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esse vazio ocupa tanto espaço
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"Tenho um olho otimista que vive (e convive) e um olho pensativo: este, contempla, perscruta, inventa suas ficções." Lya Luft
Talvez o escritor devesse mesmo apenas escrever ao invés de falar, mas esquece-se que o escritor também habita o mundo real, ainda que nem sempre seja o seu preferido, mesmo que a vontade seja permanecer apenas na imaginação, onde se pode criar, fantasiar, sonhar e ser expontâneamente.
Mas quando se desacelera, se desliga de conexões eletrônicas e consegue se concentrar no agora, principalmente quando cercado por natureza, ou coisas simples que são essencialmente abençoadas, a vida esta repleta de inspiração para criadores com bloqueios criativos. É tão fácil que se torna dificil visualizar, se atentar aos detalhes que gritam por atenção, gritam tão silenciosamente que passam por "coisas tediosas" para olhos sobrecarregados de informações inuteis, pois exigem calma e reflexão.
Para mentes tão barulhentas como a nossa, não é uma missão fácil a de silenciar, é algo que exige muito de nossa alma inquieta, indisciplinada.
É exigido uma persitência, que confesso, me falha. Acredito na simplicidade das coisas que apenas são, sem nosso esgotamento. Apesar dos olhos sobrecarregados, a alma profunda consegue absorver coisas que ainda não sei mencionar.
Mas há algo que já não desisto. Já evito dar grande brecha ao desânimo. Quando me canso do peso do mundo, entendo que não tenho outra escolha que não a de continuar, por todas as promessas que já me fiz. E talvez todos os escritores já tenham feito promessas de amor próprio, ainda que não saibam que continuar tentando é também se amar, ainda que o motivo dessas promessas sejam outros amores.
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Eu nunca mais consegui escrever sobre alguém ou pra alguém. Eu meio que não consigo me permitir sentir muito por alguém de novo. Se for analisar bem, eu busco me envolver com pessoas que não esperam nada de mim, que não vão me cobrar um sentimento que não posso oferecer. Das outras, eu tenho fugido pq não sei oferecer pouco de mim e ainda não me sinto preparada pra tentar outra vez. É como se eu estivesse sempre chegando perto e aí penso em tudo e volto correndo pra trás. Pq eu não quero ser pouco pra quem merece muito de mim, não quero ser morna pra quem é quente pq eu costumo arder. Não quero ser pra outra o que ela foi pra mim. Não quero ver como poeira quem me enxerga como sol. Mas não posso negar que talvez eu tenha sim ido além do que deveria, além do que podia e acabei cultivando sentimentos em outro alguém que não consigo amar, não como ela gostaria de ser amada por mim. Talvez eu tenha sim permanecido mais tempo do que pretendia em uma cama que não era a minha e isso tenha remexido um peito que não o meu. É que mesmo nas relações casuais fica tão difícil pra mim ser rasa, ser tão menos do que eu sou, sabe?! Mesmo sem intenção de ficar eu não sei chegar de mansinho, não sei não querer olhar a fundo os olhos alheios, não sei não revirar tudo. Eu sei, é injusto com corações alheios que abrem as portas pra mim, por isso não tenho mais deitado em camas que não a minha. É que talvez, lá no fundo, eu esteja procurando olhos que me devorem, que brilhem como um farol que ofusca todo o resto, olhos profundos que me enxerguem, que me desejem na mesma intensidade em que eu quero desejar. E tenho encontrado olhos rasos que não querem ser olhados a fundo, mas eu também não sei se estou mesmo pronta pra ser a olhada pela janela da alma. Por isso tenho evitado olhos que me querem inteira pq sinto que tenho me reconstruído pra mim mesma, no meu particular, mas ainda não inteira pra alguém. Mas tenho feito um progresso considerável.
Olhos que não me devoram - a cada eternidade
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Olhos tão tristes palidecem teu rosto
Olhos tão tristes assolam teu peito
Onde a pouco achava que dor maior não poderias sentir
Poucas esperanças
Enormes expectativas
Expectativas inalcançáveis
Esperanças admiráveis
Morango com açúcar é gosto de infância
Traz lembranças suas
Dias ensolarados
Polvilho
Cuidados
Um aperto no peito
Minha última chegada?
Sua partida?
Nosso adeus temporário
O tempo daqui ou o tempo de lá?
