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Alternativa para degradar petróleo.
O artigo “Bioaugmentation strategy employing a microbial consortium
immobilized in chitosan beads for oil degradation in mesocosm scale” publicado na Marine Pollution Bulletin ano passado sugere uma alternativa para melhorar o processo de degradação do petróleo a partir da fermentação bacteriana. Para isso, foram utilizados consócios bacterianos provenientes de reservatórios de petróleo, aprisionados em grânulos de quitosana para a avaliação de sua capacidade de degradação de hidrocarbonetos. Os experimentos foram feitos com água do oceano, que foi intencionalmente poluída com óleo. Os resultados foram positivos e foi possível induzir a uma maior degradação de hidrocarbonetos aromáticos. O Doi do artigo para os interessados em biodegradação de petróleo...
10.1016/j.marpolbul.2016.04.011
DELLAGNEZZE, B. M. et al. Bioaugmentation strategy employing a microbial consortium immobilized in chitosan beads for oil degradation in mesocosm scale. Marine pollution bulletin, v. 107, n. 1, p. 107-117, 2016.
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Os tocoferóies e os (outros) antioxidantes.
O artigo “Many tocopherols, one vitamin E” traz outras perspectivas dos efeitos e papel da vitamina E no organismo, além da sua ação antioxidante já bastante discutida.
O autor comenta sobre os estudos em ratos relacionando a necessidades das outras formas, diferente da alfa, de tocoferóis para evitar a reabsorção fetal, salientando que não é possível extrapolar esses resultados para os humanos e, desde que provem o contrário, ele considera que apenas a forma química de alfa tocoferol compõe as características para ser considerada uma vitamina. No entanto, é importante salientar, que os tocoferóis são produzidos a partir de folhas e sementes (o próprio autor frisa esta informação), ou seja, alimentos vegetais, apropriados bioquimicamente ao humano, e não existe um alimento que possua vitamina E e que esta vitamina seja encontrada apenas na sua forma de alfa tocoferol. Ao meu ver, esta informação é um pontapé inicial para pensar outras questões relacionadas as funções e necessidades desse nutriente, não acredito que as outras formas sejam menos importantes, acho que na realidade faz-se necessário estudar mais alimentos, fontes diretas, composição química de vegetais em relação a esta vitamina e suas diferentes formas espaciais e, principalmente, sinergismo entre elas.
O artigo também salienta os papeis de regulação transcricional, sinalização celular, ligante de proteínas e metabolitos da vitamina E, frisando a importância de olhar amplamente para suas funções, deixando de lado a ideia fixa de “apenas antioxidante”. A proposta é interessante, pensar outras aplicações desse nutriente no organismo, e me fez lembrar de outros antioxidantes que tem pouca atenção das ciências médicas, que são os fitoquímicos. Por isso, abaxo segue um link de um artigo sobre o papel antioxidante e anti-inflamatório de uma dieta rica em polifenois:
Dietary polyphenols, oxidative stress and antioxidant and anti-inflammatory effects.
Hua Zhang and Rong Tsao, 2016.
DOI: 10.1016/j.cofs.2016.02.002
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Mais uma sugestão de antibiótico “no ar” e mais uma vez o microbioma humano sendo ignorado...
O artigo intitulado em português de “Mecanismo e atividade antibacteriana, in vivo e in vitro, de um peptídeo extraído do veneno de escorpião” trás uma nova alternativa para o universo (perigoso e persistente) de antibióticos isolados como tratamento primário de infecções gerais em humanos.
Nesse estudo foi feito uma derivação que resultou em melhoramento da atividade bactericida do veneno de um escorpião, capaz de matar bactérias gram negativas e gram positivas e com especificidade ainda maior para cepas resistentes. Também foi vista atividade antibacteriana tópica, sugerindo esse composto com potente ação terapêutica para atuar no tratamento de infecções. No entanto, vale salientar que esse antibiótico, como o próprio artigo fala, é capaz de matar gram negativas e gram positivas também, e foi avaliado a sua atuação em bactérias especificas associadas ás infecções humanas comuns, ou seja, apesar do composto ter se mostrado eficaz para as bactérias mais associadas a promoção de quadros infecciosos, é importante ressaltar que nesse meio processo, também serão mortas bactérias nativas da microbiota de grande importância para a manutenção do sistema imunológico e antibacteriano natural da pele e do intestino (também das diversas outras regiões do corpo).
