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The prince: Hyunjeong’s bday
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bc-haneul:
“Costumo ser mais agradável com quem é igualmente. Não fale da Hideaki. Ela não é minha namorada, mas eu estaria honrado se fosse, já que é uma das melhores pessoas nessa vizinhança. É possível que ela seja tão calada exatamente por gente babaca como você. Ela se poupa de experimentar isso.” Esbravejou a última parte. Como sempre, notou o erro tarde demais. Era raro que se permitisse ofensa, mesmo a tentativa delas. Elas indicavam perda de razão, mas também catarse. E já que estavam indo por esse caminho, Haneul abandonou a usual cordialidade de sua postura. Anos de amarras sociais sendo desfeitas em prol da defesa de Hideaki, única que se dispunha a lhe fazer companhia em momentos nos quais não era obrigatório estar lá.
“Só porque nunca os experimentei, não quer dizer que eu sou um completo estúpido. Eu sei o que são. Aliás, sei mais do que você provavelmente.” Franziu o cenho, mantendo o olhar aborrecido direcionado ao mais alto. Ainda que não soubesse o que era ter as mãos de alguém em seu corpo, poderia descrever todo o processo fisiológico pelo qual as sensações passavam para gerar prazer com detalhes devido ao curso escolhido. A teoria estava dominada, mas a prática exigia um esforço que Haneul ainda era duvidoso sobre. “É difícil melhorar o comportamento quando você não faz o mesmo. E considerando o quanto parece desprezar esse tipo de gente, mas continua passando tempo ao lado delas, indica qualquer tipo de distúrbio psicológico relacionado à obsessão que, se eu fosse você, me preocuparia. Talvez também possa ser um caso de drogas ou uma lesão no lobo frontal, o que explicaria muita coisa.” Revirou os olhos, percebendo a recém-adquirida pressa do mais velho e cerrando os dentes, seguindo-o. “Você pode parar de correr como um desesperado, fazendo o favor? Suas pernas são mais longas que as minhas, fica difícil te acompanhar assim.” Rosnou. “Hobbie? Hobbie? Cala a boca! Eu sou uma pessoa e não vou deixar que você me desumanize, obrigado. Por que não se preocupa mais com seu trabalho e esquece que eu existo de uma vez?” Quase correndo, estendeu ambos os braços, levando-os à uma das mãos de Zan e tentando remover seus dedos de suas sacolas para que as entregasse. “Ao menos seja mais criativo com um nome de Pokémon.”
Zan continuou rindo. Adorava incitar a cólera em pessoas do porte de Haneul, aquilo era absurdamente satisfatório. “Ira não é um dos pecados da lista pessoal de Deus?” Perguntou com uma sobrancelha arqueada, sem se importar realmente com o tom esbravejante do menor. O mais velho sentia-se bastante realizado de ter conseguido tirá-lo do sério outra vez, considerando que o chinês era uma pessoa bastante brincalhona; seu humor era realmente duvidoso, mas ainda existia e tendia a perseguir as pessoas ao seu redor, sendo que somente as que costumavam valer à pena para ele ficavam por perto mesmo com aquela índole bastante questionável. “Certo, essa ganha o prêmio do ano de maior idiotice que você poderia dizer, Haneul. Se acha que sabe mais do que eu acerca de qualquer coisa desse mundo -- o carnal, o pecaminoso e o terrível -- você está bem louco de vinho e de hóstia.” Balançou a cabeça em negação, rindo baixo, sem muito humor.
Até que sentiu os dedos pequeninos intentando contra sua pessoa. O movimento fez com que Zan arqueasse as sobrancelhas, franzindo o cenho e refletindo, por alguns instantes, sobre o que estava acontecendo. Quando se situou minimamente, uma gargalhada gostosa, bastante desdenhosa até, praticamente ecoou por aquela ruela na qual se encontravam. Ele era alto, grande, havia bastante voz para ressoar na parte mais profunda da mente de Haneul, se fosse o caso.
