#t'challoki3
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Ainda tinha fome pela manhã, depois da refeição noturna do que era a principal alimentação do local — vegetais — quando queria fast-food. Estava de mau humor quando seu anfitrião despertou e o abraçou, e resmungou seu descontentamento naquela terra tão quente como o homem com quem dividia a cama.
— Sonhei com um paraíso — disse T’Challa com a voz rouca das cordas vocais adormecidas —, e acordo com ele entre os meus braços.
— Seu paraíso é escasso de comida — repreendeu-o.
— Certo. Vista-se com algo confortável e prático — pediu. — Aproveitarei para lhe apresentar o reino.
— As verdes florestas verdes? — indagou.
— E algumas criações, se me permitir.
— Adorei cozinhar ao sol — falou antes de ter um frasco jogado em sua direção. — Loção.
— Um bloqueador solar que a princesa Shuri desenvolveu. Dizem que Jotunheim é um lugar frio.
— Por isso posso absorver calor dos ambientes.
— Sim, mas evite de absorver também a radiação solar.
— A princesinha parece ser a mais inteligente da família — concluiu abrindo o frasco para o cheirar.
— Ela é — garantiu.
Guiou-o dois passos à frente com o convidado que mantinha as mãos às costas, a disposição caso as Dora Milaje decidissem contê-lo repentinamente nos largos corredores ou na mesa posta no salão cercado de gigantescos arcos das janelas. Entregou-lhe um dos pratos, para evitar que Loki notasse a descontente saída de Ramonda antes de sentarem-se à mesa.
Antes que tivesse oportunidade de experimentar seu prato T’Challa o fez por ele, com a bebida de cor e sabor incerto além do perfume sutil do mel com o qual foi adoçado com a mínima quantidade.
— Sou que arrasou com o seu… — disse Shuri antes de pigarrear, sem saber qual título o companheiro do seu irmão levava. E esperava que nunca soubesse, que nunca fosse um relacionamento formal.
— Quem mais sabe? — questionou Loki buscando antecipar as reações, e lembrou-se da Dora Milaje que sorria ao passar instantes antes.
— Apenas a família — afirmou Loki —, e o médico.
— E, possivelmente, algumas Dora Milaje — Shuri riu divertindo-se.
— Todos — concluiu Loki.
— T’Challa nunca tinha feito isso, ficou assustado de verdade — riu. — Não sabia que poderia acontecer… Deveria experimentar — sugeriu ao convidado do irmão.
— Não fique assim — pediu T’Challa ao dono do prato que pegou outra fruta novamente.
— Por que não come sua própria comida — queixou-se Loki.
— Ah, ele teme que tentem te envenenar — disse Shuri. — Você cultivou muitos inimigos. Eu deveria fazer isso — disse antes de levantar-se e retirar o prato.
— Que ela não se atreva — sussurrou o irmão. — E não se preocupe em ser perseguido aqui, ou com o que aconteceu ontem. É estranho, mas não tem do que se envergonhar.
— Não estou, e não colocarei aquilo… aquele… — sussurrou. — Como chamam nesse mundo?
— Alguns chamam de sounding, pela necessidade da sonda em alguns procedimentos médicos, o que não foi o nosso caso… — riu ao pegar uma fruta mais. — Então prefiro chamar de haste peniana.
— Nunca mais usarei esse brinquedo perigoso novamente — declarou.
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Guerras eram o que preocupavam T’Challa, e enquanto não fosse uma ameaça real ou ao menos sutil sorria. Seu povo estava bem e sob sua proteção, com recursos para sobreviver em caso de isolamento total, como mantiveram por tantos anos, e habilidosos na arte de combate.
Desceram do jipe aberto que T’Challa dirigia ao avistarem o primeiro rinoceronte-branco, para caminhar em direção à criação cuidada pelos pastores da fronteira. Assim alarmariam os animais e dariam mais tempo para que fossem recepcionados. O rei apenas acenou, de longe, depois de um dos pastores observar os arredores em vigilância comum às Dora Milaje que acompanhavam sua alteza.
— Tem muita vida aqui — afirmou Loki ao ver dois filhotes. — Talvez tanta vida devesse ser celebrada.
— O que sugere?
— Retribuição, simples e ingênua — sugere com seriedade. — Porém lamentável estarmos em público, e eu não estar liberado para minhas… habilidades — concluiu agitando os dedos.
— Entendo… Então talvez eu possa aprovar uma exceção — concordou em um sussurro mesmo que estivessem sozinhos em um raio de mais de cinco metros. — O que faria? — perguntou sentando-se em uma rocha.
— A pergunta certa — riu — é o que eu não faria.
