Tumgik
cellaspcruz92 · 2 years
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oitavo dia de quarentena - último!
Acordei ontem esperançosa de que algo bom poderia vir a acontecer, mas claro, o medo fazia com que eu duvidasse de que de fato eu poderia não mais positivar de vírus, neste teste.
Esperei dar o horário, pelo menos, o mesmo que eu tinha feito o exame que positivou. Para completar os 8 dias certinhos. - superstição talvez
Fui lá, fiz o exame, e o incômodo do exame foi diferente de quando eu positivei. Dessa forma, acabei ficando mais esperançosa de que não fosse positivar. 
Às 15 horas fui ver se tinha saído o resultado e, graças a Deus e aos orixás, finalmente deu negativo.
Eu me senti livre. Mas, estranhamente, só em parte.
Helen estava com uns sintomas de meio que catarro preso e tosse, parecendo mais com sinusite/rinite. Eu achei perigoso simplesmente seguir meu coração e ir vê-la, pois, saudades né galere. Pensei sozinha, falei com ela sobre meu exame dando negativo o que ela achava, ela disse que não via problema da gente se ver, mas não fui clara sobre meu resultado E ela estar assim.
Dormi e a sensação de “não sei o que tô fazendo” me deixou na dúvida. Como eu ia fazer o teste e ter que falar com meu médico, eu esperei sair o resultado para falar.
Nesse meio tempo, enquanto pensava, falei sobre isso com uma das minhas melhores amigas e minha mãe, ambas falaram que não. Que nem pensar de se ver pq minha imunidade estava baixa e que, tudo bem que não fosse COVID o que Helen tem, mas poderia ser uma bactéria, um vírus e acabar me lascando.
Hoje soubemos que deu infecção bacteriana no exame dela e a médica dela disse que não via problema da gente se ver.
Ontem discutimos sobre algumas coisas da relação que precisam de ajustes, basicamente a nossa comunicação. Eu que tenho um jeito não tão assertivo de falar e ela que reage de forma reativa ao que eu falo.
Ela acabou se chateando comigo pq achou que eu estava fria com ela e o fato de eu ter conversado sobre não vê-la com todo mundo menos com ela fez com que ela achasse que eu não estava levando em consideração a decisão dela em uma coisa que iria impactar a ela.
Outra coisa também foi pq ela criou expectativa em me ver, também pq eu estava ansiosa para este momento. Acabou vestindo uma roupa para me ver, se arrumando, e estando também ansiosa.
Mesmo tendo ficado chateada que eu não avisei que estava indo fazer o exame e sobre o “esquece” que ela fez novamente e eu pontuei e, é claro, acabou virando algo imenso depois (problemas de comunicação), ela perguntou se era para ela passar aqui.
Eu senti por ela sobre isso. Pq eu criei uma expectativa sobre ela vir passar o isolamento comigo e isso só passou depois que eu entendi tudo, entendi que ela não viria.
Mas antes de perceber, eu comprei coisas no mercado que ela gostava, o sabonete que ela gostava, limpei a casa, preparei tudo achando que ela viria. E a frustração veio que veio. Ela não.
Enfim, estou aqui despejando as coisas para no fim concluir que não vale a pena brigas. Simplesmente NÃO VALE. Se valorizamos sentimentos ruins e não evitamos as brigas, elas viram uma imensa bola de neve e nós, meros acumuladores de mágoas. Isso não é saudável para nenhuma relação. NENHUMA.
Eu quero descobrir o ponto onde eu e ela conseguimos vencer essas barreiras, onde conseguimos superar tudo na conversa ou as vezes até sem nem conversar, apenas entendendo o lado da outra e deixando passar (sem guardar mágoa).
Depois disso tudo, ela não está legal comigo e já fazem quase 24 horas dessa situação. Eu tenho verdadeira aflição em ver outras pessoas desapontadas comigo, chateadas ou qualquer sentimento negativo. Para mim, é aflitivo ver isso de quem eu amo.
