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Insólito
O insólito estampa tua cara; Intragável; Descontentamento amargo. Foste parte do infortuno passado; Do presente lhe abstenho o trago. Murmuras de amor com som do mar cabem ao Rio; Não a ti, jamais couberam ou caberão. No desdém encontro vitórias; Dos cavalos que as guinam tiro vantagens, O descontrole do tempo e espaço me é suficiente, Tenho me tornado equs; Equos que não mais de Eros escuta a voz. Ecos não me fazem entender O estupro; O não amor; O ódio, seu ódio do bem e bom. Psicopata, vai pra pscyco da prata, vai lá; Não volta com essa tua cara lavada; Oca e sem graça.
Tenha coragem de sumir; Não voltar jamais, desaparecer; Me dê ao menos esse presente já que nenhum outro pude ter. Tuas coisas foram jogadas ao mar; Tuas lembranças esmiuçadas ao vento; Tua existência reduzida a pó. Do pó ao pó, Pedra.
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Capítulo IX - Aos cuidados do amor
Existe amor à primeira vista? Não sei, provavelmente nunca saberei. Mas é fato que existe uma conexão de almas à primeira vista, raros os momentos em qual acontece tal evento. Já experimentei de tal ocasião. Narrar-te-ei, leitor, minha experiência com tal situação: Eram férias de inverno, eu havia voltado para minha cidade após um período turbulento na universidade, eu estava exausto, saído de um relacionamento complicado que veio a se demonstrar simples depois, estava à mercê do destino e aguardando por coisas boas em minha vida, sem prazos, sem exigências... Nos 15 dias que passei em Petrópolis me vali de aberturas diversas, foram 15 dias de experimentações, inclusive nesses 15 dias baixei um aplicativo de relacionamento conhecido mundialmente por unir casais que raramente dão certo. Em meus últimos dias na cidade na qual nasci e cresci ocorreu uma combinação com a pessoa por quem viria a experienciar o amor mais intenso que já experimentei nessa vida. Uma combinação improvável pois existe limitação de distância nesse aplicativo, nem eu e nem ele tínhamos botado uma distância na qual poderíamos ter nos conhecido, entretanto nos conhecemos, demos sim um para o outro. As primeiras conversas foram ótimas, conversávamos sobre tudo, sobre arte, música, política, nossas vidas, eu estava encantado com tamanha proximidade com uma pessoa que nunca tinha ouvido falar. Conversa vai, conversa vem, ele me mandou um áudio, este áudio foi derradeiro para que o amor desabrochasse, com esse áudio me convenci de que era real e era pra ser vivido, após ter recebido essa mensagem de voz de tom doce esqueci as primeiras impressões que tive desta pessoa, que não foram tão positivas assim(risos). Estava tão envolvido que já dava por certo que ficaríamos juntos, parecia estar havendo reciprocidade, de tão afobado que sou marcamos um encontro, meu irmão teria de ir ao Rio devido a um jogo no qual ele participaria e se eu fosse junto poderia encontrar com o objeto de minha paixão naquele momento. Marcamos. No dia anterior saí com minhas melhores amigas para contar a novidade, eu estava realmente acreditando nesse futuro junto a ele, tanto que nem o conhecia pessoalmente e já estava a falar para minhas amigas mais próximas dele como meu futuro marido, era tanta coisa em comum que não consegui me segurar. E nem sei se deveria ter sido diferente. No meu encontro com minhas amigas bebemos, elas se felicitaram pela minha situação pois sabiam de problemas prévios advindos de outras relações que eu havia passado. Bebemos, bebemos muito, era uma noite de comemoração, bebemos tanto que cheguei em casa tarde da madrugada, deveria ter acordado às 9 da manhã mais ou menos para descer ao Rio com minha família, não acordei, estava de ressaca, adormecido como uma pedra ou como qualquer bicho que hiberna para poupar energia. Estático.
Nosso primeiro encontro não foi esse, ele se demonstrou chateado, triste por não termos nos encontrado nessa janela que o destino abriu para que acontecesse o primeiro encontro, e hoje, revisitando essa situação acredito que não teria sido tão bom como foi se tivesse ocorrido dessa forma que estava tão direcionado a ocorrer. Passou-se semanas, eu já estava em Juiz de Fora, já estava em um novo período, tudo caminhava tão bem que nem podia acreditar, nesse semestre em questão tive a oportunidade de realizar meus melhores trabalhos dentro da graduação, fui orientado pelos melhores professores que poderia ter, podemos dizer que este foi meu semestre de ouro. Entretanto, voltando à experiência do amor... Não deixávamos de conversar um dia sequer, conversávamos a toda hora, todo momento, eu o contava tudo que ocorria, ele me contava de um tudo também, confidenciávamos segredos, chegamos a conclusão de que sim, deveríamos nos conhecer pessoalmente, apesar dos pouco mais de 130 quilômetros que tínhamos de distância. Chegou o meio do período, a época de festas na universidade, meu curso daria uma festa, o convidei, ele disse que viria. Os dias se passaram, comprei nossas entradas, nem podia acreditar que ele viria, o homem que eu já havia dito para deus e o mundo ser o amor da minha vida sem nunca ter visto os olhos olhando dentro dos meus. A gente iria se conhecer e podia tudo dar errado.