“Se eu colocasse você ao lado da minha cadela, eu diria que você tem o porte e o ódio de um pinscher.” Riu novamente balançando a cabeça, agora em descrença pelo que estava ouvindo. Haneul era mesmo adorável, mas irritante. “Eu sou chinês, não japonês. Não faço ideia do nome de muitos pokemons, mas se for o caso... Que tal Chikorita? Se plantarmos um broto de feijão na sua cabeça com um pedaço de algodão, ele vai crescer e assim vocês ficam idênticos.” Zombou, devolvendo-lhe as sacolas por fim, porque estavam consideravelmente próximos da casa do mais novo. “Não seja tão mau humorado, Haneul. Ou eu posso pensar que isso é falta de alguma garota ou garoto na sua vida e te descolar uma entrada VIP para a minha casa noturna.” Revirou os olhos, ainda rindo. Tinha de aproveitar seus últimos segundos na presença do rapaz, considerando que estavam no fim de seu trajeto em companhia.
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bc-seunghee:
“Baixo? Não sei ao que você se refere, eu tenho 1,82 cm de altura… É até maior que a média masculina.
E eu sou um amante latino, romântico e sedutor, nada de errado aqui. Quer dizer… Vou esconder os chicotes e as cordas debaixo da cama, um momento.”
“Queijo é sensacional, Zan! Eu fui em um evento de degustação de vinho e queijo na Itália e nunca mais fui o mesmo. Tantos sabores… Tantas nuances…”
Não dê uma de sonso, ou eu ficarei ainda mais empenhado em tentar te levar para a cama hoje à noite. Digo tentar porque no momento estou dando prioridade para uma comissária de bordo que eu conheci e que está me dando mais trabalho que vossa senhoria.
Falando assim você parece o Ratatouille, mas eu te entendo. Vinho e queijo é uma ótima combinação, realmente, apesar de eu ainda não ter colocado os pés na Itália e me certificar disso.
Vai querer carona pra voltar pra casa ou vai ficar aqui perseguindo os clientes que entram na loja?
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“Isso porque você não me viu gemendo.”
“Vai me dizer que temos que ir para a sessão de Cinquenta Tons de Cinza ou de biologia para falar sobre isso agora? Eu hein. Você gosta das coisas mais esquisitas, Zan, não estou surpreso.
Ah, maravilhoso. Eu quero acesso ilimitado à strippers e bolinhas de queijo, primeiramente. Não são itens necessários ao evento, mas para minha sala, já que preciso de inspiração. Gostei do apelido, mantenha esse.”
... Você é tão baixo, Seunghee. Gosto disso.
Eu gosto das coisas mais esquisitas, sim, mas você não é muito diferente disso, gracinha. Soa como o sujo falando do mal lavado.
Inspiração nas strippers eu entendo, mas... Nas bolinhas de queijo? Você é mesmo bastante peculiar, criaturinha.
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bc-seunghee:
“Corvinal vai ganhar a taça das casas esse ano, boatos. Mas se fosse você eu aguardaria sentado, Zan, minha bunda será apenas liberada para quem tiver amor verdadeiro por mim. Como uma princesa moderna.”
“Realmente, porque você aparentemente só tem habilidade com o pau, Deus me livre. Ninguém mandou produzir coisa que parece vinda diretamente da Deep Web. Magic ZanCon? Me soa fantástico. As pessoas vão ser recebidas com um banho de tripas de porco e um tapa na cara?”
Você calado é um poeta, Seunghee.
Diz isso só por ter colocado a boca nele, imagine se... Enfim. Isso não é assunto para uma livraria, comporte-se. Hm, eu gosto da Deep Web, tirando a parte da pedofilia.
... Gostei da ideia. Você vai ser o diretor criativo da Magic ZanCon. Está livre para usar todo seu repertório bizarro nessa empreitada, Lovecraft Jr.
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bc-seunghee:
“Sinal de que não está deixando passar os momentos marcantes da vida, muito bom. Não, não me inspirei. Eu usei antigos trabalhos e escrituras do Lovecraft para criar as ilustrações. Tenho algumas cópias na minha casa, se quiser ver algum dia. Mas agradeço por ter tentado. Adoro essas suas provas de amor incondicional por mim, Zan. Tudo isso é só para me comer?”
“Obrigado, querido, eu sei que você as adora. Você não contrataria essa coisinha ingrata com tanta frequência se não gostasse. E sabe que também aprecio seu estilo, seu trabalho e tudo mais. Mas não preciso acariciar seu ego, certo? Já existem fãs suficientes para isso.”
