#mascada
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daturastore · 10 months ago
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bixiaoshi · 10 months ago
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i want to eat pizza saur bad
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escapandodelpantano · 8 months ago
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quiero ser normal
que nadie me persiva
no ser una persona funcional
no salir a la calle
no ser mas mascada
la tensión que provoco en mi cuerpo es lo único que me hace sentir presente
en mi plastilina mental solo estoy yo
gasto letras recordando
gasto mi voz y mi cuerpo
camino y seguiré caminando
seguiré rayando las calles;mi único legado
abandonada por mí
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rossevonblake · 7 months ago
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Se creo un platillo especial, dijieron mientras yo esperaba en mi mesa con hambre, miraba hacia los lados y vi que muchos otros observaban con avaricia lo que se me venia acercando a la mesa, y claro, era digno de admirar, digno de apreciar, venía envuelto en un humo misterioso que no dejaba ver lo principal, a medida que se disipaba se veía esa carne roja con especias, perfectamente cocida, para más, sus hebras fueron hechas al mando de un plano, todo en su correcto lugar para dar el trozo ideal, me deje llevar por la vista de lo que tenia a mi diposición oliendo su intenso aroma que ya se grababa en mi cabeza, luego con mucho temor de arruinar su perfecta figura me arme de valentía para obtener el primer bocado, y sin embargo me asombré la cantidad de sabor que tenía, tome otro rápidamente pero masticando lentamente, y pensé, cada mascada era un deleite, mi lengua saboreando esos condimentos que la vestían, esos jugos que soltaste y escurriste, pues la sal nunca fue mas apropiada que en esta ocasión, no se mucho de manjares ni cocina, pero amor, me volvi adicta carnivora debil y sumisa ante tí, ese toque de romero, quizás algo de picante, supongamos que ese era el toque mágico que me atrapó, viniste muerta hacia mi para probarte y darte vida, me atrapaste, de tí no puedo escapar, desde ese momento te seguí consumiendo, concientemente me seduciste, supongo que eso causa la calidad...
Mi condimentada
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cals0 · 9 months ago
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Me siento horrible, mi día ya empezó mal. Mis 500 calorías diarias se trasformadoron como en 3,500 solamente por un trozo de pastel y pan, por el cumple de mi mamá, pero esque que podía hacer... mi familia me influenció, diciéndome, "come, es solo por esta vez". Y lamentablemente caí en la tentación, pero esas mascadas y mascadas se sintieron fatal, cada mascada era estar en el infierno, pero sin embargo no pude dejar la cuchara de lado y seguí.
Sin más.
Soy una cerda sin auto control, oink, oink 🐽🐖🐽.
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goldeyespanish · 1 year ago
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Fake Hero/ Héroe Falso
parte 04
traducción del comic Fake hero
puntos en este au
splendid en este au murió cuando salvo a flippy de los experimentos, mientras huían
antes de morir splendid le hereda la "estrella azul" que son sus poderes lo que hace que flippy tenga estabilidad, además de que su aura con la kryptonuez es la forma de splendid.
al heredar la "estrella azul" flippy automáticamente se convirtió en un héroe, de allí que tenga las mismas habilidades de splendid y crear las propias suyas, así como tener su propia mascada de color amarillo.
flippy en su modo héroe suele tener un ojo color azul y el otro verde
flippy en modo serio que es fliqpy sus ojos cambian a amarillo
splendid puede poseer el cuerpo de flippy temporalmente, esto lo hace en momentos muy críticos
cuando splendid lo posee sus ojos cambian a color azul
flippy suele olvidar quien es él y creer que él es splendid por lo que actuara como él
flippy tiene muchos dolores de cabeza estos suele activarse cuando tiene un recuerdo del pasado sea de él o de splendid
nuty puede ver el espíritu de splendid eh incluso escucharlo
flippy a pesar que ve o escucha a splendid, él cree que es su mente que aún no sale de aquel duelo que él allá muerto por él
flippy y splendont se culpan por su muerte, uno por ser débil y el otro por no haber notado lo que pasaba antes.
splendid antes de pelear contra los blue tigers, peleo contra splendont, para detenerlo de seguir matando mas blue tigers, pero esta pelea hizo que se debilitara.
parte 03 - parte 05
parte en ingles
you can see more about my art on my other social media
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callmeanxietygirl · 2 years ago
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La fuerza y misticismo de la cultura prehispánica es la inspiración de la Colección Diosas.
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cherrypiestories · 1 month ago
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Capítulo 3 – Amor de perdição
08 de Maio de 2011, 05:00 AM – Pedro Juan Caballero, Paraguai
Raul desceu de seu helicóptero em meio a uma clareira, próxima à sua plantação de maconha; ao seu lado, Martin Madrazo e Percy Chaccón. Passaram próximo às plantas, Raul colheu uma folha, colocou na boca e laqueou. Seus associados o aguardavam próximos às tendas, parados em formação.
Dentro de um dos acampamentos, Garcia, amarrado, amordaçado e com um saco plástico na cabeça. Quando os três adentraram, o saco foi removido, o dito ���rei da fronteira” cuspiu sangue e arfou profundamente. Raul se aproximou, dobrando a manga de sua camisa. Alguns segundos depois, ele deu alguns tapas na cara dele, fazendo-o acordar.
- Soube que está atrapalhando o progresso dos irmãos, isso procede? – Fico questionou.
- Procede sim, senhor! – Ele exclamou, arfando e cuspindo sangue novamente.
- Então, está ciente do porquê foi decretado. Isso é bom! – Fico pontuou, sinalizando para que o levassem para o lado de fora.
Amarraram o Garcia em um pedestal de madeira, com seus braços abertos. Fico vestiu uma capa de chuva transparente e tomou uma machete em mão. Antes de começar, cuspiu a folha mascada no chão, sentindo uma corrente elétrica passar por seu corpo.
No primeiro golpe, separou o braço direito do sujeito, que ficou pendurado ao mastro. No segundo, levou sua perna esquerda. À esta altura, sua capa já estava vermelha. – Podem trazer os cães, esse aqui já está subindo! – Ele zombou, passando a machete para Percy, que assumiu seu lugar. Terminando com os restos do sujeito.
Os retalhos de Garcia foram servidos aos cães, e o aviso de que a fronteira com o Brasil estava livre foi enviado. Fico e Percy se limparam, conversaram com seus afilhados e deixaram o local com Trevor. Sobrevoaram a plantação, até chegar a uma pista de pouso clandestina, mudando do helicóptero para um jatinho particular.
08 de maio de 2023, Segunda-feira, 19:00 PM – Manhattan, NY
A Mercedes GLA 250 de Raul parou frente ao prédio de Victória. Ele se lembrou da fatídica eliminação do ”rei da fronteira”, uma das últimas ações realizadas ao lado de seu amigo, Percy Chaccón; temido assaltante de bancos e antigo braço direito de Fico Segundo. Há cerca de dez anos, havia sofrido um acidente de moto, colidindo com uma carreta e ficando tetraplégico aos quarenta anos.
Martin Madrazo havia sido enforcado com o cadarço de seu tênis, na prisão estadual de Stockton. Daquele tempo, apenas Fico estava em atividade. Ele lamentava a morte ou a incapacidade da velha escola, sentia falta da rigidez da malandragem.
Cristina tinha grande responsabilidade na destruição da vida de Percy e Victória. Suas escapadas com o ex-sócio de Fico, levaram Ângela ao suicídio. Comprimidos para dormir e bebida foram seus algozes. Victória chegou do colégio e encontrou a mãe, no chão do banheiro, vítima de uma overdose induzida.
Os eventos trágicos vividos por Victória a desestruturaram completamente. Seu pai não era mais o mesmo; viúvo e excluído do comando, Percy se perdeu, caminhando para o acidente que por pouco não custou sua vida. Fico não o matou pelas traições, mas, este preferia estar morto a ficar de fora daquilo que mais amava.
