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Capítulo 134
– Susan
Jade: Oi, o Luan já acordou? – ela perguntou quando eu atendi o telefone
Susan: Oi, ainda não. Que horas é a consulta?
Jade: A médica ligou pra mim e pediu para irmos agora porque ela tem de resolver um assunto pessoal.
Susan: Tá bom, vou acordar ele, se quiser já pode vir.
Jade: Beleza, brigada. – desliga. Vou em direção do nosso quarto, caminhando preguiçosamente.
Susan: Amor, – acendi a luz e ele se mexeu. — A Jade acabou de me ligar, a consulta dela é mais cedo. – sento na cama e ele abre os olhos e faz que sim antes de sorrir
Luan: Ela já está vindo pra cá?
Susan: Aham, então levanta. Estou fazendo o café.
Luan: Antes, me dá um beijo. – estica os braços e me puxa. — Bom dia. – sua voz é baixa e ainda está carregada de sono, mas mesmo assim ele faz questão de sorrir e me dar vários beijos.
Susan: Bom dia. – passo a mão no seu cabelo grande o colocando para trás. Ele começa a se espreguiçar e treme de leve
Luan: Tô com uma preguiça. Queria sair daqui não.
Susan: Mas precisa. A Jade já está de seis meses e você sabe que é muito importante você estar sempre presente.
Luan: Eu sei amor, e estou, mas ela tem que parar de marcar as consultas tão cedo. – ele diz indignado e eu dou risada
Susan: Para de ser chato, é uma vez no mês que isso acontece. – fico de pé — Acho bom você levantar e tomar um banho pra acordar. A Jade já está vindo.
Vou pra cozinha e termino de fazer o café. Sento na bancada com uma xícara de café preto enquanto amasso a banana pra comer com aveia.
Eu tomo meu café e nada de Luan aparecer na cozinha, e quando eu vou acordar ele de novo a campainha toca. Abro e vejo Jade com o barrigão dela. Ela sorri e e entra. — Já falei pra você entrar direto.
Jade: Na próxima eu lembro. Juro. Cadê o Luan?
Susan: Adivinha? Senta e come alguma coisa enquanto eu vou acordar ele. – ela assente e vai pra cozinha. Ao entrar no quarto ele já está de bruços dormindo como um bebê. Puxo a coberta e passo a unha no pé dele que dá um pulo de susto. — Eu falei pra você levantar. A Jade já chegou. – ele revira os olhos e fica de pé
Luan: Você é muito chata sabia? – questiona indo pro banheiro
Susan: Eu sou o amor da sua vida meu bem. Aceita isso.
Luan: Não tem mais jeito né? – sua voz ecoa no banheiro
Susan: Ainda bem que você sabe que não.
Jade: Ele dormiu de novo né?
Susan: Como sempre.
Jade: Mês passado eu fiquei aqui na porta por quase uma hora tocando a campainha, ligando pra ele, e nada do Luan acordar.
Susan: Tem dias que é tão difícil tirar ele da cama. – eu sorrio e coloco minha xícara e o prato na pia
Jade: Susan, eu sei que você não quer que meu filho se chame Pedro, mas não é nada com o seu amigo, eu quero que ele tenha o mesmo nome do meu irmão. – ela diz depois de um tempinho em silêncio. Fico olhando pra ela sem saber o que responder. Eu odeio a ideia dela pôr o nome do bebê de Pedro, porque tudo começou quando Luan deu a ideia só para que eu me sentisse melhor, o que obviamente não aconteceu, eu fiquei puta com essa atitude dele.
Susan: O filho é seu, e você dá o nome que quiser. – meu tom sai um pouco grosseiro e ela suspira fazendo que sim. Eu saio da cozinha e sento na sala.
Luan: Cadê ela? – ele aparece na sala com uma calça jeans, camiseta preta e aqueles tênis horrorosos que ele ama.
Susan: Cozinha. – ligo a tevê
Luan: Que foi? – passa a mão no cabelo molhado
Susan: Nada.
Luan: Cêis já brigaram? Não durou muito.
Susan: A gente não brigou, eu só não suporto a ideia do nome desse bebê ser Pedro. – digo com birra e ele cruza os braços
Luan: Vou tentar fazer ela mudar de ideia, eu prometo.
Susan: Não adianta Luan, ela quer colocar esse nome por causa do irmão dela. Se fosse eu faria a mesma coisa.
Luan: Mas mesmo assim eu vou falar com ela.
Susan: Deixa isso quieto. E vai tomar café logo pra vocês saírem daqui.
