu sofri muito, ela entendeu que é amor o que a gente tem e não “sem vergonhice” como ela sempre achou, porque ela disse que amar não é fácil, ficar longe não é fácil. 
É muito bom ela compreender o amor lésbico, mas mesmo assim a gente tá na rua e ela fala _do nada_ “como seria bom se tu levasse um namorado pra tua avó conhecer”, ou esses dias ela falou que viu na TV umas pessoas procurando uma outra menina para namorar um casal. Ela disse que “vai estragar a coisa do casal que é sagrada e querer colocar uma terceira pessoa na relação”, ou seja, a mente aberta não vai surgir de um dia pro outro e vai ser necessário alguém pra guiar ou explicar e essa pessoa não quero que seja eu, porque já estou cansada. Não quero ser professora mestre doutora em explicar cultura LGBT para héteros. Mas me incomoda profundamente que toda vez que ela desconstrói algo mínimo, como entender amor entre duas mulheres, ela surge com outras milhões de coisas não desconstruídas que deveriam ser mais fáceis já que o recado básico já tá dado e não acontece.
Hoje aconteceu que de novo ela insiste que eu “tenho que assumir pra família toda a minha namorada.” Primeiro que seria me assumir pra família, porque eu sou a personagem que a minha família tem interesse, não a namorada e segundo que fica me forçando a seguir uma escada imaginária na ordem de “assumiu para os pais, próximo degrau assumir para tias, próximo degrau, assumir pra avós, próximo degraus assumir para...” e eu não quero isso.
Isso pode ser bom pra alguma pessoa lgbt? Pode e que ótimo. Mas não pra mim e não agora e estar me forçando me deixa cada vez mais ansiosa, até mesmo pra calcular quando minha namorada poderá me visitar.
Pensa na ansiedade que um ser LGBT tem que passar todo final de semana, pensando que alguma tia possa vir e ver tua namorada contigo, sendo que tu simplesmente não quer que ela veja, tu simplesmente não quer ser desgastada de novo pra uma pessoa que te ama menos que teus pais que tu já passou por isso porque realmente considerava DEMAIS eles... Eu não nasci pra ser militante de bom grado, tem gente que gosta de militar pra todo mundo e talvez com elas a gente mude o mundo, obrigada à essas pessoas. Mas eu não consigo no momento. Eu milito com meus pais explicando porque eu considero demais eles e queria que mudassem, tem que ser muito especial pra eu poder gastar alguma energia. O que não é o caso de eu querer falar pra sei lá quantos membros a minha família tem. Aí vem minha mãe falando que _ELA_ não aguenta mais ter que esconder da família. _ELA_ a LGBT que sofreu 23 anos? Ah, por favor, ficar toda hora me relembrando uma coisa que eu já acordo de manhã pensando e vou dormir pensando, pra que alimentar minha ansiedade? Daqui a pouco um psicólogo só não dá mais conta.
Às vezes, numa família de héteros como a minha, eu me sinto tão sozinha. Numa família tradicional gaúcha mais ainda. Por isso amo muito meus primos que são mais chegados, valorizo quem não vai me desgastar e talvez me apoie, porque já está triste seguir caminho sem ninguém te entendendo, mas agora não sinto que seja o momento de me abrir pra ninguém que não convive comigo direto. Eu deveria estar focada em final de curso e na minha independência financeira, mas sempre fico ansiosa e perco algumas horas do meu dia pensando em coisas ruins, isso não me faz bem.
Na bem da realidade, lá no fundo, a gente só quer ser deixados em paz.
4 notes · View notes
coracaoverde · 7 years
Text
21/08/2017 - Diário de uma LGBT
Não sei como chegamos aqui, mas é estranho. Desde que fizemos um almoço de domingo para minha namorada meus pais parecem estar mais amáveis com ela. Meu pai precisa de muita atenção, se alguém der isso pra ele está bom, por enquanto. Ainda temos muitas discussões, principalmente com minha mãe, sobre coisas horríveis que ainda fala.
Esses dias ela disse que se eu fosse pra outra cidade atrás de um macho era aceitável, mas de mulher não era.
Daí o no outro dia ela fez bolo pra eu comer com minha namorada. 
Não dá pra entender.
Péssimo são meus tios e o resto da família que é super interessado em saber se estou namorando mais do que nunca, sendo que nem participam da nossa vida de dia-a-dia.
Tudo melhorou até hoje, porém sempre tem alguns momentos críticos que o machismo, valores que eles trazem muito antigos que me desmotivam muito. Às vezes eu penso que não dá pra se apegar cegamente em algo bom que foi dito e fingir que não tá ouvindo as coisas ruins que estão sendo faladas em seguida. Tentar não absorver as coisas ruins, mas sempre ser forte para explicar que não é assim que a vida funciona, que dar pitaco em relacionamento alheio é errado e que o amor é que deve prevalecer, não julgamentos. 