Raul foi tirado do transe pelo manobrista, que batia em sua janela. Ele pegou sua carteira e seu celular, entregou a chave do carro ao jovem e se encaminhou para dentro. Parou frente as portas do elevador, respirou fundo e selecionou o andar do apartamento de Victória.
Enquanto subia até o andar escolhido, lembrava-se da promessa feita à Denise. Ele havia concordado em acabar com o sexo casual, mas, não poderia abandoná-la à própria sorte. Raul sabia que tinha de lidar com as consequências de seus atos passados e presentes, ainda que o incomodassem profundamente. Denise não entenderia.
Ele caminhou pelo corredor, passando pelas portas dos apartamentos vizinhos. Sentia-se como Dany Torrance, caminhando até a suíte mais perigosa do hotel Overlook. Tocou a campainha e aguardou. Alguns minutos depois, a enfermeira que cuidava de Percy o atendeu.
- Olá, em que posso ajudar? – Ela perguntou, olhando-o de cima à baixo e lançando um sorrisinho sacana.
- Vim ver meu amigo, Percy! – Raul exclamou, desconsiderando-a apesar da beleza.
- Como devo anunciá-lo? – Ela perguntou, percebendo o corte cirúrgico por parte dele.
- Raul Cortez! – Ele pontuou.
A jovem enfermeira adentrou o apartamento, parecendo incomodada com o descaso do bonitão. Demorou-se um pouco a voltar, mas, Raul manteve-se paciente.
- O senhor pode entrar! – Ela disse, insatisfeita.
Raul a seguiu até os aposentos de seu amigo. Ele estava em sua cadeira anatômica, observando a janela. – E aí, vagabundo, como está? – Percy disse, rindo. A enfermeira não imaginava que seu paciente fosse ficar tão animado com a visita. – Vanessa, nos dê licença, por favor!
- Estou fodido, mas, você parece bem! – Raul exclamou, sentando-se ao parapeito, frente aos olhos dele.
- Estou feliz que tenha vindo me ver, já faz algum tempo desde nosso último encontro! – Percy pontuou. – Fique para o jantar, a Vivi vai adorar!
- Ficarei por você! – Raul disse, engolindo em seco.
- Isso me alegra! – Ele exclamou.
- Como estão as coisas por aqui? Precisam de algo? – Raul questionou, realmente preocupado.
- Está tudo bem, a Vivi conseguiu um ótimo emprego. Ela é minha salvação! – Percy exclamou, parecendo orgulhoso, mas, seu amigo sentiu um enorme aperto no peito.
- A Victória é uma ótima garota! – Raul exclamou, sorrindo um pouco sem graça.
Percy não fazia ideia de que Raul bancava seu tratamento, seus remédios, seus cuidadores e todas as despesas de sua casa, incluindo os luxos de Victória. O apartamento onde moravam também pertencia a ele, bem como a empresa onde ela trabalhava.
- Como estão Marco e Mônica? Não os vejo há algum tempo! – Ele questionou.
- Estão bem. Marco foi para a França com a noiva e Moe está em casa com minha esposa e enteada! – Raul esclareceu, evitando tocar no nome de Cristina. Isso não seria nada confortável, para nenhum dos dois.
- Você ainda está em atividade ou o Fico Terceiro já assumiu? – Percy perguntou, parecendo bastante interessado.
- Até o momento só existe Fico Segundo! – Raul exclamou, sorrindo de um jeito malicioso. Seu amigo riu amplamente.
- Você se lembra da primeira vez que fomos pra tranca? – Percy perguntou, rindo.
- Culpa sua, foi cobrir o sargento de porrada. Tava pensando em quê? – Raul exclamou, rindo ainda mais.
- O filho da puta ficou todo ferrado! – Percy disse.
- Pode crer! – Raul completou.
- Você não tinha nem bigode quando entrou pro quartel! – Percy sacaneou com ele.
- Porra, vacilo falar isso! – Raul disse, rindo outra vez.
- Boa noite, maloqueiros! – Victória disse, entrando repentinamente no quarto.
- Qual é Vivi? – Raul perguntou, cumprimentando-a de longe.
- Vocês estão com cara de quem está aprontando! – Vic exclamou, rindo e se aproximando de seu pai. Ela o abraçou e deu um beijo em sua testa.
- É só resenha! – Percy exclamou, rindo.
Após alguns minutos, Vanessa parou na porta do quarto e disse: – Senhor Chaccón, está na hora do seu jantar, posso servir?
- Claro! – Ele respondeu. Victória o conduziu até a sala de jantar, sendo seguida por Raul.
Antes que pudessem se acomodar à mesa, o celular dele tocou. Raul pediu um minuto para atender e voltou para o quarto de Percy, sentando-se novamente no parapeito da janela. Do outro lado, Fredo o aguardava.
- Salve, meu padrinho! – Fredo exclamou.
- Dá o papo! – Raul pediu.
- Pegamos um rato aqui no beco dando mole. O senhor quer dar um confere? – Ele perguntou.
- Amacia ele aí, chego em meia hora! – Raul exclamou, encerrando a chamada.
Raul voltou para a sala de jantar, um pouco acelerado, mas, ainda assim, tentando manter o clima ameno. Sentou-se ao seu lugar, mas, sua cabeça não parava de fervilhar.
- Tá tranquilo? – Percy questionou.
- Tô sim, irmão. Só não vou poder ficar para a sobremesa! – Raul exclamou, tentando não prolongar muito a conversa.
- Função? – Percy insistiu.
- É por aí! – Raul disse, concentrando-se em seu prato.
Victória ficou excitada ouvindo-o falar como um delinquente. Achou por bem passar um de seus pés pela perna dele, mas, ele desviou seu toque, surpreendendo-a.
- Por que a Mônica não veio? – Ela questionou, aborrecida.
- Ela e as meninas estão preparando as coisas pra voltarmos pra Califórnia! – Raul disse, desconsiderando seu tom.
- Nossa, mas, vocês acabaram de chegar! – Vic exclamou, revirando os olhos.
- Eles têm assuntos a resolver! – Percy pontuou. Raul assentiu.
- Que correria! – Ela disse.
- Você nem imagina! – Ele exclamou, sorrindo de um jeito tímido. O coração dela tamborilou.
- Pelo menos você veio nos visitar! – Vic disse, fazendo-o engolir em seco.
- Eu não iria embora sem me despedir! – Raul exclamou, tentando parecer casual.
- Bom senso, não é, amado! – Vic pontuou. Raul sabia que ela podia ser rancorosa às vezes, mas, suas indiretas estavam ferrando com ele.
- Nunca errou! – Ele disse.
- Quando vocês voltam? – Ela questionou, surpreendendo a todos.
- Não sei dizer, temos muitos assuntos pendentes! – Raul pontuou, tentando esquivar-se.
- Aposto que sim! – Vic exclamou, lançando um olhar efusivo para ele.
- Deixa baixo! – Ele pediu.  
- Como sempre! – Ela declarou, dando um chute na canela dele.
- Obrigado pela recepção, meu cria! – Raul disse, tentando disfarçar a dor.
- Já vai? Mal tocou na comida! – Victória questionou.
- Eu preciso ir, sinto muito! – Ele lamentou, levantando-se. Ela também se levantou, seguindo-o até a porta do apartamento. Ele podia ouvir seus passos pesados, e isso o deixava temeroso.
- O que está rolando contigo? – Ela questionou, segurando a porta.
- Vamos conversar ali fora, por favor! – Ele pediu, sussurrando. Ambos saíram, ela fechou a porta.
- Por que você vai embora, amor? – Vic perguntou, puxando-o pelo braço.
- Tô na atividade! – Raul esclareceu, tentando livrar-se dela.
- Você está agindo de um jeito muito estranho! – Ela exclamou, revirando os olhos.
- Presta atenção, boneca, vou fazer tudo que estiver ao meu alcance pra que você e o coroa fiquem na boa, mas, nosso lance acabou! – Ele exclamou, beijando o rosto dela.