A noite da chegada dele chegou furtiva com a correria dos prazos de entrega de trabalhos, chegou. Eu me despenquei da universidade até a rodoviária para o receber, cada ônibus que chegava do Rio de Janeiro após o tempo que eu havia calculado que ele chegaria meu coração disparava, de todas pessoas que desciam dos ônibus eu sempre esperava que ele seria a próxima. Foi 1 hora e alguns minutos de ansiedade, alegria, aflição. Sai para fumar um cigarro, nessa época eu estava fumando um maço por dia, nada bom. Quando eu estava fumando o cigarro recebi a mensagem no celular “cheguei”; joguei o cigarro no lixo, fui correndo em direção ao portão de desembarque, quando estava no hall da rodoviária vi aquele homem vindo em minha direção, era ele, em carne e osso, eu não estava acreditando. Nosso primeiro encontro acabou sendo na frente de uma banca de jornais que existe na rodoviária de Juiz de Fora, não no portão de desembarque como eu havia planejado para que fosse, até porque fiquei mais de uma hora sentado no portão de desembarque passando por nervosismos diversos. Quando estávamos um de frente para o outro, eu travei, a situação era tão surreal, todos meus sonhos idílicos se tornaram realidade, sem brechas para ilusões descabidas a respeito de quem ele seria em pessoa, ele era mais que perfeito, seu sorriso era a prova viva da existência de deus. Quis o beijar nesse momento e não tive forças para fazer, eu estava travado, impedido pela minha reação nada menos que boquiaberta por tudo aquilo ser real.
Fomos para minha casa, era uma passagem rápida só para ele deixar as coisas da viagem e logo seguiríamos para o bar que eu frequentava nessa época, o Juninho, um bar que era conhecido por ter cerveja e cachaça barata no alto de um morro, encontramos meus amigos no bar, bebemos, conversamos. Estávamos perto, tão perto que nos olhamos em um momento após termos bebido algumas cervejas, nos inclinamos um em direção ao outro sem pensar nas consequências, ali estaria acontecendo o fatídico primeiro beijo do que viria a ser a nossa relação. Quando finalmente tocamos nossos rostos também tocamos nossos dentes, nosso primeiro beijo foi com uma batida de dentes. Hilário pensar nisso agora pois todos os passos não foram românticos, foram reais, com erros, muitos erros. Depois de termos batido os dentes rimos da situação, em minha mente eu pensava “nossa, que merda, não acredito que isso aconteceu”, aconteceu, Eros havia me flechado, eu estava completamente certo naquele momento que dividiria a dádiva de ser pai com esse rapaz, ele era tudo que eu sempre quis e sempre sonhei. Ele foi para mim até esse momento a idealização do futuro perfeito, depois a realidade sórdida que a vida nos apresenta quando estamos mais que felizes, é triste mas é real, infelizmente para o Ivo daquele tempo nosso amor não resistiu às adversidades da vida em conjunto, não somos um casal, não mais, mas é certo que vivi um amor a primeira vista com ele, tá certo que depois veio a se desmantelar e esfarelar-se com amostra do vazio que ele é, entretanto, eu me amei e disso não me arrependo.
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Capítulo VIII - Idealização
Infelizmente idealizamos todas as questões da vivência humana. Idealizamos o amor, idealizamos a dor, o sucesso, o futuro, se nos permitirem idealizamos até mesmo o passado.
De idealização em idealização me peguei após o termino de um relacionamento de dois anos idealizando o próximo antes mesmo de conhecer quem seria a pessoa que viria a ter tal relacionamento.
Fiz merda, sou de gêmeos. Idealizei tanto o homem ideal que acabei conhecendo um homem ideal, ideal para quem eu era quando o conheci, nem um pouco ideal para quem sou hoje. Não sei qual a pior parte dessa situação, minha insistência subconsciente em nunca achar nada satisfatório o suficiente e estar buscando sempre mais, com isso acabo objetificando as relações de minha vida(além das amizades e família, pois estas se mantém intactas e com o mesmo apreço), o que é péssimo, pois ao objetificar relações automaticamente também torno pessoas objetos nesse jogo de substituições que meu cérebro insiste em perpetuar, ou então, o que ocorria antes de essa conclusão ser desabrochada em minha mente, a dormência dolorida que é sentir o incomodo e não saber de onde vem.
Assisti uma palestra por esses dias onde o orador estava propondo diversas experiências diárias para tentarmos desenvolver uma nova ótica diante das relações que construímos na vida, com isso, supostamente, conseguiríamos atingir o Nirvana Interpessoal. Acho que seguirei os passos da palestra.
Que consiga superar assim como a areia da praia, que cada marca sirva para ser observada mas não seja uma cicatriz, que as ondas venham e lavem as pegadas deixando para traz tudo exatamente igual antes estava. Que consiga me tornar um mero observador do universo e não uma força motriz de transformação. Não almejo a glória da mudança, me contento com a sapiência da observância.
