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Don't fuck
"Um incidente pode mudar uma vida".
Quantos amores eternos teremos de ter para sermos felizes?
Não vivemos em busca de dias melhores, mas sim de pessoas melhores. E isso me irrita. Irrita, pois quando eu apenas quero viver em paz vem essa "humanice" babaca que não se permite um dia de cama e tem medo de reconhecer um universo que pode ser o incidente da vida.
Quanto mais caminho, mais vejo sacrifícios que tendem a humilhação, mais joelhos gastos a quem não é Santo, menos cartas de amor e menos amar.
A frase do início é de um dos meus filmes preferidos. Já me vi muitas vezes na personagem que recebe esta facada literal, mas é preciso... é preciso escutá-la para aprender que palavras podem doer muito mais do que atos e que, inclusive, palavras podem ser o incidente modificador.
Mas o que mais me irrita é a capacidade de culpar do humano. Culpamos as palavras, o dia, o café forte, o sol, o vizinho, os governantes e até Deus.
Quanto tempo tem de ser gasto para se enxergar a própria culpa?
Definitivamente não falta amor, falta... amar.
Como odeio o amor. Sentimento perigoso, uma vez que na sua essência será liberado os melhores hormônios e químicas capazes de não sabermos o elo entre físico e psíquico, será nos dado sorrisos, músicas alegres, noites de filmes, rostos levemente avermelhados e olhares que brilham. Mas cuidado, na sua fraqueza o amor é cruel. Nos deixa de cama, o que brilhava é substituído pelo peso de uma lágrima, afinal, ela é o único brilho que passa a existir, as noites de filmes se tornam tormenta e uma panela de brigadeiro, hormônios controlados passam a explodir liberando aquela dor exprimida nos olhares e rostos franzidos de raiva. A música que toca... o silêncio. O amor virou ódio, que vira tristeza, que vira sofrimento, que vira pânico. O que resta é o vazio.
De sacrifício em sacrifício o mundo vai me cansando. Flores morrem sem serem mandadas para colorir o dia e crescem as floriculturas nas portas das Igrejas e cemitérios. Cinemas são preenchidos por indivíduos que disputam o braço da poltrona. Cigarros são fumados queimando a garganta. Nenhum perfume tem a experiência de ser entrelaçado ao aroma doce da pele, criando assim um cheiro único.
Tudo isso por não sabermos viver. Não vivemos, competimos.
Palavras se tornam incidentes. Não falta amor, falta parar de esperar "a pessoa certa", de sonhar contos de fadas e viver uma relação, de limpar a casa da pessoa amada, de se humilhar. Falta parar por um segundo naqueles jantares chatos de encontros de turmas que se odeiam e apenas querem mostrar quem tem mais bens materiais e encontrar os olhos do ser que te enche de esperança.
Pessoas se tornam incidentes. Fatos se tornam memórias imperdoáveis. Pessoas se tornam cargas. E as palavras se tornam perfeitas desculpas.
Quanto custa ser verdadeiro?
Não tenha medo. Se um novo universo apareceu a sua frente, desvende-o.
Seja o incidente que gostaria de viver.
Ah, e claro: Don't fuck.
Written by Ana Mangiolardo
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O amor é o mais intenso paradoxo
Aonde anda o amor?
Eu sei... Ninguém nasce para viver sozinho, mas estar só neste momento não quer dizer necessariamente estar infeliz.
Acabei de desligar o telefone dando gargalhadas com meu melhor amigo dos nossos mais novos fracassos amorosos. Então percebo que anos se passaram e como dou risada da tal vida amorosa e seu irônico paradoxo: Fartos pobres corações.
Não sei ao certo se o amor já bateu a minha porta e me trouxe flores ou se apenas foram colos vazios necessitados de cura para carência momentânea. Aliás, não sei se já vi esse tal de amor. Dizem que quando ele aparece deixa a casa uma desordem, o coração leve, um sorriso no rosto e uma face boba. Dizem que até se pode entrar em uma Igreja, fazer juras de amor e usar alianças. Ou seja, ser culturalmente brega.
E quem não quer ser um pouco brega nem que por um pequeno instante nesta longa caminhada da vida? Dar flores e cartões de amor com suas frases prontas, dormir com um carinhoso "boa noite" e acordar com a luz do sol refletindo a suave pele da pessoa que faz você se sentir... bem. Quem não quer dançar com alguém no meio da sala ao som de "Sentimental" dos Los Hermanos ou até mesmo de "Dog days are over" da Florence? Quem não quer fazer graça para escutar o coração rindo? Quem não quer uma Samantha e escrever cartas como a de Theodore do filme "Her"? Quem não quer dizer que apesar do mundo quebrar o seu coração de dez maneiras diferentes o domingo voltou a ser o seu dia preferido como Pat Peoples em "O lado bom da vida"? Quem não quer dizer "eu te amo"... e quem não quer escutar "eu te amo"?