- Do que você está falando? Por quê? – Victória exigiu, seguindo-o pelo corredor.
- Porque a casa caiu. Melhor você ficar na encolha e não aparecer por um tempo. Se precisar de alguma coisa, chama no pré-pago! – Raul disse, parando frente à porta do elevador.
- Eu não quero dinheiro, quero você! – Ela exclamou, parecendo aborrecida.
- Eu sei, mas, a única coisa que posso te dar é dinheiro! – Ele admitiu, selecionando o térreo.
- Não faça isso comigo! – Ela exigiu, e ambos adentraram o elevador.
- Me perdoe. As coisas estão se complicando pro meu lado! – Raul disse, e ela o agarrou. As portas fecharam. Ele a acolheu em seus braços.
- Você veio aqui pra terminar comigo? – Vic questionou, com lágrimas nos olhos.
- Não chora, tem que ser assim! – Ele pediu, limpando as lágrimas dela.
- Eu te amo! – Victória exclamou, beijando a boca dele.
- Eu também te amo, mas, essa parada tá errada. Você tem que seguir sua vida! – Ele lamentou, e um nó se formou em sua garganta ao ver o sofrimento dela. As portas do elevador abriram, ambos se afastaram.
Raul saiu do prédio, imaginando que Victória não aceitaria o término. Essa não era sua maior preocupação, mas, ainda assim, o pensamento pairava por sua mente. O trânsito à sua frente se parecia com suas ideias mais frenéticas. Ele não gostaria de chorar perto dela, por isso, seu carro foi o confessionário. Ele esvaziou seu cantil de whisky, tentando amenizar.
Ao chegar à zona portuária, ele se lembrou da madrugada lancinante que teve. O momento não correspondia ao status quo, ele estava ali por outro motivo. O fardo da chefia era pesado, mas, ele tinha o costume de suportar. Desceu do carro e se encaminhou para a entrada.
- Onde pensa que vai? – O segurança do local exigiu, colocando o cano na cara dele.
- Porra, Treze, cê é o bicho! – Raul exclamou, rindo e abraçando-o amigavelmente.
- Satisfação, meu padrinho! – Moretti disse, na sagacidade.
- E o Gago? – Ele perguntou.
- Lá no fundo, patrão! – Moretti exclamou, apontando com os olhos. Suas mãos estavam ocupadas com uma AK47.
- Vamos ver o que está rolando! – Raul disse, encaminhando-se para dentro. Moretti o seguiu. Ao chegarem, encontraram Fredo, apavorando o maluco. – Quem é o Alecrim?
- O Menéga, escorregadio. Satisfação, padrinho! – Fredo exclamou, com as mãos cobertas de sangue e metade de um cigarro entre os lábios. O rato estava amarrado a uma cadeira, acima de sua cabeça, uma lâmpada pendurada.
- Tava tentando fugir, seu folgado? – Raul questionou, dando um tapa na cara dele. Menéga, arfou e por fim, cuspiu mais sangue no chão.
- Não estava não, senhor! – Ele gorgolejou entre as palavras.
- Se não estivesse, seu decreto seria cumprido outro dia! – Raul exclamou, dando mais um tapa na cara dele, só que dessa vez, com muito mais força.
- O Valério me disse pra sumir por um tempo, achei que era coisa do comando! – Menéga exclamou, chorando.
- Um rato entregando o outro, que coisa linda! – Fredo comentou, fingindo comoção e dando um soco no nariz dele em seguida. – Eu vou te rasgar inteiro, seu filho da puta!
- Gago, vai tomar um ar! – Raul pediu, sentindo que as coisas estavam ficando muito pessoais. Fredo havia trazido Menéga para o comando, e isso tornava tudo mais difícil para ele.
Fredo jogou sua bituca no chão, apagou, cuspiu na cara de Menéga e saiu à contragosto. Raul pegou outra cadeira que havia no cômodo, ajustou-a frente ao rato, sentou-se, cruzou as pernas, acendeu um cigarro, tragou profundamente e, em seguida perguntou: – Eu pareço algum tipo de idiota?
- Não, senhor! – Menéga tropeçou nas palavras ao responder.
- Então, por que caralhos, você e o Caio Valério decidiram vender minhas armas para o Galindo? – Raul perguntou, em um tom mais sereno. – Você pode até pensar: Por que falar a verdade, se já estou morto? Posso te assegurar, se eu não gostar da resposta, vai levar um bom tempo até o seu fim, e já adianto, não vai ser bonito!
- O Valério queria tomar o controle do comando; ele achava que se acabasse com a rivalidade com Galindo e Sonora, poderia fortalecer sua reivindicação! – Menéga confessou, ainda chorando. Raul riu, tragando o cigarro mais uma vez.
- Vocês dois andam assistindo muita televisão, isso faz mal aos neurônios. Ainda assim, continue, estou gostando da história. Me faz lembrar minha série favorita! – Raul esclareceu.
- Ele achou que casando Marco e Cecília, poderia manipular o garoto, e dar as cartas quando a hora chegasse! – O infeliz continuou, sem perceber o que Raul faria.
Fredo ouviu tudo, seu coração saltou dentro do peito e ele pensou em Mônica. Tomado pela adrenalina, invadiu o cômodo, socando a cara de Menéga, até derrubá-lo, com cadeira e tudo.
- Conte a ele o que vocês estavam planejando para a Mônica, seu porco imundo! – Fredo bradou, chutando as costelas dele.
Raul apenas elevou o olhar, sinalizando para que Moretti tirasse o Fredo dali. E assim ele fez. Não foi fácil, apesar da baixa estatura, o leão dentro dele rugia alto e sua força física era muito maior do que se poderia esperar. Raul se levantou devagar, reergueu o rato e sua cadeira, voltando a se sentar em seguida.
- Certo, vamos retomar. Você estava dizendo que o Caio Valério faria meu filho de fantoche e aí? – Raul disse, cruzando as pernas novamente.
Menéga gorgolejou, tossiu, cuspiu sangue e acabou se mijando antes de continuar. Raul tinha paciência quando lhe convinha, e não há nada mais perigoso do que um homem paciente.
- Ele queria que eu me casasse com a Mônica, para garantir o controle total. Eu sinto muito, não tinha intenção de fazer mal a ela! – Ele exclamou, chorando ainda mais. Dado o mau cheiro, Raul diria que ele tinha defecado também.
- O Galindo sabe dos planos de ascensão do nosso nobre companheiro, Caio Valério? – Raul perguntou, seu cigarro já passava da metade.
- Não sabe não, senhor! – Ele esclareceu, com a voz embargada. – O Valério planejava tomar o controle de Galindo e Sonora!
- Estou satisfeito, você me entreteve com a descrição desse belo sonho de verão. Antes de deixá-lo ir, preciso te contar uma coisa também! – Raul exclamou, levantando-se vagarosamente. – Quer saber o que é?
- Quero sim, senhor! – Menéga disse, sua voz, um mero sussurro.
- Isso vai doer pra caralho! – Raul admitiu, apagando o cigarro dentro do olho direito do sujeito. Menéga gritou e se debateu bastante, enquanto a brasa viva derretia tudo que tocava. A expressão sanguinária de Fico Segundo seria a última coisa que veria antes de morrer.
Após alguns minutos, Raul pegou a pistola sobre um velho barril de Óleo e explodiu a cabeça do desgraçado. Com toda certeza, ele não teria tanta misericórdia por Caio Valério. A chama da velha escola havia reacendido dentro dele. Isso significava mais sangue, mas, o que Cristina pensava dele, não o importava mais.
Raul saiu do cômodo, e sinalizou para que Moretti sumisse com todas as evidências de sua estadia naquele buraco infernal. Fredo estava encostado à grande porta de metal do galpão, olhando para o céu e fumando.