1 note · View note
coracaoverde · 7 years
Text
10/07/2017
Ontem, depois de tanto tempo, minha mãe ainda não mudou, ela ainda tem uma coisinha que chama de fé e esperança que eu vá largar minha namorada para ficar com um homem.
É decepcionante não entenderem o que é o amor. É decepcionante a falta de lógica do ser humano.
Ela veio falar que eu tenho que experimentar homem, ao menos. Eu pergunto de volta porque ela não experimentou mulheres e ela nem responde porque não vê lógica. Não sei de quantas formas está errado alguma pessoa te falar essa frase “experimentar homem”, só sei que a sociedade machista não facilita nada.
0 notes
coracaoverde · 7 years
Text
Diário de uma Lgbt - 15/06/17
Parece o dia 1 que escrevi aqui.
A luta tá grande demais e os frutos estão podres.
0 notes
coracaoverde · 7 years
Text
Diário de uma Lgbt - 10/06
Desde que você nasceu eu e sei pai queremos que você seja feliz, mesmo que isso cause nossa infelicidade.
Ser LGBT é ter que ouvir isso. Até quando?
0 notes
coracaoverde · 7 years
Text
Diário de uma Lgbt - 09/06
Quando a gente falha a sensação de impotência nos preenche e não sobra espaço pros otimismos da vida.
Eu tentei fazer o que considero certo. Encarar minha mãe e tentar mostrar a realidade das pessoas. Trouxe o livro que mostra a história de pessoas na nossa cidade pra ela ver como é normal existirem LGBTs e minorias. E tentando conversar eu vejo que não existe conversa. É só uma pregação cega e pronto. Eu não queria isso. E não consigo aceitar. Assim como ela não consegue me aceitar. Temos duas barreiras criadas gigantes que apenas eu tento frouxar e obtenho fracasso imediato. Tentei mostrar que o livro trouxe uma amostra do que a cidade realmente é. Aí ela ‘rebate’ que todo mundo aceita e irá engolir na família dos outros, mas que quando é na sua ninguém vai aceitar essa bixarada que vai contra a Lei de Deus.
Bixarada até perguntei se eram os bixos da faculdade. Não. Pessoas LGBT.
Lei de Deus eu falei que isso não existe que só existe o amor e não se intrometer na vida dos outros... Mas daí minha vida é minha família... Respeito pela individualidade não existe.
Quando respeito não existe fica impossível lidar com qualquer situação.
Intolerância demais nessa manhã fria.
Esperanças se esvaindo...
1 note · View note
coracaoverde · 7 years
Text
Diário de uma Lgbt - 13/05/2017
Fazia tempo que eu não escrevia, que bom né?!
Só quero esquecer o que me foi dito, por isso vou escrever aqui para irem embora.
Voltando de carro com meu pai eu reclamo que está muito frio e lavar o cabelo tem feito eu usar secador por mais de 10 min quase diariamente e isso faz mal pro meu cabelo. Daí falei que estava pensando em cortar ele. Meu pai de muito mau humor, muito brabo e depois de ter bebido um pouco fala assim:
“Mas vai cortar o que? Já tá curto! Vai fazer que nem umas 10 meninas que foram lá na loja hoje tudo com a cabeça raspada de um lado.. Se quer ficar careca e quer cortar que nem homem pra virar homem então corta logo.”
Daí me acontece aquele momento que parece que tu não ouviu isso da pessoa de tão absurda que é o que ela disse que tu acaba ficando sem falar nada de boca aberta.
Nisso eu repito “é verdade, o que importa é se sentir bem e cada um faz o que quer mesmo”.
Tanto por ser gay ou por ser mulher, machistas sempre vão querer mandar no corpo alheio. É uma criação nessa sociedade que ninguém pode cuidar da sua vida, é muito importante se importar com pelos alheios.
1 note · View note
coracaoverde · 7 years
Photo
Tumblr media
3K notes · View notes
coracaoverde · 7 years
Photo
Tumblr media
2K notes · View notes
coracaoverde · 7 years
Text
Diário de uma Lgbt - 06/04/2017
Minha mãe continua falando coisas absurdas. Assim como todo filho que convive com os pais, eu sei quais são as coisas que mais tocam a minha mãe.
Estou tentando ser mais ‘didática’, mas a raiva tem tomado grande parte de mim. E por isso tenho respondido de maneira mais agressiva. Hoje minha mãe veio falar que gostaria que eu namorasse um homem (pela infinitésima vez - como se eu já não estivesse esgotada de ouvir) e falar que tudo o que eles queriam era ter uma filha que desse uma família.