É muito comum essa dissociação dos conhecimentos na ciência quando se trata de farmacologia e alopatia, uns de cá estudando efeitos antimicrobianos de compostos que acabam por exterminar todas as bactérias hospedeiras e, por outro lado, vários estudos mostrando a associação do efeito antimicrobiano da microbiota humana sobre a evolução da espécie e seu essencial papel na manutenção da homeostase e do sistema imunológico do indivíduo. Ou seja, já está mais que na hora de juntar esses dois conhecimentos e, principalmente, digo até “já é tarde” para que os tratamentos alopatas das infecções humanas sejam revistos e associados a outras condutas que possam potencializar as células imunológicas e, principalmente, a linha de frente de defesa do corpo humano: o microbioma.
Para os interessados e estudiosos do assunto e afins, sugiro muito a leitura destes dois artigos:
O primeiro mostrando o efeito antimicrobiano de bactérias hospedeiras na pele e no intestino sobre a defesa do corpo contra doenças e o impacto de um desequilíbrio nessa microbiota nativa do indivíduo, causando doença:
Título: Epithelial antimicrobial defence of the skin and intestine.
DOI: 10.1038/nri3228 (artigo de livre acesso da Nature)
E o outro artigo sugerido que vai dar suporte ao entendimento da importância de se ter um equilíbrio da microbiota hospedeira benéfica, principalmente, em caso de utilização de antibióticos para evitar a resistência bacteriana e o “despovoamento” bacteriano nativo que pode ocasionar uma série de outras infecções consequentes, dentre outras doenças afetando o sistema imune. Os autores sugerem a utilização de probióticos paralelo a utilização de antibióticos para reduzir o impacto negativo dos agentes antibacterianos muitas vezes não muito seletivos:
Título: Antibiotics, microbiota, and immune defense.
DOI: 10.1016/j.it.2012.05.003 (também de livre acesso da Cell)
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Outras utilidades para o glucômetro.
Neste artigo, os autores propuseram uma técnica para o diagnóstico rápido e eficiente do coronavírus da síndrome respiratória abreviado por MERS-CoV, e que foi identificado em 2012 e até 2014 já havia feito muitos casos de morte na Arábia Saldita e, também, do Ebolavirus. A técnica se baseia na utilização de um glucômetro, no qual a detecção de glicose implica na presença do vírus. O mecanismo pelo qual isso ocorre é explicado pela adição de uma invertase termostática que permite que as reações ocorram em uma ampla faixa de temperatura e em várias concentrações. O artigo explica detalhadamente o procedimento, porém, já aviso de antemão que não é fácil entender, caso não se tenha uma base nessa área de conhecimento. Confesso que tive dificuldade, na verdade, não sei ainda se consegui entender o processo. Mas em resumo, foi feito uma adaptação de ensaio de amplificação molecular ao glucômetro, utilizando-se do LAMP, uma técnica isotérmica e da invertase. Para quem quiser de fato compreender, sugiro a leitura completa do artigo:
DU, Yan et al. A sweet spot for molecular diagnostics: Coupling isothermal amplification and strand exchange circuits to glucometers. Scientific reports, v. 5, 2015.
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Um possível meio para a melhor aceitabilidade da suplementação de enzimas proteolíticas em peixes e em humanos.
Título: Chitosan Nanoencapsulated Exogenous Trypsin Biomimics Zymogen-Like Enzyme in Fish Gastrointestinal Tract.
Autores: Rakhi Kumari, Subodh Gupta, Arvind R. Singh, S. Ferosekhan, Dushyant C. Kothari, Asim Kumar Pal, Sanjay Balkrishna Jadhao.
Este artigo investigou a possibilidade de se utilizar da quitosana para encapsular a tripsina para que a sua suplementação pudesse ser bem aceita, tanto por peixes que recebem alimentação com fontes protéicas vegetais que não são facilmente digeridas e, para humanos, que quando acometidos com certas patologias, não conseguem digerir proteínas adequadamente, situação que pode acarretar diversos problemas, tanto para os peixes quando para os seres humanos.