- Me perdoe por ter perdido a cabeça lá dentro! – Fredo lamentou.
- Você se importa, isso é bom e ruim ao mesmo tempo. Não posso culpá-lo, lido com isso diariamente! – Raul exclamou, apertando o ombro do afilhado.
- O Valério vai dar mais trabalho, mas, tem que ser feito! – Fredo disse, e seu padrinho sentiu que a mesma sede de vingança que o consumia, agora estava nele.
- Vou cuidar disso pessoalmente, não quero te ver trilhando esse caminho. Você tem a cabeça e o coração no lugar certo, quando eu não estiver mais aqui, meus filhos vão precisar de você! �� Raul admitiu, elevando os olhos para observar o céu também.
- Pode contar comigo! – Fredo exclamou, dirigindo seus pensamentos a Mônica, que a essa hora, já estava dormindo, sem imaginar o horror que ele havia experimentado.
Raul se despediu brevemente e partiu, deixando os dois afilhados com o rato morto. Ele se encaminhou para o apartamento, com a cabeça pesada, cheio de paranoias. Todas as merdas aconteceram de uma vez, e ele lamentava ter que fazer tudo tão às pressas. Ao chegar, pegou a chave e destrancou a fechadura.
Denise se adiantou e abriu a porta, exigindo: – Onde você estava?
- Negócios! – Ele exclamou, passando por ela e encaminhando-se para o banho.
- Me fala, agora! – Ela exigiu mais uma vez, puxando-o pelo braço.
- Abaixa o tom! – Raul pontuou, encarando-a seriamente.
- Você estava com aquela vagabunda? – Denise gritou, empurrando-o.
- Eu estava na puta que pariu, foda-se onde é que eu estava, caralho! – Ele gritou de volta, afastando-se dela. Denise deu um tapa na cara dele. Raul ficou vermelho de raiva.
- Olha como fala comigo, filho da puta! – Denise exigiu, tentando se aproximar. Raul segurou as mãos dela antes que o batesse novamente e encarou seus olhos com uma fúria jamais vista.
- Nunca mais me chame assim, ou, essa porra não vai acabar bem! – Ele exclamou, soltando-a e se encaminhando para o banheiro.
- Agora você me ameaça? – Denise o seguiu, questionando.
- Escuta aqui, meu amor, eu não sou homem de ameaças, mas, também não sou de machucar mulheres. Não me provoca, caralho! – Raul pontuou, encarando-a. Ela avançou sobre ele.
- Vai fazer o que? – Denise exigiu. Raul foi sobre ela, pegando-a no colo. O vestido dela subiu.
- Vou te foder! – Ele respondeu, afastando a calcinha dela, penetrando-a em seguida. Ela gemeu e arqueou a coluna, sentindo sua pele estremecer.
- Cachorro! – Ela disse, mordendo o lábio inferior antes de beijá-lo. As penetrações ficaram mais rápidas e profundas. Ele rasgou o vestido dela, expondo seus seios, chupando seus mamilos em seguida. – Ai caralho! – Ela gemeu.
- Fala que me ama! – Ele exigiu, colocando-a no chão, virando-a contra a parede e penetrando-a por trás com voracidade. Ele agarrou o cabelo dela, fazendo sua cabeça encostar contra seu peito. – Fala, caralho!
- Eu te amo! – Ela gemeu mais uma vez. Ele deu um tapa na bunda dela, antes de rasgar completamente seu vestido.
- Fala mais uma vez, eu não escutei! – Raul exigiu, soltando seu cabelo e agarrando seu quadril.
- Eu te amo, porra! – Ela gritou, empurrando contra ele, aumentando a intensidade da foda.
A intimidade dela se apertou em torno dele, fazendo-o suspirar. Suas transas costumavam ser intensas, mas, nenhuma como essa. Ela sabia o quanto podia ser perigoso provocá-lo, mas, isso a deixou com muito tesão. Ele mordia o pescoço dela, enquanto empurrava com força para dentro. Os dois gozaram juntos.
- Você me ama? – Ela questionou, virando se para ele, buscando o fôlego e tentando conter os tremores de suas pernas.
- Eu te amo, minha gostosa! – Ele respondeu, puxando-a para si e beijando-a.
- Tá falando da boca pra fora? – Denise perguntou, encarando seus olhos.
- Claro que não, amor! – Raul pontuou, apertando-a em seu abraço. – Eu prometi que não iria mais te trair, estou cumprindo minha promessa, então, não fica no meu pé!
- Onde você estava? – Ela questionou, beijando-o em seguida.
- Denise! – Ele exclamou, revirando os olhos.
- Me fala, amor! – Ela pediu, apertando-o. Ele a puxou para baixo do chuveiro, tirou o resto da roupa, abriu o registro e a água quente caiu sobre os dois.
- Acabei de torturar e matar um garoto de trinta anos! – Raul respondeu, apertando-a novamente. – Satisfeita?
- Porra, Raul, que merda! – Denise exclamou, completamente apavorada.
- Me perdoe, você não deveria ouvir essas coisas, mas, se faz questão, vou te contar tudo, ok? Só não fique me pressionando! – Ele pontuou, beijando-a.
- Você me ama? – Ela perguntou outra vez.
- Pra caralho; acha que eu deixaria você mandar em mim se não amasse? Mas, para com essa porra dessa fanfarronice! – Raul exclamou, e os dois terminaram seu banho com um clima extremamente pesado.
As palavras ditas chocaram Denise profundamente, e ele sabia disso. Sem sombra de dúvidas, não era assim que ele gostaria de contar a ela sobre as coisas que fazia. Seu mundo estava desmoronando, pouco a pouco, e ele sentia que não sobreviveria por muito mais tempo.
Terça-feira, 05:00 AM
Raul estava na cozinha, passando um café e pensando em sua árdua caminhada. Herdar o comando do seu pai foi a pior merda que poderia ter acontecido, ele só queria ser um advogado, tocar a vida um dia de cada vez, sem tantas preocupações com segurança e lealdade.
- Bom dia, pai, caiu da cama? – Mônica perguntou, aproximando-se dele.
- Bom dia, minha vida, eu nem subi nela! – Ele exclamou, abraçando-a e dando um beijo em sua testa. – Desculpe pelo tumultuo ontem, não queria que as coisas chegassem a esse ponto!
- Você precisa pegar leve ou vai ter um infarto! – Moe disse, sentando-se frente a bancada.
- Quer café? – Ele perguntou, pegando duas canecas e servindo.
- Claro! – Ela exclamou, recebendo seu elixir.
- Obrigado por sempre estar comigo, me apoiando. Eu te amo tanto que até dói, não tem como mensurar! – Raul admitiu, sentando-se ao lado da filha.
- Eu também te amo, pai. É um prazer compartilhar essa vida contigo! – Moe respondeu amorosamente, encostando sua cabeça no ombro dele.
- Eu tive que contar a Denise onde estive ontem, e as coisas ficaram bem feias. Falei muito mais do que gostaria! – Ele comentou, apoiando o rosto na cabeça dela.
- O senhor fez o que pôde com o que tinha. Agora não adianta se martirizar! – Moe disse, afastando-se um pouco dele e bebendo seu café.
- Você está pronta para assumir a frente do comando? – Ele questionou, encarando-a.
- O que o senhor vai fazer? – Ela rebateu, um tanto espantada.
- Preciso me concentrar em pegar o último rato, não quero que o Federico se envolva demais, isso está acabando com ele! – Raul esclareceu, transparecendo seriedade.
- E quanto ao senhor? Como isso vai lhe afetar? Eu sei que precisa ser feito, pai. Só não quero que se perca de quem realmente é! – Moe lamentou, sentindo parte do fardo do pai em seus próprios ombros.
- Eu me perdi há muito tempo, amor! – Ele disse, relembrando as atrocidades que tinha cometido na noite anterior.
- O vovô morreria se te ouvisse falar assim. Você é muito melhor do que isso! – Ela exclamou, acariciando o cabelo dele, como costumava fazer quando criança.
