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COLETÂNEAS 2022
25/12/22 me diga que eu sou a pior
olhe nos meus olhos e veja o meu vazio
você sabe que é fácil para mim
sempre foi
e é isso que te incomoda
a facilidade com que o seu tudo se torna o meu nada
você sempre soube que eu não ficaria
que em mim existe essa necessidade de buscar por algo que me faça sentir viva
que o novo me encanta e o rotineiro me amarga
de maneira a me expulsar a paz
e então eu fujo. em busca do novo.
por isso eu não tenho nada, e nem ninguém. o novo sempre será novo e o velho sempre será esquecido.
quando você me viu tendo o poder de escolher
isso não te agradou, porque você sabia que se eu pudesse escolher, eu escolheria te deixar
e então foi o que eu fiz.
quero reencontrar a minha fé, e curar a minha alma ferida. Doce menino de Outeiro me deixa deitar no seu peito e te dizer o quanto a vida dói
que eu te deixo me olhar com esses olhos de quem sabe o quão fudida eu sou
eu não queria te mostrar esse meu lado
mas eu não sou capaz de esconder
quando ele é quase tudo que eu tenho
só não tenta me salvar
porque vai ser frustrante para nós dois
e no final
alguém vai se magoar
eu sei
que não vai ser eu. 06/04/22 Se eu não sou sincera nem comigo mesma, como eu poderia ser contigo?
O teu abraço já não me abraça
Os teus lábios, quando tocam os meus, arranham-me por dentro
A tua palma, que me toca, não é mais a tua palma
O teu semblante que antes eu conhecia, agora já não é mais o do meu amor
Mais uma noite, deitando ao lado deste corpo estranho
Sinto que eu estou traindo a mim mesma
Conto aos outros um enfeite da verdade
Porque aqui, só eu sei da verdade
As plantas também sabem, pois escutam todas as nossas brigas
Eu fumo um cigarro na janela do apartamento às 6h20 da manhã
É o mesmo andar, porém não é a mesma sensação
Daquela janela em Biguaçu, que durante muitas madrugadas e manhãs, foi a minha companhia
Foi ela quem me abrigou em noites solitárias e me viu chorar baixinho
Foi ela quem ouviu os meus segredos e soube dos meus maiores medos
Foi ela quem me apresentou o sol, e também a lua
E foi ela, que durante muitos meses, foi a minha única amiga.
Eu sinto falta daquelas manhãs do nascer do sol
Cuja minha amiga janela encharcar-se com o embasar quente da noite em seu vidro
Falta daqueles cigarros que hoje parecem não ter mais o mesmo sabor.
Afinal, eu sempre me virei sozinha, pois a minha amiga janela, na verdade sempre foi eu mesma.
Essa janela não tem mais a mesma cor
E nem nós dois. 10/04/22 DOMINGO DE TARDE é sempre um alívio quando as lágrimas escorrem quentes pelo meu rosto
e escorregam pela minha bochecha, até chegarem no meu peito
este, é o meu momento de desabafo
é quando posso parar de ser teatral
e parar de disfarçar a melancolia
é o meu momento de pensar:
"tudo bem, pode soltar a respiração agora"
e então eu choro, choro muito. 15/06/22 deitei para dormir faz 2 horas 2 horas acordada imaginando cenários imaginando teus lábios despertei da minha fantasia depois de horas desfrutando da imaginação de te ter e fazer contigo tudo o que tenho vontade abri os olhos atordoada e insatisfeita por ter sido apenas imaginação. 05/07/22 me sentindo como travis scott em highest in the room eu me sinto muito mais viva quase desmaiando de fazer exercícios do que passando o dia todo com a bunda sentada vendo o feed do Instagram.
e é muito mais gratificante quando o meu reflexo me agrada no espelho,
do que me odiar e nunca fazer algo pra mudar isso.
hoje medi minha cintura
27cm
bem menos do que da última vez, e sinceramente eu amo isso, essa sensação de ter uma rotina agitada e foco para não parar nunca.
a minha autoestima agradece
e o meu ego também. 20/06/22 eu odeio segundas-feiras e listas de planejamento todas as manhãs, o meu reflexo tem olheiras fundas e escuras.
mas isso já não me soa estranho.
sigo o meu dia, conforme dita a minha agenda:
estudar para o vestibular; inglês; yoga; arrumar a casa; correr no bairro.
e assim se vai a minha manhã, enquanto a tarde me invade com mais tarefas que eu mesma me dediquei tanto para criar, em colaboração com o meu perfeccionismo e a minha mania de organização.
às vezes eu não consigo segui-la afinco,
e claro, isso me deixa ansiosa. preocupada. angustiada. desanimada.
mas o fato é que eu estou tentando. a cada dia, um pouco. todos os dias.
