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archdearquivo · 5 years ago
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estou sem caneta, por isso vou escrever isso aqui. saí andando da terapia e me ocorreu uma coisa: eu antes imaginava que o meu distúrbio tinha algo a ver com punir o meu corpo, mas e se for uma forma de protegê-lo? imagino tanto a minha perna e minha bunda naquele colã. e se eu estiver tentando fugir desse corpo, esse que imagino que tenha atraído esse tipo de coisa? o corpo consolidado como atrativo. o que eu faço é um tipo de deformação. 
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archdearquivo · 5 years ago
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casa 23:56
tenho acumulado diários dispersos. faço o que posso. tenho tido fomes muito grandes sem conseguir me saciar. imagino que seja por ter parado de comer leite e ovos, ou parado quando posso. tenho medo de que isso me leve ao distúrbio ou que eu não consiga produzir o tanto de comida que preciso comer. por hora, estou satisfeita em reconhecer a diferença da fome e do vício. é o primeiro passo, já imagino o que posso fazer para me ajudar. hoje vi g e fiquei nervosa, como era de se esperar. sinto essa obsessão, vontade de estar perto, olhar de perto, não sair de um lugar enquanto ela está lá, uma obsessão parecida com a obsessão que tinha por homens, fico pensando se dentro dessa noia toda não existe o desejo. semana passada estava almoçando enquanto ela tava lá e queria terminar de comer mais rápido pra sair antes dela, pra não ter a sensação de que ela se movia e eu ficava. queria ver seu corpo seu rosto de perto, ouvir sua voz e entender como ela pensa, ter tempo para conhecer essa coisa que me assusta tanto. hoje vou dormir tarde mas acho que fiz o que pude.
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archdearquivo · 5 years ago
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casa 21:16
estou muito mal muito ansiosa uma sensação horrivel. passei o dia assim, não tenho paciência para explicar. e vi a gabriele num dia horrivel e não tive fome parecia que tudo ia voltar da barriga e to conversando com o miguel sobre isso e não sei se me sinto mal pelo que ele fez ou por sentir que ela é melhor do que eu e merece mais ser amada. não sei se eu ja me senti tao ansiosa assim em algum momento. é claro que isso é um exagero. mas tá muito forte. você é culpado. e eu?
não é por isso q me sinto mal. me sinto mal porque não sou a única nem a mais especial, me sinto mal por perceber que você gostava muito dela e que eu sou nada perto de muita gente. e que não era pra eu estar aqui. se as coisas tivessem dado certo eu não estaria aqui porque eu não sou a melhor. eu sou o que você encontrou depois de te virarem a cara. e tenho me apoiado em você. mas preciso continuar me preocupando em ser eu. e então penso que não quero crescer assim, quero ser melhor no coração, saber amar mais ajudar mais levar amor grande não esse amor que você tem por mim e que talvez eu tenha por você. amor abundante. grande grande da existência e de deus. nunca sei se é esse o nome que devo dizer, deus. 
eu não quero machucar ninguém
(e posso me punir.)
esse sentimento não é de agora. parece que estou sentindo uma coisa mais antiga, que tem outra raiz. não sei porque choro e não consigo identificar essa sensação. parece uma crise de depressão sem os sintomas de comer e fumar, sem a euforia da ocupação, mas com um sentimento de desolação, incapacidade.
eu quero sumir pra longe
acho que agora consigo entender. me sinto tão mal com essas pessoas do passado dos outros porque não acredito que as pessoas possam parar de gostar ou de amar alguém, porque a historia do meu sentimento pelo pádua não teve um desfecho, não acabou. e eu ainda penso e ele me disse que se isso não tivesse acontecido a gente estaria junto até hoje. e é assim que eu vejo os outros. se isso não tivesse acontecido ele e ela estariam juntos até hoje e não seria eu. porque eu não consigo saber como é morrer um sentimento. 
“ mas pensei que a minha história com o pádua não teve um desfecho, foi como se ele tivesse ido embora da relação e eu tivesse ficado nela pra sempre. hoje as coisas são muito diferentes mas não parece que saí completamente, tenho um sentimento por ele relacionado ao fato dele ter me deixado e eu não poder entender se eu também teria deixado ele em algum momento. parece que eu não consigo entender como as pessoas param de gostar umas das outras porque é como se essa história não tivesse acabado. eu não sei como os sentimentos morrem, não sei o que vem depois disso. não é como se eu ainda gostasse dele desse jeito mas a coisa não se dissipou por completo sabe, é confuso. teve uma vez que ele me disse que se as coisas não tivessem dado errado com ele meio que parecia que a gente ia ficar junto pra sempre e é como se eu tivesse essa sensação ainda, e em relação aos outros também. é como se não fosse pra eu estar na sua vida e sim ela e acho que tem a ver com isso.Olíviaparece que eu estou na sua história interrompidaassim como existe a minhaporque se isso não tivesse acontecido você continuaria gostando delamas não vale a pena criar essas outras realidadeseu só não quero ser um acidente porque eu sou orgulhosa demais pra issotenho medo das coisas serem sempre por acasop
ara mim tudo é por acasoencontrei a Gabi por acaso, nos gostamos muito por acasoEu não planejei te encontrar e gostar tanto de ti tbm...