- Eu não posso te entregar um comando dividido, sujo, com traidores à mesa. Sempre soube que seria você a me substituir. Não quero que se torne o que me tornei, isso seria pior que a morte! – Raul ponderou, esfregando o rosto nervosamente.
- Beba seu café e relaxe. É muito cedo para surtar! – Ela pediu gentilmente, trazendo a caneca dele para mais perto.
- Sei o quanto está se esforçando, meu amor. Estou muito orgulhoso do quanto cresceu e se fortaleceu. Não sei o que faria sem você! – Ele admitiu, tentando sorrir.
- Obrigada, pai. Significa muito pra mim! – Moe respondeu, ainda ao lado dele, tentando transmitir segurança.
- Não quero te pressionar, mas, acha que dá conta de assumir a liderança? – Ele perguntou.
- Eu vou tentar, com os aliados certos, pode funcionar! – Ela respondeu, preparando-se para bolar um baseado.
A atmosfera ali era densa, mas, Moe sabia que seu pai jamais lhe pediria algo assim se não sentisse que era realmente necessário. Ela havia se envolvido em toda essa história, então, acreditava ser correto contribuir na resolução. Os anseios e receios de seu pai eram justificados também, considerando como tudo foi à merda tão rapidamente.
Enquanto enrolava seu baseado, Moe tinha isso em mente: Para cada coisa boa que faziam, havia outras cem ruins. A balança nunca se equilibrava. Não havia previsão de melhora. O silêncio barulhento de seu pai indicava que algo terrível tinha acontecido. Pela primeira vez, ela temeu por outras pessoas, não só por si.
Ouvir o pai dizer que Fredo estava se destruindo a fez questionar, quanta destruição ele causou até que isso acontecesse? O que ele viu de tão perturbador para despedaçar assim seu espírito? Ela sabia que era verdade, por mais dolorosa que fosse essa confissão. Os olhares dele sempre demonstraram quão sombria era sua alma. Ainda assim, o coração dela ardia enquanto sua mente pensava nele.
Ela precisava ouvir a voz dele. Se questionada, não saberia explicar de qual parte dela vinha essa urgência. O anseio era crescente e devastador. Em um instante, apenas ouvi-lo não era suficiente, pois, agora, precisava tocá-lo. Ela se levantou, em completo estado de dissociação, acendeu seu baseado e caminhou até a sacada. Os primeiros raios de sol tocaram seu rosto.
A troca de calor, o milagre da termodinâmica, embaralhava seus sentidos. Federico e a física misturavam-se em sua mente. Ela quase podia enxergá-lo, ainda que de olhos fechados. A fumaça que queimava sua garganta, ela juraria sob qualquer altar que foi como beijá-lo.
Sob essas condições, seria a maior das heresias não admitir que estava apaixonada e entregue; Deus sabia que ela estava entregue. Abriu os braços, para que o calor pudesse entrar. Ela queria que fôsse o calor dele, mas, não podia abandonar esse momento fugaz, pois, sabia, retornar à realidade era inaceitável.
A necessidade visceral que a consumia, não era perceptível do lado de fora. Quem quer que a observasse, acreditaria que estava apenas dando bom dia ao mundo, espreguiçando-se ao sol. Acolhida por um abraço não dado e não recebido, por um homem que não viu e ouviu, apenas sentiu.
Trago após trago, ele estava mais perto. Seus olhos obscuros, olhando para ela. O coração pulsante em todo seu corpo. Cigano, oblíquo, dissimulado. Quem negaria, a serpente no paraíso? O blefe na hora errada na mesa de pôquer? Sim, ela queria se perder.
Repentinamente, abriu os olhos. O furor abaixo de sua pele clamava. Com o baseado ainda aceso entre os lábios, cruzou a cozinha e a sala, subindo as escadas, como uma locomotiva à vapor, com a força de um reator nuclear. Adentrou seu quarto, vestiu-se, sem permitir ser interrompida.
Com a mesma intensidade, desceu as escadas, tomou a chave de sua Mercedes no aparador da copa e atirou-se para fora do apartamento. Satisfações não se faziam necessárias em sua concepção. Os demais ocupantes do apartamento matariam para saber onde ela estava indo, levando consigo temperaturas próximas as do centro da terra.
Ela adentrou o elevador, desceu até o estacionamento. Seu carro parecia saber do que se tratava. O motor V8 ressoou com a partida a frio, e aquela melodia extremamente afinada, dava compasso à fuga dela. Ambos tinham destino certo. Ao estacionar frente a P.C Média, ela saltou, bateu a porta e invadiu o edifício.
Outro elevador, agora, indo até as alturas, mas, sua determinação mordaz não diminuía. As portas se abriram, as pessoas se assustaram. Foi como se um furacão entrasse. Ela não olhou para os lados, mais uma vez, seu destino era certo.
Alucinada, como se fosse um faz de conta, meteu as mãos nas enormes portas pretas da sala do presidente, atirando-se para dentro. Federico Leone. O nome de sua presa. Assustado, como um pequeno mangusto, prestes a ser devorado. O pobre coitado, não pôde se levantar da cadeira.
Ela deu a volta na mesa, ajoelhou-se entre as pernas dele e abriu sua calça, como quem desembrulha um presente de Natal. Ele não sabia o que fazer, dizer, ou pensar, quando ela finalmente expôs seu membro e colocou dentro da boca, sugando-o com muita vontade. Um gemido rouco escapou dele quando ela acariciou seus testículos.
Os dedos dele se enredaram no cabelo dela, guiando-a enquanto o chupava. Ela decidiu lambê-lo, começando pela ponta, terminando na base, repetindo o processo algumas vezes. Ele levantou a camisa, a fim de assistir ao espetáculo que acontecia lá embaixo.
- Que delícia, amor! – Ele exclamou, quando ela sugou a cabecinha, estimulando-a com a ponta da língua.
- Quero que você me coma, bem gostosinho, do jeito que só você sabe! – Ela pediu, subindo até ele, mas, sem deixar de massageá-lo.
- Onde você quer que eu faça? – Fredo perguntou, beijando-a em seguida.
- Aqui na poltrona! – Ela exclamou, livrando-se de sua roupa. Enquanto se encaminhava para o móvel, ele observou sua nudez com fascínio.
Ela se ajoelhou sobre o assento da poltrona, apoiou-se sobre o encosto da mesma e empinou a bunda para ele. Fredo não pôde resistir, dando alguns tapas nela, antes de penetrá-la com força, do jeito que ela queria. Moe gemeu, virando seu rosto para poder vê-lo. Ele segurou o pescoço dela e chupou o lóbulo de sua orelha. – Me fode, amor! – Ela pediu, sendo atendida com certeza. As investidas dele eram firmes e vorazes.
Mesmo com as portas fechadas, os gemidos dela podiam ser ouvidos de fora. Isso o fazia rir e gemer também. – Caralho, não são nem dez horas! – Vic gritou do outro lado das portas.
Moe desceu da poltrona, obrigando Fredo a se sentar nela. Em seguida, ela montou em seu colo, cavalgando-o. Ele se livrou de sua camisa. Ela deslizou suas mãos pelo cabelo dele, descendo pelo pescoço até seus ombros, encarando-o.
- Quero que você goze dentro de mim! – Ela pediu, aumentando a intensidade das sentadas. Com uma das mãos ele beliscava os mamilos dela, com a outra, estimulava sua intimidade, que ficava cada vez mais apertada em volta dele.
- Você quer dentro, safada? – Ele perguntou, mordendo o lábio inferior dela, antes de beijá-la.
- Eu quero, amor! – Ela exclamou, cravando as unhas nas costas dele, já próxima de seu clímax. Alguns segundos depois, ela gozou, desencadeando o mesmo nele, que não hesitou em atender a seu pedido.