Quem não quer amar?
Não, não quero me expor, mas então qual o motivo de falar tudo isso? Gostaria de fazer as pessoas pegarem o mesmo atalho que descobri neste incessante ir e vir do amor. Atalhos? Sim... e se chama: vamos parar de não querer amar por medo. Medo de sofrer? Medo de ficar um tempo sozinho? Se você pensa assim, meu amigo... Você apenas será um bom apreciador de ilusões. Quem quer viver aceita os maus dias e aprende que ser forte também é sentar e chorar. Quem vive sabe que o amor é o sentimento mais perfeito e imperfeito que passeia entre nós, afinal são dois universos igualmente diferentes tentando se relacionar. Quem vive sabe que o amor é este intenso paradoxo.
Espero que o amor traga mais flores, dance mais nas salas e sussurre qualquer música em ouvidos cansados de escutar as babaquices cotidianas.
E quem não quer ter dias ruins, brigas, ciúmes e flores feias com cartões do Garfield. Quem não quer lutar contra o mau humor matinal oposto, de um dia ir dormir na sala e contar até dez, não... até mil e não responder a pessoa pelo simples fato de a amar?
De tanto ver o amor passar... sorrio e choro. Choro, pois as pessoas estão cada vez mais descrentes e impacientes com ele. Choro ao ver a todo instante pessoas batendo a porta na cara do amor. Choro ao ver a frieza de certos indivíduos dizendo "te amo" até para várias pessoas ao mesmo tempo. Choro ao assistir novelas vendendo falsos amores. E choro muito ao presenciar pessoas amando em segredo por ter características que a sociedade, alienada ao preconceito bruto, impõe como piada.
Mas um dia... Florence um dia vou sussurrar "Dog days are over" com os olhos fixos em outro par de olhos. Um dia vou dançar "Sentimental" no meio da rua. E foda-se quem achar loucura. Um dia vou dizer para Patrick Peoples que o domingo voltou a ser meu dia preferido e a Theodore que Samantha existe.
Descobri que o amor andou e anda... em mim.
Esse puto apareceu e deixou a casa uma desordem.
Afinal... o amor é isso. Um perfeito paradoxo.
Written by Ana Mangiolardo.
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É Ana... esse incessante ir e vir do amor
#love #amor
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Imagine
Imagine um mundo igual. Seria cansativo. Nem mundo seria.
Agora imagine duas mãos entrelaçadas, uma negra e outra branca, dois seres com alturas diferentes caminhando pela avenida principal, pessoas acima do peso comendo, pessoas extremamente magras com peças de roupas a mais na tentativa de esconder o corpo com seus ossos visíveis... imagine também duas mulheres, dois homens, mas não deixe de imaginar um homem e uma mulher ou uma pessoa que gosta ao mesmo tempo de gatos e cachorros. Imagine uma mesma força Divina que chamamos de Deus com suas variadas religiões.
Now... Open your eyes. Isso é o que chamamos de nosso. Nosso mundo. Mundo este que não pode ser igual, mas que não deveria haver o sentimento mais cruel da alma humana... o preconceito, o pior combustível da raiva.
Claro, somos diferentes, fascina-me a diversidade humana, sentimentos, caráter e características físicas embaralhadas especificamente em um único ser. Entretanto, abra os seus olhos e veja que é muito mais que ignorância, é crueldade tachar o que é ser "normal".
Pare de classificar o amor, de cor ou sexo ser pré-requisito de profissão e de colocar o azul para meninos e rosa para meninas.
Pare de ser mesquinho e pensar que crescer na vida é exibir o carro do ano, o cargo de status profissional ou um apartamento em um bairro nobre.
Pare de ficar longe de seus filhos pelas decisões da vida profissional que não te satisfaz ou pelos amores que pertencem a natureza humana deles.
Pare de racismo ao saber da previsão do tempo dita por uma repórter negra com seu cabelo impecavelmente crespo.
Pare de arremessar pedras em crianças vestidas de branco após o culto de sua religião.
Pare de interpretar a Bíblia sem amor.
Pare de causar dor, ansiedade, depressão e infelicidade nas gerações que estão começando a vida.
Pare de ser... cruel.