Eu poderia dizer que não, mas nós dois sabemos que a resposta é sim. Meu amor incondicional é só disfarce e pretexto com você, como foi com quase todo mundo na minha vida. Pelo menos você percebeu, pontos para a sua Casa.
É, eu ainda preciso da sua habilidade com as palavras para converter minhas ideias brilhantes num roteiro, tsc. Meus fãs existem, sim, mas não tenho muito contato com eles. A maioria é russa ou parte da população de algum país muito distante, só assim para consumirem essas coisas de teor duvidoso. Mas um dia, quem sabe, eu não faça uma Magic ZanCon, seria espetacular.
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bc-seunghee:
“Quer biscoito vai na confeitaria, Zan, aqui não tem nada para você hoje.”
“Já agradeci seu marketing, meu anjo, mas me recuso a reconhecer o trabalho daquele Zé. Você sabe, eu usei meus próprios desenhos. Por que um ilustrador ia fazer pouco do próprio trabalho, huh? Mas você é… Legal. Ainda me pergunto se seu ego vai te engolir.”
Eu sei que você já me agradeceu, me lembro bem da sua gratidão sendo convertida em sexo oral, eu só estava enchendo o saco. De qualquer maneira, vai me dizer que não se inspirou nem um pouco nas capas que eu consegui?
Suas ideias também são muito boas, não se ofenda. E eu sou bem mais do que legal se sou eu quem te dá um emprego mais do que esporádico, coisinha ingrata.
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Agradeça o marketing que eu fiz e o desenho das capas que eu descolei com um dos melhores desenhistas dessa Ásia.
Eu sou demais, pode falar.
“É tão estranho ver meus livros nas prateleiras… Ainda estou tentando me acostumar com a sensação. Mas você já leu esse meu humilde best seller? Está quase na lista dos melhores, hein.”
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bc-haneul:
Era raro que Haneul perdesse a paciência. Sua calmaria parecia ser infinita, contagiando as pessoas que o rodeavam com tranquilidade e sossego. Não poderia recordar, por mais que tentasse, a face ou o nome de alguém que houvesse lhe irritado nos últimos tempos. Mas Zan definitivamente estava chegando perto disso, fazendo Haneul mais uma vez repensar o comportamento que adotava para com o mundo. Ele queria fazer-lhe bem e o chinês representava o tipo de pessoa que não importava-se com tal objetivo. Tinha para si que ignorância seria a melhor maneira de lidar com o cineasta, mas Deus sabia os efeitos que a voz alheia causavam no pequeno Jung. Além de que, considerando a personalidade do outro, era bem capaz de Haneul receber alguma retaliação impiedosa.
“Sim. Você deveria considerar a diferença que existe entre nós. Eu nem conheço você direito e você tem o dobro do meu tamanho. Se decidisse me atacar, eu não teria muita chance de me defender. Além de que, uma carona pode ser um ato gentil ou desconfiável. É só ver a mídia. Você não está assistindo filmes o suficiente, Zan. Eu posso ser inocente, mas não sou estúpido!” Bufou, cruzando os braços. Quando percebeu o teor de suas palavras e o tom aborrecido utilizado ao proferi-las, já era tarde demais. Não tinha tanta culpa, afinal, aquela risada fora a gota d’água. Haneul odiava que o usassem como piada. “Desculpe.” Disse, com a voz mais controlada, deixando um suspiro escapar. Ele sabia que não estava totalmente errado na situação, mas a natureza passiva tendia ao desconforto durante situações conflituosas. Queria apenas fugir de qualquer possível discussão com o Wu. Não que não tivesse como ganhá-lo com palavras - por mais que achassem que não, Haneul sabia argumentar -, mas não queria chateá-lo. Duvidava que pudesse atingir os sentimentos de Zan, mas machucar seu ego poderia ser muito pior. Estava tão contido em sua batalha mental que nem prestou atenção na fala do mais velho sobre ser adorável.
