#quando e que o dor termina...... se faz favor...... mato-me
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Fato nº1: Ninguém quer realmente estar em um relacionamento que faz mal e machuca, precisamos parar de culpabilizar as vítimas!
Culpar essa pessoa não funciona, eu juro para você.
Quem está nesse relacionamento está sofrendo e a ultima coisa que a gente precisa no meio disso é ouvir o quanto somos fracas ou burras por estamos ali.
Às vezes demoram anos para percebermos que aquele era um relacionamento abusivo. A gente gosta e confia naquela pessoa, como o amor da nossa vida, seria capaz de tal coisa?
Você demora a acreditar que a pessoa que você ama não te ama também. Cada um tem sua forma de demonstrar amor, carinho e afeto. Ok. O ponto é que, por estarmos muito envolvidas naquela situação, não percebemos que a pessoa com quem estamos demonstra ignorar nossas necessidades através de censuras, descasos, violência verbal e/ou física.
Mesmo quando a gente percebe que está em um relacionamento ruim, sair dele parece impossível. Porque a pessoa acha que, se sair, não vai conseguir arrumar ninguém nunca mais, que deveria agradecer por alguém aguenta-la, que ela é um lixo etc.
Como diria a brilhante Jout Jout sobre relacionamentos abusivos: “Uma parte de você sabe, mas, você meio que não sabe ao mesmo tempo”.
Vamos ter mais empatia, por favor!
Fato nº2: A mulher, desde cedo, foi criada para servir, obedecer e ceder.
Desde cedo ouvimos que é preciso ficar comportada, menina não faz esse tipo de coisa! Não podemos sentar de pernas abertas, precisamos estar sempre arrumadas, e por aí vai
Temos que pensar duas vezes antes de sair na rua usando shortinho, vestido e saias. Usamos calças compridas para evitar olhares e sinceramente isso nunca ajudou. Somos coagidas desde cedo a aceitar e agradecer, afinal somos comportadas, educadas.
Desde pequena, você foi ensinada a não dar escândalo. A não ser barraqueira. A não exagerar, seja na reclamação da cólica ou na denúncia daquele menino que te obrigou a ficar com ele na festinha do colégio (na qual, aliás, você não conseguiu dançar porque estava desconfortável demais de salto alto e saia curta).
Machucamos nossa pele, corremos o risco de adquirir doenças com a depilação, fechamos os poros com maquiagens, passamos horas arrumando nossos cabelos e ah! O mais importante é que você precisa ter um namorado, afinal, é só disso que suas tias, avós e até sua mãe falam quando perguntam “e os namoradinhos?”. Seu sucesso, sua carreira profissional parecem ser quase nada comparados a aquela conhecida que está quase se casando ou que está tendo filhos,
E sobre o namoradinho? Não pode escolher muito, senão vai que fica para a titia. Tem que aceitar o que a vida te deu com tanto carinho. E, quando estiver namorando, tem que estar sempre presente, tem que virar uma segunda mãe! Senão vai que a concorrência vence?
Poderíamos passar anos nessa lista, mas tenho certeza que você já respondeu “sim” a pelo menos um desses exemplos, afinal desde pequenas somos ensinadas a ser submissas, obedientes, comportadas, “educadas”. Que não deve, nem pode reclamar, porque a sua dor não é ruim o suficiente, e porque reclamar é falta de educação.
E quando voltamos à amiga que se encontra em um relacionamento abusivo, como você pode chamá-la de burra e fraca, quando a submissão dela é a sua submissão, que foi ensinada e encorajada desde pequena?
Fato nº3: Empatia é essencial: poderia ser você. Sim, infelizmente.
Poderia ser você, sua mãe, sua amiga, sua tia. Infelizmente estamos todas sujeitas a essa cultura machista e cruel com as mulheres.
