Sou tua vontade de ir embora, a vontade de ficar. Sou tua certeza que não ficas. Porque sou tua sede de me ter. Só não sou tua.
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Quando a gente é muito menino ainda, a gente acredita que já sabe tudo que precisa saber. Por isso eu acho que o passo mais importante de amadurecer é jogar alguns conceitos fora e colocar outros no lugar. Eu como menina acreditei muito que minhas conquistas deveriam ser incontestavelmente permanentes: dos meus amores aos objetos, ideias, planos, hobbies, desgostos... Como mulher aprendi que absolutamente nada dessas coisas sequer me pertencem. Aprendi que cabe a mim me dispor de pertencer, periodicamente, às coisas que o mundo me oferece. Aprendi, também, que de todas essas coisas, as mais valiosas são aquelas que me cederam a mesma disposição. E que, se a sorte permitir e com todo o cuidado, eu terei a honra de as pertencer até o último sopro de vida.
Concê
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Eu queria escrever. Juro que queria. Essa caixa de texto já foi preenchida e apagada milhões de vezes. O que é que eu costumava escrever mesmo? Lembra quando eu tinha convicções, ideais, perspectiva? Lembra quando as coisas que eu escrevia fazia um ou outro gato pingado dizer “nossa, você é boa nisso”? Será que alguém se lembra daquela época em que eu não era 90% preenchida de medo e preocupações? Quando as coisas eram mais fáceis e eu achava que só bastava amor pra que as coisas melhorassem?
Amor, hein? Eis que o amor é esse abraço quente e reconfortante que me faz esquecer que nos outros 5 dias da semana essa batalha é só minha. E tá sendo uma queda penhasco abaixo desde o primeiro vôo pro desconhecido sem um colete salva-vidas nas minhas costas em que eu realmente achei que se desse errado era só esperar o bote aparecer depois da queda.
Eu queria que houvesse um Deus. Não pra que ele quebrasse um galho pra mim, até porque até a Ele eu sugeriria não se envolver nessa enrascada que eu me meti. Eu só queria uma presença celestial e onipresente que me desse um tapinha nas costas todas as inúmeras vezes que meu peito arde em chamas no passar das horas e dissesse “eu sei, minha filha, eu sei”. Porque eu já parei de fumar há tempo suficiente pra constatar que isso não é simplesmente um problema respiratório. Se trata de uma claustrofobia metafórica, sabe? É como se ao meu redor a vida estivesse acontecendo e eu só estou conseguindo acompanhar uns 50% daqui de dentro dessa cela miúda sem ventilação que eu me tranquei há algum tempo e não consigo achar as chaves. Eu queria um Deus que entendesse que eu tô presa aqui e não tem um jeito fácil de explicar isso pra ninguém. Eu só queria que o psiquiatra atendesse as minhas ligações. Nem ele tá fazendo muita questão, afinal.
Concê
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A dor às vezes é amiga. Depois dessa sacada, a ferida foi se fechando aos poucos. Existe essa música do Matt Corby, imponente e magnífica, que é composta de apenas quatro frases. Essas quatro frases, há uns dois anos, vem resumindo boa parte da minha jornada. Quando a dor mais me consumiu, no ápice do desespero e da depressão, tudo que eu pude pensar foi 'quer saber? vá em frente e me consuma'. Me joguei debaixo de uma literal ducha fria, nua de dentro pra fora, e tudo que me veio à cabeça foram essas quatro frases. Eu as cantei com toda a força que meus pulmões poderiam carregar, com toda a dor e angústia que necrosavam em meu peito. 'See, I left my mother's home See, I left my father's home And I fell into a well of hope I'm carrying my heart but it's made of stone' As cintadas engasgadas e devastadoras que saem das pregas vocais de Matt no clímax da canção foram gentis se comparadas às que gritei, em posição fetal, no chão daquele banheiro. O meu canto misturado com os soluços, as lágrimas dissolvidas entre as gotas da ducha foram as suturas de uma ferida antiga. O que tinha pra sangrar, sangrou. Não sangra mais. Eu estou carregando o meu coração, mas ele é feito de pedra.