Ao ouvir o comentário, Haneul manteve os braços cruzados e apertou os antebraços, mordendo o interno da bochecha. Ajeitou-se no banco do passageiro e assumiu uma pose mais séria. “Meus avós são idosos e precisam descansar. Não podem lidar com matérias supérfluas. Portanto, peço para que releve meu comportamento. Irei melhorá-lo.” Pediu, exageradamente formal. Mas não queria mais manter nenhum tipo de impessoalidade com Zan. Ele conseguia fazê-lo querer modificar a própria personalidade.
Finalmente, Haneul acreditou estar livre daquela viagem infernal. Contudo, Zan insistiu em apanhar suas sacolas. O menor não fez muito a não ser fechar os olhos e conter um suspiro exasperado. “Zan-ssi, por favor, eu posso levar minhas compras sozinho.” Ignorado, esperou Zan afastar-se mais um pouco para apertar os punhos e bater o pé no chão com força, querendo gritar. Seguiu-o logo em seguida, correndo por um trecho até alcançá-lo. Haneul caminhava rápido, mas mesmo assim era difícil manter o passo do chinês devido a diferença entre as pernas. “Por mais que já tenha dito que não seria incômodo algum levá-las. Realmente.” Frisou, levantando o olhar para o mais velho. “Qual é o seu prazer em me importunar? É algo sexual ou apenas falha de caráter?” Bufou, em certo ponto do caminho, franzindo o cenho.
“Você fala demais, Haneul. Sinceramente, alguém te aguenta matracando por mais de duas horas no dia? Eu tenho pena dos seus avós e daquela sua namorada japonesa, apesar de que vocês se merecem. Ela quase não fala, vocês seriam mesmo o casal do século.” Revirou os olhos, relaxando os ombros, inconscientemente demonstrando todo seu desprezo pelas palavras de Haneul. Zan era bem mais reservado, apesar de continuar sendo simpático quando lhe convinha, então simplesmente detestava monólogos como os de Haneul, em sua cabeça. Naquele ponto, ele deixava de ser adorável para tornar-se completamente irritante. E, bom, a paciência do chinês não era exatamente invejável, então não duvidava que, em algum momento, acabaria estourando de vez com aquela criatura franzina e temerosa que atiçara-lhe os sentidos dentro do carro.
Como se não bastasse tudo o que tivera de aguentar vindo dele até aquele instante, ainda surgira aquela pergunta completamente desnecessária que, apesar de ter soado bastante desrespeitosa, conseguiu arrancar uma boa risada de Zan.
“E o que é que você sabe sobre prazeres sexuais, pokémon?” Perguntou, olhando-o com uma sobrancelha arqueada e uma repuxada carregada de desdém na lateral esquerda de seus lábios. “Mas eu te respondo mesmo assim: nenhuma dessas duas coisas. É só um passatempo mesmo. Adoro importunar animais indefesos como você, principalmente aqueles que prometem melhorar seus comportamentos e continuam agindo como garotas colegiais que perderam algum senpai para outra garota igualmente irritante e patética.” Comentou num falso tom despretensioso, apressando o passo apenas pela alegria em vê-lo acompanhá-lo com dificuldade devido às pernas bem mais curtas. “Apesar de que... Eu não tinha prazer nenhum nisso, mas acho que posso fazer de você meu novo hobbie a partir de agora.” Deduziu alguns segundos depois, após hesitar rapidamente. No final das contas, estava abrindo um sorriso falso, nem um pouco enfeitado para parecer mais amistoso, já que a intenção era soar sarcástico mesmo. “Obrigado pela ideia, Pikachu.”
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Relaxou no banco ao ouvi-lo, mas não muito. Ainda mantinha-se alerta para qualquer ação do mais velho, isto porque não queria desapontá-lo por alguma distração ou qualquer coisa do tipo. Zan estava sendo bondoso em levá-lo até a vila e não precisava ter de lidar com sua personalidade relapsa. Contudo, seu estado de vigilância tornou-se incômodo quando percebeu os lugares ao seu redor. Haneul não queria fazer um escândalo, temendo desencadear algum comportamento hostil por parte do outro, mas estranhou toda a cena. Até o momento estivera movimentando os olhos delicadamente ao ritmo de alguma canção imaginária, mas subitamente parou ao sentir o frio em sua espinha. Definitivamente, aquele não era o caminho certo para a vila. Talvez fosse um atalho? Improvável, visto que Haneul morava ali desde pequeno e conhecia todos os caminhos como a palma de sua mão. Quando atingiram a rua sem saída, percebeu que não havia como estar errado.