Luan: Nossa que mau humor loira, credo. – ele sai da sala
Pego meu celular e disco os números da Cris.
Cris: Bom dia Su! Como você está?
Susan: Bom dia Cris, deixa eu te falar, você já olhou seu e-mail hoje?
Cris: Ainda não, por que?
Susan: Te mandei um dizendo que preciso de uns dias em casa.
Cris: Mas você tá bem?
Susan: Sim eu estou, mas foi recomendação médica.
Cris: Qual médico? Porque se foi a Esther ela quer nos afastar.
Susan: Sim foi ela, e não, ela não quer nos afastar. Eu só preciso reorganizar minha vida e meus pensamentos.
Cris: Tudo bem! – seu tom é ríspido, o que me faz revirar os olhos. — Quando você quiser voltar me avisa.
Susan: Ok, – desligo. Vou até a cozinha e eles conversam sobre algo engraçado, pois Jade está rindo muito.
Luan: Que cara é essa?
Susan: Falei com a Cris…
Luan: E aí?
Susan: Ela não gostou e sacou que foi uma recomendação da Esther. – dou de ombros
Luan: Vai ser melhor pra ti, cê vai ver.
Susan: Eu não sei mais se vai ser. Não era para eu estar sentindo isso era? Um sentimento ruim.
Luan: Eu acho que você está sentindo isso porque não queria aceitar que a Cris está te fazendo mal.
Susan: Nós só estamos discordando das coisas, ela é a mãe do melhor amigo.
Luan: Ele não está mais aqui amor, você já está aceitando isso, a Cris não. Cê precisa enxergar isso. – balanço a cabeça
Susan: É, você tem razão. – fico em silêncio por alguns minutos — Vocês não precisam sair daqui agora?
Luan: Aé! Vamo, – olhou pra Jade que ficou de pé fazendo que sim.
Susan: E quando vocês voltarem, passem no Giacone e peguem comida porque não quero cozinhar hoje.
Luan: Sim senhora. – se aproxima de mim e me dá selinhos — Te amo.
Susan: Vão com Deus, te amo. – eles saíram pela porta e eu comecei a lavar roupa.
Estou deixando pra lavar uma vez na semana porque é melhor, eu junto tudo e lavo de uma vez só.
Passo as horas seguintes limpando a casa enquanto a máquina faz o seu trabalho. — Eita que vocês demoraram. – exclamo quando Luan e Jade adentram a sala.
Luan: Tava lotada a clínica, tivemos que esperar quase uma hora.
Jade: E pra ajudar tinha uma mulher fazendo escândalo. – senta no sofá
Susan: Passaram no Giacone?
Luan: Puts! Esqueci. Mas vou lá rapidão. – pega a chave do carro de novo e sai de casa.
Jade: Tem agua gelada?
Susan: Tem, mas tem suco também.
Jade: Do que?
Susan: Laranja.
Jade: Pega pra mim? – faz aquela cara de dó, eu apenas reviro os olhos e vou pegar
Susan: Olha aqui, você não começa a me explorar não porque eu estou ocupada.
Jade: Eu juro que é só o suco. Brigadinha. Você é um amor. – vou pro banheiro terminar de lavar e ouço quando ela liga a tevê e coloca alguma coisa no Netflix.
Eu não lembro quando nos tornamos amigas, na verdade eu não sei se posso usar esse termo… Antes era rivalidade porque ela era a ex e eu a atual, então claro que tínhamos uma rincha, então ela me disse que ele me amava, e tudo mudou entre nós, depois ela era a grávida e eu só a namorada, agora eu sou a noiva e ela a mãe do bebê… Mas eu realmente não me lembro qual foi o momento em que nos aproximamos, em que eu dei a liberdade dela entrar direto em casa. Tudo aconteceu muito rápido, ela já está de seis meses, e praticamente mora com a gente, ela vive aqui em casa por ser mais perto do centro e não ter de passar tanto tempo dentro de um carro. Isso não me incomoda mais, no começo eu queria jogar ela para fora, mas agora eu até assisto série com ela enquanto esperamos o Luan chegar do trabalho.
Luan: Amor, – sua voz é alta, e saio do transe. Olho pra porta do banheiro e ele está me olhando
Susan: Que foi?
Luan: Eu trouxe a comida. – seus olhos estão atentos — cê tá bem?
Susan: Aham. Deixa só eu terminar aqui e já vou comer. – ele assente e sai. Termino de secar o banheiro, lavo minhas mãos e levo as coisas para a lavanderia.
