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alexmaced0 · 1 year
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Meu memorial de Estágio Supervisionado IV
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alexmaced0 · 1 year
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Introdução
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Introdução
Como instrumento avaliativo da nossa prática docente em Estágio Supervisionado IV, coube a nós, alunos do 8º semestre do curso de Letras Vernáculas, produzirmos um memorial. O memorial é um produto final que nos permite refletir sobre nossa prática, nosso progresso e nossos ganhos tanto emocionais quanto intelectuais dentro do estágio, nesse caso em turmas do ensino médio. Através da escrita reflexiva do memorial, podemos realizar uma imersão na nossa prática docente, nos valendo dos relatos para nos debruçarmos sobre aquilo que deu ou não certo no nosso processo de regência, sem contar na possibilidade de construir-se uma auto avaliação dos nossos métodos de ensino. Esse tipo de texto que traz consigo um caráter um tanto pessoal, mas também carrega uma determinada seriedade, é um instrumento útil na reflexão da nossa prática docente. Como aponta Pollyanne Bicalho Ribeiro em seu artigo intitulado O gênero memorial na construção identitária docente:
"A produção do memorial é um exercício contínuo de escrita reflexiva. Lidar com as condições de produção do gênero em questão exige um constante e gradativo agir reflexivo." (Ribeiro, 2016, p.122)
Em outras palavras, o memorial nos permite uma vazão das emoções que o estágio nos proporcionou, mas antes disso ele é também um importante instrumento para reflexão, reflexão do nosso agir, das nossas metodologias, das nossas maneiras de procurar nos conectarmos com o outro. É através do memorial e da reflexão que ele nos proporciona ao ser construído, que nós esperamos poder revermos nossos erros e nossos acertos, nossos deslizes e nossos méritos como um bom ou não profissional. Sem contar que é também uma forma de mostrarmos a outros como se deu nossa ação em sala e quais afetações essa mesma atuação nos proporcionou.
Essa reflexão que o memorial nos permite ter como estagiários de Letras, como docentes, é fundamental também para uma construção da nossa imagem como sujeitos pertencentes a um grupo, contribui para a construção da nossa ideia do que é um professor, do que faz e de como se faz um professor. Segundo Ribeiro: “A escrita reflexiva cumpre a função de levar o sujeito a tomar consciência das suas mudanças e das mudanças do grupo de pertença. ” (Ribeiro, 2016, p.122)
Em outras palavras, a reflexão conseguida com o memorial é tanto portadora da possibilidade da construção de um eu profissional, como portadora da possibilidade de criação de uma ideia de pertencimento, uma via de mão dupla, pois se de um lado nos permite refletir sobre nossa condição como indivíduos, por outro nos agrega a capacidade de reconhecimento ou auto reconhecimento como constituinte de um grupo.
E o lado emocional também merece ser verbalizado e discutido, pois o professor está em sala como um profissional da educação, docência é trabalho, docência é esforço e sim, docência é cansativo, mas como eu pontuava, o memorial nos possibilita termos um espaço para irmos além da teoria, um espaço para sermos mais humanos, mais frágeis, para relatarmos como fomos afetados pelo outro ou como afetamos o outro, porque docência também é emoção, docência também é ressignificação de verdades que em nós se encontravam enraizadas e blindadas. Docência, de certa forma também é afago, porque é certo que podemos dominar todas as teorias, mas parafraseando o psicólogo e psicanalista Carl Gustav Jung, ao se ter contato com uma alma humana, devemos ser apenas outra alma humana e é sobre isso que esse memorial vai se tratar, sobre como podemos nos afetar na docência, como pequenos gestos podem constituir uma desconstrução de verdades e um erguer de novas possibilidades.
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alexmaced0 · 1 year
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Desenvolvimento
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A utilidade do estágio
Há na realização desse trabalho algo que me agrada demasiado, o tempo inteiro estamos discutindo teorias, debatendo conceitos, estudando teóricos e afins, tudo de forma muito direta, objetiva e metódica. Algo que vejo como necessário, o rigor científico é essencial, mas ao nos depararmos com a produção de um memorial da nossa prática docente como estagiários, sinto que temos a liberdade de nos despirmos um pouco de toda essa teorização e encontramos um espaço para discutir outras questões que até podem ser teorizadas, mas que para mim, valem mais se permanecerem na esfera das emoções. Afinal, a docência não se faz só de conceitos e verdades mastigadas.