Concê
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Eu já te imagino cansado. Eu já vejo a hora em que você não vai ter mais paciência em acordar bruscamente toda vez que meu corpo se remexe no meio da madrugada. Eu já te imagino de saco cheio das noites sem ventilador. Visualizo você suspirando no meio dos meus monólogos incessantes, mas dessa vez de abuso da minha voz. Eu compus uma cena no ônibus em que você não quer que eu encoste em você, ta quente e eu grudo demais, e você vai segurar a minha perna, mas é só pra não vê-la tremendo pelo nervosismo do vigésimo sétimo minuto que passei sem me movimentar. Nessa cena ao fim do dia você está angustiado porque eu não quero que você me toque daquela forma porque eu ainda tenho medo, mesmo que seja você. Eu costumo ser quem ama mais na hora errada. Eu já te enxergo se queixando que eu enxerguei coisa demais onde não tinha, que eu me iludi, me equivoquei e essa dança não era tão longa assim. Porque eu já imagino tudo dando errado. (E não é sempre assim que acaba?) Inclusive me culpo por colocar as expectativas sobre você e inclusive as piores delas. Porque você é muito bom pra ser real e eu sinto o tempo todo que uma hora acaba. Eu já me apaixonei pelo seu toque, pelo seu olhar e pelo que você diz. Será que também vou amar o que você é? Ali, adiante de tudo que você expressa? Será que existe algo que possa me assustar? Eu sou capaz de amar as suas partes ruins? Será que você consegue enxergar as minhas boas depois do cansaço? Será que você ainda vai achar engraçado da próxima vez que eu derrubar a minha comida na mesa da lanchonete, nas minhas roupas e até mesmo no meu nariz? Você ainda vai conseguir me ouvir queixando sobre as dobras das minhas costas, meus seios estranhos e meus olhos cansados? Você vai me abraçar na minha décima terceira crise de ansiedade? Ainda vai rir comigo quando eu trocar os horários e te pedir pra repetir pela nona vez algo que eu ainda não entendi na oitava? Você consegue entender que a minha natureza é tão complexa e ao mesmo tempo tão simples que eu sou capaz de me lembrar com exatidão cada palavra que tu me dirigiu nas primeiras noites e esquecer o seu aniversário ou a ordem que você me deu 5 minutos atrás? Você vai tentar me ensinar a fazer algo extremamente fácil e idiota e eu não vou conseguir e isso vai te deixar irritado. Como ser livre, por exemplo, ou fazer café. Enquanto isso eu vou segurar a sua mão na calçada. Apesar do suor e dos obstáculos na rua. Eu vou enfrentar todas as guerras travadas na minha Bielorrússia particular que me impedem de invadir o território inimigo, que é a sua pele. Eu vou te abraçar forte a cada despedida porque eu não quero ir embora e não quero que você vá. Eu vou assistir tortuosamente você se afastar, sem olhar pra trás, até virar a esquina. Eu vou desejar que você conheça outras meninas que te libertem um pouco mais e te amem um tanto menos, pra que você sinta menos o peso da distância física e que não perca jamais a nossa proximidade em alma. E eu vou continuar roubando seus cigarros enquanto você deixar, porque até o toque dos seus dedos nos meus causam estática nos meus poros, e porque eu não poderia estar queimando meus pulmões com pessoa melhor (que já os deixa em chamas sem a fumaça). E eu vou me lembrar do teu olhar cerrado por trás do braço do violão, iluminado pela tua janela enorme e seguindo certeiro por trás dos meus olhos iluminados pelos seus. Eu vou gravar as vezes que morri de vergonha por ter passado tantos minutos falando sem pausar, olhei nos teus olhos e eles sorriam encantados com cada palavra. Eu vou lembrar do nosso primeiro beijo que te deixou tão nervoso quanto um menino tocando outros lábios pela primeira vez. Eu vou me lembrar que eu tinha dezoito e você ainda vinte e seis e conversamos com a mesma idade por uma noite inteira. E eu vou repetir na minha cabeça o exato timbre que você usou pra dizer bem baixinho que me amava. Vou me lembrar que não era nem uma semana que nos conhecíamos e já tínhamos construído um castelo só pra nós dois, impenetrado pelas multidões incrédulas, a tristeza e os juízes e criamos um dialeto só nosso, em que os olhares e as risadas construíam frases inteiras, enquanto as palavras só preenchiam os silêncios que eu não aprendi a usar. Talvez um dia você me ensine isso também. Eu vou esconder nós dois lá, não os de mais tarde. Nós dois que somos agora, ainda capazes de reformar esses castelos e compreender nosso dialeto. Ainda capazes de amar com pequenos toques e menores beijos, em que eu não me abuso de algo teu que não sei nem mencionar porque não consegui desgostar de nada sobre você; e que você ainda não se abusa de alguma das minhas que você já notou e eu já citei. Vou preservar essas duas pessoas e esse castelo sob um manto anti-chamas e todos os extintores do mundo, eu não quero que esse queime. Porque quando acabar, e se acabar, eu quero preservar essa lembrança: a semana mais intensa do meu ano, no nosso mundinho particular. Enquanto isso, eu vou segurar a sua mão.