Falamos inúmeras vezes a palavra empatia, que significa conseguir se colocar no lugar do outro e perceber que poderia ser você, mas o mais bacana é conseguir fazer isso sem se colocar como uma super-heroína à prova de tudo, que faria muito melhor, porque, afinal, você não é burra e fraca, sua amiga não é burra e fraca, nenhuma mulher é burra e fraca.
Sempre repetimos aqueles mesmos clichês: “se eu fosse você, nunca cairia nessa”, ou “eu, no seu lugar, dava um escândalo”, mas que tal se antes de você soltar essas pérolas, que são extremamente depreciativas para a sua amiga em um relacionamento abusivo, pense por um segundo: você faria isso mesmo? Sério? Seria tão invencível e racional que ignoraria o que você sente pelo seu namorado e cairia fora? Acho que não, eu também não fiz e queria ter feito.
Não somos invencíveis. E quer saber? Tudo bem. Porque é justamente essa mania de dizer que somos fortes que mantém sua amiga em um relacionamento abusivo. Somos humanos e temos fraquezas, e um primeiro passo é admitir isso e procurar ajuda.
Fato nº4: Ajude ela a compreender que o que está acontecendo naquele momento.
Por mais que a vítima perceba, ou nós do lado de fora percebemos o que rola ali dentro, o medo do desconhecido é maior do que o medo do abusador. Esse ela conhece. Esse ela ama. Nesse ela confia, mesmo sendo agredida, abusada e maltratada.
Como sua auto-estima foi bombardeada com negatividade, você acredita que ninguém mais vai te dar uma chance como ele deu. E tal crença pode ser fielmente explicada pela frase “Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade” – Joseph Goebbels (para quem não sabe, Joseph Goebbels era ministro de propaganda de Adolf Hitler). Ela traduz o que acontece em nossa mente depois de se incutir uma ideia várias e várias vezes.
Tenho certeza que você já viu esse vídeo maravilhoso da Jout Jout, chamado “Não tira o batom vermelho”, mostre ele para todas as suas amigas, familiares e conhecidos. Ele é super, mega didático e ajuda a entender que algumas situações são, sim, problemáticas, e que se sentir mal nelas não é exagero e nem culpa da sua amiga.
Agora, repense um pouco sobre as perguntas que foram feitas nesse vídeo. Você já parou para pensar que todas estão relacionadas ao machismo? É cultural. Os abusos que sofremos são resultados de anos de submissão e precisamos quebrar urgentemente esse ciclo, por nós e pelas mulheres que virão depois.
Perguntas que você precisa se fazer para saber se você está em um relacionamento abusivo:
Este sujeito está te impedindo de sair com seus amigos? Ou está te colocando contra os seus amigos e os seus familiares?
Ele já mandou você tirar um batom porque você estava com cara de puta com esse batom vermelho? Ele já sacudiu um guardanapinho na tua cara? “Tira esse batom”?
Ele já controlou à distância as roupas que você vai usar? Ou o lugar que você vai usar essa roupa?
Essa pessoas já te pediu para excluir pessoas do seu Facebook ou Orkut, na época áurea da vida? Ou essa pessoa já te impediu de falar na vida real com certas pessoas?
Sempre que vocês brigam, de alguma forma muito estranha, que não é explicada, você está sempre errada? E você sempre acaba pedindo desculpa, mesmo quando no início você tinha certeza que estava certa, mas rolou alguma coisa ali que ele falou que você ficou “gente, eu acho que eu que estava errada! Será?”. E aí você olha para trás e fala: “e em todas as brigas que a gente já teve na vida, e eu que estava errada!”
Você já se viu no meio de uma chantagem emocional?
“- Ah, eu acho que vou terminar com você.
– Termina! Eu me mato – ele diz.
E aí você fala “eu não vou terminar, não quero que ele se mate.”
Ele te faz de vez em quando se sentir burra, feia, estúpida, inferior a ele e ele faz você achar que é uma bênção ele estar ao seu lado, porque ninguém merece uma pessoa como você, mas ele aguenta, então você tem que ficar pianinho porque se você perder aquele ali, você nunca mais vai conseguir ninguém.