Olíviaeu seique raivao pádua sempre voltaparece que eu nunca vou limpar essa historia completamentetem fantasmas infinitosque tão sempre me interrompendome machucandome podando”
tenho medo do acaso porque o pádua não parecia ser por acaso, parecia ser destino e eu sinto que estou fugindo do destino. por isso nenhum homem parece a coisa certa, por isso eu tenho medo dessa sensação de não ter escolhido eles. 
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archdearquivo · 6 years ago
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CASA 12:33
escrevo do meu quarto. sinto que g. me rouba, que pega tudo o que eu tenho para dar e junta a si, de modo que eu vá me tornando uma versão incompleta de você. não tenho estado preocupada em conhecer coisas novas, nem me esforçado muito. costumo pensar que é mais fácil para os outros pois não são imóveis, mas isso é um sintoma. tento manter meu lugar. como não conheço, não faço, não sei, não tento, procuro fazer entender que sou especial pela dor, ou pela incapacidade. procuro ser especial pela pena. e crio uma identidade virtual, algo que venha a ser. faço imaginarem comigo o que eu não sou e sentirem pena pois não consigo. é como tenho me aproximado de todos e se consigo manter-me assim não preciso tentar sair. sou um monstro que come tudo. pensando assim sinto culpa. 
vou deixar registrado em palavras mais fáceis de entender, do jeito que eu falei pra M.
[12:47, 21/6/2019] O.: porque eu uso meus problemas pra fazer as pessoas terem pena de mim [12:47, 21/6/2019] O.: de modo que eu nunca seja culpada ou precise assumir alguma responsabilidae [12:47, 21/6/2019] O.: *responsabilidade [12:48, 21/6/2019] M.: Eu não tenho pena de você [12:48, 21/6/2019] M.: Quero te ajudar da mesma forma que vc tenta fazer quando me vê mal
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archdearquivo · 6 years ago
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BIBLIOTECA DO IEL 17:45
preciso de um lugar novo e mais secreto para escrever mas que ainda assim seja mais público que o meu computador.  quero me comprometer a escrever não para despertar pena nos outros. só para ocupar as mãos. queria comprar um fio bem grande e passar dias enchendo ele de contas, sem dizer nada. as mãos são muito importantes na ação do pensamento. elas me ajudam a não ficar nervosa demais. eu quero fazer um vipassana das mãos. tem sido difícil escrever. sempre o faço perante uma necessidade muito semelhante, e acabo escrevendo as mesmas coisas de novo e de novo e de novo, até ficar insuportável. agora está insuportável. quero passar mais tempo sozinha pra não cair na lambisgóia da culpa. faço M. ter pena de mim para não precisar do esforço de tentar ser melhor. estou lendo aos poucos um livro da biblioteca que deixei molhar. o que me chamou atenção foi quando é mencionado o trabalho da pina, como ela aborda o pessoal sem que seja apenas auto-exposição, uma intimidade constrangedora. isso que faço não é arte nem literatura. é um descarrego esdrúxulo, que não serve aos olhos, à leitura ou à interpretação. é como um entretenimento que acaba quando se acaba a escrita. mas então, prosseguindo. o que estou fazendo aqui ainda? o cenário é: estou na biblioteca tentando terminar uma resenha que era para amanhã mas foi adiada pra semana que vem. acho que tenho medo de voltar pra casa e queria me sentir útil e produtiva. posso tentar mais um pouco. não sei o que fazer em momentos como esse. eu quero tentar mas não consigo tentar, e tenho medo de ir embora,  ficar aqui tampouco ajuda. sobre a última sessão de análise: a culpa é narcísica, paralisante, faz com que eu tenha pena de mim e me presenteie com a inércia. a responsabilidade é algo que deve ser feito, sem peso, sem ego, sem fracasso sem vitória sem culpa sem culpa. - estou sempre me colocando na posição da criança e ter receio de G. e sentir que eu estou sempre em dívida e que ela pode mandar na casa pois lhe devo é abdicar da responsabilidade com a casa. ficou confuso.
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