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Engraçado como a gente se perde. A gente vai se acostumando com o situacional, vai se esquecendo das minucias que nos compõe que sem as quais, a gente mesmo não se reconhece, ate que acontece: somos estranhos a nós mesmos.
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O texto que você nunca lerá
Aqui, que fique o que já te disse e oque hoje tu perdeu o direito de ouvir.
Eu duvidava antes de você. Achei-me, do alto dos meus 19 anos, invicta, e ria sobre como falavam que quando o coração se parte, sente-se uma dor que se estanca com o pesar do tempo. E justamente você, me fez ter esta sensação.
Entre todas as possibilidades, te conheci em meio as mais improváveis. Me apaixonei por você porque a conversa que tínhamos me acendia pra rir e viver como eu supunha que o amor faria, quando eu encontrasse. E assim aconteceu. Ja te disse também como Drumond estava certo em suas colocações sobre estar atento ao amor, porque quando eu te vi pela primeira vez, eu encontrei meu lugar no mundo. Sentar-me ao teu lado para jogar conversa fora foi reconhecer meu lar.
Ficar com você era tão excitante, que se eu cometesse erros, eu me perdoaria errando de novo, pelo vicio que era sentir no peito a vida finita. Não me importava ao redor, o depois, a razão, o senso. A todas estas coisas eu disse adeus, por me render a todo impeto que levasse a você. Nenhuma das escolhas que fiz, tiveram parâmetros reais, todas foram a mais pura insensatez da paixão. E mesmo que hoje seja diferente, de nenhuma delas me arrependo.
Consumir. Gastar ate que finde. Esgotar. Achamos que jamais acabaria e nos vimos traçar a linha chegada, onde quebrados nos despedimos. Hoje sei, o quando é amargo dizer adeus. E como eu ria sem saber, por nunca ter tido o dia mau de um coração partido.
Ele ainda ta se curando. Há dias demais para serem lembrados, existem coisas surreais que não serão esquecidas. Risadas verdadeiras. E palavras ruins, doidas. Segredos compartilhados, e sonhos que quem sabe, em outra linha do tempo sejam reais. Alguns silêncios mais que necessários e outros que não deviam ter sido. Infinitas canções de amor. Tudo isso cabe em um coração partido, que no pesar do tempo, se cura.
Eu não aceitava o final do soneto Fidelidade, mesmo que eu o amasse. Hoje eu o aceito. Lembrar do amor que tive, e mesmo entendendo todas as entrelinhas do insucesso, sei que o peso da lembrança é a mais pura prova de estarmos vivos.
O pra sempre mantem-se vivo nesses instantes em que achamos que vida é um segundo.Eles se congelam no tempo. Não deixará ser, mesmo que ja tenha sido. Ainda que para fora do circulo como bem canta Caetano: tempo, tempo, tempo.
Com isso, te digo sem que possas ouvir, ou ler. Não sei onde estas, se é um dia mau ou não. Digo que há coisa que não são mais, mas que nunca deixaram de ser, por terem congelado no tempo, mesmo que tenhas partido meu coração, cada impulso que me levou ate você me deu sensações indeléveis, obrigado por isso.
Hoje eu entendo que por vezes é chama, e que se apaga.
Foi eterno, enquanto durou.
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Sobre as coisas que dissemos. As palavras traduzem, vezes de maneira falha, ideias que temos, assim elas nos servem. Se combinam. Se repetem. Reportam sobre nós, partes menores do que sentimos no peito, seja agustia, seja amor. Mas levam pra fora o que tanto queremos mostrar, ou ironicamente esconder.
Falar constitui um ato de coragem. Mostra-se ao mundo exterior por esta tradução complexa que são as palavras, para se libertar, para suplicar, quer seja o impulso, é absurdamente corajoso.
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Para que não esqueça
Eis aqui, eu.
16 de Abril, 2020.
Estamos vivenciando uma pandemia. Há dias que não saio de casa. Sem aulas, dispensa do trabalho. São determinações governamentais que sigo, como quase todo mundo. Quase todo mundo.
Vivenciar este momento histórico é cansativo mentalmente, mas necessário a todos nós. Nossas urgências mais secretas nos gritaram. O isolamento social que nos fora imposto, nos traz atona coisas que pusemos como comuns de tão repetitivas, embora nunca resolvida.
Pusemos como comum a discrepância entre pessoas que podem higienizar utensílios como num ritual, expressamente, necessário a prevenção, com outras pessoas que não tem acesso a água. Contudo, a estas ultimas é exigido o exito das primeiras. Com o acomodar-se sobre o que se tem, mesmo que outros não tenham, acabamos por esquecer da sede do outro.
Para isolar-se é necessário um lugar, uma casa. Como a nossa, onde tem uma cama, para que possamos deitar e ceder ao cansaço sem se quer, refletir um segundo em gratidão. A desigualdade nos obrigou a ver que deixamos pra tras, pessoas sem lar. As que se aquecem nas esquinas. As margens. Isoladas socialmente e humanamente de nós, ha mais tempo... Parou de nos doer a falta que o outro tem.
O tédio parece ser o mais temível. A improdutividade. O inconcluso. E digo, que por vezes, cedo a tudo isso, e a insatisfação permeia o que penso. Mas remeto-me, e me obrigo a extrair de todo este tempo que vivencio, valores. Penso que podemos ser essencialmente melhores, essencialmente humanos. Almejo que todas as nossas invenções nos sirvam, igualmente, e que não sejamos escravos das nossas construções sociais, que ainda nos espante a injustiça, que ainda nos doa o outro estar atras, para trás. Que a repetitividade do não certo, não torne comum, o inconcebível. Espero que nos dias melhores, sejamos nós dignos de vive-los. Que intendamos que o outro e como me remeto a este, diz sobre mim. Quero que os abraços, sempre signifiquem. Que a rotina, mesmo massacrante, por qualquer motivo, não nos furte de entregarmos o nosso melhor a quem quer que seja.
Escrevo para nunca esqueça, que aqui estive, e fui melhor que ontem.
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