Ao ver cada rosto nos meus dias percebo a beleza da vida. Cada face capa de uma história. E, então, percebo que essa humanidade sempre foi babaca o suficiente a ponto de termos documentos escritos e hierarquicamente superiores para tentar colocar a ordem na vida social e individual. Afinal, precisamos de Constituições vedando explicitamente qualquer discriminação, proibindo toda e qualquer violência a todo ser que pulsa vida e nos dizendo que apesar de sermos individualmente diferentes somos iguais perante a lei.
Assim, nada explica a ignorância humana. Nada.
Por favor. Não só devemos respeito ao próximo como, principalmente, devemos respeito a Deus.
Abra os olhos daqueles que estão acabando com a nossa casa, o mundo, e crucificam Jesus todos os dias.
Pai, Aquele que pode mais, Brahma, Jesus, Jeová, Olorum, Alá... Deus. Que eu possa ser instrumento da Vossa paz. Liberte toda compaixão existente em meu ser para que eu possa estender a mão até quando me faltarem forças. Não, não peço para ser alguma santidade, apenas peço para que eu seja realmente... uma boa humana.
Sou menina, mulher, branca, católica por formação de família, mas umbandista por escolha da vida, prefiro o verde ao rosa, amo a presença divina dos meus avós, tenho apenas dois melhores amigos, e não vou falar tudo, pois prefiro cuidar da minha vida do que dar chance para alguém achar que pode se intrometer nela, mas, sobretudo, sou ser que ainda queima a chama da esperança toda vez que meus irmãos tentam apagar.
Agora... imagine uma mão que só faz força para segurar rosas.
E isso... é ter fé.
Written by Ana Mangiolardo
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Do primeiro andar não se vê o pôr-do-sol
Do primeiro andar não se vê o pôr-do-sol.
Como me assusto ao presenciar relações atuais estarem baseadas em algum tipo de favorecimento pessoal. Isso é cruel. Apesar de tirar conclusões através da minha experiência de vida a cada dia vejo textos e mais textos e falas e mais falas sobre como estamos "descartáveis" e "vazios". Parem com isso, por favor. Não somos qualquer bem material passível de tédio e desinteresse, somos de carne e osso, sentimentos e razão, portanto, paremos de tentar galgar andares usando forças alheias e, pior, ferindo o próximo.
Hoje percebi o quanto afetada estou com essa atualidade. Percebi que estava sofrendo por pessoas que mal conheço, vazias e sem futuro. Analisei-me por horas e agradeci por eu ter tentado ser uma pessoa boa, mesmo com tantas feridas em meu peito. Prefiro ter um peito cheio de feridas do que ser uma pessoa sem marcas. Meu amigo Pat* até diria: "Estou tentando ser gentil ao invés de ter razão". (O lado bom da vida).
Sentia que algo barrava a minha felicidade. Foi então que enxerguei pessoas imperfeitas procurando a perfeição. Só esqueceram de avisá-las que não existe perfeição, afinal, somos feitos de qualidades e defeitos. Assim, descobri o que realmente me impede, triste em acreditar que são as pessoas, mas feliz por perceber que não sou eu.
Claro, não sou um anjo, meus defeitos são perfeitamente imperfeitos, mas tento lidar com eles. E claro, às vezes esbarro com seres praticantes da compaixão.
Isso me dá forças para seguir.
Certa vez, estudando, escutei do meu professor que "não existe evolução sem sofrimento". A partir daí não tive medo de tentar, de viver... Só os meus melhores amigos e terapeuta sabem o quanto sofro, mas agradeço por isso. Sinto-me viva. Olho-me no espelho e me impressiono com a maturidade, como pode aquela menina mimada se transformar, aos poucos, em uma mulher de raça forte. Incrível é vivenciar o poder das palavras, já que um dia soltei ao vento que gostaria de ser como a minha avó, forte.
Por favor, parem de deixar de viver por medo de sofrer. Que possamos ser mais compassíveis e respeitar o universo particular existente em cada um de nós.
Vó finalmente percebi o quanto sou forte.
Hoje, moro no 13º andar e não tenho medo da sacada.
Written by Ana Mangiolardo.
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Doe amor
Sonhando com o dia em que sexualidade vai parar de ser mercadoria para gente insensata e cruel. Gostaria muito que as pessoas que fazem campanhas de boicote à marcas ou precisam de uma votação em sites de órgão público para classificar o amor utilizassem essa força para o bem, como, por exemplo, alimentar crianças que passam fome, lutar contra a corrupção deste país ou, mais simples, doar amor para quem teve um dia difícil.
