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Tito
Ele dorme leve e profundamente...
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Outro Planeta
Bem distante deste...
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Conselho
Não, meu bem. Não contemple o céu nem medite a pedra. O céu é um grande vazio e a pedra nada contém. Melhor que isso é namorar. É dizer-me dos teus sonhos tranquilos, que sonhas na penumbra do dia. Eu te contarei quaisquer histórias te ensinarei uns truques meus e assim poderás brincar.
O mundo, meu bem é uma coisa torta sem fim que se possa enxergar.
Belo Horizonte, 29 de abril de 2019.
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Luar
A vida descansa na noite, profunda, silenciosa...
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Transporte de máquina hospitalar [ Ilustração comercial ]
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Carrinho da Roça [ Logotipo ]
Logotipo que produzi para meu amigo Erivelton, um vendedor de mão cheia.
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Sonho da romã no céu
A parte anterior do sonho, infelizmente quase toda perdida, passa-se na escola/universidade (como sempre, combinando personagens de vários períodos). Agora estou em casa. Caminho por dentro da casa. É um dia ensolarado, talvez de tarde. Minha casa é bem bonita, tem cortinas brancas nas janelas, que talvez balancem com o vento. Converso com meu irmão, Alexandre. Ele me pede sugestões de músicas. Sei que estão passando músicas na rádio, de um filme que vai estrear, algo assim. Estamos na varanda, é como se fosse a de nossa verdadeira casa, mas é diferente, é menor, é como uma varanda de uma casa árabe ou indiana, sem cobertura, com plantas e uma esteira no chão.
Peço que ele coloque a música, ou que apenas aumente o volume. Estou apreensivo com o que ele vai achar de minha sugestão. A música que está passando é indiana, eu a reconheço, talvez esperasse outra, um rock ou eletrônica, me preparava para dançar, mas suponho que eu não dance. A música não é muito boa, mas não tão ruim quanto eu pensava. Ele está sentado na esteira, eu rolo nela, brincando. Ele fala, entusiasticamente, como sempre, de algo que eu esqueci, e em que eu não prestava atenção. A atmosfera é de uma tranquilidade natural, “sábia”. Sei que minha irmã, Adelaine, também está em casa, talvez eu a veja em seu quarto, na cama, mexendo em algum objeto.
Há uma goiaba gigantesca no céu, semicomida, que eu interpreto como uma romã, até mesmo depois de acordado. Sua visão é fantástica, verdadeiramente indescritível. Ela é como uma nuvem, girando levemente. Eu comento com ele sobre “essas frutas que estão no céu hoje em dia”, algo assim, em tom de admiração. Ele responde com pouco interesse, algo como “é, eu já reparei”.
A romã cai do céu, abruptamente. Vejo que ela cai sobre as árvores (imensas) das casas ao fundo, porque eu também possuo a visão de um ponto mais alto, vejo um pouco da paisagem da região, com dunas e rios, água, não é como a paisagem da minha terra, mas está aí a lembrança do Rio São Francisco a algumas quadras da minha casa. Estou muito apreensivo. A romã vem rolando pelas árvores, cai onde estamos, que é como se fosse uma clareira no meio daquela mata. Ela cai mais ou menos onde está Alexandre, que continua sentado e sem se alarmar, ela já se tornou uma bomba, dessas redondas, antigas, mas com um formato um pouco estranho, e já está bem menor, sei que ela não o atinge.
Ela vem rolando na minha direção, penso no azar que tenho, saio correndo, chego no quintal. Ela quase me toca, sei que ela vai explodir quando me tocar, consigo me desviar dela, ela para mais ou menos onde está o rego (de esgoto). Saio correndo para frente da casa. Estou na mesma varanda de antes. Encontro minha mãe também fugindo, um pouco adiante. Penso “onde vó se meteu?”. Há muita inquietação, como numa tempestade. Minha mãe me faz um pedido, não consigo compreendê-lo bem, mas sei que me pede para voltar. Volto um pouco, olho por uma janela, minha avó está no quintal. Vou socorrê-la, ela me diz para pegar seus vestidos no varal. É como se estivéssemos na iminência de uma tempestade. Penso que ela não conseguiu recolher seus vestidos por causa da idade ou por estar doente (ela faleceu alguns meses após um derrame cerebral, que a deixou com metade do corpo paralisado).
Começo a pegar os vestidos, alguns são bem bonitos, brilhantes, amarelos, azuis. Penso que vou conseguir. Minha avó está um pouco à frente, minha mãe mais à frente. Sei que minha mãe está levando algumas roupas e penso que eu não estou levando nenhuma, só estou com a roupa do corpo (uma camisa do Nirvana), e que não me importo muito com isso. A bomba explode. O que surge se conecta com outra parte do sonho, que ocorre paralela. Há uma vilã em seu covil, talvez num castelo. O que surge é um mordomo enviado por ela, que proclama, talvez destampando uma bandeja, com um bilhete dentro, de forma ridiculamente formal, que “há uma mensagem”, algo assim. A vilã em seu covil talvez lamente o método escolhido, talvez escolhido por seu mordomo principal, que está ao seu lado. Eu penso algo como “que forma mais desnecessária de mandar um bilhete”.
Mas o sonho já está se desfazendo. Eu acordo. Mesmo com sono, me apresso para escrever sobre, não quero esquecer esse sonho. Estou há mais de uma hora escrevendo e pensando nele, na magnífica romã-que-na-verdade-é-goiaba! E apenas eu a vi, apenas eu tive aquela gloriosa sensação ao vê-la.