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Capítulo VII - Ecos
Hoje voltei a experienciar a dilacerante dor do afeto interrompido. Hoje eu pensei nele como achava que havia deixado de pensar a anos, meses em verdade. Hoje eu sentei em minha cama, peguei nossas fotos e coloquei-me a chorar, lamentar, sentir saudade, sabe? Ele ainda é quem vibra meu coração, pulsa o sangue em minhas veias, é por ele que continuo o caminho árduo da falta que ele e somente ele me faz. Saudades, eu sinto muitas saudades. Saudades de tempo que já não mais volta, se é que tempo passado algum volta, pesar também, pesar por não ter dito tantas coisas como gostaria, não ter abraçado-o tanto quanto gostaria, não ter o beijado tanto quanto gostaria. A saudade que mais dói certamente é a do beijo interrompido. Roguei pragas ao destino por muito tempo por ter nos separado com a única separação definitiva que duas almas podem ter em nível material. Roguei pragas a muita gente que trabalhou pelo nosso fim. Hoje perdoo a todos, menos a mim mesmo. Não me perdoo pois devia ter feito mais. Saudades machucam mais que traições, é fato, eu sei. Tornei-me crente ao amor com tal episódio. Agora cabe a mim seguir sozinho, desalentado. Agora cabe a mim prosseguir sem ver esperança a cada passo. Cabe a mim só seguir, lembrando-me todos os dias que o amo. E jamais deixarei de amar, em minha pele tem seu nome. Em meu coração guardo seus acalentos ao meu doce sono. Em meu nariz os cheiros que são só dele mesmo que estejam em outros. Nas minhas mãos os abraços que foram muitos mas não suficientes. Em minha boca todos os beijos que dei e que darei no reencontro. Que falta ele faz. Que falta que tu faz. Que saudades eu sinto. Luiz Felipe, por você sempre inspirado.
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Atestado
Te assino neste que atesto, o beijo Que marcaste teu pescoço Minha virilha Nossas entranhas E até mais Naquele beijo nos perdemos Nos encontramos Vivemos e sofremos Pela saudade, sua dade da pequena morte francesa Pela angustia da falta que me viola Mais que o pau O beijo que fica O beijo molhado Safado, que beijo safado Te assino aqui em atestado único O que diz respeito ao cangote marcado Por beijos arrancados Pela pura e doce força que nos cerca, o tesão Bendito seja o santo tesão Te trouxe aqui, me levou ali Na viela, na praça, no carro, na cama A, o tesão, a força motriz de tamanha ação Repulsa jamais Permissão que faz O gozo com a pica, com a cabeça, com as tetas e com a buceta Bendito seja o santo tesão. Quem em si guarda tamanha ação Do beijo, do gozo, da violenta punção Me viola, me penetra, goza com meu gozo Eu deixo, eu sinto, eu quero. A, o tesão.
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Entorpecimento
Entorpecer-me-ei diante do não afeto Colocar-me-ei a chorar por não me valer do certo Sei bem o que me falta Tu Sei bem o que te falta Nada Conheço o caminho Não seguirei sozinho Portanto Um adeus te deixo com esperança que um dia pense “Meu deus, que falta desse garoto indecente” Na neve busca a solitude No sol a resplandecência Na morte o conforto Sem mão a prece latente
Vives de esperança assim como eu? Certamente não Seguiste em frente No mais, repito Um adeus te deixo com a esperança que um dia pense “Meu deus, que saudade desse garoto indecente Que um dia foi meu, hoje que falta faz seu sorriso contente Por estar ao meu lado, como era resplandecente.”
Por ti sempre inspirado.
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Aos cuidados do hiato
Trago a ti minha poesia, crua, nua, talvez até um pouco sórdida, sem revisão.
Temer
Te escrevo do centro do mundo Afogado em terras que já nem conheço Controlando espaços antes desocupados Passando raiva com descaso Tristeza com aspereza
Nos matam, nos calam Nos ferem, nos lavam Na água fria da vida sem certeza Mas não seria a bendita certeza razão única do viver? A tentativa inesgotável de ter certezas, verdades Fruto sem igual da nossa vaidade Meu, teu, nosso, dele, dela, dEles
Atacaram-nos, atacaram-me quando nem vivo eu estava Soube tempos depois de tamanha desgraça A sombra ainda fita nossos filhos e laços No menor descuido vê-se até a silhueta do bufante elefante Tentativa de abraço, de tornar-me hiato, mais uma vez
Casa da Morte, pena de morte, cuidado com a morte Amar sem temer transmuta-se em tem que temer, sim Ai que saudades de você que nem se despediu ainda No calabou��o que te aguarda mandarei lembranças Revolucionário golpista companheiro de dias tão turvos
Te escrevo agora do centro do mundo Quero lhe contar um desejo singelo e imoral Fica, por favor. Ivo Lazarevitch II Juiz de Fora, Minas Gerais.
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Capítulo VI - Periodo
Diante dos recentes ocorridos acredito ser necessário registro.
Primeiramente através de extenso declínio emocional me vi fragilizado pela perda do convívio de alguém quisto por mim, havia um momento no qual eu estava num relacionamento com uma pessoa que eu amo, falhei miseravelmente mil e uma vezes com a pessoa, a pessoa por sua vez também falhou miseravelmente outras mil e uma vezes comigo. As relações emocionais fragilizadas por pouco ou muito são efêmeras no ano em que nos encontramos, sofri a perda deste amor como jamais havia sofrido antes.