Queria poder ignorar o frio que revirava seu estômago, mas não conseguiu. Mordeu o lábio inferior, arregalando os olhos inconscientemente. Infelizmente, Haneul realmente ficava paralisado quando assustado, e naquele momento estava um pouco mais do que assustado: estava em quase pânico. Os músculos tensionaram, mas não respondiam aos seus comandos. Parecia que toda a atividade corporal havia sido direcionada ao coração, batendo de maneira rápida e quase dolorosa contra sua caixa torácica. Ele não deveria, mas a aproximação de Zan lhe fez minimamente excitado. Seu único movimento foi estender os braços defronte o corpo, como se pudesse formar uma barreira protetora contra o avanço do chinês, tanto para não machucá-lo quanto para não perceber seu embaraço. Fechou os olhos ao ouvir a questão final. “Muito ruim. Eu não como todos os meus vegetais! Gosto mais de doces. A única gordura à mais no meu corpo é a das minhas bochechas, você vai odiar, minha carne não terá gosto algum e será dura.” Expressou, rapidamente.
Ele não precisaria trancar portas porque Haneul claramente era inofensivo, mesmo quando tratava-se da própria segurança. Encolheu-se um pouco mais ao sentir maior aproximação, sem abrir os olhos, respirando lentamente pelos lábios entreabertos. “Não, mas… Seria um desperdício.” Lamentou, não esperando que Zan houvesse ouvido sua última confissão. Mordeu o lábio inferior, refletindo sobre a diferença de tamanho entre ambos. Não teria chance se Wu resolvesse capturá-lo de fato. E o pensamento não o auxiliava em impedir que sua mente vagueasse para caminhos mais luxuriosos e menos grotescos quanto às coisas que o mais velho poderia fazer consigo. Em um último esforço, levou uma das mãos ao rosário pendendo ao redor de seu pescoço e puxou-o para fora da camisa, sussurrando uma prece rápida.
E então, tudo acabou. Haneul não sentia mais o hálito quente de outrem perto de si e abriu os olhos lentamente, temendo ver algo que não deveria. Continuou encolhido contra a porta, agarrando firmemente o rosário entre os dedos, de maneira que os nós mostravam-se brancos. Como os movimentos de um animal assustado, Haneul levou algum tempo para voltar ao normal, olhando de maneira desconfiada para Zan enquanto baixava as mãos trêmulas, escondendo-as no meio das coxas. “Você tem o tamanho para isso…” Argumentou, em voz baixa e tímida. Estava tão envergonhado que queria chorar. Mas limitou-se a respirar profundamente algumas vezes e fechar os olhos, contando mentalmente até recuperar sua sanidade.
Franziu o cenho. “Não, eles não gostariam…” Murmurou. Se a frase serviu para alguma coisa fora apenas para fazê-lo se retrair um pouco mais, os ombros tão curvados que pareciam formar uma barreira ao redor do corpo do menor. Após o último comentário de Zan, Haneul deixou que o silêncio se instalasse entre ambos. Necessitava de tempo para se recompor e parecer uma pessoa normal mais uma vez, embora só quisesse descer do carro e seguir o resto do percurso sozinho.
Distraindo-se mordendo o interno de suas bochechas, aos poucos desconstruiu o muro que a posição encolhida no banco formava, relaxando os ombros, mas continuando com as costas ligeiramente arqueadas e as mãos entre as coxas. “Você não deveria ser tão cruel, Zan. Eu não fiz nada à você. A bem da verdade, estou tentando ser uma pessoa agradável.” Indignou-se, unindo as sobrancelhas. “Eu adoro seus filmes, mas você não é tão bom quanto eles.” Comentou, finalmente pousando as mãos nos joelhos novamente, agora estáveis e firmes mais uma vez. Esperando que o mais velho estivesse mais preocupado com a estrada, levou a destra às costas da outra mão, capturando a pele entre os dedos disfarçadamente e apertando como punição por seus pensamentos mais cedo, em uma situação constrangedora que em nada tinha de excitante.