É uma grande preocupação da indústria de animais marinhos para o consumo humano, conseguir faze-los comer muito e crescer rapidamente para a venda. Assim esse artigo trás uma proposta, talvez, interessantes para os que se afeiçoam com a área.
Além da leitura deste artigo, sugiro a visualização de um documentário sobre a criação de peixes em cativeiros para consumo humano. Ainda mais interessante, ao meu ponto de vista.
Abaixo segue o link do filme, que é de livre acesso no blogue DOC VERDADE (diga se de passagem, posta diversos documentários impressionantes abrangendo diversas áreas de conhecimento da ciência) para quem tiver interesse no filme:
http://docverdade.blogspot.com.br/2016/10/salmao-de-viveiro-da-noruega-alimento.html
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Carragena: espessando o conhecimento no prognóstico de câncer.
Interessante o artigo intitulado “Assessment of Heparanase-Mediated Angiogenesis Using Microvascular Endothelial Cells: Identification of _-Carrageenan Derivative as a Potent Anti Angiogenic Agent”, dos autores Poupard et al. publicado em maio deste ano. Eu nunca tinha visto outra aplicabilidade para a carragena, polissacarídeo, amplamente utilizado na indústria de alimentos como espessante com alta eficiência. No caso desse artigo, o uso para esse composto foi bem diferente e inusitado (para mim): um inibidor da heparanase, enzima super expressa em células de tumor e que degrada a matriz extracelular de proteoglicanos, promovendo os fatores angiogênicos e tendo, assim, papel importante no processo de metástase tumoral. O artigo mostrou a capacidade antiangiogênica da carragena, ampliando os horizontes na área dos estudos sobre os polissacarídeos sulfatados no favorecimento do prognostico do câncer.
Deixo o link para quem tem interesse no assunto:
POUPARD, Nicolas et al. Assessment of Heparanase-Mediated Angiogenesis Using Microvascular Endothelial Cells: Identification of λ-Carrageenan Derivative as a Potent Anti Angiogenic Agent. Marine drugs, v. 15, n. 5, p. 134, 2017.
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“Possivelmente, mais uma tentativa frustrante. E quem se importa! Um artigo publicado na PLOS está no meu curriculo!“
O número de pacientes chegando ao Alzheimer só cresce. Em 2050, espera-se que a incidência dobre em relação ao número atual de pacientes portadores da doença nos Estados Unidos ( ALZHEIMER'S ASSOCIATION et al. 2017 Alzheimer's disease facts and figures. Alzheimer's & Dementia, v. 13, n. 4, p. 325-373, 2017).
As vezes a ciência fica igual a estes dois cachorros em busca do pote de alimento... Infelizmente!
No intuito de encontrar um meio com potencial para prevenir a patogênese da doença de Alzheimer, os pesquisadores Vijayasree et al. (2015), promoveram um estudo com uma planta de origem chinesa chamada por Schisandra chinensis, comumente utilizada para tratamento de hepatite, miocardite e desordens virais nessa população. Foram testados o potencial antiinflamaório e antioxidante de um composto isolado da planta e também o efeito contra a amiloidogênese induzida pela infusão, em ratos, das placas beta amiloides via intracerebroventricular. Os testes foram bem agressivos (pra mim) com choque elétrico e decaptação dos ratos e exposição de seus córtex cerebral pra remoção de sangue e tecido, mas enfim, ao final eles encontraram um papel de indução de autofagia, o que poderia ser interessante no caso do Alzheimer, e que também poderia se aplicar positivamente a outras enfermidades crônicas, apesar de que comentam que seriam necessários outros estudos para confirmação, no entanto, eles afirmam que foi possível encontrar o mecanismo pelo qual a substância proveniente da planta chinesa poderia prevenir ou retardar o desenvolvimento da doença.
