Caliban Barbăneagră-Cantacuzino | 35 years | Blue | Prince of Valdumbrǎ & Duke of Drǎcovia
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❝Príncipe de Valdumbrǎ e duque da Drăcovia, irmão mais novo do rei de Valdumbrǎ e filho mais velho de sua rainha.❞ Se apresentou da pior forma possível, por que talvez gostasse da ideia de deixar os outros tão escandalizados com a informação quanto ele mesmo ficou quando a mãe se casou com o meio irmão mais velho dele. Apenas anuiu com a cabeça perante a fala alheia, a constatação sincera da outra era apenas um fato educado, mas que ela não tivesse se afastado até então foi tomado por ele como uma mostra de que ela não estava desconfortável ainda. ❝Apenas observando, ainda que esteja longe de ser o mais devoto anil que conhecerá por aqui... Meu reino é conhecido por não ser muito ortodoxo quanto nossa religiosidade. E ouso dizer, que foi ideia do próprio Magisterium colocar essa fonte aqui... A real pergunta deveria ser qual a intençõa deles, não? Se for um teste, muitos falharam essa noite.❞
Não era boa distinguindo nações e suas divergências, então ao repousar os olhos no outro, não fazia ideia de onde vinha ou o que fazia — mas para a princesa ainda movida pela raiva, eram todos desprezíveis até que se provasse o contrário. Olhou o príncipe de cima a baixo, numa tentativa falha de esconder o preconceito; era forte, não cínica. — Não sei quem é você. — Disse simplesmente, mas não o expulsou; sequer tinha esse poder. Para alguém que estava refém de um reino o qual o Magisterium apoiava as ações, a norueguesa estava agindo como uma suicida, e esse pensamento fez que voltasse novamente o olhar para Caliban, e abrisse um sorriso tímido. — Não sou dona desse lugar; pode ficar o quanto quiser. — Disse em sinceridade, apontando com o queixo para o lugar vazio ao seu lado. — O que um devoto da fé anil faz na fonte dos pecados, posso saber?
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O toque dela no próprio queixo, o silêncio estudado, a pausa medida — Caliban percebeu tudo. Não precisava de muito para entender quando alguém estava escolhendo o peso exato de uma resposta, e, ainda assim, ele deixou que ela brincasse com o tempo. Não porque fosse paciente, mas porque sabia que cada segundo de espera a tornava mais valiosa. Quando veio a provocação sobre a criatividade, ele riu baixo, lento, um som que mais parecia um reconhecimento do desafio do que qualquer tipo de ofensa. ❝Uma carta manuscrita? Interessante… Mas tenho medo que, se eu começar a escrever, você acabe recebendo algo perigoso demais para guardar na gaveta.❞ A pausa veio com um sorriso enviesado, um que carregava aquela dose exata de ameaça e promessa. ❝Mas, já que quer criatividade, prometo que posso fazer pior do que isso.❞ O tapinha no peito foi recebido como se fosse um selo — não de aprovação, mas de provocação. Caliban sabia exatamente quando alguém queria que ele provasse algo… E Martina acabara de assinar esse contrato sem perceber, como era o caso da maioria que acabava em pacto com os Cantacuzino. ❝É… Tudo que nos convém é sempre mais interessante. Por isso é raro.❞
Quando ela falou de Valdumbră, os olhos dele brilharam por um instante, não de nostalgia, mas de reconhecimento. ❝Saudade de lá? Então já sabe: quem sobrevive a Valdumbră sobrevive a qualquer lugar. E você… Não é do tipo que quebra fácil.❞ A frase sobre não merecer coisas boas arrancou dele uma risada breve, quase seca. ❝Ninguém merece. Por isso é tão doce quando conseguimos.❞ E em Valdumbră não era sobre merecer ou ser digno, ninguém se importava com dignidade ou honra nas terras sombrias. Algo do qual ela foi apresentada em seu tempo lá, ainda que tivessem sido bem mais leves com ela... Afinal, os forasteiros demoram a se habituar aos costumes locais e as diferenças culturais, especialmente, quando se dão conta de nunca mais irão partir de lá. O arrepio que passou pelo corpo dela, ele sentiu. Não comentou. Não precisava. Guardaria aquilo no bolso, junto com todos os pequenos segredos que ela deixava escapar sem perceber e ele notava, sempre notava quando se tratava da Bourbon. ❝Então, outro dia. Mas saiba que dias passam rápido demais quando você não está olhando.❞ E, antes de soltá-la por completo, inclinou-se só o suficiente para que ela sentisse o sopro da frase mais do que ouvisse. ❝Quanto à outra coisa… cuidado, Bourbon. Eu sempre coleto o que me é devido.❞ E então, fez uma breve reverência, puxando a mão dela para depositar um leve selar nas costas dela e se afastar por dentre as sombras do salão. Mesmo enquanto se afastava, os olhos azuis se mantiveram fixos na figura da princesa, quase como um doce acalento de que mesmo ao partir, ele jamais a deixaria sozinha.