Não, ele não se interessava nem um pouco em saber qual o gosto de carne humana, mas por um único, uma mísera fração de segundo, Zan realmente se questionou acerca do sabor que Haneul poderia ter. O ato sexual em si já soava como algo antropófago, mas ele iria mais fundo simplesmente pelo prazer de ver aquelas feições tomadas por pânico outra vez, porque, sem sombra de dúvidas, foi uma das coisas mais animadoras -- para não dizer excitantes -- que ocorrera na vida do chinês nos últimos tempos, já que, bom, luxúria e prazer ele poderia encontrar facilmente em qualquer corpo daquela vila. Contudo, maculação e ingenuidade? Ao que tudo indicava, eram características que permaneciam apenas com Haneul, à julgar por seu histórico religioso e seu comportamento bastante recluso. Isso realmente atiçava os sentidos predatórios de Zan, mas não era nada que o menor devesse saber. Pelo menos, não por ora.
“Deixa eu te avisar, Haneul, sobre alguns detalhes que talvez você não saiba: o mundo não vai te tratar com gentileza só porque você cheira a flores ou dá flores para ele. Sinceramente, eu não fui cruel com você, era apenas uma brincadeira. Qual foi o problema? Ficou com medo?” O riso nasal, completamente debochado, foi bastante inevitável, enquanto virava em mais uma esquina que os levaria até Bukchon. “Eu juro que não fiz por mal. É só que... Você ficou tão adorável com as bochechas vermelhas e os olhos arregalados.” Agora um novo riso, mas mais ameno, prova do quão camaleão Zan era. Conseguia ser um homem austero e assertivo e transmutar seu comportamento em algo mais afável e gentil num piscar de olhos. Muitas pessoas diziam que aquilo era uma característica intrínseca à sua personalidade manipuladora, mas ele discordava, obviamente. “Mas tudo bem, eu anotarei suas palavras sobre eu não ser tão bom assim, o que eu obviamente sou quando me ofereci para te dar uma carona, mas você continua me tratando como um monstro. Realmente, eu deveria ter uma conversa muito séria com seus avós.” Crispou os lábios, fingindo uma postura pensativa. Lá estava ele novamente, querendo atingir o psicológico de Haneul sem necessidade alguma a não ser alimentar seu espírito ligeiramente sádico.
Após o momento de silêncio que se seguiu por sua parte, passaram-se dez ou quinze minutos quando finalmente chegaram ao estacionamento da vila. Após estacionar, ele desceu do veículo e tomou todas as sacolas para si, num claro aviso silencioso. Ele levaria as compras de Haneul para ele, independentemente do quanto reclamasse; e prova disso é que estavam seguindo pelo caminho da casa do garoto, considerando que Zan estava indo na direção contrária à que normalmente daria para sua rua se seguisse alguns atalhos.
“Acha que vou roubar suas coisas também ou já entendeu que estou levando suas compras, coisinha insolente?” Perguntou olhando-o pelo canto dos olhos, com uma sobrancelha arqueada. Estava segurando a risada; não estava realmente magoado com ele, mas gostaria de vê-lo suplicando por perdão ou qualquer coisa do tipo. Ele parecia ser uma pessoa que faria aquilo sem maiores esforços por parte de Zan, desde que criasse a situação correta para alcançar seu divertimento.
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“Você vai saber quando conhecer a pessoa certa.” Assegurou, sempre otimista. A fé que Haneul possuía no amor verdadeiro poderia ser equiparada apenas à sua imensa fé em Deus. Acreditava em pares perfeitos e almas gêmeas, inclusive afirmando que todos nasciam sendo destinados a uma pessoa específica. Estava tudo nos planos de Deus.
Ao ouvir Zan, estava preparado para agradecer com um sorriso amarelo, quando um ligeiro arrepio passou por sua espinha com o último detalhe. Ele parou por um segundo, tentando interpretar o que o outro dissera como algo positivo, mas não conseguia encontrar bom significado para aquilo. Se estivesse menos nervoso com a situação toda, talvez pudesse ter percebido que o mais velho não falava sério. “Presas…?” Balbuciou. “Por favor, não seja um milionário excêntrico que caça pessoas como passatempo…” Lamentou, unindo as sobrancelhas em uma expressão angustiada. Talvez estivesse apenas vendo filmes demais, no final das contas. “Isso seria um desperdício, você é bonito demais para ser um serial killer.” Choramingou, em voz quase inaudível.