Achei que foi feito muito estrago pra pouca conclusão, uma substância proveniente de uma planta que não é inserida no contexto histórico e cultural e genético das populações com maiores índices de Alzheimer e doenças crônicas, feito em ratos apenas, que não quer dizer tanta coisa, e testando a capacidade antioxidante, algo que é muito comum de se ter resultados quando se trabalha com plantas, principalmente, as comestíveis. Não compreendo essa coisa de gastar horrores tentando achar uma solução mágica para os problemas sem se preocupar em preveni-los e entender melhor as suas causas. Se as pessoas, inclusive as com grande potencial para desenvolver a doença de Alzheimer, tivesse um estilo de vida e alimentar que respeitasse as suas reais necessidades e respeitasse a natureza, tenho forte tendência a acreditar que teríamos muito menos necessidade de ficar gastando tempo com esse tipo de estudo. Mas, enfim, foi isso. Para quem tiver mais interesse no artigo, aí vão os dados para acessa-lo:
DOI:10.1371/journal.pone.0142483
Schisandrin B Ameliorates ICV-Infused Amyloid β Induced Oxidative Stress and Neuronal Dysfunction through Inhibiting RAGE/NF-κB/MAPK and Up-Regulating HSP/ Beclin Expression.
Vijayasree V. Giridharan, Rajarajan A. Thandavarayan, Somasundaram Arumugam, Makoto Mizuno, Hiroyuki Nawa, Kenji Suzuki, Kam M. Ko, Prasanna Krishnamurthy, Kenichi Watanabe, Tetsuya Konishi.
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Go vegan!
O artigo “Weight gain and inflammation regulate aromatase expression in male adipose tissue, as evidenced by reporter gene activity”, mostra o efeito de uma dieta rica em polifenóis sobre a elevada aromatização em ratos do sexo masculino, provocada pelo excesso de tecido adiposo e inflamação. Para quem não estar familiarizado, a aromatase é uma enzima que transforma testosterona em estradiol e estrona, efeito que quando ocorre em excesso, pode causar ginecomastia, hipogonadismo e câncer de mama. Esse artigo me fez lembrar outro bastante interessante mostrando o efeito de uma dieta baseada em plantas, rica em fitoquímicos antioxidantes, na prevenção e tratamento de Diabetes tipo 2, publicado esse ano. Para quem se interessa, ai vai o título e o DOI para a localização do artigo:
A plant-based diet for the prevention and treatment of type 2 diabetes
Michelle McMacken, Sapana Shah
DOI: 10.11909/j.issn.1671-5411.2017.05.009
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“A nova genética”.
A epigenética tem revolucionado os estudos de genética e hereditariedade. Segundo o cientista Richard Francis, em seu livro recente intitulado Epigenética (Editora Zahar, 2015), apesar das já conhecidas mutações poderem levar ao câncer, o que realmente tem se mostrado como caracterizador dessa enfermidade, não é exatamente uma mutação específica e, sim, um processo de desmetilação global do DNA, que ocorre com a perda de grupos metil por muitos genes, ocasionada pela interação dos genes com o ambiente, levando ao processo de proliferação celular anormal, conhecido no tão famigerado câncer. Isso, simplificadamente, claro! E o autor ainda completa, a boa notícia é que as alterações epigenéticas são reversíveis, ao contrário das bem conhecidas mutações. Essas alterações vão desde variações na metilação de genes, a modificações de histonas e atuação de micro RNAs não codificantes que podem promover a supressão da expressão de genes, atuando como reguladores da transcrição proteica e, consequentemente, preditores do estado normal, de saúde, ou anormal, de doença do corpo humano.
Mas sendo mais específica e voltando ao assunto da metilação, em especial aqui, o artigo “Epigenetic Silencing of the Key Antioxidant Enzyme Catalase in Karyotypically Abnormal Human Pluripotent Stem Cells”, explana bem um pouco desse assunto intrigante e que tem tudo pra modificar completamente muitos conceitos velhos dentro da genética. Os autores Konki et al. (2016) exploraram o epigenoma e o transcriptoma de células estaminais pluripotentes antes e depois da transformação espontânea para cariótipos anormais e relacionados às células de câncer. Foram analisadas as ilhas CpG das regiões promotoras de genes do DNA, além de modificações em histonas, e visto que o silenciamento da Catalase, mediador chave contra o estresse oxidativo e o dano ao DNA, está associado à maior instabilidade das células pluripotentes transformadas em malignas, devendo os mecanismos como isso se dá, serem estudados em futuros trabalhos. Segue o link para quem se interessou pelo assunto e quiser ler o artigo completo:
https://www.nature.com/articles/srep22190
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Vacina e inteins, possibilitando a sua criação.