Encerrado
inclinou a cabeça , o dedo enluvado tocando o próprio queixo como quem estava refletindo — quando , na verdade , só estava se divertindo em deixar caliban esperar pela resposta . um segundo de silêncio , um olhar de cima a baixo como se medisse a “qualidade” da pergunta dele , e então um suspiro quase preguiçoso . ‘ criatividade , talvez ? você não é um artista ? esperava uma carta manuscrita . ’ a voz tingida de uma provocação leve , quase um convite disfarçado para caliban tentar algo que a surpreendesse . era claro que a régua que martina carregava para o tratamento que aceitava era alta — injustamente alta , talvez . mas ela não queria que ninguém se sentisse na obrigação de atravessá-la . e , por mais que brincasse , havia ali uma exigência genuína , um filtro que só ela mesma conseguia explicar . ela deu de ombros , quase resignada , e bateu um tapinha suave no peito dele , como quem conforta um amigo que se esforça . ‘ essa não funcionou , mas confio no seu potencial para melhorar . ’ por um breve instante , o pensamento surgiu … será que queria mesmo que ele subisse o nível por ela ? queria que caliban a tirasse daquele jogo morno e previsível ? a ideia soou atraente , mas logo a abandonou . a melancolia da próxima fala dele fez com que seu sorriso vacilasse . os olhos desviaram , preferindo guardar o silêncio , porque ela conhecia bem aquele sentimento de perda . ainda bem que o sorriso logo voltou ao rosto com aquela prepotência que o outro exibia . ‘ tudo que nos convém é sempre mais interessante , não é ? ’
martina sentiu a risada diminuir , quase se desfazendo num suspiro contido , como se aquele momento arrancasse dela uma pequena trégua da armadura que sempre carregava . a fala dele não a causou vergonha — longe disso . ela não se considerava uma pessoa fácil de envergonhar , nem tampouco alguém que se deixasse abalar por pequenos deslizes . ainda assim , havia algo naquele momento que a desconcertava . ‘ tudo em valdumbră é excêntrico , mesmo . sinto saudade de lá … às vezes . ’ visitou o país poucas vezes com gheorghe , e mesmo que fosse bem diferente de castilla , ainda era um lugar interessante . ‘ de qualquer forma , não sei se tenho andado muito merecedora de coisa boa ultimamente . ’ ela não o dizia para que ele tivesse pena , muito menos para se afundar em melodrama ; era uma espécie de aviso disfarçado , um sinal para ele diminuir as expectativas que pudesse criar em relação a ela . o giro repentino de caliban a surpreendeu , e o vestido rodou com o movimento , espalhando a cauda no chão e quase fazendo martina quase perder o equilíbrio . por instinto , ela se apoiou no peito dele , sentindo o calor da pele sob a luva , um contato que , embora breve , provocou um arrepio inesperado . ela rapidamente recuperou a compostura , puxando o rosto para longe e trocando o desconforto por uma expressão quase impassível . ‘ talvez outro dia . já paguei a minha aposta , listillo . mas , se quiser , podemos fazer outra coisa . ’
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O olhar se desviou para Darian, estudando-o por um instante, como quem pesa a proposta mais pelo valor simbólico do que pelo líquido em si. Era verdade que já havia cedido a tentações piores que aquela, e não seria a primeira vez que a culpa seria compartilhada como se fosse um brinde, ainda que ele raramente se culpasse de verdade por algo. ❝A culpa é um fardo mais leve quando se divide, ministro.❞ Murmurou, voz grave, mas sem qualquer pressa nas palavras, como se estivesse assinando um pacto tácito. ❝Se bebermos, que seja por algo que valha o arrependimento... Ou pelo menos por um erro memorável.❞ Um meio sorriso surgiu, breve o bastante para desaparecer antes que pudesse ser considerado gentileza. Ponderava quais poderiam ser as transgressões que sucederiam beber daquela fonte, certamente nada pior do que aquilo que já estava habituado em seu próprio reino. ❝Então sim… eu bebo com você.❞
✽ 𝑜𝑛𝑑𝑒: a fonte do pecado.
✽ 𝐜𝐨𝐦: @calibancantacuzino

por mais que sua mente estivesse um caos depois dos acontecimentos da noite e darian continuasse totalmente indisposto a encarar um perigo como o daquela fonte, ainda assim ele se via voltando até lá. era mais um dilema moral do que qualquer outra coisa. se ele bebesse, faria alguma coisa errada e essa era parte do conceito. o que faria, era a questão. seria algo estúpido o suficiente para perder o emprego? o ministro olhou para o lado, vendo outro homem que parecia ponderar as mesmas coisas que ele. “se eu beber, você bebe comigo?” propôs, quase como algo contratual e solene. “sinto que não preciso de algo mágico para me fazer cometer erros esta noite, mas seria bom poder transferir a culpa.” seu maior erro ainda estava andando por aí e ele se perguntava se poderia cometer algo pior ainda. esquecer de como desdenhou da sorte que tinha e da posição que lhe cabia.
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❝E por que se importaria?❞ Rebateu de imediato, por que não pretendia deixar que ela escapasse sem uma resposta satisfatória. Era o mínimo que lhe devia quando era ela a começar a interação, ao menos era dessa forma na visão de Caliban. Notou o desviar de olhos da princesa, o suficiente para que o canto dos lábios do duque se curvassem minimamente. Arqueou uma sobrancelha perante a menção a fatos terríveis e o sentimento de culpa, agora uma centelha de curiosidade surgindo nas íris azuis. ❝Que fatos terríveis que está a falar, Devine? E que motivos existem para que se sinta culpada?❞ Indagou sem conseguir conter a curiosidade, ainda que se ela rejeitasse falar, ele poderia muito bem arrancar dela através de uma simples performance. O aperto de mão não lhe trouxe qualquer acalento, apenas intensificou o olhar sobre ela. ❝Posso? Suas palavras anteriores não foram exatamente do tipo que inspira confiança, princesa.❞
"— Por que eu não me importaria?" Era uma pergunta óbvia na sua cabeça, não tinha motivos para uma negação. Ele era seu ex cunhado. Ela devia ter carinho, devia cuidar dele. Bom, ele não era mais nada seu, então apenas restava o cuidado. E céus, Devine queria muito acreditar que era apenas isso, por isso desviava o olhar. Se ficasse focada naqueles olhos azuis, pensaria em coisas que não devia. "— Não revelei nada profundo além de um fato, Caliban. E não bebi nada, eu apenas.... Acho que é importante ressaltar quando nos importamos com alguém. Ainda mais depois de fatos terríveis que aconteceram e que você se sente culpada." Falou demais. Mais do que falava com qualquer outra pessoa. Os olhos ficaram fixados na orquestra. "— Nunca falei, mas sinto muito." Não explicou o porquê, porém, a mão gentilmente apertou a dele. Um sinal de carinho. Não deveria. Laurent ficaria bravo. Muito bravo. Sage também. "— Sabe que pode contar comigo, certo? Pra....tudo."
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Caliban deixou que o silêncio se estendesse por um instante, observando o rapaz com aquele olhar que mais parecia pesar e medir as palavras antes de soltá-las. Um canto do lábio ergueu-se, quase imperceptível. ❝Vinte e dois, então... Idade de achar que já se viu o suficiente, mas ainda longe de ter encarado os piores fantasmas.❞ Girou levemente a taça nas mãos, deixando o vinho tingir o cristal de rubro, como se o movimento fosse mais interessante que o próprio assunto. ❝Não é que me perca nas memórias, Cedric... É que algumas se recusam a me soltar. São como paredes que se fecham em volta, mesmo quando jura que está no mundo aberto.❞ Ao ouvir o palpite sobre sua idade, soltou um riso curto, seco. ❝Quarenta? Que bondade a sua. Alguns dias me sinto com sessenta, outros, com vinte, embora raramente pelos motivos certos. Inclinou-se ligeiramente para frente, como quem devolve a provocação. ❝E não sei se sombrio é a palavra correta. Prefiro dizer... Calejado. A sombra é só a cicatriz visível de onde a luz já não entra.❞ Por fim, ergueu a taça num brinde contido, os olhos fixos nos dele. ❝Talvez um dia você descubra que certas perguntas só encontram resposta quando já é tarde demais. Até lá... Aproveite seus vinte e dois. Eles passam antes que perceba.❞
✽ lembranças... bem, disso cédric entendia. só de pensar no conceito geral de lembranças e suas memórias, ele já se encontrava em um estado de vontade. vontade de entrar em uma memória. naquela memória específica ou então em uma memória boa, algo que fosse positivo em meio ao caos de sua mente. seu vício era evidente. “não é bom se perder em memórias. acredite, eu sei melhor do que ninguém.” às vezes, até, ele literalmente se perdia em memória. ia parar em lugares que não conhecia tanto e se enfiava em lugares onde não conseguia dar a volta para o início. era desesperador. ele gostaria de saber como era se perder em memórias apenas da maneira figurada. “senhor, eu tenho vinte e dois anos, não dez.” cédric sorriu. não se importava em ser tratado como criança, era curioso e engraçado acima de tudo. “acho que as coisas que me tornaram quem eu sou pouco tem a ver com a minha idade. as coisas comigo pularam questões de idade.” ele não era indiscreto, mas agora olhava para o homem com mais atenção. belo, com certeza, e de mais idade. chutaria uns trinta, talvez menos, mas semicerrou seus olhos. “e o senhor teria... quarenta? não chega a ser o dobro da minha idade, então não se sinta tão velho, mas... com uma idade mais avançada, o que lhe tornou tão sombrio?” era uma brincadeira com a fala do outro, levando ao outro oposto.