Zan controlou a vontade de rir, optando por sorrir discretamente ao ouvir aquilo que se assemelhava muito a choque, na voz do mais novo. Não costumava ver graça em perturbar pessoas, acreditava que já havia passado dessa fase, mas naquele instante, sentiu-se bastante inclinado a tirar Haneul do sério. Nunca havia trocado mais do que algumas palavras com o garoto, apenas com os avós dele, mas imaginava que poderia tirar algum proveito do comportamento recluso e, como já explicitado, religioso dele. Seria algo engraçado de se ver. “Eu poderia ser, mas não.” Finalmente riu, mesmo que de maneira comedida, enquanto avançava no semáforo que indicava a cor verde. “Juro que sou apenas o príncipe exilado da última dinastia chinesa.” Brincou, lançando-lhe uma piscadela rápida e mantendo um tom risonho. Ainda não era seu intuito levá-lo ao limite.
Em seguida, guardando silêncio, manteve um trajeto diferenciado do habitual que alguém com um carro deveria fazer para chegar a Bukchon. A prova disso, é que foram parar em um local bastante isolado, com algumas casas em construção, aparentemente, diante de uma rua sem saída. Agora sim Zan estava inclinado a atormentá-lo um pouco mais.
“Apesar de que seus comentários me deram ideias. Acho que posso me animar com a ideia de caçar pessoas e levá-las para o meu covil, hm?” Arqueou uma das sobrancelhas, livrando-se do cinto de segurança para que pudesse inclinar, levemente, seu corpo sobre o banco de Haneul, apoiando seu braço no estofado. A estatura de Zan era extremamente desproporcional à do mais novo e isso agradava aos sentidos inconscientes de predação por parte do chinês. Talvez fosse isso que seu olhar, vagaroso e analítico, indicava, aliás, enquanto esquadrinhava as feições daquele ser humano de bochechas avantajadas e um olhar terno. “Que gosto será que tem sua carne, xiào?” Semicerrou os olhos, abaixando o tom de sua voz, que já era naturalmente grossa. Daquele jeito, soava mas temível ainda, a ouvidos sensíveis. “Acha mesmo que ser bonito tem algo a ver com o fato de eu querer ou não cometer qualquer atrocidade contra essa sua carne imaculada?” Praticamente sussurrou, com um riso nasal. Inclinou-se mais ainda na direção do corpo que aparentava-lhe ser tão frágil e sorriu de canto outra vez. Sustentou um longo momento de silêncio, sem pressa alguma em acabar com aquela atuação toda justamente porque as travas estavam abaixadas, garantindo que Haneul não iria a lugar algum.
Até que Zan considerou ter feito o suficiente e acabou por finalmente rir, ajeitando-se outra vez sobre o banco do motorista. Ligou novamente o veículo e estava recolocando o cinto de segurança quando achou melhor explicitar que tudo aquilo não havia passado de uma brincadeira, no caso de Haneul não ter captado a essêcia de seu comportamento.
“Por Deus, Haneul. Você realmente acha que eu seria capaz de fazer mal a uma mosca que seja?” Gargalhou, retomando a direção e saindo daquela ruela na qual havia estacionado. “Deveria ter mais cuidado ao supôr essas coisas. Soam meio desrespeitosas, sabia? Seus avós não gostariam de saber que você está se comportando mal e destratando pessoas por aí, não é?” Um pouco mais de tortura psicológica não faria mal. Já que estavam ali, por que não provocá-lo mais? “Francamente, garoto. Você anda vendo filmes demais.” Comentou em tom debochado, desprezível até, voltando a prestar atenção no trajeto, agora correto, para chegarem à entrada de Bukchon.
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bc-haneul:
“Não fale assim, Zan. Se as coisas terminaram, então não era para ser. Um dia você ainda vai encontrar uma moça… Ou um moço… Que irá completá-lo e ser seu amor verdadeiro. Isto é, se você acreditar em amor. Ou também pode ficar sozinho se for sua opção, não há problema algum nisso.”
“Não sei se levo isso como uma ofensa ou um elogio… Mas é uma maneira de se interpretar.”