Nas minhas tentativas de retomada desta relação ouvi palavras que me cortaram o coração como navalha. “Eu não posso ter reciprocidade por esse sentimento(meu amor) agora”; “Nós não demos certo”; e me coloquei a chorar por diversas vezes, me embriaguei outras tantas, tentei superar, não consegui mas segui, segui na tentativa de ao menos aceitar que teria de continuar a viver sem o amor tão querido por mim. Eu segui, e segui, me coloquei em situações de risco, tenho plutão em escorpião, eu me machuco, eu defiro ferimentos em meu próprio ser, sou lido como dramático, mas não acredito ser questão de drama, talvez seja questão apenas de externar a dor através de atos masoquistas, utilização de entorpecentes, períodos de choro continuo sem intenção de parar, apego à dor... Esse sou eu, sempre fui assim, quando eu sofro, sofro muito, choro muito, demonstro muito. Nem todos são assim, admito ter dificuldade em lidar com as diferenças, enquanto uns conseguem se manter distantes, eu corro na direção do meu algoz, a faca que me fere eu utilizo para acarinhar-me.
Vivi o luto da finitude desta relação intensamente, ainda estou por viver os momentos finais deste episódio, sou o que dizem ser um verdadeiro “otário”, não me importo.
Dentro desta situação de abalo emocional eu encontrei força nas minhas amizades, que tentaram diversas vezes me retomar a realidade, explicitando os motivos de eu estar sofrendo pelo cara errado, eu entendo a preocupação de meus amigos, eu entendo seus motivos, eu juro que entendo, entretanto não é justo que eu acate o que me é dito e permaneça em silêncio, não é justo comigo mesmo, eu não sou assim, eu falho, eu me corrijo, eu tento, eu não desisto, e mais uma vez, esse sou eu, sempre fui assim.
A expectativa de uma vida a dois foi quebrada em dado momento, e nossa, como eu gostaria que essa quebra não tivesse ocorrido, entretanto, hoje, através de minhas observações a respeito do caso entendo como necessário para ele, então desisto.
O cenário atual no ultimo domingo era de eu rezando antes de dormir para que a vida me deixasse durante o sono, que não acordasse, desde o fim dessa relação eu tive esse impulso suicida, a coragem de pôr um fim em minha própria vida não existiu, a vontade sim, em excesso até, mas a coragem me faltou, e neste domingo fatídico passei por uma situação onde minha vida estava em risco, eu e minhas amigas fomos assaltados, um dos rapazes tinha uma faca grande, muito grande, outro rapaz tinha uma arma de choque, o rapaz da faca a posicionou contra meu peito, naquele momento imaginei que meus pedidos suicidas estavam sendo atendidos, mas não foram, a faca apenas me causou um arranhão, o outro rapaz com a arma de choque deferiu uma descarga dentro de meu ouvido, que veio a me causar surdez, acredito estar me recuperando deste episódio, mas ali, e só ali, eu poderia ter morrido, não aconteceu, tanto que estou a registrar aqui este ocorrido. Dependendo do percurso da corrente em meu corpo o choque poderia ter atingido partes importantes de meu cérebro e ter causado uma lesão séria o suficiente para que do trauma não me recuperasse, que em coma talvez permanecesse até meus pais resolverem desligar os aparelhos que viriam a me manter “vivo”, eu fui eletrocutado na cabeça, fiquei zonzo, pensei em alguns momentos estar morto, talvez esteja, não sei, em uma outra realidade aquele episódio pode ter colocado fim a minha vida; PS: Tenho gostado de metafísica e implicações da morte, tenho demandado tempo de pesquisa acerca destes temas.
Se morto eu estivesse, certamente a culpa cairia sobre agentes indevidos que atuaram em minha vida, tenho certeza, e ainda bem que não estou. Não suportaria essa barbaridade de ser usado como ícone de lamento de ninguém, mas eu sei que ocorreria pois eu já coloquei outra pessoa falecida como ícone de lamento. Foi injusto com a pessoa, foi injusto comigo, e demorei de muito tempo para conseguir me desvencilhar de tal pensamento.
Mas em suma o importante aqui é a nova perspectiva a respeito do agora, eu vivo, eu poderia não estar vivo mas estou, minha vida ficou por um fio mas o fio não se rompeu, os deuses olham por mim com a mesma ternura que olho para eles, certamente, entretanto, deuses, os aprendizados poderiam vir de forma mais fácil, tomem nota. Eu desenvolvi um novo pensamento a respeito de minha própria vivência, NÃO MAIS IREI DISPOR DE TEMPO E AFETO PARA ALGUÉM QUE ESTÁ EMPENHADO EM DESFIGURAR MINHA EXISTÊNCIA E REDUZIR-ME A UM EPISÓDIO PASSADO. Eu estou vivo e não tenho pretensão de fazer parte da história de ninguém, muito menos de só fazer parte da história desse alguém, se não me quer ao seu lado, por favor suma, meu bem, a minha irresponsabilidade foi de ter colocado sentimentos tão importantes a mercê de outra pessoa além de eu mesmo. Eu estou vivo, não brinco com intenções, não jogo com corações, eu sinto e sinto muito, mas eu estou vivo mais uma vez após quase ter morrido, eu estou vivo e imploro a minha própria pessoa que ultrapasse os limites da emoção, assuma agora, Ivo, a sua condição de dono do teu próprio caminho, mate sentimentos que apenas você compartilha, não se apegue a quem nem lembra de você, suma e morra para esta pessoa, mas só para esta pessoa, como já foi lhe dito diversas vezes a luz emana dos teus olhos e encontra o universo presente de modificação e elevação espiritual, não se prenda às trevas do esquecimento, você merece mais, a sua vida vale bem mais, por se colocar em situações perigosas devido a dor sentida por outra pessoa não te querer você quase morreu, mas quem precisa morrer não é você, suma, voe para bem longe, para um lugar seguro onde seu coração pode ser tão grande quanto é, sem ficar se valendo de outras pessoas para obter vantagens, sem ficar a mercê da piedade, sem tentar atuar em um papel de bom samaritano, você não é, ninguém é, aceite tuas diferenças, use-as, ame-as, elas são tuas e só tuas, você se reergueu na condição de ser vivente e amante, abrace esse teu amor tão único seu, não entregue-o mais uma vez para alguém que não está disposto a permanecer com você apesar de tudo, cultive relações de aprimoramento mútuo, aprenda que existem pessoas que desistem, se junte com as que não fazem. Se junte com os teus, e deixe que os outros sejam os outros. Não observe de longe a vida do abençoado, viva a tua, você é mais que suficiente para todos que te cercam, esse teu medo não faz mais sentido, você está aqui por uma razão e essa razão é amar. Você está vivo, Ivo.