#inters#cedricversion#essa resposta inteira só passava a figurinha do cebolinha de vampiro na minha mente#shuhasuhasuh#Cedric é alegre perto do Caliban
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Sequer respondeu o questionamento que julgou ser apenas uma retórica e não uma dúvida real. A sequência que seguiu nas palavras alheias foi recebida com um arquear de sobrancelha leve. ❝Intenção duvidosa, é? Interessante escolha de palavras.❞ Sendo de reinos tão parecidos, era esperado que as relações externas seguissem bem, contudo não era dever de Caliban se preocupar extensivamente com esse tipo de coisa. E também havia o fato de viver tranquilamente sobre o fato do poder geracional da família, os pactos eram herdados e passados por gerações, o suficiente para que os pactos se estendessem no mínimo com toda a Europa e Ásia. ❝Será mesmo? Até o momento não me apresentou nada profundamente relevante sobre Durmoren, mas talvez seja apenas uma falta de conversa diplomática, não é?❞ Sugeriu em sarcasmo, tomava a ofensa não só por Vladan como por si mesmo que também era um duque. ❝Se fosse você não iria desmerecer outros nobres, sua corte certamente não gostaria de tal coisa.❞ Alertou como se importasse com o outro, mesmo que o rei fosse supremo, sem apoio da corte se tornava apenas mais um peão a ser derrubado no tabuleiro. Ou no caso deles, arrastado pelas sombras e esquecido em tormento eterno. A menção a Gheorghe fez com que o corpo de Caliban ficasse tenso, ainda era um tópico delicado e o deixava desconfortável o suficiente para que fosse transparente. ❝Sem noticias até o momento... É de se presumir que já tenha partido para o além, ainda que o rei se recuse a acreditar nisso, nossos rituais já tem começado a serem preparados para honrar Gheorghe da melhor forma possível.❞
‘ era para ser engraçado ? ’ perguntou , e embora a voz tenha saído num tom baixo e controlado , havia ali uma rispidez . assim que terminou de falar , percebeu o deslize e então acrescentou com um meio sorriso que se pretendia conciliador . ‘ perdoe-me . às vezes demoro a decifrar certos … humores . sobretudo os de intenção duvidosa . ’ aquela era a nova versão de niklaus tentando ser simpático — ou , no mínimo , não declaradamente hostil . aceitou o silêncio que se seguiu como um refúgio breve , antes de assentir levemente com a cabeça , mantendo o olhar distante , como se pudesse ver durmoren através da neblina . havia , de fato , sombras demais em seu reino . algumas profundas o suficiente para engolir homens inteiros . ‘ imagino que o herdeiro legítimo de durmoren conheça melhor seu próprio reino do que … um mero duque . ’ a palavra foi dita com uma pausa exata , não escondendo o desdém completamente . não precisava citar vladan diretamente para fazer efeito . um sorriso cortês voltou a tocar seus lábios , mas outra vez não ousou alcançar os olhos . era apenas um músculo se contraindo porque deveria . ‘ que bom que seu sobrinho tenha com quem contar . inclusive , já encontraram o outro ? faz um bom tempo , não ? ’
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Quando ela o acusou de filósofo bêbado, ergueu apenas uma sobrancelha, deixando que um sorriso enviesado surgisse, lento, como se fosse a conclusão óbvia de um pensamento perigoso. ❝E o que exatamente você sugere que eu use, Mar?❞ A provocação veio carregada de falsa inocência. ❝Porque, se for pra te puxar pros meus joguinhos, prometo que posso subir bastante o nível.❞ O desvio rápido do olhar dela não passou despercebido. Caliban percebeu cada microexpressão como quem lê um mapa antigo, e resolveu não expor nada… Ainda. Apenas inclinou o rosto como quem reconhece um ponto fraco, mas o guarda para usar mais tarde ou não. ❝Segurança na monotonia é pro homem que tem algo a perder. Eu já perdi tudo, então só me resta o imprevisível.❞ Ainda que sim, ele gostava de ser uma contradição ambulante e considerava isso uma constante na alma de um artista. Quando ela rebateu que “não foi isso que disse”, ele riu de leve, sem perder o passo da dança. ❝Foi o que eu ouvi. E, convenhamos, minha versão é muito mais interessante que a sua.❞ Provocou com uma leve pontada de arrogância, uma que surgia pontualmente para lhe tirar uma reação e nada mais. E talvez ele realmente não devesse fazer nenhuma daquelas coisas, mas como poderia pensar inteiramente racionalmente quando Martina bagunçava tudo a volta de Caliban.
O toque dela nas costas foi recebido como uma vitória silenciosa — não pelo gesto em si, mas pelo fato de que ela o ajustava, como se já tivesse aceitado estar ali, mesmo que justificasse pela aposta. Então, quando a gargalhada escapou com a música, ele se inclinou um pouco mais, claramente saboreando a reação com um sorriso no rosto. ❝Aí está... Muito melhor do que qualquer tango em dó menor.❞ Por que a risada dela era melhor do que qualquer tragédia que ele poderia ofertar, era melhor do que qualquer tom sombrio que ele poderia tocar, até por que a única coisa que merecia ser tocada naquele momento era ela. Ao ouvir que era “cafona, mas inesperado”, deixou escapar um riso mais aberto. ❝Cafona? Não. Chamamos de tradição excêntrica em Valdumbră. E você merece o que não consegue prever, Bourbon.❞ Pausou só para guiá-la em um giro, a mão firme na cintura. ❝Sombrio e dramático eu já sou todos os dias. Hoje, resolvi ser luz, mas uma luz que cega, não se acostume.❞ E, com um último olhar enviesado, como quem planta uma dúvida proposital, completou: ❝Agora… se quiser mesmo o seu tango dramático, posso providenciar. Só não prometo que eu não vá transformá-lo em algo tão cafona quanto eu quiser.❞
a bourbon já tinha aprendido a calar o coração com a mesma destreza com que afinava o tom da voz . então foi fácil se recuperar dos pensamentos anteriores . era um trabalho constante precisar se restabelecer de verdades que ninguém sabia e de mentiras que teve que contar até para si mesma . não era sobre superar um amor partido ; era sobre sobreviver ao fardo de algo que escolhera fazer . mesmo que acidentalmente . fingir que gheorghe a abandonara no altar era infinitamente mais fácil do que admitir o que havia , de fato , acontecido . afinal , se fosse ela a vítima , as pessoas teriam pena . se fosse a culpada , perderia tudo . então , quando caliban voltou a falar , ela revirou os olhos sem pensar duas vezes . fingiu um toque nos ombros dele com a ponta dos dedos , seco e leve como se espantasse um mosquito incômodo . ‘ você vai precisar de bem mais do que perguntas de filósofo bêbado pra me puxar pros seus joguinhos mentais . ’ rebateu , com um meio sorriso nos lábios , como se estivesse cansada demais para se ofender . mas a segunda fala dele fez com que ela desviasse o olhar rapidamente e fingisse mexer nos dardos dispostos ao lado , como se estivesse considerando lançar um . sabia muito bem o que ele queria dizer com aquilo . e era até injusto com ela que ele manifestasse aquele tipo de pensamento . sabia que , se tivesse conhecido caliban em qualquer outro tempo que não aquele , talvez as coisas fossem diferentes . mas não eram . e porque não eram , ela se proibia de permitir que aquilo existisse . e o que não se permite , não se nomeia . e o que não se nomeia , morre . então , voltou o rosto devagar , agora com o mesmo sorriso descomprometido de antes . ‘ pensei que tivesse dito que é justamente na monotonia que você busca segurança . está se contradizendo , caliban ? ’ puxou o assunto anterior para provocá-lo .