É o que ela acabou sentindo por mim agora. Fui até o trabalho dela, levei um bolo que eu havia feito e ela queria provar antes. Com um bilhete: “Para tornar seu dia melhor um pouquinho. Te amo.”.
Quando ela me viu não pareceu ficar feliz. Quando ela leu o bilhete não pareceu ficar feliz. Quando soube que era o bolo, a mesma coisa.
Quando cheguei em casa me dei conta: Eu sou a última pessoa que agora ela quer ver, ela quer afeto ou que queira conversar. Pelo menos, momentaneamente (eu espero).
Então decidir respeitar ela.. pq me pareceu a coisa mais certa a fazer agora. Comuniquei isso a ela. Ela agradeceu.
E aí eu percebi que ela não queria nada de mim, a não ser minha distância, o meu respeito.
Tô tentando deixar para lá, como sempre, mesmo que eu tenha ficado também ferida no processo (tudo isso, basicamente, começou pq eu não gostei do “esquece”) - em resumo. 
Torço para que tudo se ajeite.
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cellaspcruz92 · 2 years
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Sétimo dia de quarentena
Ontem foi um dia atípico em meio a tantos outros dias de quarentena. Finalmente eu pude introspectar (se é que existe essa palavra). Eu fiquei muito tempo sozinha e não foi algo que me incomodou nenhum pouco.
Desde que começou isso tudo, meu maior medo era justamente estabelecer esse vínculo com a solidão. E como isso foi difícil: negar o fato de que eu estava realmente sozinha. Eu percebi que, por medo, não me permiti viver este momento e ontem eu vivi. Fiquei quietinha. Vi série, cozinhei.
O que eu quero também frisar é que foi o primeiro dia que passei tantas horas - comum em dias úteis - sem falar com minha namorada. Percebi que ela precisava deste afastamento e eu também. Ela por se sentir cobrada em vários momentos e eu para trabalhar minha carência.
Liguei para uma amiga minha da época do 3 ano e conversamos por uma hora e pouquinha. Depois disso, fiquei mais distante do celular. Tentei me desligar disso que eu não gosto.
Vi série, li livro, toquei violão, estudei excel... basicamente, me dediquei a mim e sem esperar nada de ninguém (o que, honestamente, deveria/deverá ser um hábito).
Não podemos esperar nada de ninguém mesmo. Nascemos sozinhos e vamos morrer exatamente assim.
Quando eu não espero nada de ninguém e abraço os meus medos, basicamente, é quando eu sou feliz de verdade. Ontem foi este dia.
No fim do dia, eu tive sessão com a psicóloga e eu vou dizer: todos deveriam se dedicar a isso. É um espaço de acolhimento, mesmo que você pagando por ele, é como se fosse um respiro. A ajuda de um profissional é algo que traz um nível de consciência interpessoal e pessoal que só uma sessão com a psicóloga proporciona.
Ela conduz, ouvindo e acolhendo minhas vivências, uns insights importantes para mim. Como por exemplo perceber que não preciso aceitar menos do que eu mereço por medo de estar sozinha ou porque, basicamente, todos nós temos problemas.
O que muda realmente a chave é você perceber se está com a pessoa porque você gosta da pessoa e porque ela te trata bem. De modo geral, eu acredito que viver seja sempre estar em observação quanto às satisfações pessoais sobre as coisas que nos acontecem.
Observar, entender, absorver, interpretar.
Mas também não vou resolver tudo para ontem. É construção. Requer tempo e dedicação. Seguimos.
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cellaspcruz92 · 2 years
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Sexto dia de COVID
Ontem foi um dia comum.
Basicamente ocupando o tempo. Tentando ficar de boa.
Mais uma vez Helen tocou no assunto da minha carência, que é basicamente causada pela super proteção de minha mãe + abandono paterno.
Ela ter tocado para falar de uma situação banal, no meio de todo isolamento q estou vivendo, me deixou muito triste e chateada.
Eu sei q para ela deve ser difícil também, não ter contato com a namorada dela. Mas tocar em assuntos delicados comigo agora não seria legal. Como não foi.