Eu fui bem sincera e respondi falando que desde novinha eu falava em adotar um negrinho bem negrinho (Só pra criticar o racismo deles) e que eles nunca deram bola e agora eu simplesmente continuo com a mesma ideia só que o problema foram eles que nunca aceitaram ouvir da forma que deveriam ter me ouvido.
Aí vem todo o discurso ridículo que se não é do sangue não é filho e que eles nunca vão aceitar e que tem vergonha de falar sobre mim pra outras pessoas (não que tenham muitas outras pessoas pra eles conversarem, enfim).
E finalmente eu rebati no ponto que toca a minha mãe.
Eu disse que também fico muito triste de ter que contar pra todas as pessoas sobre os pais homofóbicos que eu tenho dentro de casa.
Pronto.
Ela ficou chocada, deu pra ver na cara.
Sempre me ensinaram a nunca, jamais, jamé contar o que se passa dentro de casa para família ou amigos, pra ninguém fora de casa. Por que será?
Pois agora eu conto, e faço se sentir mal pra ver se aprendem que ser homofóbico com a filha é uma das piores coisas da vida.
Depois ela fala que quando eu for mãe vou saber o que ela estava passando devido o filho fazer exatamente o oposto de tudo o que eles pensaram pra vida do filho.
Meu sangue chega a ferver.
É só liberdade o que todo ser humano precisa. Eu jamais quero que meu filho ou algo semelhante a isso que eu possa ter no futuro tenha os mesmos problemas psicológicos que eu tenho por ter pais que nem os meus.
A gente muda e aprende com os nossos erros e com os erros dos outros também. Eles estão errando, eu estou vendo e estou sentindo e não vou passar isso adiante. Se eu tiver um filho negro, trans, gay, hétero ou robosexual eu só posso apoiar por amar muito e não querer que ele sofra preconceito de quem não o ama.
Cadê o amor e o carinho e a empatia na família?
E o que mais me irrita é que eles tem ideia de que a vida acabou. Eu falo que não acabou, mas não sei mais o que posso falar pra ajudar. E ainda preciso ficar lembrando que a minha vida recém está por começar? Eu espero passar por algumas décadas pela Terra ainda pra ver coisas incríveis acontecerem, não pretendo acreditar que depois de décadas as pessoas já não vão ter superado muito mais o racismo e homofobia. A gente caminha pro melhor e quem é estagnado é que deve sofrer por não aceitar as mudanças. Não eu que sou a mudança.
1 note · View note
coracaoverde · 7 years
Text
Diario de uma Lgbt - 1/04/2017
Os heteros nos violentam e nem percebem. Me pergunto se não sou da geração mais fraca e Mimizenta ou se realmente não quero nada de errado no mundo e aponto os detalhes por menores que sejam. Meus pais disseram que eles não suportariam ver alguém falando diretamente com eles sobre a filha ser lésbica. E eu sou empática, entendo que é ruim pra eles. Mas é horrível pra mim. Dói. Que ridículos. Até quando só os homos vão ser empáticos? Até que dia os pais de lgbt vão querer evitar de sofrer pela opinião alheia e realmente enxergar que quem tá sofrendo desde que nasceu são os lgbt? Hetero é muito descarado e não acontece nada com eles. Igual um machista que assobia na rua pra mulher. É o mesmo sentimento que se tem com os olhares heteros pra cima de nos (e sendo mulher pior ainda). Desabafo isso porque simplesmente fui na feira e um colega de trabalho do meu pai ficou me encarando com minha namorada. Deve ter me reconhecido. Se meu pai vier falar comigo sobre isso vai ser muito incomodo a toa, que não precisava existir. Pais só deviam amar e não se preocupar com as aparências. 😑
1 note · View note
coracaoverde · 8 years
Text
Diário de uma Lgbt - 21/03/2017
Sobre trazer minha namorada pra casa
"tu sabe q não é q eu não queira q tu n traga ela, não é por ela, podia ser qq outra. O que eu não queria era que caísse na merda, mas agora que já cagou é melhor ficar em casa do que se aparecendo nos lugares".
Segundo minha mãe, ser gay é cair na merda. 
Palmas
Haja saco
0 notes
coracaoverde · 8 years
Photo
Tumblr media
Have a mini jar of pocket luck~
7K notes · View notes
coracaoverde · 8 years
Text
Diário de uma Lgbt - 07/03/2017
Volta às aulas, reencontro os amiguinhos, tudo bem legal, pa pa pa, mais uma meia dúzia de professores machistas pra aturar no semestre, porém eu reflito: é bom eu ver esses professores machistas pra eu me acordar. Estar dentro da minha bolha de amigos que me aceitam e me apoiam me fortaleceu bastante quando me assumi e continua sendo essencial, não tem coisa mais importante que poder contar com o apoio deles e de namorada. Mas eu esqueço que quando terminar a faculdade eu vou alfinetar minha bolha e ela vai estourar e eu vou estar sabe-se lá onde com pessoas que pensam muito diferente de mim e que eu vou ter que exigir no mínimo respeito delas.