Jade: Tá uma delícia, – exclama olhando para Luan
Luan: Está mesmo.
Susan: O que você pegou? – sento com eles na mesa
Luan: O prato do dia. Medalhão de filé mignon, risoto de espinafre e risoli de mussarela de búfala. – o cheiro é delicioso mesmo, mas eu não estou mais com fome. Sorrio, e sirvo um pouquinho de cada coisa, cortando o filé mignon em um pedaço pequeno demais. — Por que você só vai comer isso?
Susan: Não estou com tanta fome. – eu digo e olho para ele que me encara
Luan: Mas cê disse que tava com fome. – eu dou de ombros
Susan: Passou… Acontece.
Jade: Não comigo. – ela ri e isso me irrita demais. Olho para ela com uma cara que diz para calar a boca.
Susan: Não vou conseguir ficar em casa! – exclamo me recostando na cadeira — já estou entediada e de mau humor! – explodo olhando para meu noivo que desata a rir — Por que você está rindo?
Luan: Eu sabia que cê não aguentaria um dia se quer em casa.
Susan: Não estou achando graça nenhuma. – cruzo os meus braços
Luan: Desculpa amor, mas eu não aguentei. A gente pode sair todo dia se você quiser.
Susan: Preciso achar alguma coisa para fazer que não seja limpar casa.
Jade: Podemos terminar de comprar as coisas do bebê, e organizar meu chá, o que você acha? – não quero passar mais tempo com ela
Susan: Se for me distrair, tudo bem. – eu dou de ombros
Luan: Por que não fazemos aqui? – nós duas olhamos para ele
Jade: Se não for problema pra vocês. – eu não falo nada
Luan: Não é, né amor?
Susan: Não. – murmuro colocando um pedaço da carne na minha boca
Luan: Então fechado! Vai ser aqui. – ele disse todo animado, e isso fez eu me sentir egoísta. É o filho deles, eles estão ansiosos e precisam disso.
Susan: Posso pedir pro André fotografar no dia.
Jade: Siim! Por favor. Ai vai ser lindo. Eu já estou ansiosa.
Luan: Precisamos decidir o dia.
Jade: Sim, vou falar com a minha mãe, porque meu pai pode não conseguir vir.
Susan: Vai ser chá bar? Pros homens também participarem?
Jade: Pode ser!
Luan: Gostei.
Eu sorri por eles estarem felizes, mas me senti estranha pelo simples fato de ser o chá do bebê deles, eu sei que já devia ter superado, mas isso me atingiu mais do que deveria. Quero não ser assim, mas não é fácil.
Esther: Oi Susan. – ela parece feliz
Susan: Oi, como você está?
Esther: Eu estou muito bem e você?
Susan: Não consigo decifrar esse sentimento.
Esther: Posso te ajudar se você me contar.
Susan: Eu estou angustiada, porque percebi hoje que me aproximei da Jade de uma forma que eu não queria, mas simplesmente aconteceu. Só que isso está me corroendo, eu não lembro quando foi que dei liberdade pra ela.
Esther: Isso aconteceu quando você viu que era melhor ser amiga da mãe do filho do seu noivo do que inimiga e afasta-lo de você.
Susan: Mas por que eu estou me sentindo assim?
Esther: Você é humana Susan, se sente culpada como qualquer outra pessoa. Mas você tem que se lembrar que quem vai se casar com Luan é você.
Susan: Mas quem vai ter um filho com ele é ela. – retruco
Esther: Isso não quer dizer que ele vai te esquecer. Pensa que daqui uns anos será você que estará esperando um filho dele.
Susan: E se eu não quiser ter filhos? E se isso for demais pra ele?
Esther: Você mudou de ideia?
Susan: Não sei mais o que eu quero. Não quero ter de provar algo pra alguém.
Esther: Você não está provando nada há ninguém Susan. Se vocês perceberam, isso está te fazendo bem. Antigamente você se privava de ter emoções, por muito tempo você não soube lidar com o que sentia, e agora, você não tem mais o controle, e isso obviamente te assusta, mas não é um monstro. Aconselho você a conversar com Luan, e só me ligar de novo quando resolverem tudo.
Susan: Ok, eu vou tentar. – desligo e vou tomar banho.
Quando termino de me trocar ouço a porta da frente ser aberta e fechada em questão de segundos. Deito na cama e pego meu celular. — Você deixou ela na casa dos seus pais? – questiono quando meu noivo entra no quarto
Luan: Aham, não queria que ela fosse sozinha. É tarde e tá perigoso.