Moe desceu de cima dele, encarregando-se de se ajoelhar em sua frente novamente, admirando seu membro e estimulando-o com as duas mãos. Ele acariciou o cabelo dela e segurou seu rosto em seguida. Ela lambeu os lábios, ainda hipnotizada com sua visão. Após a foda, a sensibilidade dele havia aumentado e muito.
- Gulosa! – Ele disse completamente exasperado, ao vê-la engolir seu membro completamente.
Fredo admirou muito sinceramente os dons dela. Por isso, segurou seu cabelo em uma das mãos, guiando-a e facilitando a vista do show. Ele repousou a outra mão atrás de sua própria cabeça, relaxando, enquanto sentia a boquinha gostosa dela, sugando-o vorazmente. Gemidos escapavam dele, que se contorcia de prazer.
Ela o fez gozar novamente, mas, dessa vez, dentro de sua boca. Ela engoliu tudo, enquanto batia o membro dele em seu rosto. Ele já estava quase morto a esse ponto, e isso a fez sorrir diabólicamente, com a sensação de missão cumprida.
Moe montou no colo dele outra vez, lambeu os dedos e disse: – Bom dia!
- Bom dia! – Ele respondeu, arfando e rindo.
- Adorei o café da manhã que servem aqui, vou voltar sempre! – Ela exclamou, acariciando o rosto dele.
- Eu já disse que sou seu servo? – Fredo perguntou, ainda atordoado.
- Eu já disse que seu pau é uma delícia? – Ela rebateu, e os dois riram.
- Você gosta, amor? – Ele perguntou, beijando-a.
- Se eu gosto? Queria poder sentar nele o tempo inteiro! – Moe exclamou, encostando a cabeça no peito dele.
- Você pode sentar nele quando quiser. Qualquer dia, qualquer hora, é você quem manda! – Ele disse, acariciando o cabelo dela.
- Não queria viajar sem me despedir! – Moe admitiu, abraçando-o. Fredo retribuiu o abraço, acomodando-a junto dele. Após alguns instantes, ela disse: – Agora que o tesão passou, vou ter que descer de rapel. Nem fodendo que vou encarar o pessoal lá fora! – Ele gargalhou, e o coração dela ficou aquecido ao ouvir.
Com a madrugada conturbada que teve, Fredo agradeceu ao céus pela atitude avassaladora de Mônica. Ele precisava ser sacudido daquela maneira, só assim poderia voltar à normalidade.
- Você tem que ir mesmo? – Ele perguntou, acariciando as costas dela.
- Sim, tenho muitas coisas para resolver em Charming! – Ela lamentou, respirando fundo, sentindo o cheiro dele.
- Tem um lugarzinho pra mim na sua mala? – Ele brincou.
- Tem um lugar pra você na minha vida! – Ela admitiu, levantando a cabeça um pouco, acomodando o rosto no pescoço dele.
- Pode apostar, eu vou fazer valer à pena! – Fredo disse. Ele queria ter algo mais adequado para responder, mas, depois disso, nada que dissesse seria suficiente.
- Já está valendo, meu bem! – Moe esclareceu, relutando em deixar o abraço, mas, precisava olhar para ele.
- Você é tudo que eu sempre quis! – Ele admitiu, segurando o rosto dela nas mãos.
- Eu preciso ir, mas, vou pensar em você todos os dias! – Ela disse, levantando-se e caminhando para pegar suas roupas. O coração dele estava disparado, suas mãos tremendo. Ele também se vestiu, querendo tomá-la para si, só que dessa vez, para sempre. Aquele momento foi mais forte do que qualquer jura de amor.
Os dois caminharam juntos para fora da sala, ele estava segurando a mão dela, seus dedos entrelaçados. Enquanto aguardavam o elevador, ele a puxou para seus braços, distribuindo vários beijos por seu rosto. Victória tinha um lenço sobre o nariz, amparando suas lágrimas. Ela estava feliz pelos dois.
Fredo a acompanhou até seu carro, sentindo um nó em sua garganta por ter que deixá-la. Eles se beijaram uma última vez antes de se despedir. Moe voltou para casa, com a certeza de que tinha atendido aos anseios de seu coração e finalmente poderia começar a lidar com suas responsabilidades vindouras.
Ao chegar em seu apartamento, Moe foi recebida por Bibi e Jordie. Elas mal podiam conter a curiosidade, pois, em suas imaginações, já haviam concluído qual rumo ela tinha tomado com tanta pressa.
- E aí, amiga, se despediu do gato? – Bibi perguntou, com um brilho malandro nos olhos.
- Sim, amiga. Acho que estamos juntos! – Moe disse, sorrindo.
- Ai que tudo! – Jordie pontuou, dando pulinhos de alegria.
- Você merece ser feliz! – Bibi exclamou, colocando o braço sobre os ombros de Moe, enquanto encaminhavam-se para o quarto.
As meninas já haviam feito as malas e separado seus looks para a viagem. As duas cuidaram de tudo para Moe. Quando viu, ela sorriu com carinho, sentindo-se amparada e amada por suas irmãs.
Enquanto Moe se preparava para tomar banho, Denise chamou Jordie, pois, precisava de ajuda com suas coisas. A garota revirou os olhos, saltou da cama de moe e desceu as escadas impacientemente. Bibi ficou sentada em uma poltrona próxima ao closet de sua amiga.
Ela acendeu um cigarro, cruzou suas pernas, e reclinou-se no encosto do móvel, observando cada passo de Moe. Essa por sua vez, notou que havia algo à mais em seus trejeitos. Muitos anos de convivência fazem com que seja possível compartilhar sensações sutis.
- Você não quer voltar, estou certa? – Moe perguntou, sentando-se aos pés da cama, de frente para ela.
- Não quero! – Bibi lamentou. Isso não era muito comum a ela. Sua energia sempre esteve em alta, mas, nesse momento, ela parecia um tanto melancólica.
- Confesso que me sentia assim logo que mudei pra cá, mas, isso passa amiga. No final das contas, sempre aguardo ansiosamente a oportunidade de voltar e encontrar vocês! – Moe admitiu, acendendo um cigarro também. Ela colocou um cinzeiro no chão, entre as duas.
- Às vezes imagino que em um lugar diferente, talvez pudesse recomeçar, conhecer gente nova, viver novas experiências. Em Charming sinto que me falta perspectiva, espaço para mudar, evoluir, entende? – Ela comentou, tragando profundamente.
- Sim, entendo perfeitamente. O que acha de vir passar uma temporada comigo? Na maior parte do tempo, fico sozinha aqui. Seria maravilhoso ter você ao meu lado! – Moe sugeriu, tragando também.
- Sério, amiga? – Bibi perguntou, surpresa, com um brilho renovado em seus olhos.
- Claro! – Moe garantiu.
- Vai ser épico! – Ela exclamou, parecendo aliviada.
- Longe de mim querer pesar o clima, mas, como acha que o Jax vai reagir? – Moe perguntou, preocupando-se com o coração de sua amiga.
- Nós duas sabemos que ele nunca vai sair daquele lugar. Por mais que o ame, não quero perder essa oportunidade. Tenho que correr atrás dos meus sonhos e projetos! – Bibi afirmou, com determinação.
- Você está certa, amiga! – Moe concordou. Ela gostaria de ter certeza quanto as intenções de Bianca, afinal, desejava o melhor para as pessoas que amava. 
- Quanto a minha relação com Jax, nós não estamos bem há um tempo. A melhor coisa a fazer é manter distância! – Bibi comentou.
Após alguns minutos, Moe se levantou e disse que ia tomar um banho rápido. Bibi ficou onde estava, os olhos perdidos no horizonte, imaginando as possibilidades que essa mudança traria para sua vida. A ideia de começar de novo em um lugar diferente parecia finalmente ao seu alcance, uma oportunidade real que sempre desejou. Ela pensou em como seria viver sem as limitações e expectativas de Charming, como poderia se redescobrir e se reinventar. A brisa leve da sacada acariciava seu rosto, enquanto ela se permitia sonhar com um futuro cheio de novas experiências e descobertas.