A sugestão de leitura hoje será sobre Inteins e suas aplicabilidades. Intitulado de “Intein-mediated backbone cyclization of VP1 protein enhanced protection of CVB3-induced viral myocarditis”, o artigo dos autores Xingmei Qi e Sidong Xiong, sugere a ciclização do peptídeo VP1, contido no CVB3 (patógeno), para dar mais estabilidade e atividade biológica, o que aumentaria a resposta imune celular (em ratos) fornecendo maior proteção contra a miocardite viral provocada por ele, um patógeno que é letal para recém-nascidos e pode ocasionar doenças graves em humanos adultos. Essa ciclização seria feita por meio de inteins, segmentos proteicos que tem a capacidade de se autofragmentar e provocar splicing, sugerindo uma nova vacina contra a infecção do CVB3. Leitura interessante para quem trabalha com ou se interessa pelos estudos das vacinas e da utilização dos inteins na biotecnologia em biologia molecular.
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Sugestão do dia.
O artigo de revisão “Necroptosis: an alternative cell death program defending against cancer” (publicado na revista Biochimica et Biophysica Acta) trás uma discussão interessante sobre as vias de sinalização para morte celular programada no câncer, tema de grande interesse para os desenvolvedores de químicos e estratégias terapêuticas no câncer já instalado.
Os estudos recentes têm mostrado que a morte celular não se restringe a apoptose dependente de caspase, mas que inclui também um tipo chamado de necroptose, a forma necrótica de morte governada pelo receptor de interação de proteína (o RIP 1), o RIP 3 e o domínio de kinase de linhagem mista (o MLKL). A necroptose serve como um mecanismo de morte celular crítico que responde ao estresse e aos casos de apoptose bloqueadas, e pode ser induzida por citocinas inflamatórias e drogas quimioterápicas. Desse modo, os agentes anticânceres que virão a ser desenvolvidos deverão levar em consideração a indução de apoptose adicionada da indução de necroptose. Para isso, um melhor entendimento sobre essas vias e, inclusive, de outras modalidades de morte celular, se terna essencial para os próximos passos. É basicamente esta a reflexão do artigo, para os interessados em quimioterápicos e afins, vale a pena a leitura.
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Lucra daqui, lucra de lá...
O artigo intitulado “Sulfated polysaccharides from common smooth hound: Extractionand assessment of anti-ACE, antioxidant and antibacterial activities”, dos autores Ola Abdelhedi, Rim Nasri, Nabil Souissi, Moncef Nasri e Mourad Jridi, publicado na revista Carbohydrate Polymers, ano passado, trás a possibilidade de um novo produto “natural” mercadológico com ação anti enzima convertedora de angiotensina I, antibacteriana e antioxidante, extraído de vísceras de peixes de grande porte que são filetados para a venda e tem suas aparas desperdiçadas.
Na introdução do artigo, os autores trazem colocações sobre o foco da ciência na atividade antioxidante de compostos, um grande interesse da indústria farmacêutica e de alimentos para tentar levar ao mercado produtos que possam “resolver” diversos problemas de saúde instalados, em geral, cronicamente e, ironicamente, que poderiam, na sua grande maioria das vezes, ser evitados. O próprio texto fala que o excesso de radicais livres e a insuficiente atividade antioxidante fisiológica que o corpo humano tem, pode levar a problemas de saúde e, por esse motivo, a atividade antioxidante é tão pesquisada, para tentar “tapar os buracos” provocados pela própria indústria farmacêutica e alimentícia, as tais, que supostamente estão tão interessadas em desenvolver produtos com tal atividade.