Susan: Era só colocar ela num táxi ou uber, é bem seguro.
Luan: Mas eu quis levar ela. – tira a camisa e pega a toalha.
Meu sangue ferve, ele sabe que toda vez que ele vai pra Alphaville sozinho é perigoso, porque é quase uma hora daqui. O que custa ela ir sozinha? — Amor?
Susan: Quê?
Luan: Pega um condicionador pra mim, acabou o daqui. – levanto e entro no banheiro. Abro a porta do armário e pego. Estico a mão e ele fica me olhando — Que foi?
Susan: Nada. Pega logo o condicionador Luan! – ele o faz
Luan: Fala por que você tá assim.
Susan: Não quero.
Luan: É, mas daqui a pouco começa a falar um monte de merda e eu vou ser obrigado á ouvir.
Susan: Você não é obrigado ouvir nada! Só sair de perto de mim, simples! – dou as costas pra ele
Luan: Tá vendo? Você está puta, provavelmente por alguma coisa que eu nem sei que fiz. – saio da cama de novo e entro no banheiro
Susan: Você se faz de besta isso sim! Luan você sabe muito bem que eu não gosto que você leve a Jade até a casa dos seus pais, porque é longe pra ti voltar sozinho. Mas não, você ignora o que eu falo e leva ela chegando tarde em casa!
Luan: Aaah, então é por isso? Tá com ciúme da Jade á essa altura? – minha raiva aumenta
Susan: Não é ciúme, é raiva! Eu sei que ela está nos últimos meses e você quer participar de tudo. Agora passar o dia aqui, e ir embora tão tarde já é sacanagem.
Luan: Somos amigos e você sabe.
Susan: Foda-se se vocês são amigos! Ela tem que se tocar.
Luan: De novo a gente vai ter essa mesma conversa?
Susan: Sim! De novo, porque você se faz de sonso Luan, você finge não perceber as coisas, mas você percebe tudo! – ele revira os olhos e passa o condicionador no cabelo
Luan: Não quero brigar.
Susan: Mas eu quero! Estou afim de falar tudo que está estalado na minha garganta.
Luan: Começa então. – a calma dele me irrita tanto! Quero jogar coisas nele pra que ele pare de ser assim!
Susan: Eu não quero que ela venha aqui quando eu não estiver, e também que você não a leve até a casa dos seus pais!
Luan: Sério? Para né loira.
Susan: Para nada. Ela é adulta e pode andar sozinha por aí, então para de bancar o ex atencioso.
Luan: Faço isso porque gosto dela. – a forma como ele fala me atinge, ele não falou por mal, mas como falou deu á entender que sim.
Susan: Nossa Luan! Era tudo o que eu queria ouvir de você agora, tudo! – saio do banheiro. Pego meu travesseiro e minha coberta e vou para o quarto de hóspedes.
Estou me sentindo mal, ele não precisava falar daquele jeito. Da mesma forma que ele trocou a Jade por mim, ele pode fazer isso de novo. E isso me aterroriza demais, porque eu não quero passar por isso.
Minutos depois a porta abre e ele fica parado olhando pra mim.
Luan: Eu não quis dizer aquilo.
Susan: Fica aí! – exclamo quando ele se aproxima — Talvez você não quisesse falar aquilo mas o fez, então sai daqui e me deixa dormir.
Luan: Não quero dormir brigado contigo.
Susan: Eu não estou nem aí Luan! Sai daqui, você está de novo me deixando em segundo plano. Eu faço tudo pra ti, e você vai e passa mais tempo com a sua ex, do que comigo que sou a sua noiva. É isto.
Luan: Não sei porque você está reclamando se esses dias você ficou trabalhando igual louca e nem teve tempo pra gente.
Susan: Do mesmo jeito que você ama seu trabalho, eu amo o meu, e e sim, eu estava porque tenho uma doença que me domina todo santo dia, e eu preciso me ocupar.
Luan: Agora é a culpa da depressão? Cê tem que começar a assumir o que faz ao invés de ficar colocando a culpa na sua doença. – dito isso ele sai fechando a porta.
Ouvir tudo isso dele não me ajudou em nada, meu noivo só conseguiu fazer eu me sentir pior do que eu já estava.
De manhã quando eu levantei ele não estava em casa. Fiz minhas coisas e resolvi ir na academia já que não apareço lá á um tempo.
