cartaspramim
Lucas Henrique Barbosa
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cartaspramim · 5 months ago
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23 de junho de 2023
Que clima terrível na minha família, um clima tenebroso. É como se fossemos todos desconhecidos, um odiando o outro. Nada é sólido o suficiente. No meio de tudo isso, há o meu irmão, que é puro como um anjo e que não odeia ninguém. Ele é, sem dúvida, uma pedra preciosa. Todo o resto é como carvão em brasa. Até a minha avó, com quem tenho um profundo laço espiritual, me desperta desconforto por vezes. Confesso que às vezes pensei em me matar. É tudo um desastre. Discutimos também, e por muitas vezes há choro. Eu apenas sinto raiva. Se eu chorasse, não seria um homem com um coração de pedra como sou. ��s vezes sinto que só a dor é capaz de enrijecer as pessoas, e que todas as pessoas devem se enrijecer. Não sei, não parece uma coisa terrível de se pensar? Precisamos ser mais duros, mais fortes. Minha família também precisa.
O gato morreu há algumas semanas. Sinto falta dele ao menos, mas nada tão profundo. É um ano terrível até agora. Deus me ajude.
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cartaspramim · 1 year ago
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6 de setembro
Faz tempo que não escrevo algo. Desde a última vez, tudo demorou com relação à minha família. A situação está tão desanimadora, que às vezes sinto a necessidade de pensar em desistir de tudo, mas quem nunca pensou nisso uma vez sequer? Nem mesmo a minha irmã manteve a lealdade para com a minha avó, e isso me deixa numa profunda tristeza. Peço a Deus que, quanto à isso, tudo melhore..
Hoje foi o meu primeiro dia na nova academia, e gostei tanto que não posso esperar para voltar lá. O ambiente é incrível, e fica muito perto de um parque bem arborizado. Me culpo bastante por não experimentar coisas novas, hoje mesmo relutei em ir, e pensei em desistir. Se assim o fizesse, que coisa maravilhosa eu teria perdido. Isso me faz pensar na minha própria vida.
Tenho certeza que Arthur Coutinho não gosta de mim, na verdade, tenho a impressão de que muita gente da minha sala não gosta. Não sei o porquê, há alguns olharem amigos, mas geralmente é algo tenso. Talvez seja pelo fato de eu nunca dar boa noite a ninguém, e de ser muito calado. Acho que estou supervalorando demais isso ultimamente, na verdade, isso deveria ser insignificante.
Yasmim e Ieda têm sido a minha distração na maior parte do tempo, com Ieda há um flerte muito interessante, já com Yasmim é uma amizade tão preciosa que me sinto agradecido por ela ter me adotado neste curso enfadonho. Levei Lívia pra almoçar na última semana e comemos uma pizza sem graça, foi agradável
O gato está muito grande, num tamanho em que se pode dizer tranquilamente que é um gato adulto. Demos mais liberdade à ele, dessa vez para ficar no terraço, e ele realmente se põe lá por uma ou duas horas, e não cogita fugir em nenhum momento. Isso me deixa curioso, pois o antigo não podia ver uma brecha que tomava a ir embora. Os gatos são criaturas fantásticas.
Comprei um celular, um bom relógio e outras coisas também. Financeiramente, estou feliz. É bom poder dar dinheiro à alguém que amo, sem a necessidade de ter de emprestar, é bom poder dar presentes e outras coisas mais. Porém, preciso de disciplina financeira, mas considerando o histórico da minha família, nosso genes nos impedem.
Tenho cada vez mais dado valor à uma existência anônima e tranquila, embora muitas vezes tenha devaneios de grandeza e todas as coisas ridículas e bobas. Creio que isso se acentuará ainda mais quando eu tiver filhos, pois aí qualquer ambição pessoal desaparecerá, e disso tenho certeza. Não sei, a humildade é uma grande virtude, e por ser grande, é muito rara.
O contrário das virtudes são os vícios, e quanto aos vícios, preciso melhorar em muita coisa. Sou compulsivo em muitas situações, penso muito no imediato e pouco a longo prazo. Estando na academia, espero ter mais distrações, e que ela se torne o único vício de fato. Estou gordo demais, engordei bastante nos últimos meses, mas antes do verão estarei no patamar de antes.
O fato mais importante deste ano sem dúvidas foi o transplante de córnea. O fiz em 14 de julho e ocorreu tudo certo, embora o pós operatório seja horroroso, e eu o tenha quase arruinado por muitas vezes. Ao menos com a cirurgia percebi um grande carinho da minha família comigo, uma cooperação gigante que eu jamais esquecerei. A própria cirurgia ocorreu no dia do aniversário da minha irmã, que ela passou inteiramente sentada na recepção de um hospital, literalmente o dia inteiro. Embora eu esteja com raiva dela no momento, lembro disso.
Sinto pena da minha avó, tanta pena! Só Deus sabe, aliás, sinto que só eu e Deus compreendemos a missão dela neste mundo, e do seu destino. Digo isso com lágrimas nos olhos nesse exato momento. Ela sofre tanto, é tanto humilhada por seus parentes, tão enganada! Mas sua recompensa será grandiosa, e disso eu tenho certeza. Minha maior felicidade no momento é ter condições de dar meu cartão para que ela compre o que ela quer, sem cobrar dela absolutamente nada. Que Deus me ajude a ajudá-la cada vez mais.
Essas pequenas coisas me deixam arrasado. É óbvio que eu não choro jamais, de tristeza não, é raríssimo! Mas ainda assim sinto uma tristeza imensa. Não há nada que me console nesses momentos, e preciso ter cuidado para não magoar ninguém próximo. Há um tempo fiz isso com Yasmim, e só piorei.
Minha aula acabou de terminar, como não tenho interesse nela, escrevi isso durante todo o percurso. Não sei quando escreverei novamente, mas tenho a impressão de que será num momento melhor.
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cartaspramim · 2 years ago
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Sábado, 15 de abril
Faz tempo que não escrevo, e, diferente das últimas vezes, não torno a escrever porque estou triste. Na verdade, não sinto nada, embora isto também seja um problema. Há alguns dias, tive ansiedade por motivos que não prefiro expor e, sinceramente, quero esquecer, mas na maior parte do tempo tenho permanecido neutro, e não sei o quanto isso pode ser bom ou ruim.
Meu aniversário é em 11 dias, não sei o que esperar. Nunca fui adepto de festas e dispenso qualquer possibilidade de comemoração, mas sinto falta de muita coisa. 20 anos é uma data importante, que marca a transição para uma terceira década. Só de imaginar que estou mais perto dos 30 anos do que dos 10, é um sinal de que as coisas passam rápido demais, e de que a vida é tão curta.
A finitude da vida é algo que me atormenta. Os anos estão passando rápido. Às vezes, gostaria de ser eterno. É claro que parto da pressuposição de que a vida é finita e não existe nada depois. Gostaria de ler tudo o quanto fosse possível, aprender as artes e as ciências. Gostaria de ser ensinado e também de ensinar.
Ultimamente tenho nutrido casa vez mais o apreço pela docência, e ser professor de direito é talvez o meu mais importante sonho na atualidade. Curiosamente, para a numerologia cabalística esse é o aspecto que eu devo priorizar nessa vida: o de ensinar, pois todos os outros já foram preenchidos, embora eu não me sinta nem um pouco evoluído. De maneira mais surpreendente, o número da minha vida é o 8, que é o número da justiça. Eu escolho acreditar.
