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Caliban Barbăneagră-Cantacuzino | 35 years | Blue | Prince of Valdumbrǎ & Duke of Drǎcovia
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calibancantacuzino · 4 days ago
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❝Príncipe de Valdumbrǎ e duque da Drăcovia, irmão mais novo do rei de Valdumbrǎ e filho mais velho de sua rainha.❞ Se apresentou da pior forma possível, por que talvez gostasse da ideia de deixar os outros tão escandalizados com a informação quanto ele mesmo ficou quando a mãe se casou com o meio irmão mais velho dele. Apenas anuiu com a cabeça perante a fala alheia, a constatação sincera da outra era apenas um fato educado, mas que ela não tivesse se afastado até então foi tomado por ele como uma mostra de que ela não estava desconfortável ainda. ❝Apenas observando, ainda que esteja longe de ser o mais devoto anil que conhecerá por aqui... Meu reino é conhecido por não ser muito ortodoxo quanto nossa religiosidade. E ouso dizer, que foi ideia do próprio Magisterium colocar essa fonte aqui... A real pergunta deveria ser qual a intençõa deles, não? Se for um teste, muitos falharam essa noite.❞
Não era boa distinguindo nações e suas divergências, então ao repousar os olhos no outro, não fazia ideia de onde vinha ou o que fazia — mas para a princesa ainda movida pela raiva, eram todos desprezíveis até que se provasse o contrário. Olhou o príncipe de cima a baixo, numa tentativa falha de esconder o preconceito; era forte, não cínica. — Não sei quem é você. — Disse simplesmente, mas não o expulsou; sequer tinha esse poder. Para alguém que estava refém de um reino o qual o Magisterium apoiava as ações, a norueguesa estava agindo como uma suicida, e esse pensamento fez que voltasse novamente o olhar para Caliban, e abrisse um sorriso tímido. — Não sou dona desse lugar; pode ficar o quanto quiser. — Disse em sinceridade, apontando com o queixo para o lugar vazio ao seu lado. — O que um devoto da fé anil faz na fonte dos pecados, posso saber?
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calibancantacuzino · 4 days ago
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O toque dela no próprio queixo, o silêncio estudado, a pausa medida — Caliban percebeu tudo. Não precisava de muito para entender quando alguém estava escolhendo o peso exato de uma resposta, e, ainda assim, ele deixou que ela brincasse com o tempo. Não porque fosse paciente, mas porque sabia que cada segundo de espera a tornava mais valiosa. Quando veio a provocação sobre a criatividade, ele riu baixo, lento, um som que mais parecia um reconhecimento do desafio do que qualquer tipo de ofensa. ❝Uma carta manuscrita? Interessante… Mas tenho medo que, se eu começar a escrever, você acabe recebendo algo perigoso demais para guardar na gaveta.❞ A pausa veio com um sorriso enviesado, um que carregava aquela dose exata de ameaça e promessa. ❝Mas, já que quer criatividade, prometo que posso fazer pior do que isso.❞ O tapinha no peito foi recebido como se fosse um selo — não de aprovação, mas de provocação. Caliban sabia exatamente quando alguém queria que ele provasse algo… E Martina acabara de assinar esse contrato sem perceber, como era o caso da maioria que acabava em pacto com os Cantacuzino. ❝É… Tudo que nos convém é sempre mais interessante. Por isso é raro.❞
Quando ela falou de Valdumbră, os olhos dele brilharam por um instante, não de nostalgia, mas de reconhecimento. ❝Saudade de lá? Então já sabe: quem sobrevive a Valdumbră sobrevive a qualquer lugar. E você… Não é do tipo que quebra fácil.❞ A frase sobre não merecer coisas boas arrancou dele uma risada breve, quase seca. ❝Ninguém merece. Por isso é tão doce quando conseguimos.❞ E em Valdumbră não era sobre merecer ou ser digno, ninguém se importava com dignidade ou honra nas terras sombrias. Algo do qual ela foi apresentada em seu tempo lá, ainda que tivessem sido bem mais leves com ela... Afinal, os forasteiros demoram a se habituar aos costumes locais e as diferenças culturais, especialmente, quando se dão conta de nunca mais irão partir de lá. O arrepio que passou pelo corpo dela, ele sentiu. Não comentou. Não precisava. Guardaria aquilo no bolso, junto com todos os pequenos segredos que ela deixava escapar sem perceber e ele notava, sempre notava quando se tratava da Bourbon. ❝Então, outro dia. Mas saiba que dias passam rápido demais quando você não está olhando.❞ E, antes de soltá-la por completo, inclinou-se só o suficiente para que ela sentisse o sopro da frase mais do que ouvisse. ❝Quanto à outra coisa… cuidado, Bourbon. Eu sempre coleto o que me é devido.❞ E então, fez uma breve reverência, puxando a mão dela para depositar um leve selar nas costas dela e se afastar por dentre as sombras do salão. Mesmo enquanto se afastava, os olhos azuis se mantiveram fixos na figura da princesa, quase como um doce acalento de que mesmo ao partir, ele jamais a deixaria sozinha.
Encerrado
               inclinou  a  cabeça  ,  o  dedo  enluvado  tocando  o  próprio  queixo  como  quem  estava  refletindo  —  quando  ,  na  verdade  ,  só  estava  se  divertindo  em  deixar  caliban  esperar  pela  resposta  .  um  segundo  de  silêncio  ,  um  olhar  de  cima  a  baixo  como  se  medisse  a  “qualidade”  da  pergunta  dele  ,  e  então  um  suspiro  quase  preguiçoso  .       ‘   criatividade  ,  talvez  ?  você  não  é  um  artista  ?  esperava  uma  carta  manuscrita  .   ’       a  voz  tingida  de  uma  provocação  leve  ,  quase  um  convite  disfarçado  para  caliban  tentar  algo  que  a  surpreendesse  .  era  claro  que  a  régua  que  martina  carregava  para  o  tratamento  que  aceitava  era  alta  —  injustamente  alta  ,  talvez  .  mas  ela  não  queria  que  ninguém  se  sentisse  na  obrigação  de  atravessá-la  .  e  ,  por  mais  que  brincasse  ,  havia  ali  uma  exigência  genuína  ,  um  filtro  que  só  ela  mesma  conseguia  explicar  .  ela  deu  de  ombros  ,  quase  resignada  ,  e  bateu  um  tapinha  suave  no  peito  dele  ,  como  quem  conforta  um  amigo  que  se  esforça  .       ‘   essa  não  funcionou  ,  mas  confio  no  seu  potencial  para  melhorar  .   ’       por  um  breve  instante  ,  o  pensamento  surgiu  …  será  que  queria  mesmo  que  ele  subisse  o  nível  por  ela  ?  queria  que  caliban  a  tirasse  daquele  jogo  morno  e  previsível  ?  a  ideia  soou  atraente  ,  mas  logo  a  abandonou  .  a  melancolia  da  próxima  fala  dele  fez  com  que  seu  sorriso  vacilasse  .  os  olhos  desviaram  ,  preferindo  guardar  o  silêncio  ,  porque  ela  conhecia  bem  aquele  sentimento  de  perda  .  ainda  bem  que  o  sorriso  logo  voltou  ao  rosto  com  aquela  prepotência  que  o  outro  exibia  .       ‘   tudo  que  nos  convém  é  sempre  mais  interessante  ,  não  é  ?   ’       
martina  sentiu  a  risada  diminuir  ,  quase  se  desfazendo  num  suspiro  contido  ,  como  se  aquele  momento  arrancasse  dela  uma  pequena  trégua  da  armadura  que  sempre  carregava  .  a  fala  dele  não  a  causou  vergonha  —  longe  disso  .  ela  não  se  considerava  uma  pessoa  fácil  de  envergonhar  ,  nem  tampouco  alguém  que  se  deixasse  abalar  por  pequenos  deslizes  .  ainda  assim  ,  havia  algo  naquele  momento  que  a  desconcertava  .       ‘   tudo  em  valdumbră  é  excêntrico  ,  mesmo  .  sinto  saudade  de  lá  …  às  vezes  .   ’       visitou  o  país  poucas  vezes  com  gheorghe  ,  e  mesmo  que  fosse  bem  diferente  de  castilla  ,  ainda  era  um  lugar  interessante  .       ‘   de  qualquer  forma  ,  não  sei  se  tenho  andado  muito  merecedora  de  coisa  boa  ultimamente  .   ’       ela  não  o  dizia  para  que  ele  tivesse  pena  ,  muito  menos  para  se  afundar  em  melodrama  ;  era  uma  espécie  de  aviso  disfarçado  ,  um  sinal  para  ele  diminuir  as  expectativas  que  pudesse  criar  em  relação  a  ela  .  o  giro  repentino  de  caliban  a  surpreendeu  ,  e  o  vestido  rodou  com  o  movimento  ,  espalhando  a  cauda  no  chão  e  quase  fazendo  martina  quase  perder  o  equilíbrio  .  por  instinto  ,  ela  se  apoiou  no  peito  dele  ,  sentindo  o  calor  da  pele  sob  a  luva  ,  um  contato  que  ,  embora  breve  ,  provocou  um  arrepio  inesperado  .  ela  rapidamente  recuperou  a  compostura  ,  puxando  o  rosto  para  longe  e  trocando  o  desconforto  por  uma  expressão  quase  impassível  .       ‘   talvez  outro  dia  .  já  paguei  a  minha  aposta  ,  listillo  .  mas  ,  se  quiser  ,  podemos  fazer  outra  coisa  .   ’ 
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calibancantacuzino · 5 days ago
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O olhar se desviou para Darian, estudando-o por um instante, como quem pesa a proposta mais pelo valor simbólico do que pelo líquido em si. Era verdade que já havia cedido a tentações piores que aquela, e não seria a primeira vez que a culpa seria compartilhada como se fosse um brinde, ainda que ele raramente se culpasse de verdade por algo. ❝A culpa é um fardo mais leve quando se divide, ministro.❞ Murmurou, voz grave, mas sem qualquer pressa nas palavras, como se estivesse assinando um pacto tácito. ❝Se bebermos, que seja por algo que valha o arrependimento... Ou pelo menos por um erro memorável.❞ Um meio sorriso surgiu, breve o bastante para desaparecer antes que pudesse ser considerado gentileza. Ponderava quais poderiam ser as transgressões que sucederiam beber daquela fonte, certamente nada pior do que aquilo que já estava habituado em seu próprio reino. ❝Então sim… eu bebo com você.❞
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  ✽  𝑜𝑛𝑑𝑒: a fonte do pecado.