martina já estava quase desistindo da pirraça — quase . era exaustivo fingir que não se divertia com aquelas provocações , mas também era exaustivo fingir que não gostava . a dualidade parecia ser o novo normal entre ela e caliban . quando ele distorceu suas palavras , como sempre fazia , ela suspirou fundo . ‘ não foi isso o que eu disse . ’ rebateu de imediato , sua voz embebida em exasperação . a frase veio pontual , seca , mas não hostil . quando sentiu a mão dele pousar em sua cintura , não fez nenhum movimento de recuo , tampouco soltou qualquer reação visível . se estava ali , era porque havia perdido uma aposta e , como tudo em sua vida , honraria a palavra . mas então , caliban começou a cantar . martina demorou um segundo para processar a escolha e quando se deu conta , uma gargalhada escapou por entre os lábios . tentou conter , abafando o riso contra o ombro dele , como se fosse uma reação involuntária . e era . quando se recompôs , afastou o rosto só o suficiente para olhar para ele de novo , com uma sobrancelha arqueada . ‘ devo admitir … foi inesperado . ’ a mão dela subiu pelas costas dele em um gesto ensaiado , ajustando sua postura no ritmo da dança improvisada . ‘ um pouco cafona . mas inesperado . ’ mesmo reclamando , seus pés seguiam os movimentos com naturalidade , guiados com suavidade pela condução dele . ‘ esperava algo mais. .. sei lá , sombrio e dramático vindo de um duque decadente de valdumbrǎ . talvez um réquiem . ou pelo menos um tango em dó menor . ’
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Guy Remmers as Theo, Duke of Tintagel The Buccaneers (2023–)│2.04 "Ice Cream"
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❝Poderia dizer o mesmo, claramente meu senso de humor lhe é imperceptível, alteza.❞ Rebateu quase que de imediato, ou talvez apenas fosse paranoia do outro, contudo, não poderia o julgar sem ser um hipócrita. Não que ele se importasse de ser hipócrita, mas ainda assim. ❝Tudo segue pelas sombras então, uma grande alegria realmente.❞ Comentou em tom neutro, em Valdumbrǎ seguir pelas sombras era o único caminho aceitável já que a luz e o sol eram conceitos não muito amados pela terra do lendário Drácula. Caliban teve muito de se adequar durante a infância, onde esperava por algo diferente e talvez houvesse esperança de luz e alegria legítima como era para os outros. O que não durou muito, a energia sombria das terras valdumbrianas assombrava todos e os relembrava que não havia para onde fugir, restava apenas sucumbir. ❝Não é necessário que me diga isso, mantenho uma ótima comunicação com Vladan, como bem sabe... Contudo, acho que é sempre bom checar o quão informado está o herdeiro do reino... Veja bem, meu sobrinho é sempre bem instruído.❞
quando por fim se virou para encarar o outro rapaz , o fez com a compostura de quem desfila um novo rosto . sua versão domesticada , polida , ensaiada até o último gesto . inclinou ligeiramente a cabeça em cumprimento , os olhos azuis semicerrados numa expressão neutra , difícil de ler . não odiava caliban , longe disso . mas ele era próximo demais de vladan , e isso colocava automaticamente uma camada de cautela entre eles . franziu levemente o cenho ao ouvir a provocação . ‘ nem tudo precisa ser levado ao pé da letra , caliban . ’ respondeu , com uma polidez elegante demais para ser ofensiva , mas também longe de ser calorosa . ‘ durmoren vai bem , obrigado por perguntar . as árvores ainda crescem torcidas , os corvos ainda sabem os nomes das crianças . tudo como deve ser . ’ um leve sorriso tocou seus lábios , mas não se atreveu a alcançar seus olhos . ‘ se tiver mais curiosidades , recomendo perguntar diretamente ao vladan . ele também é de lá , afinal . ’
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Os olhos de Caliban não desviaram em nenhum momento, nem mesmo quando a primeira ironia lhe atravessou como um espinho fino entre as costelas. Tampouco quando as palavras dela se ergueram afiadas como punhais banhados de ouro. A linha de sua mandíbula se tensionou por um instante, traindo o incômodo que sentiu, mas não cedeu. Não era esse tipo de homem. Nunca foi. ❝Se o mundo fosse guiado por quem fala mais alto e gira melhor no centro de um salão, talvez estaríamos todos sob sua tutela, alteza.❞ A voz saiu serena, quase cortês demais para o veneno que carregava. ❝Mas ainda prefiro viver de tragédias bem escritas do que de comédias medíocres disfarçadas de luz.❞ Aproximou-se um passo. Não por ameaça, por presença. O tipo de presença que pesava no ar como uma cortina espessa e escura. ❝Sabe, Kiranmayi, não costumo culpar filhos pelos pecados dos pais , salvo quando os filhos os repetem com tanto orgulho.❞ O nome foi dito com clareza, sem escárnio, mas com o peso ritualístico de quem nomeia uma deidade adversária antes da batalha. ❝E quanto ao meu sobrinho... Não preciso de provas para carregar luto. Nem para carregar raiva. Só preciso da ausência. E essa, ele me deixou em abundância.❞
A fala sobre sua suposta falta de serotonina arrancou um sorriso irônico de canto, sem brilho nos olhos. ❝Engraçado... Todos acham que um homem precisa sorrir para provar que vive. Mas talvez o erro esteja em confundir euforia com plenitude.❞ O tom dele não era defensivo, era quase didático como se tentasse ensinar um conceito que sabia que ela não aceitaria ou seria incapaz de compreender. ❝Minha arte tem tragédia, sim. E dor. E morte. Porque carrego o luxo de não fingir que o mundo é feito só de girassóis e danças no pôr do sol.❞ Deixou o silêncio pairar por um momento antes de concluir, com a frieza elegante que apenas os homens feridos sabem executar, apenas quem já passou por lamentos indescritíveis. ❝Mas agradeço o conselho. Procurarei ajuda, se me prometer fazer o mesmo não por falta de serotonina, mas por excesso de negação. Porque o mundo não vai se curvar à sua luz só porque você grita mais forte.❞ E então, curvou levemente a cabeça, como se encerrasse uma peça. ❝Foi... uma conversa revigorante, princesa. Espero que um dia saiba dançar com a sombra também. Ela tem muito a ensinar.❞