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Capítulo V - A vida machuca
Certa vez me falaram que o café precisa ser amargo para nos lembrarmos que a vida é doce, BALELA, a vida é doce pra quem? Todo mundo tem mais problemas que soluções, e se não tem é porque está causando mais problemas do que trazendo soluções para a vida de outras pessoas. Ninguém está bem, tá todo mundo mal. A perspectiva de melhora é cada vez mais sutil, imperceptível. Tenho me agarrado a todo e qualquer fio de esperança, qualquer coisa mínima que me faça querer continuar a caminhada mesmo com pés tão calejados e cansados. Cada dia está mais difícil achar esses pequenos fios dourados no mar de lama que me encontro. Ninguém disse que seria fácil ter de lidar rotineiramente com frustrações, limitações emocionais, limitações SOCIAIS, o trato social me impede de fazer diversas coisas que normalmente faria, me deixa feliz fazer outra pessoa feliz. Mas caralho, a ultima coisa que tenho conseguido fazer nos últimos tempos é deixar alguém feliz, perdi um namorado, estou perdendo amigos, minhas relações familiares estão desestabilizadas pela falta de minha presença, acredito que entrei num caminho de mão única. A intenção até tal reflexão era a melhora, hoje a intenção volta a ser uma sombra do meu passado não tão distante. Complicado assumir isso, porém sincero enquanto o faço. Chega, sabe? Eu não sou o suficiente, já entendi. Eu não sou o suficiente para ser um bom amigo; Eu não sou o suficiente para ser um bom namorado; Eu não sou o suficiente para ser uma pessoa de seu convívio; Eu não sou o suficiente para ocupar uma cadeira numa universidade; Eu não sou o suficiente para gerir uma empresa; Eu não sou o suficiente para arrumar um trabalho; Eu não sou o suficiente para se construir uma família; Eu não sou o suficiente para com meu engajamento político; Eu não sou o suficiente para abrir a boca e falar um a; Eu não sou o suficiente para nada, eu sou o vazio de minha alma. Me enterrem de preto, eu só visto preto.
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Capítulo IV - Eu achava que sim
Eu achava que seria pra sempre, por um breve período acreditei que estava tudo certo, tão transparente quanto a água, não era bem por ai. Nada está certo, não superei nada, só reorganizei meus pensamentos, eu espero pela procura dele, ele não o faz. Eu me vejo sozinho, hoje eu me sinto sozinho, talvez seja um castigo divino, não sei nem quero descobrir pois se for, tornar-me-ei deus para destronar as entidades responsáveis por tamanho sofrimento. Nunca me vi tão sozinho em 22 anos de vida como estou me vendo hoje no dia 16 de fevereiro, todos estão seguindo em frente, ele está seguindo em frente, e cá estou eu, sentado, na verdade deitado, esperando por um “oi, como vai você? Estou com saudades”. Meu conforto está atrelado à músicas depressivas, eu tenho escutado Rubel, certamente é um claro sinal de que não estou bem. Talvez eu devesse procurar ajuda, talvez eu só devesse ficar quieto. Esse texto tornou-se mais um emaranhado de dúvidas que um relato sobre o que estou a passar. Que fique assim, pois a única certeza do momento é que diversas dúvidas cercam-me. Dopar-me-ei, não consigo passar por essa barra sóbrio, pelo menos não nesse inicio, deletei meus apps de redes sociais, botei meu celular em modo avião, fechei todas as abas das redes sociais, eu vou ficar recluso, eu vou me calar diante do mundo já que ao visto o silêncio é a única coisa que o meu mundo espera de mim.
Meu mundo é um homem, um homem papa-goiaba. Mas meu mundo devia ser eu, petropolitano. Mas não consigo colocar as necessidades dele abaixo das minhas, acredito que isso seja amar. E pela primeira vez eu estou amando, pela primeira vez coloquei alguém acima das minhas próprias necessidades. Pela primeira vez eu amei da forma que julgo certo amar. Eu estou tão feliz por isso, e bastante infeliz por não ser reciproco, talvez seja isso mesmo, amar é sofrer, tanto é que existem diversas músicas sobre sofrimento quanto ao amor. Dividir um colchão de solteiro é muito bom, dá uma vontade de ficar pra sempre. Esse capítulo vai ser curto pois de grande basta essa dor.