  ✽  𝐜𝐨𝐦: @calibancantacuzino
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por mais que sua mente estivesse um caos depois dos acontecimentos da noite e darian continuasse totalmente indisposto a encarar um perigo como o daquela fonte, ainda assim ele se via voltando até lá. era mais um dilema moral do que qualquer outra coisa. se ele bebesse, faria alguma coisa errada e essa era parte do conceito. o que faria, era a questão. seria algo estúpido o suficiente para perder o emprego? o ministro olhou para o lado, vendo outro homem que parecia ponderar as mesmas coisas que ele. “se eu beber, você bebe comigo?” propôs, quase como algo contratual e solene. “sinto que não preciso de algo mágico para me fazer cometer erros esta noite, mas seria bom poder transferir a culpa.” seu maior erro ainda estava andando por aí e ele se perguntava se poderia cometer algo pior ainda. esquecer de como desdenhou da sorte que tinha e da posição que lhe cabia.
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calibancantacuzino · 5 days ago
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❝E por que se importaria?❞ Rebateu de imediato, por que não pretendia deixar que ela escapasse sem uma resposta satisfatória. Era o mínimo que lhe devia quando era ela a começar a interação, ao menos era dessa forma na visão de Caliban. Notou o desviar de olhos da princesa, o suficiente para que o canto dos lábios do duque se curvassem minimamente. Arqueou uma sobrancelha perante a menção a fatos terríveis e o sentimento de culpa, agora uma centelha de curiosidade surgindo nas íris azuis. ❝Que fatos terríveis que está a falar, Devine? E que motivos existem para que se sinta culpada?❞ Indagou sem conseguir conter a curiosidade, ainda que se ela rejeitasse falar, ele poderia muito bem arrancar dela através de uma simples performance. O aperto de mão não lhe trouxe qualquer acalento, apenas intensificou o olhar sobre ela. ❝Posso? Suas palavras anteriores não foram exatamente do tipo que inspira confiança, princesa.❞
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"— Por que eu não me importaria?" Era uma pergunta óbvia na sua cabeça, não tinha motivos para uma negação. Ele era seu ex cunhado. Ela devia ter carinho, devia cuidar dele. Bom, ele não era mais nada seu, então apenas restava o cuidado. E céus, Devine queria muito acreditar que era apenas isso, por isso desviava o olhar. Se ficasse focada naqueles olhos azuis, pensaria em coisas que não devia. "— Não revelei nada profundo além de um fato, Caliban. E não bebi nada, eu apenas.... Acho que é importante ressaltar quando nos importamos com alguém. Ainda mais depois de fatos terríveis que aconteceram e que você se sente culpada." Falou demais. Mais do que falava com qualquer outra pessoa. Os olhos ficaram fixados na orquestra. "— Nunca falei, mas sinto muito." Não explicou o porquê, porém, a mão gentilmente apertou a dele. Um sinal de carinho. Não deveria. Laurent ficaria bravo. Muito bravo. Sage também. "— Sabe que pode contar comigo, certo? Pra....tudo."
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calibancantacuzino · 5 days ago
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Caliban deixou que o silêncio se estendesse por um instante, observando o rapaz com aquele olhar que mais parecia pesar e medir as palavras antes de soltá-las. Um canto do lábio ergueu-se, quase imperceptível. ❝Vinte e dois, então... Idade de achar que já se viu o suficiente, mas ainda longe de ter encarado os piores fantasmas.❞ Girou levemente a taça nas mãos, deixando o vinho tingir o cristal de rubro, como se o movimento fosse mais interessante que o próprio assunto. ❝Não é que me perca nas memórias, Cedric... É que algumas se recusam a me soltar. São como paredes que se fecham em volta, mesmo quando jura que está no mundo aberto.❞ Ao ouvir o palpite sobre sua idade, soltou um riso curto, seco. ❝Quarenta? Que bondade a sua. Alguns dias me sinto com sessenta, outros, com vinte, embora raramente pelos motivos certos. Inclinou-se ligeiramente para frente, como quem devolve a provocação. ❝E não sei se sombrio é a palavra correta. Prefiro dizer... Calejado. A sombra é só a cicatriz visível de onde a luz já não entra.❞ Por fim, ergueu a taça num brinde contido, os olhos fixos nos dele. ❝Talvez um dia você descubra que certas perguntas só encontram resposta quando já é tarde demais. Até lá... Aproveite seus vinte e dois. Eles passam antes que perceba.❞
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  ✽  lembranças... bem, disso cédric entendia. só de pensar no conceito geral de lembranças e suas memórias, ele já se encontrava em um estado de vontade. vontade de entrar em uma memória. naquela memória específica ou então em uma memória boa, algo que fosse positivo em meio ao caos de sua mente. seu vício era evidente. “não é bom se perder em memórias. acredite, eu sei melhor do que ninguém.” às vezes, até, ele literalmente se perdia em memória. ia parar em lugares que não conhecia tanto e se enfiava em lugares onde não conseguia dar a volta para o início. era desesperador. ele gostaria de saber como era se perder em memórias apenas da maneira figurada. “senhor, eu tenho vinte e dois anos, não dez.” cédric sorriu. não se importava em ser tratado como criança, era curioso e engraçado acima de tudo. “acho que as coisas que me tornaram quem eu sou pouco tem a ver com a minha idade. as coisas comigo pularam questões de idade.” ele não era indiscreto, mas agora olhava para o homem com mais atenção. belo, com certeza, e de mais idade. chutaria uns trinta, talvez menos, mas semicerrou seus olhos. “e o senhor teria... quarenta? não chega a ser o dobro da minha idade, então não se sinta tão velho, mas... com uma idade mais avançada, o que lhe tornou tão sombrio?” era uma brincadeira com a fala do outro, levando ao outro oposto.