Encerrado
as orbes castanhas repousam sobre a face dele, sem pressa, ao que um risinho baixo lhe escapa as narinas. ❛ parabéns, senhor não sou arrogante. deve ser ótimo ser tão experiente e até hoje não ter descoberto um jeito de performar sem parecer que está arrancando um ciso. ❜ a curvatura dos lábios se alarga com a mesma arrogancia que ele oferta. suas palavras são pronunciadas numa voz suave, quase dócil, mesmo quando não disfarça a ironia. calahan —— ela pensa, não por implicancia, mas por acreditar fielmente ser o nome dele —— é bonito. um fato assim mayi jamais nega, mesmo quando a pessoa se esforça para ser tão inconveniente. no entanto, basta a menção de sua família para que a frente despreocupada que costuma ostentar se rache, e os fios de luz que dançam pelos seus olhos e pela pele tomam um ar mais feroz. quase em aviso. ❛ se você ainda acredita que rudrahan tenha qualquer coisa a ver com o desaparecimento dele, então sua inteligencia é tão precária quanto seu carisma e modos. ❜ a princesa declara num tom baixo, carregado de firmeza. seu lado protetor não abre espaço para qualquer dúvida. não que elas não existissem.... rudrahan, como ela, é tão imprevisível quanto é poderoso. mas diferente dela, é marcado pela raiva —— a ira dourada, como o chamam. matar um príncipe não seria nada para quem lidera o melhor batalhão de seu reino. mas ele havia dito que não o fez. e kiranmayi acredita. mesmo com dúvidas, mesmo com o universo contra. ela acredita. ❛ o que eu acho é que você é um homenzinho egocentrico. tão absorvido em suas opinões que acredita que apenas elas importam. ❜ e dessa vez, não tenta disfarçar o revirar de seus olhos, suas narinas ligeirmente infladas diante os absurdos. poderia apontar que sua vida desenrolou quase inteiramente ao som de m��sica e em números de dança. surakshya é o reino do sol, mas, para mayi, é o reino da vida —— o lugar onde tudo aquilo que a representa é abraçado e celebrado: luz, comida, música, arte, solidariedade, mas... ❛ o que eu acho é que não preciso defender a mim ou minha família de alguém cuja arte só possui tragédia, sem nenhuma vida. e honestamente, também acho que você deveria procurar ajuda, porque, às vezes, o que você chama de um estilo de vida, é apenas falta de serotonina. ❜
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Assentiu perante a afirmação de que ela não era de se arrepender, não costumava pensar o contrário a cerca dela, sempre lhe pareceu firme com suas decisões e um tanto orgulhosa demais para voltar atrás depois delas. ❝Sabe mesmo ou apenas sabe que sabe?❞ Tanto um questionamento quanto uma leve provocação quando ela afirmou saber escolher o que bebia, por que sabiam que aquela conversa ia para muito além do que apenas bebida. E ainda que julgasse a Bourbon como uma pessoa de bom senso, certamente muito maior do que ele, ainda assim sabia como era ceder a escolhas duvidosas em momentos mais sensíveis e ou complicados. E havia sido por isso que havia se esforçado para permanecer perto dela desde o desaparecimento de Gheorghe, ainda que talvez ele mesmo estivesse sempre a beira de fazer tudo que julgaria qualquer outro por fazer... Contudo, era diferente quando com ele, Caliban não fazia nada no intuito de ferir o sobrinho desaparecido ou de alguma forma arrancar o que ele tinha dele, apenas não era capaz de controlar suas vontades e sentimentos que surgiam perante o tempo. ❝Creio que o simplório seja tediante demais para qualquer um de nós, Mar... ❞ Ao contrário dela, não havia qualquer tom de quase brincadeira no que dizia. A situação era mais complicada do que qualquer um dos dois poderia complicar ou sequer prever, mas qual seria a graça se fosse simples? Compartilhariam dos mesmos olhares se tivessem se conhecido em calmaria e nada tempestuoso viesse pelo caminho? Era impossível dizer, mais um dos diversos questionamentos que jamais teriam respostas.
Sorriu quando ela o refutou, por que é claro que ela iria... E talvez fosse essa uma das coisas que gostava tanto em Martina, ela jamais pensava duas vezes antes de discordar dele. Nunca buscava o ofender é claro, mas tampouco buscava o agradar quando discordava de algo e era aquela autenticidade que ele tanto admirava nela. ❝Encantador, você diz? Hum... Então, vou tomar como elogio de toda forma. Já que me acha encantador.❞ Distorceu as palavras dela sem problema algum, retirando apenas a parte que lhe favorecia e deixando o resto de lado apenas por implicância. Não se importava com os defeitos que pudesse possuir, especialmente não se ela os achasse encantadores. Sorriu outra vez quando sentiu a mão enluvada dela sob a dele, mesmo que o toque não fosse diretamente na pele ainda podia sentir o calor dos dígitos dela e isso era acalento o suficiente para o coração do duque. A outra mão de Caliban foi diretamente para a cintura da princesa a puxando para mais perto de si, começando a guiá-la em uma dança. ❝Não sei quanto a clichê, mas me esforçarei pra ser uma da qual duvido que já tenha dançando com alguém antes dessa forma.❞ E foi assim que ele deu inicio a música que iria cantarolar, que não era nada menos e nada mais que Dancing Queen do ABBA.