O estágio é essencial no processo de formação docente do graduando, pois possibilita um contato inicial com a escola, com os alunos e com o cotidiano de um ambiente voltado para a educação, possibilitando uma troca de conhecimentos com aqueles que já estão lá, os professores e os alunos, como pontua Mari Clair Moro Nascimento, citando Pimenta (2011) em sua tese intitulada Estágio curricular: implicações na formação e na atuação para a docência:                                        
“O estágio curricular obrigatório, ao compor a grade curricular dos cursos de formação para a docência, efetiva-se na instituição escolar, por ser o campo social em que os futuros professores desenvolverão suas atividades profissionais. ” (PIMENTA, 2011. Apud. Nascimento)
E é através desse contato que o licenciando começa a construir a sua identidade como professor, é a partir desse entremeio entre a regência e a teoria discutida em sala na universidade que o sujeito começa a compreender as nuances da carreira docente, construindo e reconstruído suas ideias acerca da profissão. Pois como aponta Saviani, (2005, p.262) “[...] quanto mais sólida for a teoria que orienta a prática, tanto mais consistente e eficaz é a atividade prática” (SAVIANI, apud. NASCIMENTO).
Esse contato direto com a escola, com a sala de aula e com os alunos é fundamental para a construção e formação de um sujeito atuante e autônomo em sala, atrelado à teoria apresentada na universidade, pode-se dizer que o estágio é o caminho para a construção de um profissional crítico, ativo e capacitado. As escolas, em particular as da rede pública, responsáveis por receber os estagiários são em si um campo privilegiado e que favorece o processo de maturidade do futuro docente, pois as escolas públicas são lugares ricos em diversidade.
Essa proficuidade se comprovou de fato verdadeira, o estágio supervisionado me permitiu através desse contato com o ambiente e com o cotidiano escolar, ter uma ideia mais ampla e uma experiência mais verdadeira com o ensino. Vivências que eu considero de caráter indispensável no processo de formação do sujeito que dedicará boa parte do seu tempo à sala de aula. O estágio é o espaço onde colocamos em prática as discussões da universidade e é o momento em que o licenciando toma posse dessas teorias e vai descobrir através da prática quais delas lhes serão uteis e quais ele precisará rever ou refletir. Esse contato com o ambiente escolar antes da conclusão do curso se mostra como primordial para a construção de um sujeito seguro e convicto, pois como pude constatar observando a mim mesmo, o processo de estar em sala como professor, desencadeia uma série de reflexões das mais diversas formas e sobre os mais diversos assuntos, que vão desde aquela dúvida desconcertante que nos faz indagar se de fato é essa a profissão que queremos para nós, ou dúvidas acerca da nossa capacidade intelectual de transmitir conhecimentos. Se estamos ou não fazendo um bom trabalho, se estamos marcando positivamente a vida dos nossos alunos ou se estamos apenas reproduzindo uma metodologia autoritária e ultrapassada, considerando “a mente do aluno como uma tábula rasa, passiva, na qual o conteúdo escolar deve ser depositado pelo professor. ”  (Brunner, 1996. Apud. Nascimento, 2016, p.56).
Essas foram apenas algumas das indagações que me perturbaram durante o percurso. Essa última foi a que mais me perturbou e inquietou, o tempo inteiro eu senti que não estava dando aula da forma correta, eu não contextualizava os assuntos, não pontuava a utilidade no dia a dia, na vida. Quase não dava vasão para os conhecimentos prévios dos alunos.
Minha didática e minha metodologia me agradou pouquíssimo, e eu notei que minha bagagem intelectual acerca de metodologias mais ativas, menos autoritárias e bancárias é rasa, o que me levou a querer buscar novas leituras, novos estudos que discutam metodologias de ensino, para que eu possa fugir dessa ideia que considero ultrapassada que é, ver o aluno apenas como um receptor de informações. Minha metodologia me incomodou e eu considero esse incômodo muito positivo, fui capaz de notar que estava perpetuando uma forma de ensinar que não cabe mais no nosso espaço e na nossa sociedade e diante disso me propus a mudar, rever, reconstruir e reformular minha prática docente. Mais uma vez, o estágio surge mostrando uma, das suas grandes utilidades, nos permitir uma reflexão acerca da nossa prática de ensino antes de ingressarmos de fato nas escolas.
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alexmaced0 · 1 year
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Um comparativo entre o estágio atual e o anterior
Antes de adentrar nas memórias que marcaram esse momento do Estágio Supervisionado IV, cabe aqui fazer uma comparação com o estágio III, ambos tiveram a capacidade de me fazer refletir e até rever algumas convicções acerca da carreira docente. No entanto, o III Estágio, psíquica e emocionalmente falando causou abalos mais intensos. Digo isso para observar que apesar do forte desejo de entrar em sala e ter contato com uma turma do ensino médio, em um ou dois momentos eu senti um pouco de medo e talvez por isso tenha chegado em sala vestido em uma armadura impenetrável de professor sério, ríspido e até severo. Observando agora, acho que disfarcei minha insegurança com voz grave, nada de brincadeiras e um olhar ríspido sobre os alunos. Não diria que estou arrependido de ter feito isso, primeiro porque eu fiz o que pude com o que tinha, e o que eu tinha era vontade de dar aula ao ensino médio atrelada ao medo de não dar conta do processo. Segundo, mesmo que tenha soado um pouco rude, esse comportamento de professor mais ríspido, creio eu, foi o que tornou possível manter a sala em ordem. Em certo momento perguntei aos alunos se eu estava me comportando de maneira muito agressiva, se eu estava sendo grosso com eles e se havia os assustados ou se estava tudo bem, eles foram unânimes em concordar que até aquele momento eu não havia feito nada demais a não ser manter a sala organizada e que eu deveria continuar agindo daquela forma. Essa aprovação dos alunos acerca da minha didática me causou um grande alívio.