Eu não sei o que eu quero, se alguém para o resto da vida ou viver sozinho. São coisas que só o tempo poderá me dizer.
Foi um elogio. Gosto de pessoas como você, são as mais interessantes. Soam como presas vulneráveis.
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bc-haneul:
“Eu imaginei que fosse essa a razão. Oh… É uma pena. Que seja um ex, no caso. Adoro histórias de amor, elas são sempre tão lindas…”
“Explicaria muito…? Tipo o quê? Eu tenho cara de eternamente virgem, é isso?”
É, a nossa era mesmo. Uma pena que eu estraguei tudo, como sempre costumo fazer também.
Não, mas até que isso serviria também. Na minha concepção, explica muito sobre seu comportamento mais recluso e tímido.
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bc-haneul:
“Obrigado pela parte do corajoso… Eu acho. Sim, eu sei. Boa parte dos garotos na minha idade são ativos sexualmente. Mas não é algo que me faz falta, eu estou bem assim. Não estava nos planos do Senhor que eu seguisse a normalidade.”
“Mas você é muito observador. A maior parte das pessoas não nota meu anel porque é um detalhe pequeno. Além do mais, todo mundo usa jóias vez ou outra. Elas pensam que é algo de família. Você é sempre assim? Detalhista, eu digo.”
Sim, eu sou observador, minha profissão exige isso, mas em se tratando do anel... Não é como nenhum que eu já tenha visto e comprado. Costumava dar muitas joias para o meu ex-noivo e nunca vi nada como isso. Quero dizer, já tinha ouvido falar e tudo o mais... Então imaginei que pudesse ser algo assim, só não tinha certeza, apesar de acreditar que isso combinaria e explicaria muito sobre você.
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bc-haneul:
“Sem contar os minutos de silêncio? Acho que não.”
“Atualmente eu estou me preparando para entrar no seminário após o término do meu curso. Quero ser um padre católico. E não exatamente… Eu poderia não utilizar, mas decidi fazê-lo. É um anel de castidade, um símbolo de abstinência sexual até o casamento. No caso, acredito que nunca irei tirá-lo do dedo, mas serve como uma segurança à mais para futuros fiéis. Aparentemente muitos deles associam pureza sexual com bons padres, então…”
Este é um detalhe interessante sobre a sua vida, dongsaeng. Na verdade, bastante excêntrico, porque você deve saber que boa parte dos garotos na sua idade... Enfim. Realmente corajoso e peculiar, diga-se de passagem.
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bc-minkyung:
Nós não vamos morrer, relaxa aí. Já fiz isso várias vezes, não tem perigo.
Eu também estava indo pra lá. Ainda bem que te encontrei na rua. Meu carro tá na revisão, sabe? Só vou conseguir pegar amanhã. Uma história triste. Dain? Eu encontrei a Dain na rua. A viagem fez muito bem pra ela, voltou cem vezes mais bonita. Você já viu ela?
O meu carro favorito também está, então tive que tirar esse da garagem -- Dain? Ela está de volta?
Não, não vi. Falarei com ela o mais rápido possível, obrigado.
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bc-dain:
Claro! Mas você tem certeza que aguenta uma terceira noite? Dependendo do que for, eu posso dizer que você teve um compromisso urgente, algo do tipo, para você poder descansar um pouco.
Awn! Isso é muito bonito mesmo, estou emocionada. Daria um ótimo plot de filme com final trágico, não acha?
Nossa, isso é meio estranho de se ver, sabia? Você cuidando dessas coisas básicas…
Eu adoraria negar e dar uma de workholic, mas preciso aceitar sua sugestão. Pode fazer isso por mim, então?
É... Daria, sim. Talvez eu mande a ideia para um dos meus roteiristas: dois amigos que parecem um casal e que se fodem muito até que um deles se fode mais ainda. Tipo Ponte para Terabítia, sabe?
Tenho de cuidar; não tenho mais ninguém que faça isso por mim. Quer dizer, não tinha. Sem contar que estou num bloqueio criativo tremendo e encarando uma maquete inacabada há três semanas. Meus planos de cenários e continuidade de stop motions estão indo para o inferno e talvez atividades comuns me ajudem a superar isso.
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