às vezes é muito difícil, não consigo. mas o que importa é a constância. 14/07/22 hoje eu chorei
como não fazia há alguns meses
só é cansativo às vezes, mas eu estou bem. não é mais o sentimento de antes, como se não existisse saída.
só preciso respirar fundo e me acalmar, porque tudo vai ficar bem. é normal se sentir assim, e agora eu entendo isso. não preciso ser de ferro. alguns dias são difíceis e tudo bem, eu preciso me entregar a esse sentimento e esperar que ele passe.
nunca me esquecendo de quem sou, dos meus objetivos, do meu foco, por mais que seja muito difícil, eu já cheguei tão longe... preciso continuar cuidando de mim e fazendo o que for necessário para ficar bem.
estou calma. cancelei meus compromissos hoje, todos eles. passei a manhã ouvindo músicas, vendo fotos e me permitindo sentir essa tristeza e esse cansaço, sem reprimir nada.
se me sinto tão esgotada, devo estar no caminho certo. 17/07/22 domingo, 16h34 eu sempre gostei muito de fantasia, romance e tudo o que for bom o suficiente para não existir.
eu sempre quis mais, eu sempre quero mais
e essa fantasia pode ser uma das coisas que destrói a minha realidade
sei que é confuso
mas é que tudo parece tão pouco para mim
e quando eu tomo consciência disso, e canso da minha realidade
eu começo a viver como se nada mais importasse
e parto para uma viagem em busca da minha fantasia
e não tem nada que me faça voltar atrás
estou com um copo de vinho mesmo em um dia tão quente
me pergunto se a minha velhice também será assim, sozinha com uma taça de vinho
porque eu não me vejo com alguém no futuro
eu já tentei tanto, mas tanto
chega um momento em que só não dá mais
nem o céu cheio de estrelas seria o suficiente para mim
acho que isso que sinto, é algo que só eu posso suprir
tantas pessoas já passaram pela minha vida, pessoas que me amavam muito
agora me pergunte o que aconteceu com elas
a resposta é sempre a mesma.
sinto falta da música
dos olhares carregados de euforia
da sensação de estar no lugar certo e no momento certo
de fechar os olhos e me entregar
como se isso fosse tudo que eu precisasse no momento
e talvez seja
talvez seja exatamente disso que eu precise no momento
e se isso me tornar a vilã
então que seja. chapei a partir do momento em que os seres foram criados e passaram a interagir entre si, a companhia nos fez amar.
pra isso, o todo criou as linhas do tempo, para que os seres pudessem coexistir, ou melhor, para que o todo pudesse manifestar sua mente simultaneamente em diversos lugares, afinal, cada existência nossa, é criação da mente do todo.
os seres humanos são mais complexos pois a nossa mente cria cenários capazes de gerar emoções.
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COLETANÊAS 2020 - 2021
21/12/20 Dias nublados sempre me fazem lembrar Do quinto andar do hospital Fêmina Daquele “era do lar” em sua certidão de óbito Ou daquele “em memória de” em suas redes sociais Me fazem lembrar da nossa história E me fazem questionar, se aquele cão de olhar triste sentado na esquina da rua Eugênio Partilha da mesma dor da perda Que eu. 04/07/21 Ontem à noite eu sonhei com um poema. Sexta-feira eu decepcionei a mim mesma. E hoje, eu acordei cansada da vida e com o nariz machucado. Eu gosto daqui, mas queria estar em outro lugar. Não quero conversar com ninguém. Hoje eu só quero a minha própria companhia. 02/10/21 Paralisada no deleito de existir Assustada com a possibilidade de desistir Culpada por não persistir Hoje o amanhã parece não importar Jogo tudo pro ar e depois o aperto mata o peito Medíocre é a vida que levarei se não reagir E este é o medo que me faz não conseguir agir. 14/11/21 É engraçado o espaço que existe entre a verdade e a verdade enfeitada. Digo, até que ponto as coisas são reais? Eu já não caibo nessas linhas, pois a pessoa que eu fui aqui, já mudou quase que por completo. Hoje é dia 14, como o tempo passa rápido. Acho que vou lembrar desse momento para sempre. Hoje fizemos 6 meses, e 4 dias na nossa casa. Só um relato.