Concê
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Meu corpo inteiro está cansado. Minha mente está cansada. Bati continência e retirei as tropas. Meu coração anunciou o cessar fogo. Os sonhos ru��ram. O solo ficou deserto, infértil, vazio. Inóspito. Frio. Seco. Morto. Morta por dentro. Inerte por fora.
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A parte mais difícil de ficar sentada sozinha no meio de um shopping ou no carretel de madeira de um bar é que eu penso em você. Não me pergunte por quê, eu deixei de me questionar há muito tempo. É difícil porque é nesse momento que eu confronto meus princípios. Eu digo que superei você nos sábados e me lembro da minha fraqueza por você nas segundas-feiras. Se você soubesse as coisas piegas que eu te mandaria na caixa de mensagens... te entregaria um bilhete dizendo que tenho inveja de quem pode te ver todo dia. Seria cruel. Você me disse que agora cuida da sua vó. Eu cuidaria de você. Eu tenho vergonha de dizer mas depois de você todos os meus relacionamentos tendem a dar errado. Eu sei que você ficaria puta se eu dissesse que é um fardo eu te carregar nos meus pensamentos e eu ainda tento a todo custo estudar como as pessoas sentem raiva de serem amadas. Depois desse setembro amarelo eu percebi que pra algumas pessoas talvez o amor de fato só aconteça uma vez. Eu não consigo mais me visualizar sentindo metade do que eu senti por você. É amor demais pra conseguir sentir por outra pessoa. Mas tá tudo bem. Eu já aceitei. Se um dia você aceitar também, eu tô aqui. Minha história foi feita pra ser escrita com a sua. É a mais bonita que eu tenho pra contar.
Concê
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São duas da manhã e já tô em casa com meu batom preto intacto. Eu não queria que ninguém ousasse encostar nos meus lábios. Hoje seria vazio demais. Ela apareceu. Com o tira-colo do lado, esbanjando felicidade. Duas semanas atrás ela sabia que sentia minha falta. Hoje ela é louca por outra pessoa menos interessante porque não é tão necessário preencher lacunas quando o desafio é menor. Eu fiquei desconfortável. Acho que ela nem notou. Os amores andam líquidos nessa década internauta. Ninguém se incomoda de respeitar os intervalos entre uma paixão e outra. O coração partido é um fardo inevitável, já que, afinal, não é o seu. Eu tenho nojo de amores provisórios. Eu tenho vergonha de ter sido a paixão sobressalente de um coração gelado. Eu tenho vergonha de ser arrastada pelos tsunamis causados pelas suas calotas polares porque eu não alcancei nem a superfície pra contar a nossa história. Ela se tornou meu constrangimento diário porque me sinto vandalizada pela minha própria doação.
Concê
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O maior erro de noventa e nove por cento das pessoas é ter vergonha de serem quem são, é mentir a esse respeito, fingindo ser alguém diferente. A honestidade era a sua marca, a sua arma, a sua defesa. Quando somos honestos, as pessoas se assustam, ficam chocadas.
Morte Súbita. (via carpejar)
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Eu estava aqui. Bem aqui. Com o meu clichê “eu te amo, te quero bem”. Eu estava aqui. Para seus problemas pessoais, suas crises de solidão, seus cortes no pulso. Amor, eu estava aqui. Pras brigas, discussões, xingamentos, abraços, amor e sono. Tudo em sequência. Eu estava aqui quando você, arredia e espalhafatosa, derramava as flores pelo caminho, as dores pelas estradas, o desamor nas esquinas de bar. Estava aqui quando você clamava por alguém, pedia proteção, ajuda e sossego. Eu estava aqui. Estava amor, e você… você não viu.