Deixei claro q ela não iria morrer se deixasse pra falar comigo depois do meu resultado negativo, daqui há alguns dias.
Fico chateada quando ela não cuida de mim.
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cellaspcruz92 · 2 years
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Quinto dia de COVID
Foi ontem. Fui ao médico pela primeira vez depois de positivar. Ele auscultou meu pulmão e disse q tava limpo (graças a Deus).
Mudou meu xarope, pq minha tosse não tava com produção, tirou um remédio e acrescentou um antibiótico.
Ontem, além de ir no médico, aproveitei e fui na igreja do Bonfim, já que estava fora de casa. Isso me deu uma revigorada imensa.
Depois combinei com Helen dela passar aqui. Ficamos distante mas só de vê-la me deu vontade de chorar. Eu sinto muita falta dela… de ficar abraçada, de beijar, de ver filme com mão dada ou abraçada. Essas simples coisas que o vírus me tirou.
Ontem ela me perguntou: o que você perdeu com o vírus? Por alguns minutos eu só fiz chorar. Eu perdi tudo q me dá esperança: o afeto.
Não tem jeito, eu sou uma pessoa viceral. Não gosto de ligações, ligações de vídeo. Eu tô tendo que engolir a seco isso pq é o único recurso q eu tenho de fato.
Sei que não tô nos melhores momentos, não tô sendo uma pessoa legal, tô ranzinza. Ontem pedi desculpas a Helen e reconheci q não deve estar sendo fácil pra ela.
Ontem tb ela testou novamente e deu negativo. Eu fiquei muito feliz por isso. Foi como se fosse meu sabe? Ela não ter pego é um verdadeiro milagre pq a gente se viu um dia antes de positivar.
Ontem me dediquei a ser uma namorada melhor e deu certo. Pedimos pastel, ambas em suas casas, e vimos série juntas até eu começar a cochilar.
Meu sonho não foi legal, sonhei com perseguição. Eu acordo aflita e com medo. Mas não vou deixar esse sentimento me dominar.
Menos um dia. Faltam 2.
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cellaspcruz92 · 2 years
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Quarto dia da segunda COVID
Esperei passar o dia pra escrever aqui.
Hoje, sem dúvidas, foi melhor que ontem. Foi a primeira vez q não chorei por 24 horas. Isso é fantástico.
Desde que aprendi a olhar pra dor, ela, estranhamente, não me dói mais. Eu sei q ela tá ali e que eu posso acessá-la, se quiser, mas hoje eu me permitir não acessar.
Eu fiquei esperançosa, vivi tranquila, como se fosse um FDS normal pra mim. Quando pisquei, acabou.
Sobre minha namorada vir, já desisti. Entendi que provavelmente deve ser mesmo demais pra ela estar aqui por muitos dias e “presa”, já q não poderia sair e voltar para não colocar a vida de outras pessoas em risco.
Desde ontem de noite estou tentando fazer coisas que eu me sinta não presa. Permiti que minha mãe entregasse coisas pra mim na porta (o que ela exagerou pq ela veio 3 vezes em um dia, mas é o jeito dela), terminei uma série com Helen pela Netflix, hoje continue This is Us com ela na linha, o q foi melhor q ontem…
Assim vamos aprimorando. Entendi q vai doer. Mas tb entendi q posso fazer com que não doe tanto.❤️
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cellaspcruz92 · 2 years
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Segundo ou terceiro dia da segunda COVID de 2022
Bom, isso aqui vai ficar intenso.
Eu super estimei a COVID e o seu isolamento. Eu nunca imaginei que pudesse ser tão, mas TÃO difícil manter o isolamento. Estar só, em uma casa só.
Entendi que, para mim, bate diferente por conta do abandono paterno - ainda hoje reclamei com minha psicóloga sobre, pq eu acho que dou valor demais à um homem que não merece nem minha lágrima e nem minha alegria, apenas minha indiferença. 