Quanto aos relacionamentos, devo dizer que cansei de Lívia, e não estou mais me esforçando em nada. Tenho ficado muito próximo de Yasmim, e conversamos literalmente o dia inteiro quando não estamos juntos. Gosto da responsabilidade dela, é alguém com um futuro muito encaminhado e já está no mestrado, talvez fosse uma parceria que desse certo, embora parte de mim me diga que eu não devo priorizar esse objetivismo de procurar alguém para criar algo juntos, e somente me deixar apaixonar. Na verdade, também não sinto nada quanto a ela nesse aspecto, nem ciúmes nem nada. Talvez deva parar de parecer tão interessado.
Minha segunda cirurgia está chegando finalmente e estou ansioso. Por muita sorte, ela não ocorrerá nesse período, de modo que propositalmente relaxarei o número de cadeiras do próximo para melhor me habituar. Esse período tem sido o mais puxado de todos, mas nem acredito que já estou no quarto período do curso, indo para a metade. Tudo tem sido tão rápido, e estou nervoso quanto ao futuro. Chico Barros é um homem sui generis, e que muito me deixa curioso. É um professor dos mais rígidos que já tive, ao mesmo tempo em que é o que mais me ensinou em direito. Paul Weberbauer é uma criança de 40 anos, e, sinceramente, é um dos homens mais engraçados que eu já vi. Se um dia for professor, não sei qual seria a minha personalidade.
Minha família anda bem, como deve ser. Talvez, seja a única coisa que tenho certeza que nunca muda. Tudo tem estado bem, e as brigas são poucas. O namorado da minha irmã passou em engenharia na faculdade, é, sem dúvidas, um feito a ser considerado, mas espero que ela não se deixe levar pelo comodismo e busque cursos mais relevantes. Gostaria muito de vê-la na FDR, e, se possível, até dar aula pra ela quando pegar monitoria.
O gato fará um ano este mês, e não sei o dia. Talvez, tenhamos nascido no mesmo 26 de abril, com uma diferença de 19 anos. Foi predestinado, sem dúvidas. Não sei o que pensar ultimamente, talvez me ocupar o máximo possível com a universidade seja o caminho. Preciso construir uma carreira que começa pela vida acadêmica, que deve ser preenchida. Yasmim tem me motivado muito nisso, e já estou pensando no projeto de mestrado. Tenho desenvolvido muito interesse pelo social, especialmente por direito constitucional e temas relacionados à moradia. Talvez seja esta razão da minha vida, ou talvez não. Tenho lido muita coisa, e espero que no recesso tenha mais oportunidades de lazer.
Vovó fez 74 anos em 26 de março, e fui o primeiro a lembrar, o que a deixou frustrada. Mal posso esperar para ter mais dinheiro, e já sei exatamente o primeiro bom presente que darei a ela. Espero que Deus me ajude nisso, ele tem sido paciente comigo.
É madrugada agora, preciso estudar. Fazia tempo que não escrevia nada, e, quanto à poesia, realmente devo ter perdido qualquer habilidade. Curiosamente, tenho tido muito prazer em escrever pareceres jurídicos, e isso é irônico pois, quando apresento o que escrevo aos meus amigos de fora do direito, eles não entendem nada. Eu, por sua vez, acho lindo, talvez seria um bom doutrinador. Doutrinar é poesia também. Caros leitores e eu de um futuro próximo, tudo flui.
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cartaspramim · 2 years ago
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Comentários sobre o Recife
O centro do Recife à noite é um lugar sui generis, alheio ao mundo e único nele. Não transmite nada: nem o que é mal, nem o que é bem. É como se toda a cidade - aqui entendida como pessoas - fosse embora antes do anoitecer e tudo ficasse vazio, esperando a manada humana irremediavelmente só retornar novamente no dia seguinte. Os poucos que transpassam as vielas - algumas limpas e outras não - parecem estar sempre de passagem. No recife à noite, ninguém parece querer ficar em lugar nenhum. Lembro do bar da Rua Princesa Isabel, aquele último depois de todos os outros. O bar vazio de um único bêbado solitário, que gosta de beber sozinho. Aquele bêbado é o único em toda a cidade que parece querer ficar — alguém que não está de passagem...
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cartaspramim · 2 years ago
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10 de janeiro de 2023
O Annus Horribilis
O ano de 2022 não será um período que guardarei com grande prazer e relevância na minha mente. Posso dizer tranquilamente que foi um período onde muita coisa mudou e ao mesmo tempo nada em mim mudou. Também foi um ano na qual senti sobre mim os maiores choques da minha vida, seja pela saúde que piorou bastante ou pelo emocional, algo que falei pouco aqui, e, pessoalmente, guardei em silêncio dos outros. Nas palavras de uma grande mulher, esse período pode ser chamado de meu annus horribilis, e eu concordo perfeitamente com isso.
Não escrevi nada desde a última vez que apareci aqui. Não guardo mais o prazer da escrita. Não escrevo sobre os sentimentos em lugar nenhum, muito menos escrevo ou leio poesia. Tenho nutrido uma espécie de personalidade absorta ultimamente, e pareço desligado de boa parte da realidade a minha volta. Nada me atrai o suficiente, sinto pouco entusiasmo.
O último ano me trouxe algumas coisas e me tirou outras. Lívia foi, sem dúvidas, o maior presente. E este tipo de coisa me faz pensar muito sobre o destino, e sobre como a maioria das pessoas é interessante quando as conhecemos realmente, estou com saudade dela e espero ansiosamente o fim das férias. Suspeito que eu esteja gostando dela, mas tento me manter com os pés no chão.
Lorena foi um fato indigesto, mas estou bem comigo mesmo e volta e meia a observo. Melissa foi uma situação curiosa, e não perco mais tempo pensando sobre. Pensando bem, talvez este tenha sido o ano em que fiz mais amizades, entretanto, nada tira da minha cabeça que foi um ano de grandes sofrimentos.
Do ponto de vista dos fatos externos, o mundo parece cada vez mais caminhar para o colapso. Tenho medo de por uma criança no mundo, embora seja um sonho ter filhos. A pandemia deu um tempo, mas a guerra nos mostrou que sempre estamos a beira de um perigo global. Estou preocupado. O país está dividido, e os fatos de 8 de janeiro em Brasília me chocaram muito. Temo pelo que há de vir.
Não sei o que vim escrever aqui. Certamente não queria deixar os comentários sobre o último ano passarem batidos. Estou cansado caros leitores, me sinto num caminho para um lento desastre, sem que possa desistir de tudo.
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cartaspramim · 2 years ago
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Quinta, 15 de dezembro
Faz um tempo que não escrevo. A verdade é que não tenho tido inspiração alguma, e digo inspiração até mesmo para narrar aquilo que me aconteceu (talvez porque nada nunca acontece comigo). Não sei quanto tempo durará isto, mas suspeito que estou num estado de depressão. De qualquer modo, sempre foi assim e isto precisa ser considerado.
Passo por uma situação estressante no momento, sou pressionado a falar com a mãe do meu pai, e há relatos de que ela chora pelo fato de eu ser o único neto que não a liga nunca. A questão é que sou assim com todos, e, sinceramente, até com a minha mãe. Me sinto confortável sozinho, e me ísolo de todos. Não sei se é isto sintoma de algo, mas a verdade dura é que não tenho nenhum interesse em manter contato com boa parte da minha familia. Penso que a relação entre eu e eles melhorará bastante quando eu morar sozinho, mas, até lá, sigo com alguns problemas. Verei a minha avó nas férias, e preciso pensar em alguma desculpa para justificar o fato de eu não ligar nunca. Dizer, talvez, que este seja o meu jeito é genérico demais. Estou cansado, sinceramente.