Não sei se me fiz ser entendida, e de fato achei a proposta do artigo interessante, tendo em vista que por mais que eu não concorde com a produção maciça de peixes para o consumo humano (e não vou entrar nesta discussão agora), eu entendo que isso é feito com bastante intensidade e que provavelmente, muitos restos destes peixes podem ser desperdiçados, então tentar trabalhar e desenvolver novos produtos de aplicabilidade na área da saúde a partir dessas aparas é uma ideia interessante sim e eu não estou desvalorizando esses achados. No entanto, gostaria de atentar para o fato, não discutido no artigo e até compreensível que não o seja, de se questionar de onde estaria vindo esse excesso de radicais livres que descompensa as nossas enzimas antioxidantes e elas por si só não conseguem da conta (e de fato, não dão conta por si só, pois é pressuposto do corpo humano de que teremos acesso a reforços antioxidantes vindo da dieta, ou pelo menos, deveríamos ter). Atualmente estamos vivemos os maiores índices de cânceres de todos os tempos, os maiores índices de doenças crônicas não transmissíveis e um gigantesco aumento de doenças crônicas imunológicas, paralelo ao crescente consumo de estressores e carcinógenos ambientais (diga-se de passagem, o Brasil só se destaca no ranking de maior consumir de agrotóxicos no mundo, sendo, 20 destes tipos proibidos na Europa). E, paralelo ao crescimento desenfreado da indústria alimentícias que cada dia lança um novo “produto alimentício” para manter os padrões e estatísticas do número de doentes crônicos por aí. É super contraditório, mas é real, acontece. Inúmeros gastos e mais gatos na busca por drogas que possam minimizar os efeitos do Alzheimer, do Parkson, da diabetes tipo 2... E ao mesmo tempo publicidade e propagandas que fazem as pessoas encherem a boca de saliva com lixos tóxicos disfarçados de alimentos. Enfim, sem me prolongar mais, deixo aqui a sugestão de leitura para os interessados de mais 2 artigos, um sobre o estresse oxidativo e as doenças associadas, mostrando, e vale salientar, o trabalho em conjunto das enzimas antioxidantes, que são dependentes de nutrientes, e os nutrientes antioxidantes que são essenciais para a prevenção dessas doenças; e outro sobre os efeitos gerais dos radicais livres, o uso de antioxidantes suplementados e a importância de manter hábitos de vida saudável para se proteger de doenças e ter vida longa. Os 2 textos não trazem na discussão este assunto, mas eu deixo a dica para os que estão afim de viver mais e melhor, cuidado com o que a indústria chama de alimento e coloca na prateleira para você pegar e comer, muito cuidado... Não esquecer que a indústria só quer lucrar, aliás, isso eu acho que vocês já sabem, né? Lucra daqui, lucra de lá...
Artigo 1:
Oxidative stress and human health
Advances in Bioscience and Biotechnology, 2012
DOI:10.4236/abb.2012.327123
Artigo 2:
Free Radicals, Antioxidants in Disease and Health
International journal of Biomedical Science, 2008
Ah! E tem também um livro interessante para dá uma olhada:
How Not To Die - discover the foods scientifically proven to prevent and reverse disease, dos autores Gene Stone e Michael Greger
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Existem sim operários mais invisíveis do que os das fábricas: os microorganismos.
Esta interação entre o biológico, através dos microorganismos, e do geológico, com os fenômenos embaixo da terra, influenciando a ocorrência de sistemas de petróleo biodegradado nas superfícies profundas discutida no artigo intitulado Biological activity in the deep subsurface and the origin of heavy oil, revisão publicada na Nature, em 2003, me fez pensar, de forma analógica, na interação que ocorre entre a “geologia” do corpo humano e os microorganismos que os habitam. A Nature, inclusive, é uma das principais revistas que publica sobre o tema. Enquanto a caracterização e o isolamento de comunidades microbianas em reservatórios profundos de petróleo ainda é um desafio para os cientistas e estudiosos, o microbioma humana já é amplamente conhecido, inclusive suas diferenciações dependendo do estado metabólico do ser humano, no caso de apresentar certas patologias crônicas; no entanto, apesar de fundamental para a manutenção da homeostase do organismo humano, esse assunto ainda é negligenciado e passado despercebido em várias localidades do mundo em que ainda se agredida ser o lema “germe-free” a melhor opção de significar saúde e qualidade. Trago aqui uma sugestão de leitura para quem quer entender um pouco mais sobre o microbioma e a sua fundamental simbiose para a manutenção da saúde e da vida humana na terra:
Título: The Human Microbiome Project
Autores: Peter J. Turnbaugh, Ruth E. Ley, Micah Hamady, Claire M. Fraser-Liggett, Rob Knight & Jeffrey I. Gordon.