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vida rasa
Testando a minha mente mas sinto que ela me testa Te mando mensagem mas é sempre no final da festa
Meia noite chapada penso em soluções Te quero comigo mas isso é só sobre solidões
Quantas vezes chorei por me sentir só Com vários do lado Mas isso só alimenta o ego frágil
Com o de fé do lado Nunca vivi tão isolada Sugava a minha alma E aquele tormento, disfarçado de fechamento
Me fez perder a essência Preciso aprender a ser sozinha e seguir a minha crença
Despertador toca, 7H da matina É difícil levantar e encarar mais um dia
Quando tudo ao redor se resume em b.o É muito mais difícil se motivar quando se tá no mundo sozinha
E eu desde menorzinha, sem ninguém pra inspirar Família no buraco nenhum pra salvar Minha coroa já não tá mais aqui e nada que eu faço toma o seu lugar Migalhas tentando preencher o vazio de uma vida perdida
Várias porrada da vida vários menor pra te apontar Nenhum pra salvar
Todo dia eu choro tentando melhorar Mas é foda lutar e não sair do lugar
Tenho grana pra guardar mas noites em claro fazem eu me emocionar
Droga e bebida sempre tem pra te proporcionar Vários queriam o teu lugar Mas ninguém nunca vai tomar Quando deito no travesseiro a mente volta pro mesmo lugar A carência me faz querer quem eu tanto quis libertar E agora eu me vejo no teu lugar Isso tudo sempre foi só um karma.
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ELE NÃO VEM!
entre o ronco dos motores te procurei
esperançosa pela tua chegada
que mais uma vez se fez ausente
despedaçada eu clamo aos céus que escutem a minha súplica
maldita seja a maldição lançada sobre mim
maldito seja o temor ao abandono que há anos me aflinge o peito
e conflita com o meu ser, livre por natureza
maldita seja a nossa natureza
que só se dá o valor para aquilo que não se pode ter
abracei durante meses a felicidade
tive o meu éter em janeiro
em maio ele passou a se desprender de mim
por culpa minha, por culpa nossa, culpa do mundo
já é abril, mas quem dera o abril fosse aquele tão proximo de janeiro
porém longos 14 meses já se passaram
por tantas vezes me despedi, mas chorando feito criança, me joguei ao teus pés
afoita, debulhada, despedaçada, incapaz
implorei a deus, a ti, aos céus, ao mundo
que mais uma vez tu voltasse
mas cansado das minhas súplicas, do meu vai e vem, do meu caos
o silêncio veio
e com ele mais uma vez, uma esperança foi arrastada sobre o véu do universo
o ar da morte, tão palpável pairava sobre a vida, vida essa, segundo eu mesma, por pouco ainda existente.
tenho vergonha das palavras, das lágrimas, das súplicas, das lamúrias
e mais uma vez, tudo aquilo que se teme, se concretiza
e logo eu, tão inimiga da solidão, me agarrei novamente a ela, como se fosse uma velha amiga que retorna depois de longos anos
parada, fito a tela do computador, mirando o nada, esperando por coisa alguma
no peito a esperança de algo, que o que, também não sei
procuro por todos os lugares, vejo o celular, abro as páginas, olho as horas, as chamadas, as mensagens, até mesmo o e-mail ganha a minha atenção
mas nada
coisa alguma em lugar algum
e mais uma vez, essa teimosa esperança, tão presente mas tão perdida, retoma
essa dualidade me açoita, tão dividida como dois seres distinto, unificados em uma única alma
liberdade, solitude, esperança, descrença, vida, morte
qual dos opostos, a roleta da vida irá escolher?
a não-resposta me dilacera, e mais uma vez, me saboto, e o tiro sai pela culatra.
ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem. ele não vem.
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cacos de vidro e flores mortas
hoje eu quebrei uma garrafa de azeite no chão da cozinha.
quando tudo aconteceu, eu fiquei tão nervosa, que desabei a chorar.
maldita garrafa, como ela ousa se espatifar assim no chão?
veja todo esse óleo espalhado pelo piso.
como eu irei limpar isso? em meio a tantos cacos de vidro?
hoje faz tanto calor, que eu já estou suando.
abaixo-me no chão escorregadio, em meio aos cacos, esfrego e esfrego o piso.
quero gritar e implorar por ajuda.
por que ninguém pode me ajudar?
ele vem até aqui, vê o caos na cozinha, bebe uma água e então se retira, sem uma palavra dada.
somos só eu e o chão. ele nem mesmo pergunta se eu estou ferida.
as lágrimas embaçam os meus olhos, estou tão aflita e indignada que mal respiro.
levanto-me abruptamente e sinto a fraqueza do meu corpo pesar sobre os meus ombros.
a minha visão escurece, como uma noite de eclipse.
sento no banheiro e fecho a porta. choro, choro e choro.
tento recuperar a calma aos poucos.
lembro-me que eu não preciso de ninguém. seco as lágrimas.
foda-se a maldita garrafa de azeite e o chão engordurado.
eu posso fazer isso. é simples. não é?
volto até a cozinha, junto os caquinhos e esfrego o chão.