Não sei qual o meu propósito neste mundo, e peço a Deus forças para que o encontre e esteja seguro. Tenho me aproximado bastante da ideia de Deus este ano, mas continuo distante. Me considero uma pessoa rude, e isto também tem sido um problema com a minha família. Pareço ter certo prazer nisso, e me coloco com frequência em crises existenciais. Estou com muitas dúvidas, espero que o tempo me dê respostas. Tenho visto muitas coisas, e sentido também.
Falei com L mês passado, ela parecia estar mal e isto ainda me deixa aflito as vezes. De qualquer modo, não é do interesse dela falar comigo e eu respeitarei essa decisão. Confesso que sinto saudades, mas penso nela pouco atualmente. Tenho me aproximado muito de Lívia, mas não sei o que fazer. Ela gosta de mim e eu dela, mas não sei. Isto não vai pra frente, em parte porque sou muito inseguro. Faz dois meses que não nos vemos, mas a verei na quinta-feira pela manhã. Espero beijá-la ao menos.
Estou ficando para trás na universidade. A minha saúde me atrapalha em tudo. Vou as aulas para não levar falta, e nem em casa estudo. Não sei como consegui passar em todas as cadeiras obrigatórias. Lívia diz que é porque sou muito inteligente e não preciso estudar, eu penso que foi sorte. Eu poderia dormir por horas, dormir o dia inteiro e o outro que se segue. Talvez isto também seja sinal de depressão. Sinto falta de Kaique e da escola, ao menos lá eu conseguia passar horas seguidas sem pensar em problemas, apenas rindo e falando bobagens.
Eu sinto tanta raiva da minha irmã ast vezes, não sei. Do meu irmão nunca, e eu o amo profundamente. Pensava que com ele era um afeto que passaria com o tempo, pensava que era um afeto que só existia porque era um bebê e eu adoro bebês. Mas é um carinho profundo e avassalador, apesar de eu não demonstrar nunca. Me preocupo com ele. Tenho sido rude com vovó, e sei que estas coisas me machucarão muito quando ela se for, passamos o dia juntos hoje, e noto que ela tem estado cada vez mais frágil, embora saia para todos os lugares e vá a igreja praticamente todos os dias. Vi a algum tempo que os espíritas acreditam que quando morremos alguém que nos ama vem nos buscar, a minha tataravô teve visões com a sua filha, que havia morrido de câncer anos antes, e penso em quem viria me buscar caso eu morresse. Talvez o meu pai, mas queria que fosse a minha avó. Tenho desses pensamentos mórbidos as vezes, queria morrer velho, mas não ligo para isso desde que cumpra o meu propósito, seja qual for.
A copa do mundo me deixou arrasado, e prometi a mim mesmo que não assistirei mais nenhum jogo da Seleção Brasileira até que ela chegue numa final de copa do mundo. Não sei se conseguirei cumprir, porquê gosto de futebol, mas me entristeci bastante com a derrota. Espero voltar aqui em 2026 para dizer que saímos campeões.
Nesse tempo em que estive ausente, não lembro de algo muito grande que tenha acontecido. Ninguém importante morreu, mas espero não ter esquecido nada e nenhum sentimento. Tenho jogado Ágar.io, e e viciante e ao mesmo tempo estressante. Fiz uma cirurgia de implante de um anel no olho esquerdo, e minha visão piorou um pouco, mas fazem apenas dois dias e espero melhorar.
Penso bastante em trancar o curso por um tempo, mas seguirei firme apesar de todos os problemas. Peço a Deus que me ajude e me dê forças, apenas isto. Meu primo me seguiu no Instagram depois de muito tempo, fico frustrado que nos distanciamos por anos, espero recuperar muito da amizade de infância. Não sei quando escreverei novamente, estou meio triste hoje e talvez isto tenha contribuído.
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cartaspramim · 2 years ago
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Amo pouco, digo que amo menos ainda. Fiz quase nada. Sinto falta de muita coisa e muita gente. Cativei algumas pessoas, outras me amaldiçoam. Sou anônimo como deve ser aquele que não possui carisma algum. Gosto, assim, de me comparar com aquele bichano, já velho (quatorze anos). Passou batido na vida e morreu atropelado por um caminhão.
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cartaspramim · 2 years ago
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Sábado, 10 de setembro
Foi uma semana comum, e ao mesmo tempo Histórica. Comum porque não fiz nada de novo: não me aventurei para além dos limites do conforto seguro, e histórica, porque perdemos uma grande mulher, sobre a qual falarei mais tarde. A vida tem sido tranquila neste ponto, e não tenho sofrido por nada e nem ninguém. Sinto saudades de L as vezes, e nem isso subsiste em mim. Tenho tentado criar menos expectativas com Lívia, porque não é a hora de nada. Os tempos precisam andar.
Tive provas essa semana, e deixei para estudar todo o conteúdo de meio semestre um dia antes de cada uma. Eu preciso focar nos estudos, e não posso colocar a culpa disto no meu pouco amor pela carreira jurídica. É preciso esforço, e não procuro fazê-lo. Estou desapontado com isso, porque estou perdendo tempo no vício que tenho em redes sociais e banalidades. A minha incapacidade de prestar atenção em coisas também me frustra, não consigo focar em nada que não me sinta verdadeiramente interessado. Será isso um TDAH? Não gosto de me autodiagnosticar, mas preciso de ajuda.
Vi Melissa pela segunda vez saindo da minha eletiva, quis o destino que, nas duas vezes em que eu estivesse acabando de chegar na FDR ela estivesse saindo - exatamente no mesmo momento, caros leitores, isto precisa ser considerado. Ela não olhou para mim, mas assim que levantei o olhar do celular e vi que ela estava na minha frente, senti um ar de riso dela por debaixo da máscara, um riso que se traduzia num constrangimento. Não sei ao certo o motivo de ela ter parado de falar comigo, mas não sinto saudades mais, nem vontade de perguntar.
Me preocupo com tantas coisas inúteis, com as horas que precisam estar em números pares para que eu faça alguma coisa, com a quantidade de colheres de arroz no prato, no tipo de prato, na quantidade de faltas na universidade, na cadeira em que sento na sala e no ônibus, se devo dar boa noite ou não às pessoas. Tudo isso me atormenta, me custa tempo e capacidade de pensamento. As vezes, penso em me matar, porém descubro nessas horas que possuo um imenso temor à Deus, mesmo que diariamente o negue e o esqueça. Não me matarei caros leitores, mas sinto vontade.
Não falarei sobre a minha família, porque a família é a única coisa constante na minha vida, e não me lembro de nenhuma mudança profunda nela ao longo dos anos. Continuamos sobrevivendo, com brigas, sorrisos e um amor disfarçado de broncas. Ri hoje com a minha avó, falamos sobre a morte da rainha Elizabeth, e sobre como os ricos demoram para serem velados, enquanto nós, meros mortais, precisamos ser enterrados já um dia depois para evitar o mau-cheiro. Esse tipo de coisa é engraçada, porque não existe nenhuma diferença real entre as pessoas, senão a idealização que temos de cada um.
Tenho tido pouco contato com amigos, sinto falta disso. Por outro lado, gosto de ser sozinho, gosto mesmo, e me isolo por prazer. Tenho tido uma aversão aos alunos da universidade, um distanciamento desde que um representante da minha sala disse que eu era chato, acho que isso despertou certas inseguranças, e eu continuo bastante isolado.