apenas assentiu , um gesto pequeno , mas suficiente para selar aquele raro momento de consenso entre os dois . sabia que voltariam ao assunto em outro momento — era sempre assim com caliban . começavam em uma provocação qualquer e , quando menos percebiam , estavam dissecando os alicerces do mundo . ela respeitava aquilo . admirava , até . caliban era um dos poucos homens que conhecia que realmente pensava além do óbvio . ele e … gheorghe . talvez fosse de família . ela mesma nunca se considerou uma artista . sabia tocar piano com habilidade , é verdade . lia com voracidade , também . mas não se via como alguém que criava arte , apenas a apreciava . o problema foi o que ele disse em seguida . ou melhor , como disse . um gosto amargo subiu pela garganta . e , por um instante , ela ficou completamente muda . martina bourbon não era o tipo que ficava sem palavras . porque , no fundo , era isso que ela mais temia : ser alguém que só reconhece o valor das coisas quando já é tarde demais . o problema é que ela sabia exatamente o gosto de um vinho que não se pode mais ter . sabia o peso de um arrependimento que não se dissipa . gheorghe . o nome não chegou a atravessar os lábios , mas preencheu todo o espaço entre uma respiração e outra . caliban não sabia — ou talvez soubesse . mas não sabia da forma exata , íntima , brutal , como aquela ausência queimava dentro dela . gheorghe não estava morto . não exatamente . mas não estava ali . e ela era a responsável por isso . e nos momentos como aquele , quando estava feliz — genuinamente , estupidamente feliz — era quando mais doía . porque era quando mais se sentia traidora . ‘ eu não sou de me arrepender . ’ a resposta escapou antes que pensasse melhor . e veio com um sorriso torto no rosto , daqueles que serviam para esconder um sentimento ruim que crescia dentro dela . ‘ geralmente escolho bem o que bebo . ’ mentira . ou meia verdade . o que , para ela , era quase a mesma coisa . martina não era impulsiva , nunca foi . justamente por isso , os poucos arrependimentos que carregava tinham o peso de uma decisão consciente . era também o motivo pelo qual ela nunca deixava ninguém se aproximar demais — e por isso , por mais que caliban fosse tentador , intrigante e absurdamente difícil de ignorar … ela não podia . talvez ele a odiasse se soubesse . ‘ você realmente gosta de complicar tudo , caliban . ’ disse , num tom quase divertido . quase .
ele estava certo . ela não tinha provas , mas tinha o faro aguçado . então a sua resposta foi apenas revirar os olhos . ‘ eu com certeza refuto essa ideia . ’ rebateu , a resposta saindo automática , pontiaguda , com aquele sorriso torto . ‘ diria que é um dos seus defeitos , aliás . um defeito encantador , talvez … mas ainda assim , um defeito . ’ a forma como ela disse "encantador" soava quase como uma acusação . mas a verdade era que ele tinha uma presença que a desestabilizava de um jeito perigoso . não porque ela fosse fraca — longe disso — , mas porque detestava não entender as intenções de alguém . e caliban , com suas palavras sempre carregadas de duplo sentido , a deixava como se estivesse andando por um salão de espelhos : vendo mil versões de si mesma , sem saber em qual confiar . ela suspirou e então estendeu a mão , como quem finalmente aceita uma aposta que não queria perder . ‘ mas tudo bem . ’ murmurou , seus dedos enluvados finalmente tocando os dele . ‘ quero a trilha sonora personalizada , então . nada de músicas clichês , por favor . me surpreenda . ’
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❝Não sou arrogante, apenas sou mais experiente quando o assunto é arte.❞ Rebateu em certo tom de arrogância, ainda que jamais fosse admitir tal coisa. O duque não se considerava exemplar em diversas áreas além das que ele regia como dele, por tanto, quando o assunto era algo pertinente a ele, não aceitava ser contrariado ou que houvesse outro alguém superior a ele. ❝Imagino que deva te recordar que parte da sombra em meu olhar se deve ao que sua família foi responsável por? Devo trazer o nome de meu sobrinho de volta a tona, Kiranmayi?❞ Seguir a chamando pelo nome correto era sua forma de não rebater em igual infantilidade, não possuía tempo para tais asneiras. Contudo, não poderia deixar de formular mais uma vez os rumores sobre o que havia acontecido com Gheorghe e o envolvimento da família alheia. ❝Se acha que sabe dançar princesa, receio que todos seus parceiros de dança tenham lhe mentido a vida inteira apenas para saciar seu ego.❞
rivalidade isso, rivalidade aquilo. por surya! chega a ser exaustante que em pleno ano de 2025, o povo de valdumbra ainda tenta arrastá-la para o meio de uma treta que ninguém nem sabe como começou! ❛ wow. e depois sou eu que sou cheia de mim. ❜ o riso dança melodioso entre os lábios e embora seus olhos sejam fechados, é evidente o revirar das pupilas por trás das pálpebras. o semblante, contudo, não desmancha com a tensão. jamais. mayi apenas sabe como brilhar! ❛ é até adorável você achar que eu preciso de você para alguma coisa, calahan. talvez para me ensinar como manter esse vazio no olhar, de ‘sou uma criatura das trevas, atormentada’, sem colírio e nem ensaio —— parece muito útil para segundas-feiras. ❜ ela finge conceder. ❛ mas dançar? por favor. ❜
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❝Diria que é exatamente ai que mora a beleza da arte, ela pode ser representada de diversas maneiras e sempre é capaz de nos comover ou surpreender.❞ Talvez essa fosse a visão mais otimista que ele era capaz de ter depois de todos aqueles anos, ainda que graça de seus diálogos e longas conversas com a princesa de Castilla viessem de debates com visões ou argumentos controversos (por vezes ele discordava dela apenas pelo prazer de a ver defender seu ponto tão fielmente.) não achava que aquele fosse o momento mais adequado para tal. Não se incomodava que ela sondasse suas intenções ou o analisasse, na verdade, estava completamente a disposição da princesa para qualquer tipo de inspeção que fosse. Era raro que mentisse para ela, por que não via motivos em fazê-lo, contudo, reconhecia que ela poderia ter suas duvidas a cerca de suas intenções, seria mentir dizer que Valentin não era um homem de múltiplos interesses. Ainda que nem todos possuíssem o mesmo valor ou grau de intensidade, alguns de seus interesses beiravam o profissional ou até mesmo sagrado, mas que culpa ele tinha se para os atingir era necessário um tanto de profanidade? E nisso havia aquele senso de corrupção valdumbriano que estava entranhado em sua essência desde que nasceu. ❝Não está errada no que diz, porém, espero que não seja do tipo que reconhece o vinho apenas quando este já está em falta, Mar.❞ Brincou, mesmo que a interpretação pudesse beirar a crueldade, não queria machucar, mas temia que Gheorghe para sempre seria um fantasma pairando sobre eles. Outrora seu melhor amigo, havia lhe prometido que cuidaria para sempre de sua noiva e a protegeria, justamente o que pretendia seguir fazendo mesmo após o desaparecimento de seu sobrinho. No entanto, o quão mais difícil seira mantê-la segura caso ela se abrisse a um outro homem? Se visse enamorada da pessoa errada e isso culminasse em sua ruína? Certamente era algo que o melhor amigo jamais perdoaria Caliban por deixar acontecer.