Essa sombra da rejeição, do abandono, eu já entendi que irá permanecer por toda uma vida em mim. Eu resolvi que não irei mais negar isso, pelo meu bem mental. É fácil? não mesmo, mas é necessário.
Se eu não olhar para isso, nos meus 30 anos, que horas eu vou olhar? Eu mereço também ser feliz, não é justo comigo não aprender a lidar com isso. A viver “apesar de”.
Quando digo isso, não quer dizer que eu não precise de apoio. Eu acho que todo mundo precisa de apoio no final das contas; eu preciso para lidar melhor com isso. Não quer dizer que eu terceirize minha responsabilidade, mas quer dizer que é um processo difícil. E que todos temos problemas. E que é legal poder contar com alguém durante esse processo de resgate.
Imagine você, crescer sem um pai a vida toda. Uma psicóloga uma vez me disse que a figura paterna é a que ensina a gente a executar, a lidar com a vida. Imagine se desenvolver com essa fragilidade?
E apesar de, cá estou eu. Trabalhando, morando sozinha. É uma conquista e tanto, caso não pareça para quem me lê (se é que alguém irá rs).
E então, a COVID. Cá estou, isolada. A minha namorada provavelmente não irá bancar se isolar comigo, pq ela tem as questões dela quanto a envolvimentos, aprofundamentos. 
É meio frustrante, pq criei expectativa que ela viesse. Mas escolhi agora não esperar mais que isso aconteça. Irá me ajudar a lidar melhor com a solidão desse processo doentio. Literalmente, pq eu to doente. Da COVID e dessa bosta de abandono paterno.
Explanada as coisas, acredito que expor elas irá me trazer certa sanidade que até a pouco pareceria impossível, antes de escrever aqui.
Vou tentar manter essa rotina.
Espero que alguém leia e seja legal comigo (L)
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cellaspcruz92 · 2 years
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Resumo sintético
Desde a última vez que estive aqui, tanta coisa mudou que agora eu não teria capacidade de contar tudo.
Segue tópicos:
- A pessoa que estava na época que me motivou a fazer o tumblr até hoje me mantém bloqueada pq minha mãe teve a idéia de explanar meu namoro pra a avó dela (ela não era assumida);
- Já namorei trocentas pessoas depois (já fui até casada por um ano - vivência pandêmica e sustentação pra sair de casa);
- Descobri que sou Bi (pq ainda me interesso por homens, apesar de menos frequentes). Ainda hoje tem gente que duvide que eu sou BI, mas eu também entendi que não preciso dar conta da minha vida à ninguém a não ser a mim mesma, que já é grande coisa;
- Entendi e permiti que minha criança aparecesse e tento até hoje a acolhê-la (por causa disso botei uma foto dela, atrás de mim, pq hoje quem “comanda” é a Marcella adulta - licença poética);
- Tento entender hoje a dor de um abandono paterno (antes negava absurdamente, não me permitia sentir) - mesmo que eu ainda hoje não lide tão bem quanto eu gostaria (cobrançassss);
- Estou morando sozinha (PASMEM, isso tava tão fora de cogitação que só pelo fato de eu estar tentando - eu ainda digo isso mesmo depois de meses - já é um grandessíssimo milagre);
- Tento permitir que outras pessoas cuidem de mim também e também tento permitir que eu cuide de mim mesma (é difícil, acredite - coisas da cuidadora que habita em mim).
Vou usar aqui como um espaço para ser a escritora que um dia, talvez, eu venha a ser - apesar de eu nunca ter se quer tirado um 10 em redação na vida rs.
Não deixem de acreditar em vocês mesmas. Apesar de tudo.
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cellaspcruz92 · 12 years
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cellaspcruz92 · 12 years
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cellaspcruz92 · 12 years
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cellaspcruz92 · 12 years
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Sara Sampaio
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cellaspcruz92 · 12 years
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cellaspcruz92 · 12 years
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cellaspcruz92 · 12 years
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cellaspcruz92 · 12 years
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Barbara Palvin
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