Mais tarde naquele dia, Moe, Bibi, Jordie, Denise e Raul embarcaram no voo de volta à Califórnia. A viagem foi marcada por conversas animadas e risadas, enquanto Bibi compartilhava suas esperanças para o futuro. Ao pousarem em Los Angeles, o grupo decidiu passar a noite em um hotel confortável, optando por recomeçar a jornada até Charming na manhã seguinte. A atmosfera do hotel, com suas luzes cintilantes e o burburinho da cidade, acentuava ainda mais a sensação de mudança e renovação que sentiam.
As garotas ficaram juntas em um quarto do hotel, dando privacidade a Raul e Denise que ficaram em outro. O grupo saiu para jantar em um bistrô incrível à beira-mar. A noite foi agradável, cheia de conversas alegres e deliciosos pratos que contribuíram para o clima de camaradagem. Enquanto contemplavam o oceano iluminado pela lua, afastaram os piores acontecimentos de seus últimos dias.
Quarta-feira, 07:00 AM – Los Angeles, CA
As garotas acordaram com o sol nascendo, sentindo-se revigoradas e ansiosas para os próximos passos. Elas se arrumaram rapidamente, e todos desceram para tomar café da manhã no restaurante do hotel. Sentaram-se juntos, mas, havia uma notável tensão no ar. Denise e Raul estavam estranhamente calados, trocando poucas palavras e olhares furtivos.
Após a refeição, eles fizeram o checkout no hotel, um dos associados do comando já os esperava na porta do edifício. Durante a viagem de quase três horas de volta a Charming, Moe e Bibi perceberam que o clima estava pesado entre os dois. Eles pareciam mais distantes que o normal. As garotas mantiveram sua energia em alta, mas, sem tantas demonstrações. Elas preferiram manter a amenidade na conversa, evitando incomodar o casal estremecido.
Eles chegaram à mansão da família Cortez por volta do meio-dia. Bianca era mais do que uma agregada, por isso, permaneceu com eles, sem sequer pensar em voltar para sua casa. As garotas subiram para o quarto de Mônica, desfizeram suas malas e aguardaram a governanta servir o almoço.
Enquanto esperavam, Bibi olhou pela janela do quarto, admirando o vasto jardim e a área da piscina da propriedade. As flores coloridas e bem cuidadas traziam uma sensação de paz e serenidade, algo que ela ansiava profundamente. Moe, por sua vez, acomodou-se na cama e começou a checar as mensagens em seu celular. Por um momento, lembrou-se de Fredo, sentiu saudade.
Raul encaminhou-se para seu escritório, fechando a porta atrás de si. Ele caminhou até a mesa, serviu-se com uma dose de whisky e bebeu sem hesitar, repetindo o processo por três vezes, até que suas inquietações estivessem um tanto afastadas de sua mente.
Algum tempo depois, Denise adentrou o escritório, deparando-se com Raul, esparramado em sua cadeira, com os pés repousados sobre a mesa, saboreando o líquido marrom.
- Você não vai se preparar para o almoço? – Ela questionou, aproximando-se dele.
- Um homem toma um drink, o drink toma um drink e o drink toma o homem! – Ele parafraseou Jack Torrance, enquanto levantava o copo a altura dos olhos e observava seu conteúdo. Como um grande fã de Stephen King, sempre pensava em suas obras durante ocasiões como aquela.
- O que está acontecendo com você? – Denise exigiu, cruzando os braços sobre o peito.
- Muitas coisas, meu amor, mas, não quero sofrer um inquérito agora! – Ele desabafou, tirando os pés da mesa e ajeitando sua postura.
- Isso não é um inquérito, apenas quero saber o que acontece com minha família! – Ela exclamou, recuando um pouco.
- Está tudo bem, só não quero conversar! – Ele esclareceu.
- Acha que me deixar de fora dos problemas vai resolvê-los? – Denise questionou.
- Amor, pensei estar sendo claro quando disse que não queria ser inquerido! – Raul exclamou.
- Me sinto inútil quando me afasta dessa maneira. Só quero estar com você, é pedir muito? – Ela perguntou.
- Não faça isso, você está sendo injusta! – Raul disse, levantando-se, deixando o copo sobre a mesa e caminhando até ela.
- Não fazer o que? – Denise questionou.
- Me desculpe pela rispidez, eu só quero que me deixe quieto com meus pensamentos! – Raul disse, apertando-a em seu abraço.
- Você perde a linha toda vez que faço alguma pergunta! – Ela exclamou, apertando-o e repousando a cabeça sobre o ombro dele.
- Se você sabe disso, pare de perguntar, minha joia! – Raul pontuou, rindo de nervoso.
- Eu te odeio! – Ela lamentou.
- Eu te amo pra caralho, mas, tem hora que tu é foda de aguentar! – Ele disse, revirando os olhos.
- Babaca! – Denise exclamou.
- Um babaca sincero. Você tem que considerar isso quando fica brava com as minhas canalhices. Não omito coisas pra te sacanear, só estou tentando te proteger! – Raul pontuou, segurando o rosto dela, fazendo-a encará-lo.
- Queria voltar no tempo e não ter o conhecido! – Ela lamentou, tentando não olhar para ele.
- Você está pegando pesado! – Ele disse, parecendo realmente chateado.
- É a verdade. Odeio te amar tanto! – Denise lamentou novamente.
- Não estou aqui pra te fazer mal; você quer dar um tempo? – Raul perguntou. Um nó se formou em sua garganta.
- Você quer? – Ela respondeu com outra pergunta, preocupando-o.
- Claro que não, estou bem contigo! – Ele pontuou.
- Eu também não quero, mas, acho que é o melhor a fazer, não estamos dando certo! – Denise exclamou.
- Você tá perdendo a linha sem motivo, sacanagem falar isso! – Ele disse.
- Você só vacila comigo! – Ela exclamou, encolhendo-se no abraço dele.
- Me perdoe, não é a minha intenção! – Raul pontuou.
- Se você quer terminar é só falar! – Ela disse, afastando-se um pouco para olhar para ele.
- Eu tô aqui feito um idiota, te agradando, tentando entender seu lado e você vem com essa. Tá de sacanagem? – Ele exigiu.
- Não precisa ficar bravo! – Ela disse, segurando o rosto dele em suas mãos.
- Vacilo, brincar com meus sentimentos assim! – Raul exclamou, tentando livrar-se do toque dela. Havia fragilidade nele, e ela podia ver.
- Foi você quem sugeriu a separação! – Denise pontuou, tentando trazê-lo para perto de si.
- Claro, você está gerando comigo toda hora! – Ele lamentou, cobrindo o rosto e respirando fundo.
- Você sempre se esquiva das minhas perguntas! – Ela exclamou, acariciando o cabelo dele.
- Não quero responder porque é assunto do comando. Pare de misturar nosso casamento com meus negócios! – Ele pediu, severamente.
- Não sabia que era assunto do comando! – Ela disse, arrependendo-se de ter iniciado outra briga.
- Se eu disse que não quero conversar, respeita meu espaço. Sabe que se fosse algo da nossa vida particular, abriria o jogo sem problemas, como sempre faço! – Raul exclamou com veemência.
- Calma, pelo amor de Deus, você vai ter um infarto! – Denise pediu, vendo os nervos dele à flor da pele. Ela o puxou para um abraço.
- Caralho, Denise! – Ele disse.
A discussão podia ser ouvida dos quartos. Moe se encaminhou para o escritório à contragosto. Ela preferia não se meter no relacionamento do pai, mas, a situação pedia intervenção. Ao adentrar o cômodo, ela questionou: – O que está acontecendo?
- Não está acontecendo nada! – Denise exclamou. Moe reparou no estado de nervos em que Raul se encontrava.