Quero mudar logo, e não estou fazendo nada para mudar. Preciso cuidar da minha saúde logo, resolver logo o problema do olho, e assim começar a trabalhar, ganhar meu dinheiro e finalmente buscar algum relacionamento. A minha preocupação com dinheiro é algo que deixa Beatriz puta, porém sou daqueles que não aceita que paguem nem um sorvete de gelo e corante de graça, imaginam namorar com pouco dinheiro.
Minha alma está perdida no mundo, quero transcender, somos tão pequenos. Todas as preocupações ridículas, inclusive estas minhas ditas um parágrafo antes. Eu sou ridículo e incoerente, sim! Mas e quem não é?! Percebo que todos os meus amores até hoje também foram ridículos, reconheço agora como todos eles tem sido infantis, até com L, apesar da mágoa que ainda guardo. Me pergunto se amei verdadeiramente alguém, se o amor é isso, ou o amor só se constrói a partir da convivência física, da experiência de amar em conjunto, não sei.
Há dois dias, na tarde de quinta-feira, o mundo se abalou com uma notícia inesperada, e, ao mesmo tempo, muito esperada. A morte de Elizabeth II, aos 96 anos, me entristeceu bastante, pois, ao contrário do que digo publicamente, sempre fui fã das monarquias. Nestes momentos, eu confesso que sinto tristeza e também alegria, me senti triste pela perda de uma grande mulher, e me sinto alegre por presenciar isso. Seria uma maldade terrível gostar de testemunhar momentos históricos? Passando por eles, percebo que não são grande coisa, mas, no futuro, muitos olharão para trás e entenderão melhor do que eu a magnitude desses eventos.
Não presenciei, como a minha bisavó, o início da Segunda Era Elizabetana, mas junto com ela presenciei o fim de um dos reinados mais importantes da história. Parece ironia que nós, brasileiros, nos importamos com isso, mas eu me importo. Elizabeth II, com todas as críticas que devem ser feitas à sua frieza e devoção aos protocolos, foi inegavelmente uma mulher com um senso de dever extremo, que jamais cessou em 70 anos de reinado. É inimaginável para mim a dificuldade de se manter constante por tanto tempo, e se tornar tão importante, que a sua própria história se confunda com a instituição da monarquia. É tão difícil para o mundo, que custaremos a aceitar Charles como novo rei, mas imagino que isso aconteceria com qualquer outro que se sentasse no trono depois Dela.
Elizabeth, a Grande. É o apelido mais adequado para descrever esta mulher tão simples e modesta, sem nenhuma habilidade genial e extraordinária, senão a sua própria constância. Os novos tempos da monarquia britânica são incertos, mas o legado de Elizabeth Regina já é histórico. Gostaria de viver como ela, e, se as almas existem, tenho certeza de que a dela possui um espirito tão evoluído como poucos. Se Deus existir, que ela tenha encontrado também o pai que tanto amava, depois de 70 anos de separação. Como todo homem e mulher temente à Deus, ela partiu serenamente da vida para a história, depois de viver uma vida histórica. Quando chegar aos portões do céu, que estes se abram para ela, e que os anjos toquem cânticos em sua homenagem.
Caros leitores, estes momentos são incríveis e raros, e precisam ser refletidos com cautela. As eras da história se iniciam e são sucedidas por outras eras, com rupturas e ligações, com criações e destruições. Que as novas eras sejam gentis para com os homens. E que eu tenha um pouco mais de fé e devoção à Deus como gostaria de ter. Estou cansado, são 22h de sábado, vamos com calma.
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Com carinho, Lucas Henrique Barbosa.
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cartaspramim · 2 years ago
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Segunda, 30 de Agosto
O plano era escrever sempre aos sábados, crônicas sabáticas (ou aabaticias? esse tipo de coisa precisa ser pensada), mas penso que não consigo planejar meus sentimentos e pensamentos, sábado estava tranquilo, e, numa madrugada de segunda, extremamente cansado, penso que é a hora de desabafar um pouco, porque se faz necessário. Evacuar a alma de vez em quando, para não carregar consigo coisa inútil, sobretudo dejetos.
Vamos começar, caros leitores, sobre os sentimentos. Sei que os entediaria com a ausência de emoções melhores, mas a raiva é a mesma, e não é uma raiva de alguém específico: é uma raiva geral, que me frustra e me torna violento. Não sei se essa raiva nasceu de alguém e se espalhou por mim, mas ela existe, e me faz questionar se sou uma boa pessoa. Eu me conheço pouco, e sei que sou honesto, e sei que sou capaz de dar a vida por quem amo, entretanto, é isto o suficiente? As virtudes me assustam, sempre que penso não tê-las o suficiente. Preciso trabalhar a questão da raiva, do ódio, do rancor. Nunca superarei nada enquanto isto estiver presente na substância da alma, como mudar sem limpar a casa antes?
Estou com medo, porque não consigo ir além com Lívia. Não é uma questão de amá-la, porquê nos conhecemos há pouco tempo, mas é um medo devido ao fato de que, se me apaixonar novamente, a perderei como perdi todas as outras. Eu não tenho coragem alguma, e a minha autoestima é pouca, de modo que não arrisco em nada, apesar de que até as amigas dela darem a entender que há um clima. Na última quarta, enquanto nos olhávamos, uma amiga cantava músicas românticas, e logo percebemos que era para a gente. Foi, sobretudo, constrangedor, porque esperava dar mais. Eu me contenho tanto, sempre acho que as pessoas possuem uma má opinião sobre mim, em todos os aspectos. Eu já nem posto foto alguma fora do closefriends, já nem tento me enturmar, evito olhar se perdi seguidores nas redes sociais, evito imaginar o que as pessoas pensam sobre mim. Não tiro nunca a máscara em público, e isso vai além da proteção, é, como disse, vontade de permanecer escondido. Confesso que não sei como mudar isso, porque são pensamentos que me atingem há tanto tempo, que não sei como resolver. Lívia não merece isso, eu não sou bom o suficiente para ela, e mesmo assim não consigo parar de dar corda. Penso nela bastante, confesso. Ela tem um sorriso muito bonito, e é muito doce. Tem um espirito muito mais animado do que o meu, quer andar para todos os lados, fala com todo mundo. Eu sou contido, ranzinza e pouco gentil, mas consigo fazê-la rir pelo menos, e temos tido boas conversas. Percebo que realmente gosto dela, mas não é amor ainda.
Sobre Beatriz, devo dizer que me sinto muito triste com ela, e, de certa forma, me sinto culpado. Ela terminou o namoro hoje, aparentemente é definitivo, e, embora não me conte, sei que ela está mal. Suponho até que tenha chorado bastante, embora tente parecer forte. Me sinto culpado porquê nós estávamos nos apaixonando, e eu dei para trás por falta de coragem. Sei que eu seria um namorado perfeito para ela, e ela sabia disso, entretanto, ao me afastar, despertei outro gatilho nela, que é o do fato de (assim como eu) se achar insuficiente para fazer alguém ficar. Hoje, ela acentuou isso, porque, apesar de fazer tudo para o namorado, sabe que ele flertava com outras. Não sei, a culpa que sinto parece ser besta, porquê nós somos ótimos amigos, mas ainda assim, é como se eu sentisse a necessidade de cuidar dela, de protegê-la, e percebo que sinto isso por muita gente, talvez porquê saiba a sensação do desamparo, de não ter pessoa alguma para me ajudar. Vou tentar sair com ela no final de semana, sinto que preciso distraí-la de tudo, fazê-la sorrir.