Não houve grandes marcos como no Estágio III que me deparei com uma pré-adolescente declarando que cometeria suicídio numa carta que solicitei que fizessem acerca dos seus sonhos e planos para o futuro, ou um aluno entrando na escola com uma arma branca de pequeno porte. O ensino médio foi bem mais tranquilo, houve algumas ameaças de atentados ao colégio, que circularam nas redes sociais e no noticiário local, mas logo se dissiparam.
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alexmaced0 · 1 year
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Afetações do Estágio Supervisionado IV
O estágio IV, comparado ao antecessor foi deveras uma experiência calma, assim como no anterior a escola foi demasiado receptiva, os professores se mostraram bastantes cordiais. As afetações que eu sofri foram em sua maioria de cunho positivo, como o episódio que de fato mexeu comigo. Diante da necessidade de enviar um trabalho por meio virtual para a turma, tiver que fazer contato via Instagram com um dos alunos, visto que o contato de Whatsapp que recebi não funcionou. Durante a conversa com esse aluno, ele me confidencia que graças a mim, resolvera estudar mais e levar a escola a sério. Essa declaração foi algo que me fez sentir que estava fazendo um bom trabalho, senti, diante dessa declaração, que minha atividade docente estava fazendo sentido. A sala tem pouco menos de dezesseis alunos, mas ouvir isso de um deles foi o mesmo que receber uma aprovação de todos e ainda que os demais não pensem dessa forma, esse aluno, esse único aluno que me confidenciou isso aliviou demasiado minha insegurança em sala e me fez sentir que de fato, eu estava fazendo algo positivo e marcante.
Outros momentos parecidos com esse, aconteceram algumas vezes. No primeiro dia de aula, depois de duas horas de ensino, todos saíram e as duas meninas que mais prestam atenção às aulas chegaram até mim e me perguntaram até quando eu ficaria em com eles. Minha insegurança me dizia que eu havia feito algo de errado e temi que elas dissessem que não suportariam muito tempo, então eu prontamente respondi:
- Fiquem tranquilas, no final de maio vocês se verão livres de mim. – E dei risada para aliviar a tensão. Elas então disseram com seriedade:
- Não, não é isso, na verdade a gente gostou muito da sua aula, então seria perfeito se ficasse até o fim do ano. – eu confesso que não soube o que dizer, até agora ainda acho que elas estavam zoando comigo, mas isso se repetiu mais algumas vezes com outros alunos, então eu decidi acreditar que de fato fiz um bom trabalho e que a minha participação com eles foi algo útil, pode parecer presunção ou exibicionismo pontuar essas questões em um memorial, mas a verdade é que eu estou demasiado supresso com tudo isso, não tinha boas expectativas para o estágio no ensino médio, mas por fim, me surpreendi positivamente com o que aconteceu.
Creio que esse tenha sido um dos motivos pelos quais eu escolhi ser professor, cada sala, cada turma é um livro enorme cheio de surpresas e possibilidades, não há uma rotina monótona, o que há é uma rotina cheia de micros acasos, as vezes positivos, as vezes negativos, mas sempre marcantes.
Também ouvi isso de alguns alunos do estágio III, mas essas declarações me afetaram mais no ensino médio porque admito que cheguei em sala sem muitas expectativas de dar conta do processo e de que faria um bom trabalho diante da dificuldade que eu acreditei que seria. Não foi fácil, mas foi revigorante.
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alexmaced0 · 1 year
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Conclusão
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Conclusão
O estágio supervisionado na docência abre ao estudante de licenciatura um leque de possibilidades de reflexão, que vão desde uma reflexão da sua prática docente, até reflexões acerca da sua identidade como professor. Poder realizar tal estágio foi para mim uma experiência que agregou conhecimentos e reflexões em vários campos, desde o profissional ao pessoal e social, pude, através do estágio refletir sobre minhas metodologias de ensino e acabei constatando que apesar de os alunos terem demonstrado notas consideravelmente boas nas atividades avaliativas, eu senti que não estava realizando um bom trabalho, pois não consegui atrelar à minha prática docente questões que dessem vasão aos conhecimentos prévios dos alunos, não consegui fazer conexões com o cotidiano deles, e não consegui passar a importância de se aprender determinados conteúdos e isso me incomodou demasiado, porque é justamente aquilo que eu não fiz, que eu pior fim julgo essencial em sala de aula, mas a experiência eu encaro como positiva, pois agora já sei onde estou errando e qual caminho seguir para melhorar.
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