os meus cabelos grudam-se pelo meu corpo, o suor me escorre e a fraqueza me encontra novamente.
estou cansada, sem forças.
por que eu me doou tanto?
por que é tão difícil quando tudo se faz parecer simples?
por que a garrafa quebrada me fez tanto mal?
ou será mesmo culpa dela?
outro dia o mesmo me ocorreu, com um vaso de flores.
o piso estava úmido, recém lavado, quando eu, no meio do vai e vem com a vassoura, esbarrei nele.
e lá se foi terra para todos os lados.
a pobre plantinha que me perdoe, mas tamanho foi o ódio que eu senti dela e de toda a espécie. senti ódio de mim. ódio de tudo.
essa ira me consome. eu não quero ser assim.
isso não é sobre vasos de flores e garrafas quebradas. é sobre mim.
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19/06/22
olha eu aqui de novo
embriagada pela nicotina
envolta na noite melancólica em que eu me pus novamente
como todas as outras noites
em que não consigo dormir pensando em um amanhã que ainda nem me pertence
ansiosa para progredir e sair desse momento
mas depois desse momento,
"esse momento", nem vai parecer tão ruim assim
talvez quem precise de uma melhora seja eu mesma
e não o tempo
meu choro e minha raiva me cegam
quanto mais penso em melhorar
mais os pensamentos me atormentam
como vozes que me torturam
e essa impotência me estraçalha de dentro pra fora
por um tempo onde o tempo não importe :(
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13/06/22
às vezes eu sinto falta do canto dos pássaros seguidos pelo amanhecer.
do frio gostoso das manhãs em alvorada.
sinto falta também do brilho, que meus olhos costumavam ter. a sede pela vida, que agora pouco me sobra.
a vida perdeu o encanto, e com ela o meu brilho se foi também.
eu acordava antes da aurora do dia, abria a janela e observava o quintal. a neblina da manhã banhava as árvores, e o céu cinza espelhava os primeiros raios do dia.
saudade do meu lar, da minha família.
saudade de alvorada.
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MINHA ORIGEM
porto alegre, ainda lembro bem o cep
centro da zona oeste
porto alegre, onde a mágica acontece
assoalho de madeira e paredes furadas
porto alegre, kitnet
mês sete
sentei naquela cama onde tudo acontece
eu era inocente com 17, em porto alegre
perto da redenção, talvez numa invasão
pó na mesa e peça no chão
comigo não, mas no meu campo de visão
eu era inocente
porto alegre, reino da tentação.
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B I P O L A R
eu já nem sei mais o motivo de termos começado aquela briga, mas eu ainda estou chorando descontroladamente. veja como eu sou louca.
deve ser isso. só isso.
eu sou apenas uma desequilibrada. vivo apontando culpados, mas depois do escarcéu, percebo que talvez, a errada seja eu.
mas eu, dona da razão, não suportou ouvir um não.
sim, admito, não suporto.
eu já não sei de mais nada!
e a minha insegurança, que adora uma brecha para dar as caras, agora grita alto anunciando a sua chegada.
ela, que adora fazer pouco caso das coisas que eu sinto e me faz sempre pensar que estou exagerando, agora ecoa no meu interior;
diz ela que é tudo culpa minha, sou muito sentimental.
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madrugadas
não ter ninguém para conversar já tornou-se um hábito mais presente em meus dias do que eu gostaria.
mas a culpa é inteiramente minha.
em dias difíceis, eu sempre escolho me isolar do mundo até estar pronta para enfrentá-lo, e isso faz com que eu me afaste das pessoas.
mas espero que nesse relato, eu consiga consolar um pedaço da minha tristeza, durante essa madrugada de domingo.
o único barulho audível nesse momento, é o dos meus pés nus tocando o assoalho da casa.
eu preâmbulo sozinha por entre os cômodos.
em busca do que, também não sei.
me sinto só, me sinto triste.
as noites têm sido longas, e por mais que eu tente disfarçar, às vezes eu sou pega na minha própria mentira.
durante os dias eu finjo tão bem que até eu mesma acredito, mas as noites... as noite deixam tudo evidente.
sentada na sala escura eu tomo mais uma xícara de chá. escrevo para eu mesma, pois nesse momento, eu sou a única capaz de me ouvir.
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26/02/21
a liberdade só foi feita para aqueles que podem carregar o seu fardo.
mas a escolha de não ser livre, também custa caro.
ou perde-se ao outro, ou a si próprio.
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09/11/21
hoje é terça. tá tudo errado aqui dentro.
foco na meta > vive o futuro > lembra do passado > engana a si mesma
dói. sei lá o que, como ou porquê.
colocar a culpa em tudo menos em si mesma.
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