Fiz uma nova amiga, do curso de geografia, que é muito bonita. O Twitter me abre muitas amizades, acho que passo uma imagem ruim lá, e isso atrai gente doida. Sobre a família, uma reviravolta aconteceu: Gabi começou a namorar. Eu confesso que isso me deixa extremamente desconfortável, e ainda não entendi a razão disso. Sempre soube que ficaria desconfortável quando isso acontecesse, mas a sensação de fato me desperta curiosidade. Ela está crescendo, e o garoto é de boa índole e boa família, mas mesmo assim me preocupo. É melhor que seja algo assumido, e ele veio aqui no domingo, passou a tarde e a noite na sala com ela, e eu não falei sequer uma palavra. Penso que ele tem um pouco de medo de mim, e Gabi o provoca com isso, deixando-o vermelho de timidez, isso, ao menos, é satisfatório. Se ele machuca-la, perderei o meu réu primário com um crime de honra. O fato de mainha ter permitido é ainda surpreendente, porque ela é extremamente protetora, ao menos a mentalidade dela está mudando, e isso me agrada.
Meu irmão é um dos melhores alunos da sala dele, mas me preocupo com o futuro. Em comparação com outras crianças do bairro, ele é bem mais contido e tímido, mas ainda assim temo bastante que o contato com outras crianças desvie ele de um bom caminho, sobretudo daqui há uns anos. Quero muito que ele não se desvie, que continue indo à escola e estudando, indo até a igreja se possível (embora eu odeie igrejas). Espero que ele continue em um bom caminho, e não se deixe levar pela autoridade ridícula do pai. Embora não demonstre nunca, também me preocupo com as minhas irmãs, e espero que Gabi não perca o foco no vestibular por conta daquele macaco idiota.
Na faculdade, as coisas estão indo mal, porque não tenho tido foco, e falto muitas aulas, muitas mesmo. Minha prova de penal foi terrível, e isso também deriva do fato de eu estar enxergando muito pouco, e isso piorou tudo. Estou frustrado, mas também não estava preparado, e não estou para as próximas também. Tenho medo. O maior prazer da faculdade é o fato de eu flertar com pessoas de lá, e não passa disso. Tenho pensado cada vez mais em mudar de curso, porque o direito não é a coisa que eu mais amo, entretanto, preciso fazê-lo primeiro pela minha família, passar num bom concurso, e só depois pensar no que fazer por amor a mim mesmo. Não sinto o fugor dos outros alunos, como sinto quando estudo história ou política, e isso me entristece.
Estou cansado caros leitores, pensei que escreveria bastante sobre sentimentos, mas boa parte é sobre este cansaço,este cansaço que nunca passa. Este cansaço que vem talvez da morte do meu pai; este cansaço que veio talvez da péssima experiência do ensino fundamental; este cansaço da gente e dos protocolos idiotas; este cansaço de ter que fingir gostar da maioria das pessoas; este cansaço de ser obrigado a dar bom dia e pedir a benção às avós; este cansaço de ainda estar apaixonado por L; este cansaço de timidez; este cansaço do transporte público e do calor. Ha tanto cansaço em mim, e tanta coisa cansativa no mundo. Não sei o que fazer, e mesmo que soubesse, não faria, pois estou cansado demais para tentar mudar algo. Sobre L, não sei o que dizer, mas sinto algo. Culpa talvez, raiva as vezes, mas não me sinto tão triste quanto antes. Sinto, geralmente, insuficiência, mas acho que é normal quando não conseguimos fazer alguém que amamos se apaixonar por nós. Apesar de tudo, tenho buscado tentar deixar os sentimentos de lado, e esquecer tudo o que me atinge tanto de vez enquanto.
Gostaria de dar um salto de 20 anos, um salto gigante, e cair num futuro já feito, que é o aquele que sonho. O futuro da sala de livros, do jardim bem cuidado com morangos (odeio morangos, mas são bonitos nos jardins). Quero o futuro da tranquilidade do pé de manga no quintal, o futuro da sombra deste pé de manga ainda não nascido. Quero o futuro em que esteja na companhia dos meus filhos, estes filhos não nascidos. Quero o futuro da minha esposa, e até esta pode ainda não ter nascido. Quero o futuro que me aproxime da morte, mas de uma maneira tranquila e sem medo algum. Quero o futuro dos meus avós, e espero que o país esteja melhor neste futuro. Quero o futuro da tranquilidade. O presente não me interessa muito, e isso também é um problema. Perco muito tempo sonhando, e esqueço de viver. É preciso ainda ser pragmático.
Estou em dúvidas em quem votar. De um lado, não devemos fazer política com base em ressentimentos pessoais, e isso me leva a pensar no abandono do valor do voto para pensar na utilidade do voto. Se eu me guiasse pelo valor, votaria no Ciro Gomes, pois é o mais preparado. Mas, se me guiar pela utilidade do voto, devo pensar sempre que estamos diante de uma ameaça inimaginável do fascismo e da desumanidade, e, nesse caso, preciso apoiar o Lula para que vença no primeiro turno. Essas eleições me deixam excitado, e estou acompanhando cada passo. Votarei nos partidos de esquerda em todos os cargos, é preciso apoiar a juventude. Por falar em política, penso em me filiar à algum partido, e, no momento, o partido comunista é o mais cotado. Penso muito no Luís Carlos Prestes, e ele se tornou a minha personalidade política mais inspiradora, é preciso desenvolver, na política, convicções científicas como ele mesmo disse. Se eu acreditar cientificamente no que defendo, nada me abalará, assim como sei que dois mais dois são quatro, e, mesmo que me torturem para dizer o contrário, saberei que não é.
Por fim, devo dizer que estou animado para o fim do ano. Faltam pouco mais de um mês para as eleições e menos de três para a copa do mundo. Gostaria de chegar em ambos em condições melhores, e assistir a copa namorando, mas isso fica para 2026. Não houve muitos fatos interessantes nos últimos dez dias, caros leitores, estou cansado. Viciei numa música, numa mulher, num bolo de rolo divino de procedência duvidosa. Descobri que gosto muito de paçoca, quero um sorvete de paçoca caros leitores, porquê ninguém fala sobre isso? O silêncio das instituições sobre a carência de sorvetes de paçoca me entristece e choca. Trinta de agosto é um dia feio para se nascer, vinte e seis de abril soa mais poético, enfim. Eu me vou, porque tenho que estudar, e acordei na madrugada para isso.
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Com carinho, Lucas Henrique Barbosa.
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cartaspramim · 2 years ago
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20 de Agosto
Duas semanas depois, aqui estou eu novamente, com a petulância de um cavalo. Um cavalo talvez, com mãos de poeta. Um poeta talvez, que pouco escreve. Caros leitores e eu, talvez entendiem vocês ao novamente dizer que não tenho muitas novidades, mas é a vida. Por outro lado, devo dizer que estou trabalhando mais o emocional, embora sinta raivas frequentes.
Desde o último texto, algumas coisas novas aconteceram. Eu e Lívia estamos muito próximos, e isso é bom. Tenho medo, e, como disse antes, devo estar criando um bloqueio emocional, e tenho certeza que em algum momento darei para trás e desistirei de tudo. Nós nos vimos nas últimas duas quarta-feiras, seguidas, mas ainda assim temos conversado pouco: quando ela está na universidade, eu estou dormindo, quando eu estou na universidade, ela está dormindo. A maldita distância e os horários conflitantes atrapalham muito, mas eu estou disposto a pelo menos conhecê-la melhor, e creio que ela também. Notei na última quarta-feira um olhar diferente em alguns momentos, o mesmo olhar de Mariana. Um olhar profundo, que durava alguns segundos, mas transmitia um sentimento, talvez de timidez e ainda assim, de atrevimento. Eu confesso que acho esse tipo de coisa estimulante, embora tenha vergonha. Gosto de olhar para ela, sou muito mais alto e ela parece um pedaço de algodão doce (?). Enfim, com ela, as coisas estão andando. Voltarei a falar disso mais no fim.