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calibancantacuzino · 5 days ago
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Sequer respondeu o questionamento que julgou ser apenas uma retórica e não uma dúvida real. A sequência que seguiu nas palavras alheias foi recebida com um arquear de sobrancelha leve. ❝Intenção duvidosa, é? Interessante escolha de palavras.❞ Sendo de reinos tão parecidos, era esperado que as relações externas seguissem bem, contudo não era dever de Caliban se preocupar extensivamente com esse tipo de coisa. E também havia o fato de viver tranquilamente sobre o fato do poder geracional da família, os pactos eram herdados e passados por gerações, o suficiente para que os pactos se estendessem no mínimo com toda a Europa e Ásia. ❝Será mesmo? Até o momento não me apresentou nada profundamente relevante sobre Durmoren, mas talvez seja apenas uma falta de conversa diplomática, não é?❞ Sugeriu em sarcasmo, tomava a ofensa não só por Vladan como por si mesmo que também era um duque. ❝Se fosse você não iria desmerecer outros nobres, sua corte certamente não gostaria de tal coisa.❞ Alertou como se importasse com o outro, mesmo que o rei fosse supremo, sem apoio da corte se tornava apenas mais um peão a ser derrubado no tabuleiro. Ou no caso deles, arrastado pelas sombras e esquecido em tormento eterno. A menção a Gheorghe fez com que o corpo de Caliban ficasse tenso, ainda era um tópico delicado e o deixava desconfortável o suficiente para que fosse transparente. ❝Sem noticias até o momento... É de se presumir que já tenha partido para o além, ainda que o rei se recuse a acreditar nisso, nossos rituais já tem começado a serem preparados para honrar Gheorghe da melhor forma possível.❞
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               ‘   era  para  ser  engraçado  ?   ’       perguntou  ,  e  embora  a  voz  tenha  saído  num  tom  baixo  e  controlado  ,  havia  ali  uma  rispidez  .  assim  que  terminou  de  falar  ,  percebeu  o  deslize  e  então  acrescentou  com  um  meio  sorriso  que  se  pretendia  conciliador  .       ‘   perdoe-me  .  às  vezes  demoro  a  decifrar  certos  …  humores  .  sobretudo  os  de  intenção  duvidosa  .   ’       aquela  era  a  nova  versão  de  niklaus  tentando  ser  simpático  —  ou  ,  no  mínimo  ,  não  declaradamente  hostil  .  aceitou  o  silêncio  que  se  seguiu  como  um  refúgio  breve  ,  antes  de  assentir  levemente  com  a  cabeça  ,  mantendo  o  olhar  distante  ,  como  se  pudesse  ver  durmoren  através  da  neblina  .  havia  ,  de  fato  ,  sombras  demais  em  seu  reino  .  algumas  profundas  o  suficiente  para  engolir  homens  inteiros  .       ‘   imagino  que  o  herdeiro  legítimo  de  durmoren  conheça  melhor  seu  próprio  reino  do  que  …  um  mero  duque  .   ’       a  palavra  foi  dita  com  uma  pausa  exata  ,  não  escondendo  o  desdém  completamente  .  não  precisava  citar  vladan  diretamente  para  fazer  efeito  .  um  sorriso  cortês  voltou  a  tocar  seus  lábios  ,  mas  outra  vez  não  ousou  alcançar  os  olhos  .  era  apenas  um  músculo  se  contraindo  porque  deveria  .       ‘   que  bom  que  seu  sobrinho  tenha  com  quem  contar  .  inclusive  ,  já  encontraram  o  outro  ?  faz  um  bom  tempo  ,  não  ?   ’ 
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calibancantacuzino · 5 days ago
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Quando ela o acusou de filósofo bêbado, ergueu apenas uma sobrancelha, deixando que um sorriso enviesado surgisse, lento, como se fosse a conclusão óbvia de um pensamento perigoso. ❝E o que exatamente você sugere que eu use, Mar?❞ A provocação veio carregada de falsa inocência. ❝Porque, se for pra te puxar pros meus joguinhos, prometo que posso subir bastante o nível.❞ O desvio rápido do olhar dela não passou despercebido. Caliban percebeu cada microexpressão como quem lê um mapa antigo, e resolveu não expor nada… Ainda. Apenas inclinou o rosto como quem reconhece um ponto fraco, mas o guarda para usar mais tarde ou não. ❝Segurança na monotonia é pro homem que tem algo a perder. Eu já perdi tudo, então só me resta o imprevisível.❞ Ainda que sim, ele gostava de ser uma contradição ambulante e considerava isso uma constante na alma de um artista. Quando ela rebateu que “não foi isso que disse”, ele riu de leve, sem perder o passo da dança. ❝Foi o que eu ouvi. E, convenhamos, minha versão é muito mais interessante que a sua.❞ Provocou com uma leve pontada de arrogância, uma que surgia pontualmente para lhe tirar uma reação e nada mais. E talvez ele realmente não devesse fazer nenhuma daquelas coisas, mas como poderia pensar inteiramente racionalmente quando Martina bagunçava tudo a volta de Caliban.
O toque dela nas costas foi recebido como uma vitória silenciosa — não pelo gesto em si, mas pelo fato de que ela o ajustava, como se já tivesse aceitado estar ali, mesmo que justificasse pela aposta. Então, quando a gargalhada escapou com a música, ele se inclinou um pouco mais, claramente saboreando a reação com um sorriso no rosto. ❝Aí está... Muito melhor do que qualquer tango em dó menor.❞ Por que a risada dela era melhor do que qualquer tragédia que ele poderia ofertar, era melhor do que qualquer tom sombrio que ele poderia tocar, até por que a única coisa que merecia ser tocada naquele momento era ela. Ao ouvir que era “cafona, mas inesperado”, deixou escapar um riso mais aberto. ❝Cafona? Não. Chamamos de tradição excêntrica em Valdumbră. E você merece o que não consegue prever, Bourbon.❞ Pausou só para guiá-la em um giro, a mão firme na cintura. ❝Sombrio e dramático eu já sou todos os dias. Hoje, resolvi ser luz, mas uma luz que cega, não se acostume.❞ E, com um último olhar enviesado, como quem planta uma dúvida proposital, completou: ❝Agora… se quiser mesmo o seu tango dramático, posso providenciar. Só não prometo que eu não vá transformá-lo em algo tão cafona quanto eu quiser.❞
               a  bourbon  já  tinha  aprendido  a  calar  o  coração  com  a  mesma  destreza  com  que  afinava  o  tom  da  voz  .  então  foi  fácil  se  recuperar  dos  pensamentos  anteriores  .  era  um  trabalho  constante  precisar  se  restabelecer  de  verdades  que  ninguém  sabia  e  de  mentiras  que  teve  que  contar  até  para  si  mesma  .  não  era  sobre  superar  um  amor  partido  ;  era  sobre  sobreviver  ao  fardo  de  algo  que  escolhera  fazer  .  mesmo  que  acidentalmente  .  fingir  que  gheorghe  a  abandonara  no  altar  era  infinitamente  mais  fácil  do  que  admitir  o  que  havia  ,  de  fato  ,  acontecido  .  afinal  ,  se  fosse  ela  a  vítima  ,  as  pessoas  teriam  pena  .  se  fosse  a  culpada  ,  perderia  tudo  .  então  ,  quando  caliban  voltou  a  falar  ,  ela  revirou  os  olhos  sem  pensar  duas  vezes  .  fingiu  um  toque  nos  ombros  dele  com  a  ponta  dos  dedos  ,  seco  e  leve  como  se  espantasse  um  mosquito  incômodo  .       ‘   você  vai  precisar  de  bem  mais  do  que  perguntas  de  filósofo  bêbado  pra  me  puxar  pros  seus  joguinhos  mentais  .   ’       rebateu  ,  com  um  meio  sorriso  nos  lábios  ,  como  se  estivesse  cansada  demais  para  se  ofender  .  mas  a  segunda  fala  dele  fez  com  que  ela  desviasse  o  olhar  rapidamente  e  fingisse  mexer  nos  dardos  dispostos  ao  lado  ,  como  se  estivesse  considerando  lançar  um  .  sabia  muito  bem  o  que  ele  queria  dizer  com  aquilo  .  e  era  até  injusto  com  ela  que  ele  manifestasse  aquele  tipo  de  pensamento  .  sabia  que  ,  se  tivesse  conhecido  caliban  em  qualquer  outro  tempo  que  não  aquele  ,  talvez  as  coisas  fossem  diferentes  .  mas  não  eram  .  e  porque  não  eram  ,  ela  se  proibia  de  permitir  que  aquilo  existisse  .  e  o  que  não  se  permite  ,  não  se  nomeia  .  e  o  que  não  se  nomeia  ,  morre  .  então  ,  voltou  o  rosto  devagar  ,  agora  com  o  mesmo  sorriso  descomprometido  de  antes  .       ‘   pensei  que  tivesse  dito  que  é  justamente  na  monotonia  que  você  busca  segurança  .  está  se  contradizendo  ,  caliban  ?   ’       puxou  o  assunto  anterior  para  provocá-lo  .