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Capitulo III - Reflexões Filosóficas a Respeito do Amor e suas Dores no luto sentimental
Nesta belíssima tarde chuvosa de terça-feira me ponho a escrever mais um capítulo de minha vida. O fim até então certo por mim não estava tão certo assim, as questões sobre minhas dores pessoais diante de um amor singelo quase imperceptível pela minha pessoa continuam a latejar, não tão intensamente quanto antes, mas ainda estou marcado. Ponho-me a escrever pois acredito estar finalmente abrindo mão de tal dor, estou passando pelo luto, já não nego os acontecimentos, já não sinto mais raiva, já não negocio mais, não corro atrás de quem não corre atrás de mim, até a tristeza se foi, cabe-me neste instante a aceitação do fim, estou aceitando de bom grado tudo que me foi oferecido pelos deuses e deusas que guiam minha vida.
Hoje é véspera de aniversário de falecimento de um grande amor da minha vida, estou a usar esse dia para refletir sobre o que é o amar, sobre o que é ser amado. Eu tenho certeza que fui amado por duas pessoas na minha vida além de meus parentes, foram duas experiências avassaladoras, em ambos os casos eu não soube como corresponder tamanho amor, um se dispunha de tudo para estar comigo, ele estava, quando eu precisei me afastar socialmente da vida cotidiana afim de botar minha cabeça no lugar ele foi a pessoa quem permaneceu comigo. Quando eu tive minhas primeiras glórias na vida, ele quem estava comigo, foi um relacionamento de período relativamente curto, foi ótimo, eu não soube enxergar as maravilhas sentimentais que aquele homem provia a minha pessoa. O outro, ah, o outro, o outro acredito que continua sendo meu grande amor dessa vida, ele esteve comigo durante o luto mais sombrio que viria a experimentar, ele se dobrou e desdobrou para que minha felicidade acontecesse, eu resisti graças a ele, ele tirou forças próprias e me deu para que eu prosseguisse, por mais que a falta de forças pudesse vir a seu encontro, nosso relacionamento o fez decair enquanto eu me elevava, era um relacionamento desproporcional, eu estava de certa forma fazendo uso de uma energia que não era minha, hoje entendo com clareza tudo que aconteceu. Me arrependo e muito de não ter dado o suporte necessário para que nosso amor permanecesse vivo, eu me abri para conhecer outras pessoas. Conheci, foi bom, conheci outro amor até, amor este que me causou imensa dor, acredito que meu inconsciente estava tentando reparar danos dos outros dois relacionamentos sérios que tive, eu fiz tudo ao contrário do que tinha feito nas outras duas relações, eu me virei, revirei, desvirei ao avesso para que meu parceiro gozasse da certeza de meu amor, não foi o suficiente, não podemos obrigar outras pessoas a nos amar da forma que gostaríamos, eu esperava por uma grande história que ele foi incapaz de me dar da forma que os outros dois haviam dado outrora. Mantenho-me altivo, sei que meu erro foi ter amado demais e ter arrombado portas que não deveriam ter sido arrombadas, eu me mostrei frágil para alguém pela primeira vez na minha vida. Abri mão dos meus espetáculos para que o spotlight o iluminasse, recebi cinzas em trocas, um pouco de purpurina também, mas em maior parte cinzas. Faço-me grato por ter experimentado da dor que causei a outras pessoas, não seria justo que eu não passasse por tal experiência, passei.
Como dito no capítulo anterior, estou com minha divida com o Karma paga. Estou pronto para uma nova história junto a outra pessoa, pois eu sou sim um ser monogâmico que vê seu futuro alinhado a outra vida, outra personalidade que me complete, que me satisfaça, que apesar de todas adversidades no deslize de um ou outro ambos estarmos com as mãos estendidas para perdoar e seguir em frente sem descaso, sem mágoas, sem espetáculos. Eu espero um amor puro e sincero, que um deixe de comer caso o outro ainda sinta fome, um amor de doação total e comunhão entre as almas, um amor como o que os meus dois grandes parceiros de vida me proveram. Mas desta vez, desta vez, meu bem, Universo, não aceitarei migalhas, já comi o pão que o diabo amassou.
O amor segundo Platão, não se fundamenta num interesse, nem mesmo sexual, mas na virtude que possibilita sempre uma nova chance de recomeçar, uma espécie de amizade pedagógica, diante de um ideal de amor tão antigo quanto os templos gregos me considero ancião pois acredito veementemente que este é meu tipo de amor. Um amor puríssimo onde o perdão está acima de qualquer desentendimento, acima de qualquer raiva. Eu já fui amado desta forma, já amei desta forma, agora espero que seja correspondido um dia e que minha alma encontre outra tão disposta a essa experiência que iremos no fim padecer juntos diante das cinzas da terra depois de uma vida cheia de frutuosas experiências em conjunto, após diversos aprendizados, terei então vivido a comunhão total entre duas almas e não será um certificado registrado em cartório que irá provar a existência de tal ligação, será o olhar nos olhos e sentir imensa ternura, sentir não mais borboletas no estômago diante do reencontro, mas dragões furiosos, dragões que parecem rasgar sua carne abdominal para que sejam libertos e possam assim encontrar os dragões no coração de seu parceiro, o conceito das borboletas está ultrapassado perto desta possível experiência sentimental.