Para maiores informações, o STF, aquele órgão máximo de justiça que sempre aparece na tv, tem como função principal julgar ações que tenham suma importância. Neste ínterim, o Supremo entendeu que o nosso ordenamento ABRANGE todos os tipos de amor. Google it, leia os votos dos Ministros e por favor, respeito ao próximo.
Ok ok agora você vem com motivos religiosos para não concordar com isso. Meu caro irmão apenas te lembro que Deus disse para você amar o próximo, portanto, tenha compaixão.
Obs.: sim os votos são enormes, mas deixe de ser preguiçoso e aproveite para aumentar a média de leitura brasileira (que é lastimável). Vou deixar um aqui nos comentários.
Beijos e muito AMOR para você! Afinal, cada um dá aquilo que pode, e eu... Te dou amor!!
https://www.youtube.com/watch?v=xAEU6NGrOmw&sns=fb
written by Ana Mangiolardo
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Galatea of the Spheres. Salvador Dalí
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"I'm great"
"I'm great".
Nunca vi um urso.Não falo italiano. Não vi Paris na primavera. Ainda não sou feliz na minha profissão. E... Bem, tem o amor.
Desculpem-me, tudo isso é mentira.
Acredito que todos estouram as suas respectivas bombas e a minha minha explodiu em minhas próprias mãos há um ano. Mas calma, cada um tem o seu tempo para isso acontecer, portanto, não seja ansioso.
Ansiedade. Hoje não é mais irônico falar de ansiedade, pois quando a minha bomba estourou, arrancando cada parte da menina Ana, reconheci o autocontrole na criação da Ana. Aprendi sobre caminho do meio e o seu equilíbrio.
Percebi o constante efeito "yin yang" da vida. Cada sentimento com a sua perfeita contrariedade nos desafiando a experimentação. Aproveito para te contar um sonho: Estava em um barco, fazia uma noite calmamente estrelada, na minha frente homem segurava um lampião e me pedia para remar. Era Deus. Ele me pediu que olhasse o rio em que navegávamos. Sentimentos iam e voltavam. Aprendi que posso encher o meu barco com aquilo que eu escolher. Pedi benção para que eu apenas colocasse bons sentimentos no barco da minha vida e que me guiasse caso eu afronte com alguma contrariedade sentimental (como o ódio está para o amor).
E peço a sua licença para lhe contar mais uma vivência: Outro dia, meditando, encontrei um enorme urso polar. Incrível sentir a tranquilidade mesmo naquele ambiente tão claro. Quem me conhece sabe do meu incômodo em lugares muito iluminados, mas esse urso fez com que a claridade agradasse meus olhos. Então, perguntei Seu nome, e Ele me respondeu: Deus. Sorri. Aprendi a relaxar Lester.
Ainda, Há alguns dias meu pai me disse: continue na busca do seu caminho filha. Estou aqui para te ajudar. Aprendi que as palavras têm força e que é preciso remar, afinal, o que nos move está parado, portanto, continuarei a remar e então falarei italiano, conhecerei cada canto do mundo em que vivo e me encaixarei profissionalmente para ajudar as pessoas que dividem comigo este mundo.
Só falta falar sobre o amor. Por enquanto apenas olho para a foto dos meus avós rindo em um parque e penso que ninguém foi feito para ser solitário. Já entreguei flores, fiz declarações... tudo isso para pessoas que não merecem o meu amor, mas tenho certeza que elas não terão as mesmas flores e palavras carinhosas com a mesma sinceridade que a minha. Não, não me arrependo, apenas sei que "aceitamos o amor que achamos que merecemos" (As vantagens de ser invisível). Então, olho-me no espelho e vejo uma Ana mantendo a chama da esperança acesa. Aprendi que "é impossível de viver sozinho" (Tom).
Sonhos e objetivos são necessários, mas se não vivermos com amor nada valerá a pena. Assim, sorria, dance abrace, aprenda um idioma ou dois, aprecie a primavera na Europa, trabalhe com aquilo que te faz bem, tenha compaixão, ame sem medo de sofrer e acima de tudo... Tenha fé.
Espero que hoje você tenha aprendido que tudo depende de você... Da sua força em remar e navegar no rio da vida.
Ainda vai chegar o dia em que eu vou dizer "I'm great" Lester. Ainda vai.
https://www.youtube.com/watch?v=7pOOEFd22i4&feature=youtu.be
Written by Ana Mangiolardo.
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A vida é muito curta para ser pequena
Benjamin Disraeli
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