martina  já  estava  quase  desistindo  da  pirraça  —  quase  .  era  exaustivo  fingir  que  não  se  divertia  com  aquelas  provocações  ,  mas  também  era  exaustivo  fingir  que  não  gostava  .  a  dualidade  parecia  ser  o  novo  normal  entre  ela  e  caliban  .  quando  ele  distorceu  suas  palavras  ,  como  sempre  fazia  ,  ela  suspirou  fundo  .       ‘   não  foi  isso  o  que  eu  disse  .   ’       rebateu  de  imediato  ,  sua  voz  embebida  em  exasperação  .  a  frase  veio  pontual  ,  seca  ,  mas  não  hostil  .  quando  sentiu  a  mão  dele  pousar  em  sua  cintura  ,  não  fez  nenhum  movimento  de  recuo  ,  tampouco  soltou  qualquer  reação  visível  .  se  estava  ali  ,  era  porque  havia  perdido  uma  aposta  e  ,  como  tudo  em  sua  vida  ,  honraria  a  palavra  .  mas  então  ,  caliban  começou  a  cantar  .  martina  demorou  um  segundo  para  processar  a  escolha  e  quando  se  deu  conta  ,  uma  gargalhada  escapou  por  entre  os  lábios  .  tentou  conter  ,  abafando  o  riso  contra  o  ombro  dele  ,  como  se  fosse  uma  reação  involuntária  .  e  era  .  quando  se  recompôs  ,  afastou  o  rosto  só  o  suficiente  para  olhar  para  ele  de  novo  ,  com  uma  sobrancelha  arqueada  .       ‘   devo  admitir  …  foi  inesperado  .   ’       a  mão  dela  subiu  pelas  costas  dele  em  um  gesto  ensaiado  ,  ajustando  sua  postura  no  ritmo  da  dança  improvisada  .     ‘   um  pouco  cafona  .  mas  inesperado  .   ’       mesmo  reclamando  ,  seus  pés  seguiam  os  movimentos  com  naturalidade  ,  guiados  com  suavidade  pela  condução  dele  .     ‘   esperava  algo  mais.  ..  sei  lá  ,  sombrio  e  dramático  vindo  de  um  duque  decadente  de  valdumbrǎ  .  talvez  um  réquiem  .  ou  pelo  menos  um  tango  em  dó  menor  .   ’ 
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calibancantacuzino · 6 days ago
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Guy Remmers as Theo, Duke of Tintagel The Buccaneers (2023–)│2.04 "Ice Cream"
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calibancantacuzino · 12 days ago
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❝Poderia dizer o mesmo, claramente meu senso de humor lhe é imperceptível, alteza.❞ Rebateu quase que de imediato, ou talvez apenas fosse paranoia do outro, contudo, não poderia o julgar sem ser um hipócrita. Não que ele se importasse de ser hipócrita, mas ainda assim. ❝Tudo segue pelas sombras então, uma grande alegria realmente.❞ Comentou em tom neutro, em Valdumbrǎ seguir pelas sombras era o único caminho aceitável já que a luz e o sol eram conceitos não muito amados pela terra do lendário Drácula. Caliban teve muito de se adequar durante a infância, onde esperava por algo diferente e talvez houvesse esperança de luz e alegria legítima como era para os outros. O que não durou muito, a energia sombria das terras valdumbrianas assombrava todos e os relembrava que não havia para onde fugir, restava apenas sucumbir. ❝Não é necessário que me diga isso, mantenho uma ótima comunicação com Vladan, como bem sabe... Contudo, acho que é sempre bom checar o quão informado está o herdeiro do reino... Veja bem, meu sobrinho é sempre bem instruído.❞
               quando  por  fim  se  virou  para  encarar  o  outro  rapaz  ,  o  fez  com  a  compostura  de  quem  desfila  um  novo  rosto  .  sua  versão  domesticada  ,  polida  ,  ensaiada  até  o  último  gesto  .  inclinou  ligeiramente  a  cabeça  em  cumprimento  ,  os  olhos  azuis  semicerrados  numa  expressão  neutra  ,  difícil  de  ler  .  não  odiava  caliban  ,  longe  disso  .  mas  ele  era  próximo  demais  de  vladan  ,  e  isso  colocava  automaticamente  uma  camada  de  cautela  entre  eles  .  franziu  levemente  o  cenho  ao  ouvir  a  provocação  .       ‘   nem  tudo  precisa  ser  levado  ao  pé  da  letra  ,  caliban  .   ’       respondeu  ,  com  uma  polidez  elegante  demais  para  ser  ofensiva  ,  mas  também  longe  de  ser  calorosa  .       ‘   durmoren  vai  bem  ,  obrigado  por  perguntar  .  as  árvores  ainda  crescem  torcidas  ,  os  corvos  ainda  sabem  os  nomes  das  crianças  .  tudo  como  deve  ser  .   ’       um  leve  sorriso  tocou  seus  lábios  ,  mas  não  se  atreveu  a  alcançar  seus  olhos  .       ‘   se  tiver  mais  curiosidades  ,  recomendo  perguntar  diretamente  ao  vladan  .  ele  também  é  de  lá  ,  afinal  .   ’ 
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calibancantacuzino · 12 days ago
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Os olhos de Caliban não desviaram em nenhum momento, nem mesmo quando a primeira ironia lhe atravessou como um espinho fino entre as costelas. Tampouco quando as palavras dela se ergueram afiadas como punhais banhados de ouro. A linha de sua mandíbula se tensionou por um instante, traindo o incômodo que sentiu, mas não cedeu. Não era esse tipo de homem. Nunca foi. ❝Se o mundo fosse guiado por quem fala mais alto e gira melhor no centro de um salão, talvez estaríamos todos sob sua tutela, alteza.❞ A voz saiu serena, quase cortês demais para o veneno que carregava. ❝Mas ainda prefiro viver de tragédias bem escritas do que de comédias medíocres disfarçadas de luz.❞ Aproximou-se um passo. Não por ameaça, por presença. O tipo de presença que pesava no ar como uma cortina espessa e escura. ❝Sabe, Kiranmayi, não costumo culpar filhos pelos pecados dos pais , salvo quando os filhos os repetem com tanto orgulho.❞ O nome foi dito com clareza, sem escárnio, mas com o peso ritualístico de quem nomeia uma deidade adversária antes da batalha. ❝E quanto ao meu sobrinho... Não preciso de provas para carregar luto. Nem para carregar raiva. Só preciso da ausência. E essa, ele me deixou em abundância.❞
A fala sobre sua suposta falta de serotonina arrancou um sorriso irônico de canto, sem brilho nos olhos. ❝Engraçado... Todos acham que um homem precisa sorrir para provar que vive. Mas talvez o erro esteja em confundir euforia com plenitude.❞ O tom dele não era defensivo, era quase didático como se tentasse ensinar um conceito que sabia que ela não aceitaria ou seria incapaz de compreender. ❝Minha arte tem tragédia, sim. E dor. E morte. Porque carrego o luxo de não fingir que o mundo é feito só de girassóis e danças no pôr do sol.❞ Deixou o silêncio pairar por um momento antes de concluir, com a frieza elegante que apenas os homens feridos sabem executar, apenas quem já passou por lamentos indescritíveis. ❝Mas agradeço o conselho. Procurarei ajuda, se me prometer fazer o mesmo não por falta de serotonina, mas por excesso de negação. Porque o mundo não vai se curvar à sua luz só porque você grita mais forte.❞ E então, curvou levemente a cabeça, como se encerrasse uma peça. ❝Foi... uma conversa revigorante, princesa. Espero que um dia saiba dançar com a sombra também. Ela tem muito a ensinar.❞
Encerrado