NATURE|Vol 449|18 October 2007|doi:10.1038/nature06244
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O artigo “Breast milk tocopherol content during the first six months in exclusively breastfeeding Greek women” além de determinar a quantidade de tocoferol e gorduras do leite materno durante os 6 primeiros meses, pós-parto, associa esses resultados as características da dieta dessas mães. Para isso, é feita uma análise dos componentes dietéticos que poderiam estar influenciando a quantidade de vitamina E no leite materno a partir de um recordatório de 3 dias, no qual as mães relatam todos os alimentos consumidos no dia, a respeito de 3 dias da semana, incluindo tamanho das porções para que possa ser mensurado, a partir de um software, as quantidades dos nutrientes e de energia total desejada. No entanto, o artigo faz um estudo com uma população de mulheres da Grécia e ao avaliar a alimentação, utiliza um software americano, com registros de alimentos e suas quantidades de nutrientes com bases em parâmetros americanos. Ao meu ver, este pode ser um grande viés. Tendo em vista que mudanças climáticas, sazonais, de altitudes e etc. pode influenciar a qualidade do solo e consequentemente o teor de nutrientes dos alimentos e que o modo de preparo pode alterar significativamente a quantidade total de diversos componentes nutricionais e antioxidantes no alimento, não creio que possamos afirmar que características dietéticas de um grupo, ou seja, alimentos que fazem parte de uma rotina de refeições de pessoas de uma determinada região poderá ser quantificada a partir de programas de computadores que se baseiam em alimentos tabelados em outra região, com fortes diferenças culturais. Na verdade, acredito que possa ser possível estimar as possíveis adequações ou não nutricionais a partir de recordatórios alimentares, no entanto, não sei se é possível quantificar exatamente os nutrientes ingeridos por estas pessoas a partir deste método. Estudos qualitativos sobre a dieta e ingestão poderiam ser mais aproximados da realidade, levando-se em consideração consumo e modo de preparo dos alimentos. Já os estudos quantitativos, como este artigo que anexo junto a este texto mostra, não são muito conclusivos sobre a influência da alimentação no teor de nutrientes do leite materno. Talvez os estudos devessem se ater mais aos ácidos graxos essenciais e as vitaminas hidrossolúveis que precisam de manutenção diária de suas quantidades a partir da ingestão alimentar, sendo pouco ou praticamente não sendo armazenadas, diferente de status de vitamina E e outra vitaminas lipossolúveis.
Artigo (sugestão de leitura): Impact of maternal nutrition on breast-milk composition: a systematic reviewAm J Clin Nutr 2016 104: 3 646-662; First published online August 17, 2016.
DOI: 10.3945/ajcn.115.120881
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Nutrindo ideias
O relato de hoje será a respeito do artigo “Breast milk tocopherol content during the first six months in exclusively breastfeeding Greek women”, adianto logo que o tema da influência da dieta da mãe para o bebê sempre me despertou curiosidade. Para dar um spoiler nas conclusões, o artigo determina as quantidades de tocoferol e gorduras totais nas dietas de mães em período de amamentação, utilizando HPLC e o método do crematócrito, respectivamente, e mostra que a ingestão do próprio tocoferol pelas mães não exerce tanto efeito no conteúdo total do mesmo, mas sim, a ingestão de gorduras parece afetar o conteúdo do tocoferol no leite materno.
Apesar de não ser diretamente o mesmo assunto, um tema que me veio à cabeça ao ler esse artigo foi a influência da dieta da mãe para a pré-disposição de gostos alimentares do bebê. Já faz um tempo em que eu estava estudando neofobia alimentar e esse assunto surgiu para mim, fiquei extasiada pelo tema. Acho no mínimo curioso como a ingestão de certos alimentos durante a gravidez podem levar a uma menor neofobia das crianças.
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