De qualquer forma, voz ausente pela dor
Orações, auxílio
Só o amor pode curar
Sonhos
Veja, a vida ainda bate a porta
Não é o fim
Visitas constantes
Presença
Eu sinto, está bem
Questionamentos
Ainda falta alguém
Alguns nossos
Saudade não tem sido negociável
Mas o amor renascerá
A cada eternidade
Para aquela senhora de coração partido
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É engraçado como se apaixonam pela nossa melancolia disfarçada de intensidade
No fundo é só tristeza, é só vazio
Mais engraçado ainda quando não dão conta
Não que precisem dar
Vem e vão pelo mesmo motivo
E eu me acostumo
Claro, eu busco pelo fim
Mas as vezes não queria que ele viesse
É tão difícil ser impermanente
Queria achar um lugar e ficar
E ter paz
E não sentir que preciso partir
Não sentir que já deu meu tempo ali
Que insistir a partir de determinado momento
É ser pesada
É machucar alguém que não merece
É minha complexidade se tornar maior que todo o resto.
Complexa - A cada eternidade
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O sentimento de busca me consome
Sinto falta de pertencimento
Um abismo habita em meu peito
Falta tanto pra preencher
Algo ou alguém que está longe
Que talvez não conheça
Que talvez não lembre
Essa ansiedade vai acabar comigo
A intensidade está por um fio, novamente
Minha imaturidade está me sabotando, mais uma vez
É exaustivo viver toda uma vida em algumas semanas
Estou sempre cometendo os mesmo erros
Mas nunca vejo onde eles começam
É tão verdadeiro
Depois parece nunca ter acontecido
Essa oscilação vai acabar comigo.
Imaturidade - A cada eternidade
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Eu carrego um peso
Sinto um pesar
E sinto desde muito nova
Já veio comigo
A vida me soa tão melancólica
Momentos alegres já são tão nostálgicos
Sinto como se tudo já tivesse acontecido
Sinto saudade de coisas nunca vividas
Me sinto presa ao corpo
Quero ir tão longe
Mas hoje queria ter ficado mais tempo na cama
Não falo de dias cinzentos
Falo de dias de sol, bonitos
Dias bons
Momentos em família e amigos
Até mesmo amores românticos
É como se tudo já tivesse passado
É como se já estivesse no fim
Já sinto falta de tudo.
Já é de antes - A cada eternidade
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Sinto que o fim é muito atrativo para mim
Sempre busco por ele
Como um velho amigo
Quem nunca me abandonou
Meu companheiro de momentos difíceis
Quem eu sempre recorri em momentos de desespero
Sempre esteve lá quando eu precisei
As vezes cruel com meus sentimentos, mas fiel a mim
Sempre me acompanhando
Em momentos tristes e até mesmo felizes
Eu podia sentir, ele estava lá
Me sentia observada por ele até mesmo quando estava sorrindo
Até mesmo grata
Se eu prestasse atenção
Ele estava na esquina, ali na frente
Como quem me observa
Como quem me diz que qualquer coisa posso correr para ele
Um pouco injusto
Pq olhar pra ele me deixa nostálgica
Minha tendência a melancolia é reconhecida por ele
E ele sabe como me chamar de volta
Talvez ele nunca tenha existido
Talvez seja apenas fruto da minha imaginação
Em algum momento na infância ele precisou ser criado
Meu refúgio
Foi um lugar seguro que encontrei
Um lugar pra onde podia correr
Pra me proteger
Pq nesse lugar eu sempre tive a mim.
Refúgio - A cada eternidade
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As vezes gosto de imaginar como você seria
Como seria comigo
Você seria aquele tipo bravo, mas cuidadoso?
Ou aquele engraçado e amigo?
Eu poderia confiar em você?
Me sentiria segura?
Talvez minhas inseguranças sejam sobre isso
Talvez não
Eu nunca vou saber como seria
Mas gosto de imaginar
O que faríamos juntos?
Qual seria nosso passeio preferido?
Saberíamos a comida preferida um do outro?
Perceberiamos quando um não estivesse bem?
Qual seria nosso gosto em comum?
Nós nos conheceríamos?