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as   orbes   castanhas   repousam   sobre   a   face   dele,   sem   pressa,   ao   que   um   risinho   baixo   lhe   escapa   as   narinas.         ❛   parabéns,   senhor   não   sou   arrogante.   deve   ser   ótimo   ser   tão   experiente   e   até   hoje   não   ter   descoberto   um   jeito   de   performar   sem   parecer   que   está   arrancando   um   ciso.   ❜         a   curvatura   dos   lábios   se   alarga   com   a   mesma   arrogancia   que   ele   oferta.   suas   palavras   são   pronunciadas   numa   voz   suave,   quase   dócil,   mesmo   quando   não   disfarça   a   ironia.   calahan    ——    ela   pensa,   não   por   implicancia,   mas   por   acreditar   fielmente   ser   o   nome   dele    ——    é   bonito.   um   fato   assim   mayi   jamais   nega,   mesmo   quando   a   pessoa   se   esforça   para   ser   tão   inconveniente.   no   entanto,   basta   a   menção   de   sua   família   para   que   a   frente   despreocupada   que   costuma   ostentar   se   rache,   e   os   fios   de   luz   que   dançam   pelos   seus   olhos   e   pela   pele   tomam   um   ar   mais   feroz.   quase   em   aviso.         ❛   se   você   ainda   acredita   que   rudrahan   tenha   qualquer   coisa   a   ver   com   o   desaparecimento   dele,   então   sua   inteligencia   é   tão   precária   quanto   seu   carisma   e   modos.   ❜         a   princesa   declara   num   tom   baixo,   carregado   de   firmeza.   seu   lado   protetor   não   abre   espaço   para   qualquer   dúvida.   não   que   elas   não   existissem....   rudrahan,   como   ela,   é   tão   imprevisível   quanto   é   poderoso.   mas   diferente   dela,   é   marcado   pela   raiva    ——    a   ira   dourada,   como   o   chamam.   matar   um   príncipe   não   seria   nada   para   quem   lidera   o   melhor   batalhão   de   seu   reino.   mas   ele   havia   dito   que   não   o   fez.   e   kiranmayi   acredita.   mesmo   com   dúvidas,   mesmo   com   o   universo   contra.   ela   acredita.         ❛   o   que   eu   acho   é   que   você   é   um   homenzinho   egocentrico.   tão   absorvido   em   suas   opinões   que   acredita   que   apenas   elas   importam.   ❜         e   dessa   vez,   não   tenta   disfarçar   o   revirar   de   seus   olhos,   suas   narinas   ligeirmente   infladas   diante   os   absurdos.   poderia   apontar   que   sua   vida   desenrolou   quase   inteiramente   ao   som   de   m��sica   e   em   números   de   dança.   surakshya   é   o   reino   do   sol,   mas,   para   mayi,   é   o   reino   da   vida    ——    o   lugar   onde   tudo   aquilo   que   a   representa   é   abraçado   e   celebrado:   luz,   comida,    música,   arte,   solidariedade,   mas...         ❛   o   que   eu   acho   é   que   não   preciso   defender   a   mim   ou   minha   família   de   alguém   cuja   arte   só   possui   tragédia,   sem   nenhuma   vida.   e   honestamente,   também   acho   que   você   deveria   procurar   ajuda,   porque,   às   vezes,   o   que   você   chama   de   um   estilo   de   vida,   é   apenas   falta   de   serotonina.   ❜
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calibancantacuzino · 12 days ago
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Assentiu perante a afirmação de que ela não era de se arrepender, não costumava pensar o contrário a cerca dela, sempre lhe pareceu firme com suas decisões e um tanto orgulhosa demais para voltar atrás depois delas. ❝Sabe mesmo ou apenas sabe que sabe?❞ Tanto um questionamento quanto uma leve provocação quando ela afirmou saber escolher o que bebia, por que sabiam que aquela conversa ia para muito além do que apenas bebida. E ainda que julgasse a Bourbon como uma pessoa de bom senso, certamente muito maior do que ele, ainda assim sabia como era ceder a escolhas duvidosas em momentos mais sensíveis e ou complicados. E havia sido por isso que havia se esforçado para permanecer perto dela desde o desaparecimento de Gheorghe, ainda que talvez ele mesmo estivesse sempre a beira de fazer tudo que julgaria qualquer outro por fazer... Contudo, era diferente quando com ele, Caliban não fazia nada no intuito de ferir o sobrinho desaparecido ou de alguma forma arrancar o que ele tinha dele, apenas não era capaz de controlar suas vontades e sentimentos que surgiam perante o tempo. ❝Creio que o simplório seja tediante demais para qualquer um de nós, Mar... ❞ Ao contrário dela, não havia qualquer tom de quase brincadeira no que dizia. A situação era mais complicada do que qualquer um dos dois poderia complicar ou sequer prever, mas qual seria a graça se fosse simples? Compartilhariam dos mesmos olhares se tivessem se conhecido em calmaria e nada tempestuoso viesse pelo caminho? Era impossível dizer, mais um dos diversos questionamentos que jamais teriam respostas.
Sorriu quando ela o refutou, por que é claro que ela iria... E talvez fosse essa uma das coisas que gostava tanto em Martina, ela jamais pensava duas vezes antes de discordar dele. Nunca buscava o ofender é claro, mas tampouco buscava o agradar quando discordava de algo e era aquela autenticidade que ele tanto admirava nela. ❝Encantador, você diz? Hum... Então, vou tomar como elogio de toda forma. Já que me acha encantador.❞ Distorceu as palavras dela sem problema algum, retirando apenas a parte que lhe favorecia e deixando o resto de lado apenas por implicância. Não se importava com os defeitos que pudesse possuir, especialmente não se ela os achasse encantadores. Sorriu outra vez quando sentiu a mão enluvada dela sob a dele, mesmo que o toque não fosse diretamente na pele ainda podia sentir o calor dos dígitos dela e isso era acalento o suficiente para o coração do duque. A outra mão de Caliban foi diretamente para a cintura da princesa a puxando para mais perto de si, começando a guiá-la em uma dança. ❝Não sei quanto a clichê, mas me esforçarei pra ser uma da qual duvido que já tenha dançando com alguém antes dessa forma.❞ E foi assim que ele deu inicio a música que iria cantarolar, que não era nada menos e nada mais que Dancing Queen do ABBA.
               apenas  assentiu  ,  um  gesto  pequeno  ,  mas  suficiente  para  selar  aquele  raro  momento  de  consenso  entre  os  dois  .  sabia  que  voltariam  ao  assunto  em  outro  momento  —  era  sempre  assim  com  caliban  .  começavam  em  uma  provocação  qualquer  e  ,  quando  menos  percebiam  ,  estavam  dissecando  os  alicerces  do  mundo  .  ela  respeitava  aquilo  .  admirava  ,  até  .  caliban  era  um  dos  poucos  homens  que  conhecia  que  realmente  pensava  além  do  óbvio  .  ele  e  …  gheorghe  .  talvez  fosse  de  família  .  ela  mesma  nunca  se  considerou  uma  artista  .  sabia  tocar  piano  com  habilidade  ,  é  verdade  .  lia  com  voracidade  ,  também  .  mas  não  se  via  como  alguém  que  criava  arte  ,  apenas  a  apreciava  .  o  problema  foi  o  que  ele  disse  em  seguida  .  ou  melhor  ,  como  disse  .  um  gosto  amargo  subiu  pela  garganta  .  e  ,  por  um  instante  ,  ela  ficou  completamente  muda  .  martina  bourbon  não  era  o  tipo  que  ficava  sem  palavras  .  porque  ,  no  fundo  ,  era  isso  que  ela  mais  temia  :  ser  alguém  que  só  reconhece  o  valor  das  coisas  quando  já  é  tarde  demais  .  o  problema  é  que  ela  sabia  exatamente  o  gosto  de  um  vinho  que  não  se  pode  mais  ter  .  sabia  o  peso  de  um  arrependimento  que  não  se  dissipa  .  gheorghe  .  o  nome  não  chegou  a  atravessar  os  lábios  ,  mas  preencheu  todo  o  espaço  entre  uma  respiração  e  outra  .  caliban  não  sabia  —  ou  talvez  soubesse  .  mas  não  sabia  da  forma  exata  ,  íntima  ,  brutal  ,  como  aquela  ausência  queimava  dentro  dela  .  gheorghe  não  estava  morto  .  não  exatamente  .  mas  não  estava  ali  .  e  ela  era  a  responsável  por  isso  .  e  nos  momentos  como  aquele  ,  quando  estava  feliz  —  genuinamente  ,  estupidamente  feliz  —  era  quando  mais  doía  .  porque  era  quando  mais  se  sentia  traidora  .       ‘   eu  não  sou  de  me  arrepender  .   ’       a  resposta  escapou  antes  que  pensasse  melhor  .  e  veio  com  um  sorriso  torto  no  rosto  ,  daqueles  que  serviam  para  esconder  um  sentimento  ruim  que  crescia  dentro  dela  .       ‘   geralmente  escolho  bem  o  que  bebo  .   ’       mentira  .  ou  meia  verdade  .  o  que  ,  para  ela  ,  era  quase  a  mesma  coisa  .  martina  não  era  impulsiva  ,  nunca  foi  .  justamente  por  isso  ,  os  poucos  arrependimentos  que  carregava  tinham  o  peso  de  uma  decisão  consciente  .  era  também  o  motivo  pelo  qual  ela  nunca  deixava  ninguém  se  aproximar  demais  —  e  por  isso  ,  por  mais  que  caliban  fosse  tentador  ,  intrigante  e  absurdamente  difícil  de  ignorar  …  ela  não  podia  .  talvez  ele  a  odiasse  se  soubesse  .       ‘   você  realmente  gosta  de  complicar  tudo  ,  caliban  .   ’       disse  ,  num  tom  quase  divertido  .  quase  .