Eu estou vivo de novo e estou pronto para jogar esse livro antigo no fogo do perdão e do livramento das mágoas, não guardarei rancor, ao contrário agradecerei por tamanha dor. Mas não posso deixar de constatar o tamanho de minha felicidade diante da libertação por não ser amado por quem amo, pelo menos não da forma que julgo ideal. Não guardarei as dores dos xingamentos a mim proferidos, só manterei a lembrança para que sirva de sinal diante de uma possível emboscada futura, o destino se responsabilizará pelo próximo, eu me responsabilizarei pelo julgamento prévio e aplicação de testes para que seja provada compatibilidade filosófica-sentimental.
Teste I: A grande decepção: Passarás por uma grande decepção, descobrirás que sou humano e que erro, talvez mais constantemente do que quando me conheceste imaginaria. Ainda assim estará disposto a permanecer junto a mim da mesma forma que estarei?
Teste II: A Fome Que Só Um Sente: Diante de uma situação de desconforto abrirás mão do teu conforto próprio para que o outro goze do conforto suculento de se sentir amado, cuidado e protegido da mesma forma que estarei?
Teste III: Esperança: Será preciso ter esperança sempre de que as glórias planejadas serão alcançadas, vibrarás diante das conquistas de teu parceiro, se fará apoio diante das quedas da mesma forma que me farei?
Teste IV: Estudo: Demandarás de tempo de esforço e dedicação em estudos para que mantenha seu corpo intacto para chegada da terceira idade? Se preocupará com o seu bem-estar físico para que possa acompanhar seu parceiro nesta perpétua caminhada da mesma forma que me preocuparei?
Teste V: O mais importante: O pedestal já não mais se fará necessário, pois para que um esteja no pedestal será necessário que outro esteja a observar de baixo, ambos deverão elevar-se a categoria de divindade diante do olhar apaixonado de seu parceiro, você será como um deus para minha pessoa, e eu serei como um deus para você, não pensarei duas vezes antes de sacrificar-me por ti, você estará disposto tanto quanto estarei?
Amemo-nos, amai-vos. Perdoemos. Sigamos.
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Capitulo II - Tempestuosa Cegueira Sentimental
Me ceguei diante de olhos tão escuros, me fiz surdo diante de palavras tão dolorosas, me fiz mudo para não retrucar por diversas vezes, eu me calei, eu consenti com a falta de afeto que estava a experienciar. Me fiz de idiota para sua inteligência ser alvo de palmas, me fiz o melhor companheiro que poderia ter sido. Eu sofri muito, também fiz sofrer. Mas o dei motivos de grandes sorrisos, de imensas felicidades. Chegou ao fim essa breve, ainda bem que breve, história de não-amor. Não espero gozar de plena felicidade após essa escabrosa nova verdade de minha vida, eu não fui amado, ou se fui, não percebi amor tão velado como este. Mas espero de mim mesmo ao menos a superação da falta de amor, doeu doeu, feriu feriu, mas as cicatrizes irão surgir e estarei cada vez mais preparado para a próxima vez, que pode ser amanhã ou daqui a 20, 30, 40 anos, não me importo, só o que quero e exijo hoje das divindades que nos regem é que só aconteça quando for para acontecer. Já passei pela morte de um noivo, já passei pela traição, já passei pela minha inércia afetiva num relacionamento e agora estou passando pela inércia afetiva de outra pessoa no relacionamento. Gozo em minha sanidade, apesar das minhas condições psiquiátricas não me darem aval de força e segurança acredito que finalmente me encontrei, minha dívida com o Karma está paga, estou novo e vivo de novo.
A vida é um ciclo de incertezas, ao nos depararmos com algumas verdades pode ser que não estejamos preparados para recebe-las, mas as verdades sempre aparecem, mesmo não acreditando nessa dicotomia entre o certo e o errado acredito sim nas verdades líquidas, nas minhas verdades, os motivos formadores da minha personalidade.
Nada é fruto do acaso, uma teia de fatos que dilata e se contrai diante dos atos está emaranhada em toda nossa civilização, se você puxa daqui uma hora você será puxado dali, eu amei da melhor forma possível, dei o amor mais puro que existia em mim, um amor que acreditava estar adormecido dentro de minha carne e talvez até petrificado em meu coração, floresci mais uma vez, me vi mais belo, projetei beleza em outra pessoa, isso tudo me regozijou esperança, uma linda flor veranil se abriu diante dos meus olhos, estou encantado por sua beleza única, eu amei.
Eu me vi humano.
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Introdução III - O nó
Existe uma estranha sensação de que tem um nó em minha garganta, um aperto em meus pulsos como se uma pessoa de mais de dois metros estivesse me segurando pelas mãos, a pessoa é forte, sinto os músculos de meu corpo se contraírem como se estivesse em pleno inverno, frio, sinto frio, me recolho, me isolo.
Sinto um arrepio na espinha, uma corda em meu pescoço como se estivesse a momentos de ser condenado a morte por enforcamento, sinto meus maiores medos se apossarem de minhas idéias, tudo está tão escuro, tudo está tão embaçado como se estivesse em um carro fechado com temperaturas glaciais ao lado de fora, me entristeço, me odeio.