Arqueou os braços em um gesto amplos e logo tinha um falso rinoceronte-branco pastando a poucos passos para apreensão de Okoye até que o rei lhe fizesse um gesto de que havia permitido a ação. T’Challa cruzou os braços, acompanhando a reprodução dos animais até estarem ocultos por trás da barreira.
Parou às suas costas e tocou-lhe o ombro antes de outro idêntico prosseguir, com a pálida mão deslizando da coxa ao joelho do rei antes de prostrar-se com um dos joelhos no chão. Acariciou-o superficialmente entre as pernas, com alguma pressão ao ao notar a reação mais confortável de T’Challa, em afastar mais os joelhos e lhe dar passagem para que fosse livrado do cinto.
— A noite inteira… — T’Challa ouviu sussurrante após ser abraçado pelos ombros — sem satisfazer-se. Aguardando pacientemente...
Fechou os olhos quando foi provado, ainda de braços cruzados.
— Em local aberto — continuou ao seu ombro —, sob o sol de seu país — provocou. — Quer que eu faça de outro modo?
— Não — recusou. — Não, está — suspirou.
— Por quê não uma língua de serpente? — indagou.
— Uma o q… — Olhou para baixo. — Uou!
— Devo parar com isso? — questionou mordiscando a orelha antes de a soprar. — Devo...
Deixou-o respirar com dificuldade antes de voltar ao ritmo calmo de antes, até controlar-se o suficiente para descruzar os braços e correr os dedos por entre os fios na sua frente, deixando-o livre até sentir a língua penetrar-lhe novamente, brincalhona e suave antes de retirar-se.
— ...Loki — suspirou de voz grave.
— Relaxe, rei — ordenou ainda preso aos ombros que se moviam com a agitação da respiração. — Solte-o, rei — mandou quando notou os dedos entrelaçados aos fios agora embolados.
Deixou de ser ouvido enquanto T’Challa tentava esconder o ruído involuntário, umedecendo os lábios antes que mais suspiros escapassem, rebeldes.
— Aquela é Shuri? — perguntou levantando os ombros para ver entre os chifres dos animais. — Está falando com uma Dora Milaje. Acho que estão te procurando.
— Não agora… — sussurrou T’Challa. — Não… Não é hora.
— Eu resolvo isso, gatinho travesso — afirmou em um estalar de dedos.
Logo um terceiro seguiu por entre os animais, dizendo às mulheres como eles eram belos e garantindo que o rei havia conversava com os demais heróis pelo comunicador.
— Tudo resolvido, por enquanto — garantiu com os dedos sob a camisa, alongados até alcançarem o relevo do peito e beliscar até que T’Challa protestasse a dor.
— Seria ainda melhor se fosse você entre minhas pernas — confessou.
— É, não se pode ter tudo — lamenta inclinando-se para ver o que estava ocupado.
T’Challa ofegou alto, puxando para si os lábios até que não tocassem apenas o apêndice, tornando a trazê-los quando insistiam em se afastar e mantendo o controle para não ferir aquela ilusão, que se desfaria com facilidade entre suas mãos. Surdo ao próprio êxtase que escapava do fundo da garganta — satisfeito.
Afastou as mãos do tórax do mais jovem, com um último beijo no seu pescoço ao dizer: — O que eu não…
— ...faria? — questionou Loki entre seus joelhos, terminando de lamber os últimos resíduos para guardar onde havia encontrado.
— Você… — suspirou exausto e surpreso. — A sua língua e… Como sua ilusão pode parecer tão real?
— Séculos de prática — afirmou levantando-se com o apoio na perna de T’Challa.
— Isso pode ser perigoso…
— Então não tenho mais permissão? — questionou ao fazer desaparecer os animais e as mulheres que criou. — Achei que pudesse tornar mais… interessante. Lamento — desculpou-se com falso arrependimento.
— Quão interessantes pode tornar? — indagou com aceitando a ajuda para levantar-se.
— Do modo que preferir — garantiu. — Alguém mais jovem. Ou mais velho — afirmou ao passar a mão pelo queixo, o que fez surgir uma lustrosa barba branca, como os fios e marcas de expressão, que se tornaram a seguir.
— Pare! — pediu. — Eu disse que o quero como se sinta confortável, como jotun ou… a forma que costuma usar. Embora eu confesse que gostei dos gêmeos — confessou. — Quantos pode fazer?
— Quantos o rei precisar — afirmou.
— Mesmo que sejam todos você ainda é único — declarou soltando-lhe a mão para tomar o rosto com delicadeza antes de o beijar.