ele  estava  certo  .  ela  não  tinha  provas  ,  mas  tinha  o  faro  aguçado  .  então  a  sua  resposta  foi  apenas  revirar  os  olhos  .       ‘   eu  com  certeza  refuto  essa  ideia  .   ’       rebateu  ,  a  resposta  saindo  automática  ,  pontiaguda  ,  com  aquele  sorriso  torto  .       ‘   diria  que  é  um  dos  seus  defeitos  ,  aliás  .  um  defeito  encantador  ,  talvez  …  mas  ainda  assim  ,  um  defeito  .   ’       a  forma  como  ela  disse  "encantador"  soava  quase  como  uma  acusação  .  mas  a  verdade  era  que  ele  tinha  uma  presença  que  a  desestabilizava  de  um  jeito  perigoso  .  não  porque  ela  fosse  fraca  —  longe  disso  —  ,  mas  porque  detestava  não  entender  as  intenções  de  alguém  .  e  caliban  ,  com  suas  palavras  sempre  carregadas  de  duplo  sentido  ,  a  deixava  como  se  estivesse  andando  por  um  salão  de  espelhos  :  vendo  mil  versões  de  si  mesma  ,  sem  saber  em  qual  confiar  .  ela  suspirou  e  então  estendeu  a  mão  ,  como  quem  finalmente  aceita  uma  aposta  que  não  queria  perder  .     ‘   mas  tudo  bem  .   ’       murmurou  ,  seus  dedos  enluvados  finalmente  tocando  os  dele  .     ‘   quero  a  trilha  sonora  personalizada  ,  então  .  nada  de  músicas  clichês  ,  por  favor  .  me  surpreenda  .   ’ 
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calibancantacuzino · 13 days ago
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❝Não sou arrogante, apenas sou mais experiente quando o assunto é arte.❞ Rebateu em certo tom de arrogância, ainda que jamais fosse admitir tal coisa. O duque não se considerava exemplar em diversas áreas além das que ele regia como dele, por tanto, quando o assunto era algo pertinente a ele, não aceitava ser contrariado ou que houvesse outro alguém superior a ele. ❝Imagino que deva te recordar que parte da sombra em meu olhar se deve ao que sua família foi responsável por? Devo trazer o nome de meu sobrinho de volta a tona, Kiranmayi?❞ Seguir a chamando pelo nome correto era sua forma de não rebater em igual infantilidade, não possuía tempo para tais asneiras. Contudo, não poderia deixar de formular mais uma vez os rumores sobre o que havia acontecido com Gheorghe e o envolvimento da família alheia. ❝Se acha que sabe dançar princesa, receio que todos seus parceiros de dança tenham lhe mentido a vida inteira apenas para saciar seu ego.❞
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rivalidade   isso,   rivalidade   aquilo.   por   surya!   chega   a   ser   exaustante   que   em   pleno   ano   de   2025,   o   povo   de   valdumbra   ainda   tenta   arrastá-la   para   o   meio   de   uma   treta   que   ninguém   nem   sabe   como   começou!         ❛   wow.   e   depois   sou   eu   que   sou   cheia   de   mim.   ❜         o   riso   dança   melodioso   entre   os   lábios   e   embora   seus   olhos   sejam   fechados,   é   evidente   o   revirar   das   pupilas   por   trás   das   pálpebras.   o   semblante,   contudo,   não   desmancha   com   a   tensão.   jamais.   mayi   apenas   sabe   como   brilhar!         ❛   é   até   adorável   você   achar   que   eu   preciso   de   você   para   alguma   coisa,   calahan.   talvez   para   me   ensinar   como   manter   esse   vazio   no   olhar,   de   ‘sou   uma   criatura   das   trevas,   atormentada’,   sem   colírio   e   nem   ensaio   ——   parece   muito   útil   para   segundas-feiras.   ❜         ela   finge   conceder.         ❛   mas   dançar?   por   favor.   ❜   
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calibancantacuzino · 13 days ago
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❝Diria que é exatamente ai que mora a beleza da arte, ela pode ser representada de diversas maneiras e sempre é capaz de nos comover ou surpreender.❞ Talvez essa fosse a visão mais otimista que ele era capaz de ter depois de todos aqueles anos, ainda que graça de seus diálogos e longas conversas com a princesa de Castilla viessem de debates com visões ou argumentos controversos (por vezes ele discordava dela apenas pelo prazer de a ver defender seu ponto tão fielmente.) não achava que aquele fosse o momento mais adequado para tal. Não se incomodava que ela sondasse suas intenções ou o analisasse, na verdade, estava completamente a disposição da princesa para qualquer tipo de inspeção que fosse. Era raro que mentisse para ela, por que não via motivos em fazê-lo, contudo, reconhecia que ela poderia ter suas duvidas a cerca de suas intenções, seria mentir dizer que Valentin não era um homem de múltiplos interesses. Ainda que nem todos possuíssem o mesmo valor ou grau de intensidade, alguns de seus interesses beiravam o profissional ou até mesmo sagrado, mas que culpa ele tinha se para os atingir era necessário um tanto de profanidade? E nisso havia aquele senso de corrupção valdumbriano que estava entranhado em sua essência desde que nasceu. ❝Não está errada no que diz, porém, espero que não seja do tipo que reconhece o vinho apenas quando este já está em falta, Mar.❞ Brincou, mesmo que a interpretação pudesse beirar a crueldade, não queria machucar, mas temia que Gheorghe para sempre seria um fantasma pairando sobre eles. Outrora seu melhor amigo, havia lhe prometido que cuidaria para sempre de sua noiva e a protegeria, justamente o que pretendia seguir fazendo mesmo após o desaparecimento de seu sobrinho. No entanto, o quão mais difícil seira mantê-la segura caso ela se abrisse a um outro homem? Se visse enamorada da pessoa errada e isso culminasse em sua ruína? Certamente era algo que o melhor amigo jamais perdoaria Caliban por deixar acontecer.
