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Com o barulho da minha mente eu poderia facilmente criar um novo portal, pra qualquer mundo. Tudo aqui dentro parece tão grande e problemático e complicado. Tem cheiro de insegurança e vazio preenchido de medo.
Muito estranho seria se esse meu mundo virasse realidade, enquanto ele gasta anos eu vivo minutos e segundos. Na mente 60 anos, mas na vida real só 29.
07 da manhã e inúmeras possibilidades o meu mundo já criou das coisas darem errado ou então de me pintar como idiota, infantil, feia, triste, depressiva.
Quando as vozes não falam tão alto, posso até sentir um vazio, que gera um sentimento de paz por 10 minutos reais, mas depois disso a paranoia já toma conta e as novas possibilidades de sentimentos ruins, situações constrangedoras, coisas a darem errado já aparecem novamente.
É um ciclo vicioso de pensar e me retrair, descansar e pensar de novo.
E tudo gira em torno do pensamento. Pra fugir dos ruins eu penso nos bons. Me espanta muito pensar que Platão criou um mundo apenas das ideias... Ele devia ser muito perturbado, mas esperto ao ponto de sacar que algumas realidades e situações são criadas apenas dentro da nossa cabeça e que triste, né? Tem algumas realidades que eu gostaria de viver, mas que só vivem na minha mente, as vezes se aproximam de se concretizar...
Fico pensando, será que essa parada de “positividade, energia” se baseia em pensamento?
Meio estranho você depositar fé no que você pensa, se fosse verdade isso eu estava fodida, só pensamento ruim de desacerto, de doença, de morte de passar mal, de ter problemas no coração, de estar enfartando, de ser feia, burra, chata de ninguém gostar de mim.
Eu não consigo imaginar uma pessoa que não tenha a mente assim. Muito estranha.
Não sei se é tdah, não sei se é depressão ou ansiedade, mas sei que tá aqui dentro e não vai embora! Nunca pensei em dar um fim a tudo isso, tipo: X_X
Mas também não quero ser dependente de droga e remédio. Beber piora tudo. Como suportar?
Eu queria que as coisas melhorassem
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É sempre o mesmo sentimento que me assombra: o de não pertencer a nada, ninguém, a nenhuma arte e cor, a nenhum filme, mas só imaginar a música tocando e um vazio tremendo.
No passado eu chorava muito, quase entrava em desespero, mas hoje eu vejo que só sou essa forma quebrada que não tem cura, não tem mais conserto. Não é como se pudesse me arrumar ou como se a cura viesse de algum lugar.
Já tentei ligar essa sensação com a falta de amor, falta de religião, falta de ter o que fazer, mas nenhuma das vezes que eu me apliquei a cada uma dessas áreas fez com que essa sensação de não pertencer a nada nem ninguém passasse. Parece que quando eu fico sozinha, quando só resta eu mesma, sem ter que fingir um sorriso, ser simpática ou me obrigar a ser gentil... quando só sobra quem eu sou: é um grande vazio, uma sala sem nada, com a esperança de um dia ser preenchida... o pior é que eu ainda tenho esperança, eu ainda espero que isso seja preenchido e que eu possa decorar da forma que eu quiser, com paredes coloridas e um sofá quadriculado, mas parece que nunca chega esse tempo de finalmente me sentir parte de algo ou de alguém ou de um lugar.
As vezes eu esqueço dela, mas é de repente que ela gruda em mim e eu não consigo fugir, me sufoco a cada instante em pensamentos que me deixam pior a cada palavra que a voz na minha cabeça grita tentando me convencer de que nada de bom é real... que coisas boas não acontecem e se acontecem são por um curto espaço de tempo .
São poucas coisas que me fazem sentir conexão.
Eu queria me sentir parte, eu queria saber o sentido de respirar todos os dias, eu queria sentir a brisa tocar meu rosto e sentir alívio por isso e não me contorcer de dor, todas as vezes que lembro que eu preciso viver. É desesperador.
Mas todos os dias eu tento. Eu tento não sentir falta de momentos felizes. Tento não lembrar de épocas que tudo era luz e poucas coisas estavam inteligíveis. Tento agradecer por tudo e pensar em coisas boas ou nuvens rosas... mas tudo o que me vem é a dor de viver dessa forma.
Eu não sei se vai passar, não sei se esse é o meu normal, mas a tempos eu vivo assim, dentro de uma realidade e almejando outra, que nunca vai existir, que é inalcançável.
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