Saindo de manhã e voltando de noite pra casa a gente acaba ficando egoísta e não lembra de outra coisa se não nós mesmos. Quando parecia que eu já estava superando os meus pais e me importando menos com a opinião deles, puft. Não. Ainda não. Simplesmente continua sendo pouco tempo. E eu não sei quando vai se tornar muito tempo. Eu queria que fosse logo, se tivesse alguém pra implorar pra ser logo eu imploraria mas não tem.
Chego em casa e minha mãe muito assustada me diz que sua amiga quer vir conversar com ela. Eu, inocentemente penso: faz meses que ela não vem, quer vir tomar chá e conversar normalmente. Já minha mãe não pensa assim. E eu esqueço disso. Aí vem ela com todo o drama de novo... Me questionando se alguém me viu na rua namorando com uma menina, se alguém já sabe... e que ela vai ter a maior vergonha de falar, mas que ela não tá nem aí e vai falar porque não vai esconder da amiga, porque a amiga vai entender a vergonha que ela passa, a falta de vontade de sair de casa, o desespero do meu pai de não ter netos pra deixar as coisas de herança, ouvir que meu pai se tornou mais agressivo, mais egoísta, etc etc.
Aguentar isso como se fosse o primeiro dia que eu contei é muito chato, é ridículo. Não poder fazer nada por uma pessoa doente que é a pessoa que te deu a vida e muito amor até então é se sentir de mãos atadas.
E ninguém gosta de ficar de mãos atadas. E não adianta dizer que eu não preciso me estressar, que devo ficar calma porque já que eu não posso fazer nada pra que me estressar. Eu não sou assim. Eu amo a pessoa e ferrou tudo. Quero salvar a pessoa de tudo o que der e vou criar o mínimo de expectativas de que a pessoa possa mudar. Relacionamento abusivo com os pais homofóbicos? Talvez? O que fazer? Ainda não sei.
Boa sorte.
0 notes
coracaoverde · 8 years
Text
Diário de uma Lgbt - 27/02/2017
Talvez não escrever no Tumblr não seja muito bom. Muitas coisas ficaram acumuladas e agora eu já nem sei mais escrever.
Por isso vou escrever sobre ontem. 
Conviver com a família é sempre um tópico que você precisa falar sobre, é incrível a mente das pessoas da minha família. 
Minha priminha de 14 anos veio tirar uns dias aqui em casa e depois os pais vieram buscar e passar o domingo. Cada coisa que eu ouvi. É triste. Mas não posso pegar a dor dos outros, já estou ciente. Não quero falar da família deles, só quero saber dos meus pais me aceitarem. Quero que fique bem claro que eu gostaria muito de ser aquele tipo de pessoa que não se importa com o que os pais pensam, ou que já saiu de casa há tempos, mas eu não sou. E isso nunca vai mudar porque eu fui criada com somente os dois me mimando e continuarei nisso de querer dar orgulho pra eles e fazer mudar a cabeça deles até o dia que eu morrer :D
Minha mãe me falou algo que me deixou incrivelmente furiosa ontem que de fato não tem a ver com homossexualidade e sim com a nossa cultura machista do estupro e etc. Mas ela não sabe o que é a cultura do estupro, quando você fala ela fecha os ouvidos. Até aquela campanha que passa na TV a cada 5 minutos da Xuxa falando de crianças e adolescentes que sofrem abuso sexual ela questionou “Mas porque essas crianças não fogi de casa?” ¬¬
Meu amigo gay foi conosco sair pra comermos sushi e eu falei pra minha mãe. Por ser um homem obrigatoriamente ele deve ter se encantado pela minha prima de 14 anos. E daí ela disse que meu amigo estava ‘de olho’ na minha prima. Eu tive muita raiva e não consegui conter as palavras. 
Eu só disse que ele não era pedófilo e que eu não tenho nenhum amigo pedófilo pra querer namorar uma criança, e que nem todo homem é obrigado a ficar interessado na prima da amiga. Que isso é ridículo. E que ainda por cima o amigo é gay e a prima adorou o fato dele ser gay.
Nisso minha mãe desaba na mesmice dramática de sempre e fala:
“Não acredito, o mundo tá perdido nisso, parece uma doença que tá afetando tanta gente, uma coisa horrível dessas..”
Nisso eu falo que lgbts sempre existiram só que no passado eles eram escondidos. Daí ela rebate “Isso nunca existiu e a sociedade nunca vai aceitar e hoje em dia ninguém mais tem vergonha na cara”...
Mesma ladainha, etc etc.
Santa Paciência, cadê você?
0 notes