Na penúltima quarta-feira (10), pouco depois de me despedir de Lívia, fiquei nos corredores da universidade e Helen me reconheceu. Eu achei incrível, pois sempre achei que era muito diferente pessoalmente do que sou na internet. Foi engraçado e constrangedor, porquê estávamos sem assunto, e as amigas dela olhavam pra mim. A FDR é com certeza um ovo, mas, apesar de ir de manhã nas quartas-feiras, ainda não vi Melissa, não nos falamos desde que ela me bloqueou, e, apesar de não saber o motivo, sinto saudades. As coisas estão indo bem na universidade, estou cada vez mais confortável e interagindo, mas sinto falta de ter um grupo. Descobri que quase todo mundo sabe o meu nome na sala, o que é curioso pois nunca falo com ninguém. Será que sou esquisito? Penso que não, mas ainda assim é engraçado topar com alguns nos corredores e ser cumprimentado. Cleston parece um cara extremamente gentil, daqueles com quem eu conversaria por horas, nos falamos duas vezes, e ele me passou respostas de Hermenêutica. Eu confesso que há uma garota por quem eu me interesso bastante, nunca a vi sem máscara, e ela incrivelmente não têm Instagram, porém, tem um jeito muito maduro que me atrai, uma carisma incrível, e gosta de animais. Falei com ela uma vez, e nada mais, é o tipo de atração engraçada, que temos sempre com pessoas aleatórias e que não dará em coisa alguma.
Ainda sobre a faculdade, nossa chapa venceu com folga. Não houve rupturas nem graves acontecimentos nas eleições, fiquei surpreso que era um procedimento bem formal, com debates e planos de propostas, e com proibição de campanha até no dia da votação. A burocracia é uma coisa engraçada e extremamente satisfatória, temos que pedir autorização na coordenação até para expor faixas no prédio. Sobre a chapa Nova Aurora, tenho esperanças de uma boa administração. Falei com Luana pela primeira vez pessoalmente, e rimos quando nos enroscamos na porta, Luciana Mendes, a amiga dela, entretanto, tem um olhar esquisito, e me encara sempre. Esse tipo de olhar, por sua vez, me intimida, porque não sei o que ela está pensando, mas tomando pelo fato de ela ter me seguido no Instagram primeiro, talvez não seja algo ruim.
Sobre os sentimentos, devo dizer que estou confuso. Sinto raiva as vezes, saudades de L, e ainda assim um vazio existencial. A falta de propósito me assusta um pouco, e devo tomar cuidado para não acabar me apegando a coisas e pessoas em busca de alguma salvação. L e eu não nos falamos desde que ela postou aquilo, acho que fazem dois meses, e assim deve ser. Sinto raivas ainda, uma raiva perigosa, mas que não subsiste muito, e uma tristeza profunda que me corrói sempre que penso nela, entretanto, devo confessar que o único momento onde penso muito nela é nas noites, quando estou voltando da universidade e geralmente antes de dormir.
As provas estão chegando e eu não me sinto preparado, cometo o erro de me comparar com amigos da sala, muitos deles mais inteligentes que eu. Isso, devo confessar, é um choque desde o início. A quantidade de gênios na FDR me mostra o quão desigual e inacessível são as universidades públicas. Eu, que passei em primeiro entre os alunos de escolas públicas, ainda assim me sinto atrasado. O que dizer, então, dos meus colegas de ensino médio, com o intelecto de um sapo? É assustador a diferença. Entretanto, devo dizer que parte disso se dá por eu não gostar muito do curso como eles, se eu migrasse para história, Geografia, Sociologia, Filosofia ou Ciências Politicas, com certeza seria um desses gênios que invejo na minha sala, e a situação se inverteria, porque são áreas que eu realmente me interesso e sei bastante. Por vezes, penso que seria um grande pensador nestas áreas, mas estou pensando mais em retorno financeiro do que em prazer pessoal, talvez, a vida me direcione para o que eu amo inevitavelmente, e assim espero.
A vida em casa é sempre a mesma, gostaria que isso se congelasse para sempre, que sempre vivêssemos juntos: eu, Gabriela, Layza, minha mãe e avó, todos juntos para sempre, porquê sei que, apesar de tudo, sentirei falta da família quando tudo isto acabar. Quando estiver velho - se vivo - lembrarei sempre destes tempos de infância, a qual vivemos como família, e uma conturbada família. Não consigo racionar que terei mais tempo de vida sem vovó do que com ela, não passa pela mente ficar sem vê-la por décadas, e irei muito provavelmente, mas guardarei ela para sempre no meu coração. Contarei sobre esta magnífica senhora para os meus filhos, e os meus netos e os bisnetos. Farei com que nunca ninguém se esqueça desta senhora. Quererei eu ser um avô com um quinto da grandeza desta mulher, esta senhora que me ensinou tudo sem nem saber ler. A vida é, sobretudo, saudades também. Sinto muitas saudades de tudo.
Sonhei com Léo hoje, e isso me revela que realmente me sinto culpado por me afastar de amigos. Soube que ele está estudando para ser enfermeiro, torço muito pelo sucesso de todos. Erick e Dayvson também estão seguindo suas vidas, encontrei Erick no metrô há uns dias, Recife é realmente um ovo. Kaique está bem, e igualmente feliz. Sinto saudades dele, mas fico tranquilo que, mesmo com a distância, continuemos muito amigos, muito mesmo.
Caros leitores e eu, a minha vida está realmente confusa, e cheia de sentimentos nostálgicos. Mas sobre o clima do mundo hoje, percebo uma enorme velocidade. Estamos indo tao rápido, e ao mesmo tempo nem saímos do lugar. A velocidade do mundo me assusta: a humanidade, com todo o seu progresso tecnológico, não evolui moralmente, e isto é perigosíssimo. Se amanhã a produção mundial de petróleo cessasse, voltaríamos a viver como animais em 3 meses. Evoluímos tanto, e ainda assim continuando indiferentes ao sofrimento do mundo. Eu mesmo sou um destes atrasados, gostaria de ser mais evoluído. O país está dividido, e as eleições estão próximas: de um lado, um enorme pessimismo, do outro, uma enorme esperança. Ao futuro eu, votarei no Lula. O voto destas eleições me marcará para sempre, porque é o meu primeiro. É significativo. Devo ter vivido em Atenas na minha vida passada, tenho um enorme apreço pela democracia, é o que todos deveríamos valorizar, como os americanos fazem. Todos os países mais evoluídos e desenvolvidos são democracias estáveis, com raras exceções, e isso não é coincidência. Temo, entretanto, pelo futuro do país e do povo, estamos tão dividos. Que Deus nos ajude.
Disse lá em cima que voltaria a falar sobre Lívia. Bem, ela estava muito linda na última vez que nos vimos, o que me deixou constrangido porque eu não havia me arrumado o suficiente. Conversamos bastante sobre coisas profundas, e descobri que ela é bem engraçada. Ela me acha um palhaço, e diz que sou o motivo das risadas dela no dia, esse tipo de coisa me deixa feliz, porque gosto de achar que sou engraçado. Gostaria de me soltar mais, sinto uma timidez tremenda e falta-me atitude, ela quer vir dormir aqui mês que vem, pois vai à um show em Recife, porém, estou receoso. Tenho medo de perdê-la por isso, já perdi tanta gente. Na próxima vez que nos vermos, espero não me prender a isso. Sobre Beatriz, estamos nos falando cada vez menos desde que ela começou a namorar, mas ainda assim ela me procura quando está mal, o que me deixa tranquilo.
