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Curiosidades:
1 – Guernica foi uma pintura encomendada – Picasso recebeu do governo republicano espanhol uma encomenda para preparar uma pintura para o Pavilhão Espanhol na Exposição Internacional de Paris, que aconteceria
2 – A Inspiração veio de uma matéria – Um artigo no jornal The Times (“The Tragedy of Guernica: A Town Destroyed in Air Attack: Eye-Witness’s Account”), escrito pelo jornalista George Steer, foi a inspiração de Picasso para definir o tema de sua obra. Era uma reportagem sobre o massacre na cidade de Guernica e Picasso ficou chocado com o ataque contra a cidade repleta de civis. Na ocasião, a Espanha estava saindo de uma guerra civil de meses, que ocorreu após uma revolta contra o governo do general ditador Francisco Franco. A pedido dos nacionalistas que apoiavam Franco, a poderosa força aérea alemã de Hitler bombardeou cruelmente a vila de Guernica, uma cidadezinha do norte da Espanha e que não tinha nenhum valor militar estratégico. Com cerca de 6 mil habitantes, estima-se que 1.660 pessoas morreram e 890 ficaram feridas com o ataque contra civis, incluindo mulheres e crianças.
em 1937. O artista aceitou o pedido, apesar de raramente misturar arte e política.
3 – Picasso produziu a obra no último momento – Picasso ficou tão afetado pela reportagem do The Times que desistiu de outras ideias para se dedicar ao trabalho de um novo mural para o pavilhão, retratando o massacre de Guernica. Impressionado com a crueldade do ataque, Picasso produziu o mural em apenas três semanas, demonstrando por meio de sua arte o protesto contra a crueldade do bombardeio. O artista começou a trabalhar na obra praticamente em cima da data da exposição e Guernica ficou pronta apenas duas semanas antes da abertura do pavilhão.
4 – Picasso não morava mais na Espanha – Picasso já morava fora da Espanha há três anos quando recebeu a encomenda da obra. Viveu a maior parte da vida na França e ele nunca voltou a morar no seu país de origem.
5 – Com grandes dimensões, a obra era para ser colorida – O mural criado por Picasso é enorme: 7,7 metros de comprimento e 3,4 metros de altura. Foi feito a óleo, com paleta quase monocromática e uso apenas de preto, branco e cinza, com um toque de bege e de azul. Durante sua criação, Picasso permitiu que um fotógrafo registrasse seu trabalho de produção. Picasso chegou pensar em incluir cores na obra, como uma lágrima vermelha saindo de um dos olhos de uma mulher, bem como amostras de papel de parede colorido. A cor e esses elementos foram excluídos da versão final. Historiadores acreditam que as fotos em preto e branco inspiraram o artista a adotar uma paleta com poucas cores. A obra foi pintada sem brilho e com acabamento fosco, com tintas encomendadas especialmente para ela.
6 – Estudos para o mural – Ao contrário do que parece em um primeiro momento, Guernica não é confusa ou caótica. Cada pedaço foi milimetricamente estudado previamente. Esse trabalho é resultado do processo criativo de Picasso. Em grandes obras, costumava produzir estudos preliminares antes de começar suas pinturas. No Museu Reina Sofia há uma sala para apresentar os desenhos usados de inspiração. Guernica possui três agrupamentos verticais, movendo-se da esquerda para a direita, enquanto as figuras centrais são estabilizadas dentro de um grande triângulo de luz. O cavalo e o touro são imagens presentes na obra de Picasso desde o princípio de sua carreira artística, uma vez que foi influenciado pelas touradas espanholas que viu ainda quando criança.
7 – A primeira versão da obra era mais impactante – Guernica evoluiu entre o começo dos estudos e a versão final. Um dos primeiros rascunhos da pintura incluía um punho levantado, representando o símbolo universal de solidariedade e da resistência à opressão. Essa representação estava sendo usada por opositores à ditadura de Franco, como emblema durante a Guerra Civil Espanhola. Picasso retratou um punho de mãos vazias que, depois, agarrava uma pilha de grãos. Por fim, ele excluiu essa imagem completamente de Guernica.
8 – Picasso não quis comentar a obra – Desde o primeiro dia que foi exposta, Guernica levantou controvérsias sobre seu significado. Estudiosos interpretam o cavalo e o touro como representantes da mortal batalha entre os combatentes republicanos (cavalo) e o exército fascista de Franco (touro), mas Picasso foi categórico na resposta: “não cabe a mim como pintor definir os símbolos. A interpretação cabe ao público”. Foi questionado muitas vezes sobre o que desejava transmitir com Guernica. Em todas as ocasiões, respondia: “esse touro é um touro e esse cavalo é um cavalo”.
9 – Guernica foi exposta no Brasil – Guernica veio para o Brasil em 1953 e foi o grande destaque da Segunda Bienal de Arte de São Paulo. A obra ajudou a influenciar a temática, os traços e o trabalho de importantes artistas brasileiros como Cícero Dias, que ficou impactado ao ver a obra em 1937, quando morava na Europa. Mudou seu estilo de pintar e começou uma amizade de anos com Picasso. Essa aproximação foi fundamental para obter autorização de Picasso para que Guernica e outros de seus desenhos fossem transportados para o Brasil. O painel fez muito sucesso de público e de crítica, que passaram a chamar a exposição de “A Bienal de Guernica”. Cândido Portinari também adaptou seu estilo de pintura após ver Guernica em 1942, durante um período que morava em Nova York. Um ano depois, quando retornou ao Brasil, encontrou o País sob a ditadura de Getúlio Vargas e sofrendo com os impactos da Segunda Guerra Mundial. Produziu oito painéis para a “Série Bíblica“, influenciada pela temática da dor e das questões sociais advindas da representação de Guernica. Depois disso, os dramas do Brasil passaram a fazer parte da temática de Portinari.
10 – Os americanos cobriram o painel de Guernica antes de declarar guerra – De 1985 a 2009, as Nações Unidas instalaram na entrada de seu Conselho de Segurança uma reprodução de Guernica feita em tapeçaria. Em fevereiro de 2003, Colin Powell, que era secretário de Estado do Governo de George W. Bush, fez um discurso televisionado no local para declarar guerra dos Estados Unidos contra o Iraque. Uma grande cortina azul foi colocada para cobrir a tapeçaria durante o discurso de Powell e, assim, evitar problemas ainda maiores pois não havia a intenção de transmitir mensagens de `massacre a civis`.
11 – A obra quase foi destruída – Em 1974, um vândalo enfurecido usou um spray vermelho para pintar as palavras “Kill Lies All” em cima do painel de Picasso, quando ele estava exposto no MoMA. Após o crime, gritou que era um artista. Felizmente, o museu foi rápido para limpar a obra e deixá-la sem danos. Tony Shafrazi foi preso imediatamente.
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