Gestos delicados e diversos que envolveram Loki quando não soube precisar quanto tempo demorariam, como aprendizes, apenas, sem a volúpia da primeira noite. Testando e conhecendo-se agora que a impetuosidade havia se apagado, invertendo a ordem lógica que deveriam seguir.
Heróis não tinham tempo à perder.
❈
Não demoraram a ver as Dora Milaje no lado contrário do que suas imagens estavam um momento antes, guardando o caminho que seguiram para o limite com a floresta, caminhando ombro a ombro, em passos firmes de sua alteza que prezava a postura, e descontraídos do alienígena que momento ou outro arrancava uma grama mais alta do trajeto que seguiam. Cada qual realizado ao seu modo àquela estranheza incerta do relacionamento, uma promessa confidenciada de serem humanos, ainda que apenas um não o fosse.
— Acampem aqui — pediu T’Challa —, mostrarei as redondezas a ele.
— Sua alteza, isso é…
— Sem recriminações, Okoye. Você sabe o que penso a respeito dele — encerrou. — Ficarei bem — afirmou —, apenas aguardem.
Desequilibrou Loki ao puxá-lo pela mão, e cruzaram os dedos ao iniciar a caminhada à margem do volumoso rio, mantendo-o próximo a todo momento em que tentava afastar-se, fosse para explorar ou apenas evitar o gato pegajoso, como foi rispidamente acusado se ser.
— Mudou de ideia? — questionou.
— Quanto a quê, humano? Seja específico — pediu exigente ao tornar a tentativa de que sua mão fosse solta.
— Quanto a nós — esclareceu ao parar de caminhar.
Parou com a pálida mão entre as suas e não o olhou mais quando não ouviu resposta, detendo-se apenas nos quinze dedos na altura do peito até que os outros cinco surgissem quase fantasmagóricos para reaver sua gêmea.
— Nunca considerei nós — afirmou em respeito aos sentimentos alheios.
Não seria bom estar isolado e sem testemunhas para o conflito que pudesse surgir. Uma coisa era lidar com um ex-pirata espacial terráqueo, e no outro extremo era lidar com um reino terráqueo enquanto estivesse no outro território.
— Está sendo sincero? — questionou. — Porque parecemos ser compatíveis juntos — insistiu de testa franzida.
— Certamente parece — sorriu de palmas juntas —, para um…
— Humano insignificante? — questionou. — Parece fazer questão de dizer isso. Tem algum significado dizer que não tem significado?
Loki passeou com a vegetação beira-rio quase na altura dos joelhos, sem querer responder a verdade daquela lógica que já sabia a tanto tempo. Humanos viviam em um piscar de olhos, amadureciam rapidamente, e as crianças sempre pareceram mais inteligentes que os adultos em sua simplicidade e rebeldia. Talvez todos os mundos, como Asgard ou Jotunheim apreciassem mais a vida se tivessem menos dela para guardar tantos rancores. Humanos tinha suas diferenças, incontáveis para uma raça contra si mesma, com guerras revalidadas e ainda assim sem perpetuar a cólera ancestral.
Aquele era o tempo para um humano amar, e há muito havia parado de invejar a brevidade de suas vidas — com dores ou amores — para tentar ser um igual. Sorriu ao lembrar que quase oito bilhões o odiavam ali.
Caminhou de volta ao local em que o havia deixado, colocando-se de costas para a árvore para que pudesse o olhá-lo.
— Se eu considerar…
— Considere — pediu.
— ...poderá me deixar em complicada situação se houver diferenças entre Wakanda e Os Vingadores, ou Os Vingadores e Asgard.
— Não o faria escolher um lado.
— Faria, caso eu fosse subtraído. É o que as emoções humanas fazem. Sou um objeto que poucos preferem que eu não seja eliminado. Mero objeto político.
— Nunca será, para mim. Então considere — exigiu.
— Considerar… — experimentou o sabor da palavra. — Considerarei-o — prometeu —, mas não a relação — recusou-se.
— Acredito que eu deva me contentar com isso por algum tempo mais — sorriu. — Mudará de ideia.
“Não permitirei que perca seu tempo”, era o que gostaria de lhe dizer. No entanto a vida humana era extremamente fugaz, e, se os humanos eram urgentes, que T’Challa Filho de T’Chaka o tivesse tanto quanto imaginava ter.
— Como imagina que fará isso? — desafiou-o até que também sorrisse.
Sentiu as mãos firmes sob seus braços deslizando até que parassem no quadril, onde os dedos apertaram sem pudor. Seus olhos também brilhavam em expectativa.
— Está me provocando aqui — T’Challa disse —, novamente expostos.
— Dizem que sou um demônio — afirmou.
— Eu havia dito para vestir algo confortável — repreendeu-o.
— Estou confortável — garantiu.