Não que Martina se resumisse a dever, isso sim seria mais pura mentira, nunca em toda sua existência a princesa foi um dever para ele. Desde o momento que a conhecer, viu nela uma alma distinta e boa, com uma luz que ele sempre desejou preservar e cuidar mesmo que a distância. Sua amizade crescente com ela era quase inevitável, mas também é claro sempre foi impossível negar a beleza da jovem e como a forma espirituosa da mais nova de ser despertava alegria em seu ser. A verdade é que Caliban compreendia muito bem por que o sobrinho havia se apaixonada por Martina, possivelmente melhor do que deveria em sua posição. ❝Terrível quando não se há provas, não é?❞ Provocou em sorriso, mesmo que houvessem, acharia uma ofensa que depois de tantos anos de amizade ela lhe negasse uma simples dança. O sorriso dele se alargou com os dois passos dados em sua direção, havia certa paz que habitava seu ser sempre que a proximidade aumentava entre eles. ❝Diria que minha insistência é uma de minhas mais adoradas qualidades, ou por acaso, refuta essa ideia?❞ Indagou com um brilho divertido nos olhos, estendo uma mão na direção dela como um discreto convite para a dança. ❝Se quiser dançamos aqui mesmo, Mar, sabe que não preciso da música para lhe guiar... Ainda que possa cantarolar uma também se assim desejar, posso fazer tudo que desejar.❞
assentiu lentamente , a mente presa no que ele dissera . ela concordava com ele , mas , ao mesmo tempo , havia sentido em sua própria provocação anterior . era um assunto amplo demais , cheio de ramificações que podiam se arrastar madrugada adentro , especialmente entre dois que falavam a mesma língua : a da contradição . ‘ é sim , se eles quiserem se manter seguros , como você disse . identidade quase sempre nasce da repetição de padrões . ’ deu de ombros . ‘ mas gosto quando as pessoas pensam fora da caixa também . ’ era justamente nisso que residia a conexão entre os dois — naquela sensação rara de poder mergulhar em qualquer assunto que quisessem . mas ali , no meio de uma festa , talvez não fosse o cenário ideal para desfiar cada linha filosófica . martina encarou caliban por alguns segundos em silêncio . o olhar dela se estreitou , não exatamente em reprovação , mas em análise . como se tentasse decifrar se aquilo era só charme barato ou se , de algum jeito torto , ele realmente acreditava em cada palavra que dizia . ela já estava acostumada com aquele tipo de flerte , mas ainda assim não conseguia entender o motivo dele em tentar tão descaradamente — será que só queria mais uma conquista ? provavelmente . ‘ depende do paladar de quem bebe . tem gente que só reconhece o valor do vinho quando já é tarde demais … e aí , bom , só resta o tônico . ’ não se referia à ela , só estava o retrucando no mesmo tom de sempre . soltou um suspiro lento , ajeitando os cabelos com a ponta dos dedos , o olhar ainda cravado no alvo . o dardo fincado bem no centro . claro que ele tinha acertado . claro que tinha feito questão de encará-la enquanto fazia aquilo . ‘ eu sei que você roubou , mas não tenho como provar . ’ cruzou os braços , o maxilar levemente tenso , mas o tom era mais seco do que agressivo . ela sabia jogar . sabia perder também — embora preferisse mil vezes não ter que provar isso . deu dois passos adiante , diminuindo o espaço entre eles , e ergueu os olhos para encará-lo . ‘ você é bem insistente , sabia ? quer que eu pague a aposta tipo agora agora ? ’
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❝Entediante talvez, mas seguro.❞ Se não fosse um ciclo de decepções, é claro, ele mesmo não era grande fã da monotonia. Contudo, viveria séculos em monotonia pudesse ter de volta sua amada Elena viva em seus braços pela eternidade, nada jamais seria entediante perante a felicidade de tê-la consigo outra vez. ❝E não é com os padrões que um artista deve brincar? É através deles que a música é criada, a inspiração está em todos os lugares, um verdadeiro artista sempre irá encontrá-la seja em um cenário tedioso ou não.❞ Ao menos era o que ele gostava de pensar, mesmo em anos de solidão e reclusão nenhuma de suas composições havia sido igual, mesmo com a monotonia que nublou seus dias enevoados em Drǎcovia. ❝De que adianta uma taça bem servida de tônico quando sua garganta clama por um vinho envelhecido? De que adianta degustar-se com o tônico se é o gosto do vinho que que permeia a boca e reside em suas memórias?❞ Talvez uma metáfora mais ousada, ainda mais para quem sequer havia feito nada, contudo, talvez era o que tornava mais divertida aos olhos do Cantacuzino. Fez uma breve reverência humorada, um sorriso enviesado no rosto do duque. ❝Pois me sinto imensamente agradecido, draga mea.*❞ O sorriso se expandiu no rosto usualmente taciturno, sabia que ela gostaria da ideia de aposta e claro que o conhecia bem o suficiente para saber que não sugeriria algo assim sem a devida confiança. Não que Caliban fosse bom de pontaria, mas tinha um conhecido não muito longe de vista e entenderia o leve acenar de cabeça dele, o suficiente para que guiasse o dardo do duque. Apenas por uma provocação maior, fez questão de olhar diretamente pra ela enquanto jogava o dardo, afinal, ele disse que acertaria em cheio e não que não possivelmente roubaria para ter tal resultado. O sorriso seguiu largo no rosto quando viu o dardo bem no meio do alvo, os olhos azuis se voltando para a Bourbon outra vez. ❝Pelo que percebo, me deve uma dança agora, Mar... Que grande surpresa em nossa competição, não é?❞
‘ um ciclo que se repete pode ser confortável , sim . mas também pode ser entediante . ’ martina gostava de divagar sobre esses assuntos , por mais que naquele momento estivesse apenas discordando de caliban para o provocar . ‘ e você não é um amante da arte , caliban ? desde quando artistas gostam de padrões ? ’ a resposta dele veio como esperado — algo que parecia mais ensaiado do que espontâneo . ou talvez fosse sincero e martina que era imune demais à homens que a dizia palavras bonitas . ainda assim , um toque de vaidade lhe deu um sorriso discreto . ‘ a noite é longa , caliban . tenho certeza de que sua fila de admiradoras ainda será bem servida . ’ disse com um sorriso pontual , quase desdenhoso , mas com uma ponta de humor . ‘ mas … concordo com você . ações dizem mais . e sua companhia foi melhor que muito blá-blá-blá que escutei hoje . considere-se agradecido . ’ ela inclinou a cabeça ao som das palmas dele , oferecendo uma leve reverência , como uma atriz que acabou de encerrar uma cena . mas a sobrancelha arqueou novamente ao ouvir a proposta de aposta . ela se virou com mais atenção agora . ‘ estamos apostando agora ? ’ o olhar era atento , provocador , mas com uma fagulha de interesse . ‘ aposto que estava escondendo o jogo até agora só para ganhar algo em troca , listillo . tudo bem , eu aceito . mas duvido que você acerte . vai acabar tendo que dançar com alguma das moças da fila . ’
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Uma fonte dos pecados poderia servir como inspiração em outros tempos, mas agora se tornava quase leviano quando se via cercado de tantos pecadores. Não que, Caliban fosse um grande religioso da fé anil, na verdade era bem pelo contrário. Ao ponto de que o Magisterium se mantinha de olho em suas interações mais distintas, mas o suficiente para que ele possuísse liberdade para performar sua religiosidade em paz considerável. A aproximação da princesa veio do desejo de a livrar da companhia certamente desejada que via marchando na direção dela, um grupo liderado por um duque insosso e que já era conhecido por ser terrivelmente incomodo para a maioria das mulheres. ❝Apenas eu, Caliban.❞ Disse ainda que os olhos azuis estivessem fixos no duque e seu grupo, sua aura negativa e talvez a fama que Valdumbrǎ ostentava parecia ser o suficiente para os fazer trocar de caminho e desistir da aproximação por hora. ❝Espero que minha presença não lhe seja um incomodo, alteza, apenas achei que poderia fazer uso de alguma companhia.❞
Observava o líquido prateado com a um misto de curiosidade e rancor. Até em uma festa, onde a intenção era fazer com que se divirtam, os porcos da Fé Anil tinham que marcar presença — claro. Se não fosse assim, não possuiriam tamanha grandeza e dominação. Observava seu reflexo na Fonte, ao mesmo tempo que deixava com que a ponta dos dedos brincasse na superfície. Não seria idiota a ponto de experimentar da Fonte, mas tampouco tinha aversão a ela. Foi quando ouviu passos se aproximando que imediatamente cessou o que estava fazendo, voltando os olhos azuis para o recem chegado. “ Quem está aí?”
