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tem horas que eu percebo que só tô deixando minha vida passar, torcendo pra que passe logo
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o que eu faria se acabasse?
eu sairia correndo
procuraria minha ex em cada uma das esquinas
iria nos lugares onde a vi pelas últimas vezes
pegaria um avião e iria buscar ela
buscar minha ex personalidade
minha ex alegria
minha vontade de viver
eu ia sair correndo pra me encontrar denovo
recuperar o tempo perdido
e fazer a parte que virei NÓS ser EU de novo
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ser sozinha às vezes dói
eu quero tomar esse sorvete no fim da tarde
não é nem inveja
é vontade de ser lembrada por alguém
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sempre que eu leio ela me dá uma vontade de dançar
a chuva lá fora inspira um pouco também
EU QUERO SER ELA
não como ela!
EU QUERO SER EU
COMO ELA É ELA
e tô questionando meu lugar agora
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o mundo é mundo há muito tempo
agora, hoje, é só a minha vez de viver ele
nada vai mudar
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não é que eu queira ser ela. mas é que ela, é ela. e eu admiro isso. queria eu ser eu.
eu queria ser a jovem que não pude ser, e sentir o cheiro da vida sendo vivida. tenho vontade de falar com amigas que não tenho e de rivisitar na galeria fotos de viagens que não fui.
é doído olhar pra trás e ter a sensação que não descobri nada sobre mim. todas as minhas descobertas são, na verdade, perguntas. e as respostas não chegam nunca, sabe?
toda vez que vejo ela, leio ela.
e realmente, ela é a protagonista.
eu sou coadjuvante, falo baixo, deixo me interromperem, sumo da vida das pessoas e sinto que ninguém faz questão da minha presença. isso me deixa mal.
por que eu queria ser aquela que gargalha, que tem vários amigos, que dá rolê pela cidade, que chora gritando no banho.
mas na verdade, verdade mesmo:
eu nem queria nada disso. eu só queria querer isso. e queria que isso fosse eu.
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dias inspiradores
sentindo-se voando
ouvindo músicas que me fazem lembrar e sentir coisas que provavelmente nunca existiram
pensando em memórias que poderiam existir com essas músicas
sentindo amor pelas pessoas que já amo demais
tentando não transformar esse amor em medo
vendo a beleza do tempo passar, tentando afastar o lado assustador
por amor às causas perdidas
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é problema puxando problema
Até pode soar um pouco egoísta. O que acontece é: meu medo é não saber quem eu sou. Eu tenho medo de estar sendo uma pessoa falsa ,de não estar cumprindo com o meu propósito (que eu nem sei qual é).
PROBLEMATIZANDO
Eu gosto da minha vida atualmente (como ela deveria ser, não como ela está). Tá, vamos lá. A minha vida de hoje, deveria ser: uma rotina, fazendo exercícios, cuidando de mim, do meu relacionamento, da casa, tendo família, tendo amigos, enfim. Mas o que eu me deparo é com uma pessoa extremamente procrastinadora, que está com relacionamento amoroso desgastado, que se sentie culpada por muitas coisas na família, que não tem amigos, que não consegue produzir profissionalmente, que tentar criar hobby, tenta se compreender mais. Só que mesmo assim, com as coisas que se passam na minha cabeça, eu não consigo por pra fora e por no mundo, entender realmente quem sou eu, onde eu estou, pra onde eu quero ir e como eu vou chegar lá. Enfim: eu não consigo criar um planejamento pra ser a pessoa que eu quero ser. Se eu fosse uma pessoa mais organizada, se eu fosse uma pessoa melhor muito provavelmente estaria num outro patamar. Mas é que dia após dia, vai passando horas, as redes sociais sugam a minha energia com a comparação e a procrastinação dificultam muito que eu seja uma pessoa melhor. E no fim do dia quando eu me olho me pergunto quem sou eu quem é Carolita? o que que ela quer da vida? Porque eu sei que o que eu tenho é bom. E eu sei que eu sou privilegiada. Mas quando eu olho pra todos os âmbitos da minha vida eu simplesmente não me sinto satisfeita.
O PROFISSIONAL
Eu amo empreender, amo ter algo que seja meu, que me dê um retorno, que me dê uma liberdade: principalmente, eu amo não ter um emprego normal, das oito às seis e que tem que engolir baboseira de um chefe, fazer uma tarefa chata todos os dias que eu não gosto. Mas ao mesmo tempo eu não sei se eu amo a minha empresa. Principalmente nos moldes que ela está atualmente. Eu não sei se eu amo ter uma sociedade com meu pai por exemplo. Não que eu não ame. Mas eu não sei se eu amo. Ou se é só o nicho. Aquela coisa que eu sempre digo e que eu sempre senti: o nicho que eu vivo hoje não é uma coisa importante pro mundo. Aliás: porque o que eu faço tem que ser importante pro mundo? por que é que eu ligo pro que o mundo pensa? eu deveria ligar pro que o mundo pensa? quem pensa alguma coisa? Creio que, porque duas ou três pessoas não entenderam isso lá atrás, não entenderam o que eu faço, eu fiquei mal. E eu coloquei dentro da minha cabeça que o meu nicho não presta, e que a minha empresa não é exemplo e não é meu orgulho de nada. Então se você for perceber eu não posto nada com o nome da empresa, eu não *facilmente* apresento empresa pra ninguém, por que eu tenho vergonha. Na verdade quem mais faz isso é o João, e porque ele tem orgulho de ter uma namorada empresária. Eu gosto de ser empresária. Gosto dessa ideia de ter meu próprio negócio.