Sobre o gato, acho que me tornei o parente preferido dele (sim, gatos são pessoas), enquanto o outro gostava mais de Gabriela, este gosta mais de mim. Devo dizer que sinto um ar de interesse, pois mimo-o bastante. Gosto de pensar, entretanto, que ele é a reencarnação do gato antigo, porque possuem hábitos parecidos. Floquinho faz um incrível show quando chego da universidade: morde meias, finge que chora e se deita no chão esperando o meu carinho. É muito engraçado, e conto as horas quando estou fora para vê-lo novamente. Sou, como dizem, pai de pet.
Não há muito mais do que isso, desisti da academia pois não tenho tempo. E estou adiando o estágio até fazer o transplante. Estou com medo, nenhum dos meus amigos sabem sobre ele, e não contarei nunca. Fiz exames semana passada, e tenho consultas para o próximo mês e outros exames antes. espero que dê tudo certo, somente depois de recuperado procurarei estágio pra valer, por enquanto, estou meio inútil. Estou, ainda assim, sem tempo para nada. Queria até ter escrevido antes, caros leitores, mas falta-me tempo. Estou pensando em desinstalar várias redes sociais, pois negligencio muito o curso.
Por fim, devo dizer que é isso. Estamos indo, aos trancos e barrancos, por que o coração continua. O coração continua mesmo com as mágoas de amores, com o cansaço da vida. Nem tudo são os prazeres e volúpias da boemia, precisamos sofrer um pouquinho. E sorrir, sinto falta de sorrir mais caros leitores. Acho que hoje escrevi por mais de uma hora, quanta balela! Mas precisava descarregar pensamentos, me soltar mais. Deveria, como ser racional, fazê-lo numa terapia, mas não sou racional. Na última vez que escrevi, havia morrido Jô Soares, aos seus 84 anos, extinguindo-se para a História. Hoje, devo dizer que nenhum famoso morreu, mas a dupla Simone e Simaria se separou! Na boca do povo brasileiro, somente este assunto passa no momento, como diria Larissa Manoela, foi comparado ao término de Brad Pitt e Angelina Jolie. De tudo um pouco, falei desde mim à duplas sertanejas de uma cultura decadente. Não tenho mais nada a vomitar aqui, cortarei o cabelo hoje e estou nervoso.
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Com carinho, Lucas Henrique Barbosa.
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cartaspramim · 2 years ago
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Sábado, 6 de agosto.
Gosto de pensar que sempre há uma opção implícita em tudo, mesmo que, aparentemente, pareça haver apenas uma. É como uma crença religiosa a qual me apego: por mais negros que sejam os dias, por mais inóspita a estrada percorrida, há sempre uma saída que podemos usufruir, ou ao menos nos deleitarmos com a esperança. Hans Kelsen, estudando o fenômeno das normas no ordenamento objetivo, chamou isso de Cláusula Alternativa Tácita, é realmente um nome bonito.
Confesso que pensei em parar de escrever sobre sentimentos, não apenas aqui, mas em qualquer lugar. A mágoa pelas palavras de L incidiram fortemente, e isso me contamina por inteiro, de uma maneira que eu nunca pensei sentir. De qualquer forma, entendo que é preciso deixar essas coisas para trás, e enterrar, na medida do possível.
Tenho pensado bastante sobre a carreira acadêmica, e a cada dia estou mais certo da minha vocação para lecionar, acho que eu seria um professor fantástico, porquê sou um verdadeiro retórico. Aliás, sinto falta de um clube de retórica na faculdade de direito do Recife, estamos formando juristas gagos e com fobias de público. Tenho feito amigos, e muitos na sala já me conhecem pelo nome, o que é engraçado porquê sempre me achei muito diferente na internet e na vida real, mas mesmo de máscara me reconheceram.
Não sei ao certo sobre o que escrever. Lucas Fernando vai para Portugal, todos parecem estar indo, o que há de especial em viver uma vida anônima na Europa? Entretanto, é uma aventura que eu buscarei um dia, quem sabe. A avó de Beatriz está internada aqui em Recife, e tento fazê-la rir na medida do possível, acho que sou um palhaço, Lívia me diz a mesma coisa, porém, se não tenho motivos para sorrir, que eu seja o sorriso de alguém. Sobre Lívia, é promissor, mas praticamente impossível, só nos vemos nas quartas-feiras, porém ela tem uma voz muito bonita, e eu me atraio muito por coisas inúteis.
A vida é uma dádiva, a vida é uma dívida. Achei muito engraçado essa frase, porquê foi dita por minha professora de direito Civil no meio de uma aula sobre dívida nas obrigações. De certo modo, nascemos de graça, mas pagamos para viver. Um custo caro, caríssimo, que me faz questionar se vivo realmente ou sobrevivo. As coisas estão tranquilas em casa, minha mãe está muito feliz, o que me deixa feliz pois ela sempre foi instável. Eu e Gabi estamos pacíficos. A relação com Layza é terrível, e ela me odeia. Meu irmão é sempre muito fechado comigo, sente muita vergonha de me contar as coisas, mas eu o amo verdadeiramente. É terrível admitir, mas ele é o único da minha família a qual eu nutro um afeto verdadeiro, quase que de pai para filho, e isso diz muito sobre mim.
Tenho pensado bastante em tudo, apesar de estar interessado em alguém, quero seguir os conselhos de Mariana, e curar o vazio que há em mim. Não posso passar de uma paixão para outra, mas também não posso deixar de amar por uma mágoa profunda. Estou neste dilema interessante, mas é bom não ter alguém passando pela cabeça a todo instante, embora ainda pense muito nela. Tinha esquecido como é a sensação que sinto hoje, eu estou vendo passar os dias, de repente. Não espero surpresa alguma, mensagem alguma, sorte alguma, não é uma espécie de niilismo nietzscheniano, eu só estou cansado de ilusões.
Lutibergue me disse uma coisa muito interessante: você não pode querer dar nós em pingos d'água sempre. Refleti que sou muito imediatista, quero tudo agora, e planejo pouco. Planejo pouco as emoções, mas será que podem elas serem planejadas? Penso que não. Mas, planejar-se-á, então, a nós mesmos, como indivíduos racionais. Tenho medo, sobretudo, de algumas coisas. Medo de falhar em tudo, medo de ter errado em tudo até aqui, medo de não poder mais ser consertado. Medos, desejos, mágoas.
O gato está muito inteligente, e às vezes desconfio de que ele é um cachorro, porquê age como um cachorro. Gosto muito de pensar na natureza das coisas vivas, como é possível seres de diferentes raças, racionais e irracionais, poderem viver em harmonia, com amor? Como pode um cachorro chorar no túmulo do dono e vice-versa, penso que não apenas a domesticação dos animais os fazem pacíficos, porquê eles possusm sentimentos por seus iguais, como a mãe que cuida e preza pelo filhote. O amor está em todas as coisas vivas, com o mínimo de capacidade cognitiva. Quanto a nós humanos, penso que passamos a amar uns aos outros, deixando de lado o amor restrito à estrutura da família, quando passamos a enterrar os nossos mortos. É curioso, porquê qual a utilidade de se enterrar? O mais curioso, é que os neandertais já o faziam antes dos homo sapiens. Acho somos destinados à amar ao próximo, e mesmo que seja uma tarefa difícil, deve-se tentar ao menos. Eu mesmo falho muito nesse aspecto, me sinto uma pessoa terrível às vezes.