As vezes gosto de imaginar o quanto íamos encher o saco da minha mãe
Pq acho que temos,
Tínhamos* isso em comum
Demonstrar amor sempre brincando
Eu me divirto tanto assustando as pessoas
E você também adorava isso
Nós seríamos ótimos parceiros de susto
Queria que você estivesse aqui
Pra cuidar da gente
Pra gente cuidar de vc
Pra nós três rirmos juntos
Pra ser aquela família que nós nunca vamos saber como seria.
Ax - A cada eternidade
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Te escrevi poemas que você nunca vai entender
Por isso te escrevo poemas que você nunca vai ler.
A cada eternidade
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É que tudo tem me dado frio na barriga sabe
Mas nada comparado a borboletas no estômago
Só uma perturbação
Uma ansiedade
Algo sempre está pra acontecer
Tudo está prestes a acabar
Mas o que?
Quem?
Alguém vai embora?
Eu vou embora?
Fotos me dão arrepio
Frases me dão calafrio
Cheiros eu já nem sei o que me causam
Talvez alguém que amo vai partir sem se despedir
Talvez ela vai inventar uma desculpa pra sumir
Ou só vai se afastar gradativamente
E eu vou tentar impedir?
Não sei
Posso dizer que não e simplesmente pedir pra ficar
Posso dizer que não vou deixar acabar assim algo que nem começou
E no minuto seguinte não ter forças pra implorar por nada
Talvez seja isso
Eu já estou esperando pelo fim
Me programando pro final de algo que não teve início
Pq eu quero evitar sentir
Antecipando a dor pra quando acontecer já estar calejada
Já deveria estar depois de tanto
Mas que engano o meu
Pq sinto agora
Vivo o fim agora
Pra lá na frente vive-lo de novo
Nunca vou estar preparada pra partida de alguém.
Partir antes do fim - A cada eternidade
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E hoje já é sua primeira mentira
Quer dizer, a primeira que eu percebi
Apesar que naquele dia vc tbm quis mentir
Mas quando te pressionei falou a verdade
Mas e se eu não tivesse pressionado
Talvez fosse igual hoje
Você mentiu e deu sequência na história
Mas eu estou com o estômago embrulhado
De novo estou vivendo isso
Mentiras não são novidade pra mim
Mas ainda me dão frio na barriga
Pq fico esperando que a verdade venha por livre e espontânea vontade
Pq mentiras me lembram que talvez eu não seja digna de verdade
De honestidade
Nem mesmo de lealdade, que eu prezo tanto
Não dá, não tem como
Essa história de que mentem pq te amam
Mentem pq não querem te perder
Essa conversa também me embrulha o estômago
Essa conversa também me faz sentir péssima
Se não quisesse me perder
Me diria a verdade sem dó, nem piedade
Pq esse é o meu tipo de amor
Honesto, verdadeiro
Não quero mais suportar nenhuma mentira
Pq o acúmulo delas me pega num beco escuro lá na frente
E eu não tenho pra onde correr
A não ser pra mim mesma
Pq mais uma vez ninguém vai me consolar
Não haverá ninguém pra me dar colo
Se não eu mesma
Eu que sempre estive ao meu lado
Até mesmo quando eu mais me odiava
Fiquei, tentei não ficar
Mas acabei ficando
E me acalmei
E fiz meu choro passar
E me dei tempo pra superar
Então eu mereço alguém que me diga a verdade
Que diga a verdade sem desvios
Eu mereço não aceitar mentiras
Eu mereço mais que tudo isso novamente.
Mentiras - A cada eternidade
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Me forço a viver apenas o momento presente quando estamos juntas
Não quero que nenhum detalhe passe despercebido
Não deixo que nenhuma palavra sua se perca
Que nenhum toque seu passe batido
Que nenhuma troca de olhares seja sútil
Deixo pra pensar em tudo que me atormenta nos dias seguintes
Onde suas palavras são poucas
Seu interesse parece nem existir
Onde eu tenho medo que a última vez tenha sido a última vez
Onde a insegurança vem à tona
Onde eu me esforço mais do que deveria pra gente não se perder
Pra gente não se afastar
Onde eu percebo que talvez eu esteja me enganando
Onde vejo que a minha tendência é fazer o esforço que deveria ser das duas
Onde eu entendo que é cedo, mas talvez esteja ficando tarde
Tarde pra ir embora sem resquícios seus
Tarde demais pra não lembrar de você quando nos esquecermos
Mas ainda é bem cedo pra te mostrar esse poema...
Insegurança - A cada eternidade
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