Não que Martina se resumisse a dever, isso sim seria mais pura mentira, nunca em toda sua existência a princesa foi um dever para ele. Desde o momento que a conhecer, viu nela uma alma distinta e boa, com uma luz que ele sempre desejou preservar e cuidar mesmo que a distância. Sua amizade crescente com ela era quase inevitável, mas também é claro sempre foi impossível negar a beleza da jovem e como a forma espirituosa da mais nova de ser despertava alegria em seu ser. A verdade é que Caliban compreendia muito bem por que o sobrinho havia se apaixonada por Martina, possivelmente melhor do que deveria em sua posição. ❝Terrível quando não se há provas, não é?❞ Provocou em sorriso, mesmo que houvessem, acharia uma ofensa que depois de tantos anos de amizade ela lhe negasse uma simples dança. O sorriso dele se alargou com os dois passos dados em sua direção, havia certa paz que habitava seu ser sempre que a proximidade aumentava entre eles. ❝Diria que minha insistência é uma de minhas mais adoradas qualidades, ou por acaso, refuta essa ideia?❞ Indagou com um brilho divertido nos olhos, estendo uma mão na direção dela como um discreto convite para a dança. ❝Se quiser dançamos aqui mesmo, Mar, sabe que não preciso da música para lhe guiar... Ainda que possa cantarolar uma também se assim desejar, posso fazer tudo que desejar.❞
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               assentiu  lentamente  ,  a  mente  presa  no  que  ele  dissera  .  ela  concordava  com  ele  ,  mas  ,  ao  mesmo  tempo  ,  havia  sentido  em  sua  própria  provocação  anterior  .  era  um  assunto  amplo  demais  ,  cheio  de  ramificações  que  podiam  se  arrastar  madrugada  adentro  ,  especialmente  entre  dois  que  falavam  a  mesma  língua  :  a  da  contradição  .       ‘   é  sim  ,  se  eles  quiserem  se  manter  seguros  ,  como  você  disse  .  identidade  quase  sempre  nasce  da  repetição  de  padrões  .   ’       deu  de  ombros  .       ‘   mas  gosto  quando  as  pessoas  pensam  fora  da  caixa  também  .   ’       era  justamente  nisso  que  residia  a  conexão  entre  os  dois  —  naquela  sensação  rara  de  poder  mergulhar  em  qualquer  assunto  que  quisessem  .  mas  ali  ,  no  meio  de  uma  festa  ,  talvez  não  fosse  o  cenário  ideal  para  desfiar  cada  linha  filosófica  .  martina  encarou  caliban  por  alguns  segundos  em  silêncio  .  o  olhar  dela  se  estreitou  ,  não  exatamente  em  reprovação  ,  mas  em  análise  .  como  se  tentasse  decifrar  se  aquilo  era  só  charme  barato  ou  se  ,  de  algum  jeito  torto  ,  ele  realmente  acreditava  em  cada  palavra  que  dizia  .  ela  já  estava  acostumada  com  aquele  tipo  de  flerte  ,  mas  ainda  assim  não  conseguia  entender  o  motivo  dele  em  tentar  tão  descaradamente  —  será  que  só  queria  mais  uma  conquista  ?  provavelmente  .       ‘   depende  do  paladar  de  quem  bebe  .  tem  gente  que  só  reconhece  o  valor  do  vinho  quando  já  é  tarde  demais  …  e  aí  ,  bom  ,  só  resta  o  tônico  .   ’       não  se  referia  à  ela  ,  só  estava  o  retrucando  no  mesmo  tom  de  sempre  .  soltou  um  suspiro  lento  ,  ajeitando  os  cabelos  com  a  ponta  dos  dedos  ,  o  olhar  ainda  cravado  no  alvo  .  o  dardo  fincado  bem  no  centro  .  claro  que  ele  tinha  acertado  .  claro  que  tinha  feito  questão  de  encará-la  enquanto  fazia  aquilo  .       ‘   eu  sei  que  você  roubou  , mas  não  tenho  como  provar  .   ’       cruzou  os  braços  ,  o  maxilar  levemente  tenso  ,  mas  o  tom  era  mais  seco  do  que  agressivo  .  ela  sabia  jogar  .  sabia  perder  também  —  embora  preferisse  mil  vezes  não  ter  que  provar  isso  .  deu  dois  passos  adiante  ,  diminuindo  o  espaço  entre  eles  ,  e  ergueu  os  olhos  para  encará-lo  .       ‘   você  é  bem  insistente  ,  sabia  ?  quer  que  eu  pague  a  aposta  tipo  agora  agora  ?   ’ 
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calibancantacuzino · 13 days ago
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❝Entediante talvez, mas seguro.❞ Se não fosse um ciclo de decepções, é claro, ele mesmo não era grande fã da monotonia. Contudo, viveria séculos em monotonia pudesse ter de volta sua amada Elena viva em seus braços pela eternidade, nada jamais seria entediante perante a felicidade de tê-la consigo outra vez. ❝E não é com os padrões que um artista deve brincar? É através deles que a música é criada, a inspiração está em todos os lugares, um verdadeiro artista sempre irá encontrá-la seja em um cenário tedioso ou não.❞ Ao menos era o que ele gostava de pensar, mesmo em anos de solidão e reclusão nenhuma de suas composições havia sido igual, mesmo com a monotonia que nublou seus dias enevoados em Drǎcovia. ❝De que adianta uma taça bem servida de tônico quando sua garganta clama por um vinho envelhecido? De que adianta degustar-se com o tônico se é o gosto do vinho que que permeia a boca e reside em suas memórias?❞ Talvez uma metáfora mais ousada, ainda mais para quem sequer havia feito nada, contudo, talvez era o que tornava mais divertida aos olhos do Cantacuzino. Fez uma breve reverência humorada, um sorriso enviesado no rosto do duque. ❝Pois me sinto imensamente agradecido, draga mea.*❞ O sorriso se expandiu no rosto usualmente taciturno, sabia que ela gostaria da ideia de aposta e claro que o conhecia bem o suficiente para saber que não sugeriria algo assim sem a devida confiança. Não que Caliban fosse bom de pontaria, mas tinha um conhecido não muito longe de vista e entenderia o leve acenar de cabeça dele, o suficiente para que guiasse o dardo do duque. Apenas por uma provocação maior, fez questão de olhar diretamente pra ela enquanto jogava o dardo, afinal, ele disse que acertaria em cheio e não que não possivelmente roubaria para ter tal resultado. O sorriso seguiu largo no rosto quando viu o dardo bem no meio do alvo, os olhos azuis se voltando para a Bourbon outra vez. ❝Pelo que percebo, me deve uma dança agora, Mar... Que grande surpresa em nossa competição, não é?❞
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               ‘   um  ciclo  que  se  repete  pode  ser  confortável  ,  sim  .  mas  também  pode  ser  entediante  .   ’       martina  gostava  de  divagar  sobre  esses  assuntos  ,  por  mais  que  naquele  momento  estivesse  apenas  discordando  de  caliban  para  o  provocar  .       ‘   e  você  não  é  um  amante  da  arte  ,  caliban  ?  desde  quando  artistas  gostam  de  padrões  ?   ’       a  resposta  dele  veio  como  esperado  —  algo  que  parecia  mais  ensaiado  do  que  espontâneo  .  ou  talvez  fosse  sincero  e  martina  que  era  imune  demais  à  homens  que  a  dizia  palavras  bonitas  .  ainda  assim  ,  um  toque  de  vaidade  lhe  deu  um  sorriso  discreto  .       ‘   a  noite  é  longa  ,  caliban  .  tenho  certeza  de  que  sua  fila  de  admiradoras  ainda  será  bem  servida  .   ’       disse  com  um  sorriso  pontual  ,  quase  desdenhoso  ,  mas  com  uma  ponta  de  humor  .       ‘   mas  …  concordo  com  você  .  ações  dizem  mais  .  e  sua  companhia  foi  melhor  que  muito  blá-blá-blá  que  escutei  hoje  .  considere-se  agradecido  .   ’       ela  inclinou  a  cabeça  ao  som  das  palmas  dele  ,  oferecendo  uma  leve  reverência  ,  como  uma  atriz  que  acabou  de  encerrar  uma  cena  .  mas  a  sobrancelha  arqueou  novamente  ao  ouvir  a  proposta  de  aposta  .  ela  se  virou  com  mais  atenção  agora  .       ‘   estamos  apostando  agora  ?   ’       o  olhar  era  atento  ,  provocador  ,  mas  com  uma  fagulha  de  interesse  .       ‘   aposto  que  estava  escondendo  o  jogo  até  agora  só  para  ganhar  algo  em  troca  , listillo .  tudo  bem  ,  eu  aceito  .  mas  duvido  que  você  acerte  .  vai  acabar  tendo  que  dançar  com  alguma  das  moças  da  fila  .   ’ 
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calibancantacuzino · 13 days ago
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Uma fonte dos pecados poderia servir como inspiração em outros tempos, mas agora se tornava quase leviano quando se via cercado de tantos pecadores. Não que, Caliban fosse um grande religioso da fé anil, na verdade era bem pelo contrário. Ao ponto de que o Magisterium se mantinha de olho em suas interações mais distintas, mas o suficiente para que ele possuísse liberdade para performar sua religiosidade em paz considerável. A aproximação da princesa veio do desejo de a livrar da companhia certamente desejada que via marchando na direção dela, um grupo liderado por um duque insosso e que já era conhecido por ser terrivelmente incomodo para a maioria das mulheres. ❝Apenas eu, Caliban.❞ Disse ainda que os olhos azuis estivessem fixos no duque e seu grupo, sua aura negativa e talvez a fama que Valdumbrǎ ostentava parecia ser o suficiente para os fazer trocar de caminho e desistir da aproximação por hora. ❝Espero que minha presença não lhe seja um incomodo, alteza, apenas achei que poderia fazer uso de alguma companhia.❞
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Observava o líquido prateado com a um misto de curiosidade e rancor. Até em uma festa, onde a intenção era fazer com que se divirtam, os porcos da Fé Anil tinham que marcar presença — claro. Se não fosse assim, não possuiriam tamanha grandeza e dominação. Observava seu reflexo na Fonte, ao mesmo tempo que deixava com que a ponta dos dedos brincasse na superfície. Não seria idiota a ponto de experimentar da Fonte, mas tampouco tinha aversão a ela. Foi quando ouviu passos se aproximando que imediatamente cessou o que estava fazendo, voltando os olhos azuis para o recem chegado. “ Quem está aí?”