A dor já não cessa fazem algumas semanas, me masturbo todos os dias, várias vezes por dia na esperança de que um orgasmo me aliviaria um pouco do aperto que tenho vivido. Não alivia, inclusive alimenta, gera dependência. No sexo vejo uma esperança inexistente, cabe no meu imaginário mas na prática estou apenas substituindo o cigarro pelo gozo. Me violo, me entorpeço, me masturbo, me esqueço.
Me sinto sozinho, me sinto abandonado, na verdade já não me sinto, sei que sou e sei que estou. Ligo para o CVV duas vezes ao dia para ter com quem conversar, tenho mais intimidade com estranhos que nem conheço o rosto do que com as pessoas que amo, não suporto a ideia de os aporrinhar com minhas piras, com minhas nóias, sempre que o fiz acabo por causar ou muito sofrimento ou algum constrangimento. Não sou bem quisto pelos meus. Me desgosto, me calo, me odeio.
Na solidão do meu quarto, no afago dos travesseiros, no frio da minha cama sem cobertor me deito, espero pelo dia que serei livrado, talvez os deuses tenham planejado um assalto a minha casa essa noite, um bandido armado entraria na intimidade do meu lar e depositaria uma bala quente em minha cabeça, ele me livraria, seria meu salvador, a única pessoa capaz de me libertar de tamanha dor, eu me doo, eu me rendo.
Se você existe, Deus, não me permita acordar amanhã, se for para abrir os olhos mais uma vez que seja para sentir um ultimo suspiro, me despedir caladamente dessa vida que me trouxe tanto sofrimento, quero me juntar às pessoas que já se foram, as pessoas que tanto amo e já não posso mais abraçar, eu sinto saudades, talvez a partida antecipada de meus estimados amigos sejam um sinal de que minha vez está por chegar, espero que sim, desejo muito para que sim, me escureço, me apago.
Choro todas as noites antes de dormir, choro todos os dias após acordar, cada dia parece que minha alma se esfarela um pouco mais dentro deste simulacro que é o sorriso apresentado, sinto minhas inseguranças se tornando cada vez mais reais, eu perdi, eu assumo que perdi, eu desisto, eu me mato.
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Introdução II - A volta pra casa
Hoje eu acordei sorrindo após um longo período onde a minha única expressão ao abrir os olhos após o sono era o choro, um choro de quem foi abandonado, um choro que acredito ser compartilhado pelas crianças que se encontram em orfanatos. Me sinto abandonado, me sinto deixado de lado. Não me sinto pertencente ao meu grupo de amigos ou até mesmo a minha família. Todos que amo e conheço parecem sofrer com minha presença, o ar melancólico que trago ultimamente se tornou tóxico a eles pelo visto, como num desenho animado parece que uma nuvem de chuva se encontra sobre a minha cabeça e levo tempestade para onde quer que eu vá, tenho me isolado cada vez mais nas minhas ideias, tenho ficado cada vez menos disposto a me abrir para alguém, meu único desejo é: Que ao dormir não acorde jamais, que alguma coisa me permita ser livrado da vida terrena, já não tenho mais gosto por estar aqui, se é que algum dia tive.
A chuva gélida é uma constante, o sentimento de auto-preservação já não existe, cada pequena rusga interpessoais se tornou uma imensa fenda abissal onde cabem todas as minhas dores e angustias. Me conforto no sofrimento que crio pela quebra de expectativa que projeto no outro, meu namorado que o diga, quanta expectativa depositei nele, talvez já de inicio esperando pela decepção, acredito que foi uma auto-sabotagem do meu inconsciente que pelo visto está muito empenhado em me levar cada vez mais para perto da beirada do precipício.
Quando as frutas se tornaram amargas eu gostei, quando as cores perderam saturação eu vibrei como uma criança que descobriu um novo hobby, eu sentia alegria na tristeza, eu queria ser artista, via todas minhas grandes inspirações padecerem pelas suas dores, eu queria ser como eles, alimentei o sentimento depressivo sem perceber que eu o estava fazendo, literalmente cavei minha própria sepultura, provavelmente descobri o que muitos gostariam de descobrir, o motivo de minha morte, a causa certamente será minhas dores, o meio, hoje conseguiria apostar certeiramente no suicídio, não sei quando, não sei onde, mas já tomei ciência de que retornarei aos braços da Mãe Terra extinguindo minha própria vida caso não seja abençoado por uma desgraça que ceife minha alma desta veste que me estrangula e me prende num eterno umbral emocional.
A morte me cairia bem, um merecido descanso após passar pela tempestuosa sociedade em que nasci.
Eu só espero poder voltar logo para casa, essa viagem já não me apetece mais.
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Introdução
Não tenho como propósito através deste fazer grandes revelações a respeito da minha condição, tão pouco exprimir uma normalização da mesma. Os textos a seguir se tratam de relatos, pensamentos e vivência com um dos piores males do século, a depressão. Este blog não trás conceitos médicos mas sim poéticos. Este blog não é indicado para auto-diagnostico através de possível identificação pessoal com os textos. A única pessoa que pode lhe dizer se tu tens ou não depressão é um profissional da área da saúde, consulte um psiquiatra ou se preferir um psicólogo. Em caso de pensamentos suicidas recorrentes DISQUE 141. Espero que ao ler isso você não se encontre numa maré de dor como a qual eu estou passando, e que os textos que aqui contém lhe sirvam como objeto de estudo apenas, que a identificação não ocorra jamais, ninguém fez tão mal pra alguém o suficiente para que mereça passar por isso.
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