Inclusive eu coloco nos meus planos que profissionalmente a minha próxima meta depois de estabilizar essa primeira empresa é abrir uma segunda empresa. Mas será que realmente é sobre abrir uma segunda empresa? Será que eu só não estou tentando fugir do fato que empreender não é pra mim? Ou é realmente isso esse negócio de nicho que me deixa desmotivada? Mas ao mesmo tempo eu vejo tanto potencial na empresa que eu tenho nas mãos hoje. Eu tenho algumas ideias que são, na minha opinião, geniais. Mas desse meu jeito que eu sou: eu não consigo colocar as coisas em prática. Eu não sou produtiva a ponto de colocar planos que estão no papel na vida real. E às vezes eu sinto que eu planejo tanto que eu dificulto as coisas também. Quando eu planejo demais, faço passo-a-passo, eu tenho a sensação que as coisas já foram feitas. Por que elas foram tão esmiuçadas, tão pensadas e tão planejadas, que fica até difícil de fazer, colocar a mão na massa e colocar aquilo pra rodar.
A REALIDADE
Hoje é uma quarta-feira 4h00 da tarde eu estou deitada na cama mal. Tem coisas pra eu fazer, tem uma empresa pra eu gerir. Eu preciso contratar um funcionário pra me tirar do operacional e eu conseguir colocar a cabeça no estratégico. Mas será que eu preciso disso mesmo? Ou será que eu sou tão incompetente a ponto de sempre colocar uma barreira na frente da minha produtividade? Finjo que eu preciso de alguma coisa pra ser produtiva e eu sempre vou estar fazendo isso. "Pra eu ser produtiva eu preciso disso" "pra eu ser produtiva eu preciso daquilo" "daquilo" "daquilo" e nunca vai ser simplesmente porque eu não sei se é necessário ou se é porque eu n��o sei ser uma pessoa melhor.
SOLIDÃO
Eu sinto muita falta de ter alguém comigo, que possa ouvir essas insatisfações e que possa ouvir como amiga. Me dar conselhos. Que eu pudesse falar tudo.
Eu quero uma amiga.
Eu quero uma amiga.
Eu quero uma amiga.
Eu quero amigas.
Eu quero um grupo de amigas.
Eu quero pessoas que me chamem pra tomar uma cerveja e falar mal da vida e falar mal do namorado e falar mal dos pais e conversar fofocar e se arrumar.
E falar sobre maquiagem e roupas e comprar coisas juntas em lojas pra dividir o frete e dividir um rimel.
Sentar na frente de um espelho e se arrumar juntas. Ter uma noite das garotas e se divertir. Falar sobre coisas que eu não falo com meu namorado.
Eu também queria ter hobbies com elas.
Eu queria ser convidada pra fazer um um esporte.
Eu queria ser convidada para conhecer a mãe delas.
E chamar elas de tias.
Eu queria pedir roupa emprestada, sair pra comprar decoração pra minha casa, tomar um sorvete na rua, bater papo, ter uma inimiga em comum, ter história pra contar, ter uma madrinha pros meus filhos, ter alguém pra contar que eu estou grávida, pra dar muitas risadas sinceras, ver besteira na internet...
Eu queria ser uma pessoa interessante, para que alguém quisesse também chamar minha mãe de tia
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inventando possíveis defeitos
que eu nem cheguei a conhecer
pra ver se dói só um pouco menos
perder quem eu nem cheguei a ter
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te tirar da minha vida foi a melhor coisa
mas não me leve a mal, eu ainda te amo
o que acontece é o seguinte:
você ocupava a maior parte de mim
e um dia eu conheci outra pessoa
eu conheci quem deveria estar ali
eu me conheci e reconheci quem eu sou
e aí eu percebi
que o espaço que eu deveria ocupar, já estava ocupado por você
então eu tive que tirar
pra me ocupar de novo
isso doeu muito
ainda dói
mas se eu não tivesse tirado
eu ainda seria só metade
e isso doeria ainda mais
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chega a ser triste ver que um ano atrás eu estava na mesma. é um misto de sentimentos que me voltam pro mesmo lugar. chorar sozinha é pra chamar atenção de quem? quem sou eu? o que eu quero? onde foi que eu me perdi? vale a pena jogar tudo pro alto e voltar atrás? ou é aí que eu perco tudo de uma vez?
eu quero descobrir a resposta pra tudo isso, mas é simplesmente... difícil.
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