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Hannah & Algodão [3] Teto
Ela não atende o telefone...
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O Buda
O Buda, depois de centenas de reencarnações, acordou num deserto. Conforme despertava, foi olhando em redor e percebendo quão remoto era o lugar onde surgira. Apenas arbustos baixíssimos e gramíneas secas, e muita areia. Areia a perder de vista. Depois de concluir que ficar onde estava não lhe traria soluções, decidiu caminhar em alguma direção, e só para escolher alguma, escolheu a direção Leste, pois assim encontraria a noite mais rapidamente. Entretanto, mesmo se esforçando por seguir uma linha reta, não chegava a lugar algum. Ou melhor: não encontrava nada além da mesma paisagem desértica.
Com o cair da noite, deitou-se na areia e dormiu. Na manhã seguinte, prosseguiu a caminhar na mesma direção. Depois de caminhar por sete dias e sete noites, sem nada encontrar, o Buda concluiu que o calor, o frio, a fome, a sede e o cansaço não o matariam nunca. Conjecturou que a ele fora imputada uma missão, que caberia desvendar e pôr a termo. Como deveria proceder? Continuar a caminhar para Leste na esperança de encontrar alguma habitação, algum oásis, qualquer coisa especial? Sentar-se e meditar, até que algo acontecesse? Levantar as mãos ao céu e rogar para que algum espírito lhe surgisse ou algum evento se iniciasse e o retirasse da prisão de esterilidade na qual fora lançado?
Resolveu que a primeira atitude a ser tomada era tão-somente continuar a caminhar na mesma direção, pois entendia que assim as suas chances de achar uma solução seriam bem maiores. Depois de um mês viajando pelo nada, o Buda começou a se perguntar se aquele deserto teria de fato um fim. Pareceu-lhe, entretanto, que talvez ainda fosse cedo para chegar a tal conclusão, pois sabia de desertos pelo mundo que eram gigantescos. De fato, dependendo do ponto de onde partira, é possível que só chegasse ao limiar daquele deserto ao cabo de alguns meses.
E assim se passou um ano inteiro, sem que o Buda avistasse qualquer coisa distinta naquela paisagem árida e vazia. Era mais que hora, portanto, de encarar a indesejável possibilidade. Sendo assim, ele se sentou na areia e começou a meditar. Meditou por mais um longuíssimo ano, até se sentir irreversivelmente enfastiado. Levantou-se e começou a espernear, a pular, a gritar, a rasgar as vestes e o cabelo. Quando finalmente notou que nada ainda ocorria, o Buda caiu em prantos e se jogou na areia. E quando as lágrimas secaram, ele começou a rogar aos espíritos que lhe surgissem e pusessem um fim à prova, que já julgava ter cumprido com êxito. Nenhum espírito, entretanto, apareceu. Nada ocorreu. Assim, ele concluiu que havia duas possibilidades: ou ainda não era a hora certa, de modo que ele deveria continuar a vaguear pelo deserto; ou a hora certa jamais chegaria, e o que lhe restava era apenas aceitar o fato.
O Buda então se encheu novamente de paz e voltou a caminhar para o Leste. Todavia, tão logo deu três passos, tropeçou numa pedra e bateu com a cabeça numa outra, vindo a falecer imediatamente.
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Hannah & Algodão [2] Embarque
Quando será que ela vai voltar? Bem, espero que pelo menos se divirta...
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Um bar
Não aquele bar em que, tímido procurei sentir a vida. Não aquele bar que a juventude apodrece com seu riso aflito. (Gourmet, hipster o caralho a quatro não!) Mas o bar sujo e agonizante, onde a vida repousa embriagada no calor de uma tarde de maio. Onde o trabalhador da construção civil fuma um cigarro languidamente e ao lado a puta da Guaicurus conversa animadamente com o carregador do Mercado Central. E ao fundo um Marmieládov de Pernambuco desmaiou na mesa de plástico depois de encher o rabo de 51. Sim. Este bar. Verdadeiro poço onde deságua o povo.
Belo Horizonte, 8 de maio de 2019.
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Hannah & Algodão [1] Pôr-do-sol
Ela precisa ver o pôr-do-sol e pensar sobre a vida. Por mais que pensar não a faça se sentir melhor...
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Um sentimento
Tenho buscado ardentemente nas tardes dos dias úteis na vida intensa que elas emanam mas também na calmaria dos jardins de flores e pássaros confusos e nas ruas vazias de pedra onde o passado descansa à sombra
Mas também, ardentemente e a cada segundo nos crepúsculos que se esvaem indolentes e nas madrugadas em que o mundo se cala um sentimento que só de quando em quando aparece
É que nem mesmo o barulho das crianças que saem correndo da escola contra tudo e contra todos contra a bomba atômica e a inflação é capaz de arrancá-lo do fundo das águas onde ele se encerra
Que terei eu que fazer para senti-lo novamente? Talvez apenas esperar. Quem sabe numa noite perdida bêbado e farto de tudo ele venha me visitar.
Belo Horizonte, 25 de abril de 2019.
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Vive L’Amour
Ilustração digital baseada em cartaz do filme Vive L’Amour (1994), de Tsai Ming-liang. A atriz representada é a talentosíssima Yang Kuei-mei.
Poster-based digital illustration from Tsai Ming-liang's Vive L'Amour (1994). The actress represented is a very talented Yang Kuei-mei.
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