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calibancantacuzino · 13 days ago
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Como poderia uma musa escapar os olhos atentos de um artista? Como poderia ele tomar qualquer outro curso de ação que senão segui-la quando a viu caminhando de forma tempestuosa para longe? Era impossível para que Caliban fizesse qualquer outra coisa, era como se a razão deixasse seus membros e o instinto o guiasse até ela buscando desvendar o motivo por detrás das lágrimas que ousavam macular tão bela face, saber quem havia lhe causado tal mal e o remover deste mundo por tamanha atrocidade. E se o remover do mundo não lhe fosse possível, então, restava ao Cantacuzino o expor sentimentalmente na frente de todos em uma grande performance por ousar mexer tão impiedosamente com o coração de sua musa. ❝Não me peças perdão, doce Carissa.❞ Pediu a medida que se aproximava dela cautelosamente. ❝Não venho munido de qualquer julgamento, apenas busco vos auxiliar.❞ Era sincero em suas palavras e ações a medida que tirava um lenço do bolso do paletó e discretamente o estendia na direção da loira, se pudesse a tomaria nos braços em um consolo e garantiria que nenhum mal lhe alcançasse, mas Caliban ainda sabia manter os limites do decoro enquanto possuía algum controle e discernimento de si mesmo. ❝Não lhe perturbarei se assim for de seu desejo, minha bela, mas se não for muito audacioso de minha parte gostaria de permanecer em vossa companhia e garantir que fique bem. Acha que pode me dar tal permissão, alteza?❞
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   ᘛ     featuring    :   @voce
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quando   finalmente   consegue   se   afastar   de   laurent    ——    e   de   todo   aquele   espetáculo   pavoroso   diante   da   lareira   das   confissões    ——,   carissa   só   consegue   correr.   para   longe   do   ex,   para   longe   das   pessoas   ao   redor,   para   longe   do   peso   sufocante   dos   olhares   e   da   constante   lembrança   do   dever   que   rege   cada   centímetro   de   sua   vida.   o   som   do   salão   se   dissolve   num   zumbido   abafado,   vencido   pela   pulsação   latejante   em   seus   ouvidos.   e   é   nesse   vazio   que   a   mente   encontra   espaço   para   preencher   tudo   com   palavras   cruéis:   as   que   ouviu,   as   que   não   tem   coragem   de   dizer,   as   que   repete   para   si   mesma   em   segredo   há   anos.   por   um   único   instante    ——    apenas   um    ——,   ela   não   quer   ser   forte.   não   quer   ser   elegante,   nem   graciosa,   nem   manter   a   cabeça   erguida   como   lhe   ensinaram   desde   sempre.   não   quer   ser   princesa.   ela   só   queria...   desaparecer.   mas   isso   não   é   uma   opção.   não   aonde   cada   canto   é   monitorado   e   cercado.   então   se   contenta   em   seguir   em   frente,   tropeçando   em   sua   própria   pressa,   buscando   o   mais   longe   que   puder,   até   encontrar   um   recanto   esquecido,   quase   invisível.   ali,   o   mundo   parece   mais   quieto.   e   pela   primeira   vez   naquela   noite,   ela   chora.
não   sabe   por   quanto   tempo   fica   ali    ——    só   sabe   que,   quando   escuta   passos   se   aproximando,   é   tarde   demais   para   se   esconder.   e   por   isso,   nem   tenta   se   mover.   apenas   respira   fundo,   seca   as   lágrimas   com   as   costas   da   mão   e   tenta   reunir   os   fragmentos   de   si   mesma.         ❛   me   desculpe.   ❜         phaidonos   diz   por   reflexo,   em   voz   falha,   sem   nem   saber   pelo   que   se   desculpa.   o   sangue   ainda   pulsa   alto,   em   batidas   partidas,   abafando   qualquer   outro   som.         ❛   será   que...   será   que   pode   apenas   fingir   que   não   me   viu?   eu   só...   ❜         mas   não   termina.   porque   não   sabe   como   ——   porque,   naquele   momento,   nem   mesmo   ela   sabe   do   que   precisa.
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calibancantacuzino · 13 days ago
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Encarar era quase como um hábito, um adquirido quando todo a angústia da vida e a frieza da corte lhe exigiram se fechar e recriminar o que era intenso demais. Muitas coisas eram incapazes de serem postas em palavras, mas tão pouco exigiam gestos e quando era desta maneira era apenas um olhar latente que persistia ao fundo do recinto. Motivo pelo qual era costumeiro que os olhos azuis seguissem a figura do meio irmão do melhor amigo, mesmo que o corpo se mantivesse imóvel o tempo inteiro, os olhos acompanhavam como o de uma pintura fantasmagórica presa a parede, mas que sempre acompanha sua vítima. ❝Niklaus.❞ Respondeu sem cerimônias quando seu nome foi proclamado, quando o herdeiro se deu conta de sua existência em fim. Mesmo que, tivesse levado bons minutos até que percebesse, não era como se o Cantacuzino fosse lhe cobrar por tal coisa. ❝Creio que jamais poderia me assemelhar ao que meu reino faz tanta questão de expulsar de suas ruas, mas se a ideia lhe vem fácil, me questiono como anda a situação em Durmoren.❞
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ㅤ⠀⠀˛ㅤ⠀⋆ㅤ⠀⩨͢ㅤ⠀ᶜ͟ˡ͟ᵒ͟ˢ͟ᵉ͟ᵈ⠀𝚂𝚃𝙰𝚁𝚃𝙴𝚁ㅤ⠀ꗃㅤ⠀@calibancantacuzino  .
               o  vinho  dançava  preguiçosamente  dentro  da  taça  .  niklaus  girava  o  pulso  em  um  gesto  ensaiado  enquanto  fingia  ouvir  a  anedota  insossa  de  um  herdeiro  que  não  sabia  sequer  o  nome  .  manteve  o  tom  grave  ,  o  sorriso  melancólico  .  mencionou  a  época  em  que  as  árvores  de  durmoren  "sussurravam  profecias  para  os  viajantes  errantes"  ,  omitindo  que  muitas  dessas  profecias  terminavam  em  ossadas ��.  disse  algo  sobre  o  luar  ser  mais  azul  em  seu  país  .  a  herdeira  ao  lado  se  encantou  .  por  um  momento  ,  ele  também  …  com  a  mentira  que  contava  .  quando  os  últimos  herdeiros  se  afastaram  ,  niklaus  permitiu-se  um  suspiro  ,  quase  inaudível  .  baixou  ligeiramente  os  ombros  ,  como  se  o  corpo  aproveitasse  o  momento  de  sossego  .  levou  a  taça  até  os  lábios  ,  mas  não  bebeu  .  seus  olhos  se  estreitaram  levemente  .  sentia  aquele  arrepio  súbito  .  o  peso  de  um  olhar  que  não  era  novo  .       ‘   caliban  .   ’       disse  ,  sem  se  virar  .  sua  voz  era  calma  ,  pontuada  pela  ironia  de  quem  conhece  bem  o  vulto  que  o  persegue  .       ‘   você  está  parecendo  um  espírito  obsessor  atrás  de  mim  .   ’   
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