Igor Pires. (via carpejar)
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Em pleno onze de setembro você escolheu colocar outra pessoa na sua vida. Eu compreenderia. Eu te diria "vá ser feliz, eu torço por você". Eu te daria toda a força se não estivéssemos a uma semana do dia que você me disse que não queria um sorvete, só queria ficar comigo. Eu te disse que te daria um se você estragasse tudo, lembra? Você me colocou num iceberg maior do que a altura de todos os sorvetes do mundo empilhados. E isso é só a ponta. Eu fiquei estupefata com a sua crueldade. Você me diz agora que eu sempre soube que tu amava menos, e que comigo nunca teve certeza, mas eu me segurei nesses últimos dias na minha idealização de que você seria tão franca comigo quanto era capaz de afrontar as pessoas ao seu redor com seu sol em escorpião. A verdade é que você não tem a mínima noção do que é a dor alheia e isso não parece te incomodar. Eu espero que a pessoa com quem você está agora saiba que você não tem um bom coração. Eu te disse, e eu espero que você saiba que não foi por estar com a cabeça quente e sim porque acredito nisso, que eu torço pra que ela não te mereça. Porque ninguém merece tanta insensibilidade. Ninguém merece ser trocado como peça velha de uma máquina defeituosa e eu doei todas as minhas funcionalidades pra alguém que me guardou junto com os outros steps no porta-malas. Era muito cedo pra entrar em um relacionamento com alguém que você só não tinha coragem de dispensar, mas você se mostrou pronta rapidamente pra partir o meu coração. Quinze anos atrás uma tragédia acontecia, e hoje quem me atingiu e levou à ruína foi você. Parabéns por finalmente sentir certeza, parabéns por conseguir passar por cima da nossa história tão rapidamente e por usar sua covardia ao seu favor. Tudo em você é uma mentira.
Concê
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19/08/2016
Lara tem cheiro de Lara. Não gosta de perfumes, se distrai com sarcasmos e tenta ao máximo disfarçar a timidez quando o assunto a embaraça. O beijo dela se encaixa feito tetris no meu. Eu não insinuei que ela me puxasse da forma que me ascende e de algum jeito ela já sabia. O gosto era de chiclete. Eu vim do centro acima pensando que as coisas ruins me trouxeram até aqui porque esse dia de sol, açaí, pirulitos de fruta tropical e pitbull medroso precisava acontecer. Até o som que ecoa da conjuntura que eu recito o nome dela me faz crer que era um encontro marcado há mais tempo do que fomos avisadas. Foi pela sorte ou o destino? Engano não foi. Ela me faz pensar em coisas azuis. Ela me fez parar de querer fugir. Ela tem gosto de casa.
Falei de Lara pra minha mãe. A intenção é falar bastante até ela achar normal. Porque é normal. E muito bonito também. Não é possível que alguém passe tanto tempo sem conseguir achar bonito o que me causa espasmos musculares nas bochechas. Ela precisa saber que esse caderno é azul porque é a cor favorita dela. Eu mal posso esperar pra que ela fique pro jantar e jogue videogame com meu irmão. Ela e os meus pais compartilhariam o gosto por Bon Jovi. Eu fantasio que ela faça parte. Eu sei que é bobo e ela chegou agora e eu nem sei ainda quanto ela calça ou quais são os planos dela pra faculdade. Mas eu quero aprender sobre ela de perto. Do meu lado, de preferência. Nada de mensagens instantâneas sobre os países que ela ainda vai conhecer. Eu quero presença. O beijo dela me deixa mal acostumada. Se um sujeito com TOC assistisse o nosso abraço ficaria em paz com a perfeição do encaixe. Eu fico em paz com ela. Eu sempre disse que relação boa era aquela que fluía fácil e com ela eu me vejo desbravando nua em um oceano que se abre pra que eu possa atravessar. Só que em vez de Moisés eu sou baleia pagã: um canal que deixa o amor atravessar. E ela, Oceano Pacífico, me deixa atravessar também. Ela é a prova que nem todo amor tem que doer.
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