(…)
Ao entrar em casa depois de treinar, ouço vozes conhecidas. Luan claro, e Rober. Eles estão na cozinha. Vou direto pro quarto tomar um banho.
Susan: Oi, – murmuro ao entrar na cozinha onde eles bebem tereré e conversam.
Rober: Oi Su, como cê tá? – me abraça
Susan: Estou bem e você? – olho para ele que sorri
Rober: Bem graças a Deus.
Susan: Ah que bom. Só vim fazer meu shake, já estou saindo. – pego as coisas no armário e na geladeira.
Luan não olha ou fala comigo, mas também eu não quero que ele o faça, ainda estou brava com ele.
Rober: Fica com a gente aqui pô.
Susan: Quem sabe depois, tenho umas coisas pra fazer. – ele assentiu
Luan: Vou mijar. – levantou da banqueta e saiu
Rober: De novo cêis tão brigados?
Susan: Ele não falou?
Rober: Não, só ficou sério o tempo todo e quando eu perguntei ele não quis falar, então viemos pra cá.
Susan: Bom, se ele não quis falar, eu também não vou. – chaqualho o líquido no copo e tomo o meu pós treino.
Rober: Olha, eu não vou nem falar nada. Vocês são dois safados isso sim, fica de graça.
Luan: Cuida da sua vida Testa. – dessa vez ele olha pra mim, mas não parece estar com raiva
Susan: Bom, vou ver série, foi bom te ver Roberzinho.
Rober: Você também. – abraço ele de novo e vou pro quarto.
Durante todo o dia Luan não fala comigo ele me ignora totalmente, e eu fico bem na minha também, querendo evitar mais brigas.
Ele entra no quarto quando já é noite e vai tomar banho, quando ele sai, se troca colocando roupas lindas, arruma o cabelo, passa meio vidro de perfume, pega o celular, e mais umas coisas que sempre ficam em cima da cômoda.
Meu noivo vai até a sala fala com alguém no celular, desliga e volta no quarto.
Luan: Vou trabalhar, e depois talvez vou dar uma passada no Matheus. – fala da porta. Sem esperar resposta ele sai.
Fico pensando aonde ele vai se o Dudu não está em São Paulo esses dias.
Passo horas na cama vendo série, e quando é meia noite meu celular começa a tocar.
Susan: Oi Gabi.
Gabi: Já está pronta?
Susan: Pra quê?
Gabi: Você não vai no show do Lucas Lucco?
Susan: Não, por que eu iria?
Gabi: Luan vai, já está vindo pra cá. – filho da puta
Susan: Ah sim, não vou não Gabi, deixa pra próxima.
Gabi: Afe, mas se mudar de ideia, depois do show vamos ir pro meu apê ficar bebendo lá. Aparece.
Susan: Me manda uma mensagem.
Gabi: Tá bom.
Ele não ia trabalhar? Como eu fico de boa quando meu noivo não colabora? Só de raiva eu vou pra casa da Gabi.
Vou usar aquele vestido que ele não gosta por achar curto e colado demais.
Era quase duas da manhã quando a Gabi me mandou mensagem dizendo que eles já estavam indo pra casa dela, e ela me avisaria assim que estivessem lá, e ao chegarem, eu me troquei, prendendo o cabelo num coque, colocando o vestido com uma blusa de frio do Luan, calcei meus tênis de sempre e peguei minha chave do carro. Antes de sair de casa peguei a garrafa de whisky que Luan comprou esses dias.
Ao chegar na Gabi, eu entrei e todos os olhares foram direcionados para mim, inclusive de Luan. Ele ficou mais branco do que já é, mas ignorei. Abracei minha amiga, a Bu e fui cumprimentar Rober, Douglas e o tal do Lucas Lucco. Tinha uns amigos dele também. Dei um beijinho no Luan e sentei na perna dele.
Luan: O que cê tá fazendo aqui?
Susan: Você não ia trabalhar? – ele não responde e olha para meu vestido com mais atenção
Luan: Sério? – faço que sim — Fecha a blusa. – ele fala baixo mas seu tom é autoritário
Susan: Não estou com frio. – tiro a mão dele quando o mesmo tenta subir o zíper. — Vem cá, vamos só beber ou vai ter algo pra comer nessa casa? – questiono ficando de pé
Gabi: Pedimos comida no Giacone. Já deve estar chegando.
Susan: Ótimo, o que tem de bom aí? – vou até a cozinha para pegar uma bebida. Pego uma taça e coloco vinho branco, ao me virar meu noivo está espumando de nervoso. — Que foi?
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