— Está selado — contestou em desaprovação à roupa tão justa.
Loki esticou-se para o tornozelo esquerdo e estendeu a mão para o pequeno gancho dentro da bota, de onde em seguida puxou o zíper embutido até o cós, livrando-se daquela parte da roupa.
— Perfeito — falou ao deslizar a mão pela pele mais fria do que deveria estar.
Mergulhou-a no interior da coxa entre Loki e o tronco áspero da árvore antes de suspender a perna e enlaçar-se, deixando-o na ponta do outro pé e em busca do equilíbrio do seu ombro.
Brincou com a pele alva após livrá-la da cueca, perguntando-se o que Loki faria se interrompesse mais do que o tempo para desafivelar seu cinto e untar o preservativo com o spray tirado do mesmo bolso que o pequeno envelope
Loki puxou-o para o beijar os dentes perfeitos com avidez antes provar o pescoço escuro, com movimentos dos quadris ainda que T’Challa tivesse ambos entre a mão esquerda ao apoiar-se na árvore com a outra, equilibrando-se por ambos. Respirou pela boca quando foi posicionado à sua entrada e perdeu o apoio do chão, de largos olhos pela posição que julgou conhecer — na horizontal.
Enlaçou o pescoço para evitar cair.
— Você é… — disse T’Challa — Tudo o que eu buscava — afirmou lhe tirando o cabelo do ombro antes de beijar a articulação.
Ouviu-o gemer ao seu ouvido, em ondas quase engasgadas quando pressionou o quadril para reger o movimento, à sua mercê em uma inversão de títulos. Explorou o relevo da coluna mesmo sobre o traje, e talvez o convencesse a retirar para que entrassem no rio.
— Isso — Loki silvou ríspido, sem suporte próprio. — Isso, humano! Mova-se! — exigiu de voz grave. — Não ouse parar!
— Eu deveria fazer isso — confessou.
— Não ouse… Sim! — gritou movendo a garganta beijada antes dos lábios serem alcançados e devorados. — Ah, humano… não ouse — advertiu em deleite. — Sim! — bradou novamente. — Um rei… e um deus.
— O meu deus — declarou possessivo
— O meu gato travesso! Isso! Um gato travesso para o deus das travessuras! Isso, T’Chal… ...la — disse entrecortado —, iss…
Afastou-o para ver seus olhos fechados e beijou-os, e mordiscou o nariz para que os ombros se afastassem e os quadris se movessem na sua direção, reflexivos. Deixou-o saber ser agradável, e arrepiou-o com as cócegas dos beijos no pescoço. Novamente o via descontrolar-se. Reduziu o ritmo, contrariando-o.
Não arriscaria o mesmo da noite anterior, queria-o desperto.
— Como está? — perguntou.
— Quando me deixará… — rosnou, surpreendido por outro movimento.
Colou-se mais ao outro, manchando a roupa de ambos, e logo não era o único a terminar, ajoelhados vagarosos voltados um para o outro até recuperarem-se com sorrisos confidentes antes do zíper voltar para o lugar — mesmo com poeira.
T’Challa levantou-se primeiro, alcançando uma folha larga que pudesse envolver o látex que guardou no bolso oposto de onde foi tirado.
— Não deveria arrancar — censurou-o Loki.
— Sou o rei desse lugar — lembrou-o. — Ninguém pode, além de mim — esclareceu antes de sentar-se.
— Há quanto tempo explora as árvores desse modo? — questionou sentado ao lado.
— Essa é a primeira — afirmou com o braço em suas costas para que deitasse a cabeça em seu ombro. — Lembrarei de trazer guardanapos.
O sol estava baixo quando chegaram, e havia corrido à linha do horizonte em alerta de que logo seria noite.
— Poderia estar aqui para sempre — ofereceu T’Challa —, comigo.
— Não estaremos — respondeu arrogante. — Compromissos reais — desviou.
— Nem me fale… Tenho compromissos inadiáveis na próxima semana. Tere as roupas — convidou levantando-se —, vamos nos lavar.
— No rio?
— No rio — confirmou.
— Não vou entrar nessa água — recusou vendo-o tirar o tradicional hábito de Wakanda antes das botas.
— Os crocodilos não ficam nessa água — garantiu com um sorriso.
— Não seja ridíc…
— É, eu sei… Mas você tem muitos receios para um deus — desafiou-o.
Despiu-se com alguma raiva, mal-humorado com a infantil brincadeira terráquea de respingar água quando ambos estavam encharcados, e saiu do rio antes da claridade findar, irritado por ser lembrado de sua natureza — nem humana e nem asgardiana — gélido ao vestir-se e absorver algum calor para a longa caminhada de volta.
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