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Como poderia uma musa escapar os olhos atentos de um artista? Como poderia ele tomar qualquer outro curso de ação que senão segui-la quando a viu caminhando de forma tempestuosa para longe? Era impossível para que Caliban fizesse qualquer outra coisa, era como se a razão deixasse seus membros e o instinto o guiasse até ela buscando desvendar o motivo por detrás das lágrimas que ousavam macular tão bela face, saber quem havia lhe causado tal mal e o remover deste mundo por tamanha atrocidade. E se o remover do mundo não lhe fosse possível, então, restava ao Cantacuzino o expor sentimentalmente na frente de todos em uma grande performance por ousar mexer tão impiedosamente com o coração de sua musa. ❝Não me peças perdão, doce Carissa.❞ Pediu a medida que se aproximava dela cautelosamente. ❝Não venho munido de qualquer julgamento, apenas busco vos auxiliar.❞ Era sincero em suas palavras e ações a medida que tirava um lenço do bolso do paletó e discretamente o estendia na direção da loira, se pudesse a tomaria nos braços em um consolo e garantiria que nenhum mal lhe alcançasse, mas Caliban ainda sabia manter os limites do decoro enquanto possuía algum controle e discernimento de si mesmo. ❝Não lhe perturbarei se assim for de seu desejo, minha bela, mas se não for muito audacioso de minha parte gostaria de permanecer em vossa companhia e garantir que fique bem. Acha que pode me dar tal permissão, alteza?❞
ᘛ featuring : @voce
quando finalmente consegue se afastar de laurent —— e de todo aquele espetáculo pavoroso diante da lareira das confissões ——, carissa só consegue correr. para longe do ex, para longe das pessoas ao redor, para longe do peso sufocante dos olhares e da constante lembrança do dever que rege cada centímetro de sua vida. o som do salão se dissolve num zumbido abafado, vencido pela pulsação latejante em seus ouvidos. e é nesse vazio que a mente encontra espaço para preencher tudo com palavras cruéis: as que ouviu, as que não tem coragem de dizer, as que repete para si mesma em segredo há anos. por um único instante —— apenas um ——, ela não quer ser forte. não quer ser elegante, nem graciosa, nem manter a cabeça erguida como lhe ensinaram desde sempre. não quer ser princesa. ela só queria... desaparecer. mas isso não é uma opção. não aonde cada canto é monitorado e cercado. então se contenta em seguir em frente, tropeçando em sua própria pressa, buscando o mais longe que puder, até encontrar um recanto esquecido, quase invisível. ali, o mundo parece mais quieto. e pela primeira vez naquela noite, ela chora.
não sabe por quanto tempo fica ali —— só sabe que, quando escuta passos se aproximando, é tarde demais para se esconder. e por isso, nem tenta se mover. apenas respira fundo, seca as lágrimas com as costas da mão e tenta reunir os fragmentos de si mesma. ❛ me desculpe. ❜ phaidonos diz por reflexo, em voz falha, sem nem saber pelo que se desculpa. o sangue ainda pulsa alto, em batidas partidas, abafando qualquer outro som. ❛ será que... será que pode apenas fingir que não me viu? eu só... ❜ mas não termina. porque não sabe como —— porque, naquele momento, nem mesmo ela sabe do que precisa.
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Encarar era quase como um hábito, um adquirido quando todo a angústia da vida e a frieza da corte lhe exigiram se fechar e recriminar o que era intenso demais. Muitas coisas eram incapazes de serem postas em palavras, mas tão pouco exigiam gestos e quando era desta maneira era apenas um olhar latente que persistia ao fundo do recinto. Motivo pelo qual era costumeiro que os olhos azuis seguissem a figura do meio irmão do melhor amigo, mesmo que o corpo se mantivesse imóvel o tempo inteiro, os olhos acompanhavam como o de uma pintura fantasmagórica presa a parede, mas que sempre acompanha sua vítima. ❝Niklaus.❞ Respondeu sem cerimônias quando seu nome foi proclamado, quando o herdeiro se deu conta de sua existência em fim. Mesmo que, tivesse levado bons minutos até que percebesse, não era como se o Cantacuzino fosse lhe cobrar por tal coisa. ❝Creio que jamais poderia me assemelhar ao que meu reino faz tanta questão de expulsar de suas ruas, mas se a ideia lhe vem fácil, me questiono como anda a situação em Durmoren.❞
ㅤ⠀⠀˛ㅤ⠀⋆ㅤ⠀⩨͢ㅤ⠀ᶜ͟ˡ͟ᵒ͟ˢ͟ᵉ͟ᵈ⠀𝚂𝚃𝙰𝚁𝚃𝙴𝚁ㅤ⠀ꗃㅤ⠀@calibancantacuzino .
o vinho dançava preguiçosamente dentro da taça . niklaus girava o pulso em um gesto ensaiado enquanto fingia ouvir a anedota insossa de um herdeiro que não sabia sequer o nome . manteve o tom grave , o sorriso melancólico . mencionou a época em que as árvores de durmoren "sussurravam profecias para os viajantes errantes" , omitindo que muitas dessas profecias terminavam em ossadas ��. disse algo sobre o luar ser mais azul em seu país . a herdeira ao lado se encantou . por um momento , ele também … com a mentira que contava . quando os últimos herdeiros se afastaram , niklaus permitiu-se um suspiro , quase inaudível . baixou ligeiramente os ombros , como se o corpo aproveitasse o momento de sossego . levou a taça até os lábios , mas não bebeu . seus olhos se estreitaram levemente . sentia aquele arrepio súbito . o peso de um olhar que não era novo . ‘ caliban . ’ disse , sem se virar . sua voz era calma , pontuada pela ironia de quem conhece bem o vulto que o persegue . ‘ você está parecendo um espírito obsessor atrás de mim . ’
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