Na minha mente tudo divaga, penso sobre muitas coisas e muitos assuntos. Poderia falar por horas sobre alguns, outros tenho dificuldade de dizer, sobretudo sobre as emoções. Tenho parado de falar sobre elas para outras pessoas, deve ser entediante, mas até um tempo atrás não perdia a oportunidade de chorar no ombro alheio. Percebo o quanto alguns estão sendo importantes, é algo que nunca esquecerei.
Por fim, não penso que manterei o hábito de escrever aqui como antes. Estou cansado e extremamente ocupado ultimamente, e a vontade de hoje é uma raridade. Não tem acontecido nada muito importante também. Caros leitores e eu, as narrativas estão bem escassas, podem me enviar alguma coisa na DM, qualquer mágoa ou coisa que quiserem compartilhar. Eu aumento, mas não invento. Estou pobre de histórias, rico de mágoas, e a saúde vai bem. Por falar em saúde, morreu ontem Jô Soares, aos 84 anos, extinguiu-se para a vida eterna, como é o destino de todas as pessoas tementes a Deus. Como uma homenagem, deixo aqui um beijo do gordo.
Com carinho, Lucas.
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cartaspramim · 2 years ago
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eu odeio sentir a sua falta todo santo dia.
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cartaspramim · 3 years ago
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16 de junho
Porquê você fez isso comigo? Eu não entendo, como eu a machuquei mais do que vitória? mais do que Nicolle? Mais do que o seu primeiro amor? Eu estive ao seu lado por dois anos! Eu amei você, eu comi o pão que o diabo amassou quando você se apaixonou por Nicolle, eu permaneci ao seu lado enquanto vocês namoravam, você falava dela pra mim enquanto eu estava apaixonado por você. Eu perdi noites de sono por você, eu pensei em você dias inteiros, meses inteiros, como eu fui mesquinho? Eu estive do seu lado quando Felipe violava a sua privacidade postando fotos de vocês num perfil em que vários seguidores conheciam você, eu aguentei você chorando no meu privado sobre como ele havia a magoado, eu fiz de tudo para ajudar você. Como eu fiz pior? Porquê eu ainda choro pensando nisso? Eu estou destruído, nunca senti isso antes, por ninguém. Eu dediquei dois anos a você, cometi erros, nunca estive fisicamente presente, mas eu deixei de assistir aulas da faculdade pra atender suas ligações, ouvir os seus problemas. E no final eu sou quem mais a magoou? EU QUERIA ODIAR VOCÊ, MAS EU NÃO CONSIGO! EU QUERIA ODIAR E IR EMBORA DE VEZ, EU NÃO CONSIGO! Porquê Deus?! Acho que isso é um teste, eu não sei. Eu queria me jogar de algum lugar, morrer e simplesmente sumir. Nunca alguém me disse algo que me abalou tanto. Você me magoou L, mas eu amo você como nunca amei ninguém. O ódio é uma arma contra mim mesmo, e eu não posso me permitir sentir. Aquele que vive da espada, morre pela espada. Não sei o que vai ser de mim, mas eu estou chorando hoje. Já me sabotei o suficiente, queria forças para ir embora de vez. Queria saber deixar você ir. Espero que você me perdoe, porquê eu perdoo você.
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cartaspramim · 3 years ago
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15 de junho
Como você está? Eu estou indo. Eu finalmente fiz o pedido das gravatas, acho que vou virar um colecionador delas, é um hobbie deprimente e autista, combina comigo e acho que você também concordaria. São 8h da manhã agora, e eu não tenho dormido muito porquê acabo acordando de madrugada sempre. Ontem foi um dia chato, e eu dormi o dia inteiro, talvez por isso esteja acordando de madrugada. Eu estou viciado na música Hey Lover, do Wabie, tem uma vibe muito nostálgica e amo esse tipo de música. Estou ouvindo ela agora. Melissa, a minha melhor amiga na faculdade também se foi, a foto de perfil do WhatsApp dela sumiu mas ela não me bloqueou, e também parou de me seguir no Instagram, acho que ela gosta de mim e eu nunca percebi, porquê com certeza não a magoei e eu sempre a fazia rir quando estávamos juntos. Eu tenho perdido muita gente nesses últimos anos, talvez seja normal ou há algo de errado comigo, de qualquer forma, estou meio cansado. Eu tenho me aproximado muito da ideia de Deus, e me considero um sujeito religioso pela primeira vez na minha vida, mas a ideia de igrejas me deixa enojado, gosto de fazer minhas leituras e reflexões sozinho, mas guardo muita mágoa e ressentimento em mim mesmo, e esse tipo de coisa precisa ir. Aconteceu algo muito curioso ontem, Beatriz disse que me amava pela primeira vez, tenho medo de confundir as coisas novamente, um "eu te amo" não significa nada, mas pra mim infelizmente sim, porquê é algo que eu tenho muita dificuldade de dizer, acho que estou criando bloqueios e penso em afastar ela aos poucos porquê senti algo parecido com ciúmes com uma coisa que ela me disse ontem, não quero sentir mais isso, eu odeio. Eu estou vendo "The Office", é uma série hilária, você deveria assistir algum episódio algum dia, meus amigos dizem que eu sou tão chato quanto o Dwight Schrutte, mas levo como um elogio. Espero que você esteja feliz. Amo você.
Com amor, L.
Para L.
always.
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cartaspramim · 3 years ago
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14 de junho (05h48).
Tenho medo, no momento, você é muito importante pra mim. A possibilidade de virarmos estranhos completos me assusta, porquê, mesmo que eu estivesse afastado para tentar acabar com a minha dependência emocional, eu sabia que uma hora poderia voltar, mesmo que demorasse muito tempo para reconquistar a sua confiança. Mas agora, acabou tudo. O ódio e a raiva da minha figura é maior do que os bons momentos, e isso me dói muito. Decidi escrever aqui a cada dia, até que eu te esqueça se isso for possível, há muitos perfis nesta rede social para isso, já vi vários, e este será mais um. Eu nunca soube ao certo o limite do amor e da amizade, e isso me deixava confuso porquê, quando afastado por decisão minha, eu ainda queimava de saudades, não do amor, mas dos simples diálogos de "Bom dia" e o resto, você realmente era importante. Você é importante. Às vezes eu só queria não ter me apaixonado, queria ser como Gabriel, mas não sei se seria possível. Parece que o jogo virou, não é mesmo? Eu, que estava afastado, tenho medo de que você vá embora de vez. A verdade é que eu não me afastei porquê não queria você por perto, mas porquê queria. Entende o complexo? Eu sou bem confuso, a tentativa era de salvar a amizade no futuro. Sinto que você tenha descoberto os meus defeitos com isso, talvez eu seja eles mesmo, mas com relação a você, eu nunca busquei te magoar. Se um dia a raiva passar, se você perceber que dentro de você ainda há um pingo de confiança e de saudades de mim, não apague essa chama, por favor. Um dia farei você rir novamente, mesmo que seja de mim.
Com amor, L
Para L.
Always.
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cartaspramim · 3 years ago
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Fiz dos seus braços o meu ninho
No silêncio de depois.
Você foi a estrela derradeira
Minha amiga e companheira
No infinito de nós dois.
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cartaspramim · 3 years ago
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Nunca chorei tanto na minha vida, eu me odeio tanto por isso.
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