Ele tem vergonha de te beijar em público ou de estar com você em público em qualquer situação? Não querer demonstrar afeto em público é uma coisa, a gente entende. Ter vergonha de você em público é outra coisa.
Ele faz uma merda colossal e aí você fala:
“- Fez uma merda colossal.”
E aí ele chora, arrependido, profundamente, e ele jura que aquilo jamais vai acontecer novamente, e que ele foi estúpido e ele implora o seu perdão?
Ele uma vez queria transar e você não quis e ele ameaçou ir embora, terminar com você?
Quando você conquista alguma coisa maravilhosa, o rapaz fica triste, porque você conquistou e ele não conquistou, e aí você para de ficar feliz por você, e aí você fica triste e se sentindo culpada porque foi melhor que ele em algum momento?
E aí chega aquele momento em que o sujeito depois de ter esculhambado, termina com você, e aí você fala “Ó, não! A gente terminou por minha causa! Eu fiz tudo errado! Eu não merecia o amor dele, que era imenso!”
Um jeito bem de saber se você tá passando por isso tudo: antes de ficar com ele você era uma pessoa feliz, depois de ficar com ele um tempo você está murcha como uma uva passa e você está chorando por qualquer coisa, e as pessoas tão falando:
– Ei! Esse menino não está te fazendo bem não.
Você fala: “Lógico que está, ele é ótimo, ele super… Ele… Ele me ajuda em várias coisas, ele…”
Entendeu?
Fato nº5: Mostre para ela que ela não está sozinha.
Não aponte o dedo, fazendo-a se sentir – ainda mais – culpada por não conseguir sair desse relacionamento, ajude-a. Mostre que ela não está sozinha, que ela não está louca, é vítima desse relacionamento doentio.
Depois, quando a sua amiga entender que está em um relacionamento abusivo, mostre que você pode dar apoio. Em vez de critica-la, abrace, diga que você está ali para qualquer coisa, que ela pode te ligar a hora que for. Esteja lá por ela: seja um ponto de referência fora do relacionamento. Mostre que o namorado não é a única pessoa que compreende, aceita e quer ficar com a sua amiga.
Ajude a aumentar a autoestima dela. Quando ela fizer algo bacana, elogie. Aponte traços incríveis dela, sejam eles físicos, intelectuais ou da personalidade dela.
No fundo, ainda acreditamos que o amor cura tudo.
Ele sempre te fez crer que a culpa é SUA, e assim você se acostuma que é mesmo.
Nossa sociedade é machista e o fundo deste arquétipo social vem desde o começo do desenvolvimento de uma criança.
Então se você se encontra nessa situação, não vou terminar esse texto com a frase “sai logo dessa” e sim dizendo que “um dia você vai sair, mas enquanto esse dia não chega, estaremos aqui”.
Conhecendo um pouco da ilustradora Henn Kim
Henn Kim é uma ilustradora e retratista que, com traços precisos, desenha imagens conceituais, minimalistas e repletas de significados subjetivos, sempre envolvendo elementos psíquicos comuns ao ser humano. Situações do cotidiano são retratadas a partir de uma sensibilidade profunda, uma beleza intrigante nas coisas simples da vida e metáforas a cada imagem. Ácidas, românticas e sarcásticas, criticam a sociedade contemporânea com um forte carregamento de bom humor.
Fontes:
Pare de culpar sua amiga pelo relacionamento abusivo dela, por Helô D’Angelo.
Por que sair de um relacionamento abusivo não é tão simples assim, por Luiza Pion.
Relacionamentos abusivos: precisamos falar sobre, por Bia Morra.
5 fatos importantes que você precisa compreender quando uma amiga está em um relacionamento abusivo. Fato nº1: Ninguém quer realmente estar em um relacionamento que faz mal e machuca, precisamos parar de culpabilizar as vítimas!
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