- Vocês estão traumatizando minha irmã! – Ela expôs, mencionando Jordie. Fechou a porta atrás de si.  
- Foi apenas uma discussão! – Denise disse.
- Não está dando pra aguentar, toda hora é um quebra pau diferente! – Moe exclamou.
- Desculpe filha! – Raul lamentou.
- A Jordana está bem? – Denise perguntou, parecendo preocupada.
- É melhor você ir acalmá-la! – Moe esclareceu, enquanto se aproximava de seu pai.
- Desculpe amor, passamos do ponto! – Raul exclamou, abraçando Moe. Ela podia sentir o coração dele agitando-se contra o peito.
- Vocês têm que parar com isso, pelo amor de Deus! – Ela pediu, completamente aflita.
Jordana saiu do quarto de Mônica como um raio, esquivando-se de sua mãe. Ela temia ter sua família destruída mais uma vez, então, lançou-se para dentro do escritório, correndo para o encontro de seu pai e irmã. – O senhor está bem? – Ela perguntou.
- Estou sim, foi apenas um desentendimento! – Raul esclareceu.
- Perdoe a minha mãe, ela é muito imbecil às vezes, mas, vocês não podem se separar! – Jordie implorou, abraçando Raul e Moe.
- Nós não vamos nos separar! – Raul exclamou, dando um beijo na testa dela.
- Se isso acontecer, eu posso ficar com o senhor? – Jordie implorou, chorando copiosamente.
- Você sempre poderá ficar comigo, meu amor! – Ele disse, tentando acalmá-la.
- Não quero perdê-lo papai, não me deixe! – Ela exclamou, soluçando.
- Se nós rompermos, você vai ficar comigo! – Denise exigiu, voltando para dentro do cômodo.
- Eu nunca vou sair de perto do meu pai, sua megera! – Jordie gritou, avançando furiosamente sobre ela. Raul foi mais rápido, impedindo-a de agredir Denise. Moe colocou-se entre elas, tentando conter a madrasta.
- Ele não é seu pai, menina idiota! – Denise gritou de volta.
- Para com essa porra! – Raul bradou, sentindo seu sangue ferver.
- É sim! – Jordie exclamou, tentando livrar-se da contenção. Por um instante, Raul desejou soltá-la, mas, pensou melhor a respeito.
- Você está falando merda! – Moe pontuou, empurrando-a rumo a saída.
- Você deveria me agradecer, aposto que não gostaria de dividir sua herança! – Denise gritou, completamente enlouquecida.
- Cala a boca, você tá se passando muito! – Moe exclamou, finalmente conseguindo levá-la para fora.
- Eu vou te matar, sua vadia! – Jordana gritava à plenos pulmões.
- Calma, filha, ela só está com raiva! – Raul disse, ainda tentando conter sua caçula, que tinha sangue nos olhos naquele momento.
- O senhor é mais meu pai do que ela é minha mãe! – Jordie exclamou, chorando ainda mais.
- Não importa o que digam, você sempre será minha filha. Se acalme! – Ele pontuou, puxando-a para seu abraço. Jordie agarrou-se a ele como na primeira vez em que temeu o monstro em seu armário, e Raul foi até lá, certificar-se de que poderia dormir em paz.
- Eu a odeio, papai. Não me deixe com ela! – Jordie implorou.
- Eu não vou te deixar, apenas, se acalme! – Ele esclareceu, sentindo seu coração se partir.
Bianca correu até elas, ajudando Mônica a conduzir Denise até a cozinha, no andar de baixo. Ela ainda estava xingando e se debatendo, mas, as duas tinham experiência em conter pessoas enlouquecidas.
- Você perdeu a porra da razão? – Mônica questionou, encaminhando-se para preparar um chá de camomila para a madrasta.
- Por que você se importa? – Denise questionou, ainda sob a vigília de Bibi.
- Desde que vocês entraram em minha vida, senti que teria uma família novamente. Não quero ver ninguém ferido ou magoado, então, sim, eu me importo! – Ela pontuou.
- Me desculpe! – Denise lamentou, finalmente sentando-se à bancada. Bianca não se afastou.
- Você não pode jogar tudo pro alto sempre que ficar com raiva do meu pai. Ele pode ser difícil de lidar, mas, ama muito vocês duas! – Moe exclamou, virando-se para encará-la.
- Eu não quero perder vocês! – Ela desabafou, caindo em si.
- Nós estamos fazendo o diabo pra que essa família resista, se você não colaborar, vai ser impossível. É isso que você quer? – Moe exigiu. Denise engoliu em seco.
- Eu passei do ponto, não foi? – Ela questionou, parecendo chateada.
- Passou pra caralho, mas, vou te dar um conselho que deveria ter dado à minha mãe, alguns dias atrás: nunca se coloque entre o meu pai e os filhos dele! – Moe pontuou com veemência. Bibi riu baixinho, sabendo o quão certeira era aquela afirmação.
- Acha que ele vai me perdoar? – Denise perguntou, notando o tamanho da merda que havia feito.
- Depende da Jordana. A mágoa dela vai ditar o ritmo dele com você! – Moe esclareceu, decidindo aumentar a dose de água na chaleira. Todos precisariam se acalmar.
- Eu não imaginava que as coisas fossem tomar essa proporção! – Denise exclamou, realmente apreensiva.
- Lembre-se disso antes de voltar a falar que a Jordana não é filha dele! – Moe pontuou, completamente indignada.
- Não sei onde estava com a cabeça quando disse isso! – Denise lamentou. Moe se aproximou dela, acolhendo-a em seu abraço.
- Você se exaltou, é normal, todo mundo se exalta, mas, tem que pensar antes de falar. Aqui sempre será sua casa e essa sempre será sua família, ainda que vocês se separem. Não há motivos para perder o que temos! – Moe disse, acariciando o cabelo dela. Denise não esperava tamanha compreensão por parte de Moe, bem como a reação apocalíptica de Jordana ao defender o padrasto.
Bianca finalmente relaxou, sentando-se frente ao balcão e encarando o horizonte. Isso fez Moe sorrir. Essa não foi a primeira vez em que Bibi presenciou um conflito dos Cortez; ela estava acostumada às tribulações de sua família postiça.
Moe acabou de preparar o chá, serviu quem estava na cozinha e se encaminhou para servir os que estavam no escritório. Por lá o clima não era tão pacífico, Jordana ainda estava no veneno. Ela e Raul estavam no sofá; Jordie repousava sua cabeça em uma almofada no colo do pai, que ouvia suas queixas, enquanto acariciava seu cabelo.
- Está tudo bem por aqui? – Moe perguntou, antes de oferecer a bebida para eles.
- Claro, meu amor! – Raul exclamou, tomando seu chá. Jordie sentou-se e pegou sua xícara.
- Vocês deveriam ir para seus quartos e descansar um pouco. Chega de confusão, por favor! – Moe pediu, lançando um olhar efusivo sobre eles.
- Só depende da megera! – Jordie exclamou, revirando os olhos.
- Eu entendo seu lado, mas, você falou um bolão pra ela! – Moe pontuou com veemência.
- Ela falou uma pá também! – Jordie disse, parecendo aborrecida.
- Independente, tá errado. Ela é sua mãe, tem que tratar com respeito! – Moe pontuou, encarando-a.
- Eu vou pedir desculpas! – Jordie concordou à contragosto.
- É isso! – Moe exclamou antes de sair.
- A Moe está brava comigo? – Ela perguntou, encarando Raul.
- Não, filha, ela só está te orientando! – Ele esclareceu.
- Eu a amo, não quero que fique chateada! – Jordie lamentou, chorando outra vez.
- Ela também te ama, por isso está te corrigindo! – Raul pontuou, limpando suas lágrimas.
- Você me perdoa? – Ela perguntou, abraçando-o.
- Claro, meu amor. Trate de se acalmar! – Raul exclamou, acolhendo-a.
Denise, sentindo-se exausta e emocionalmente sobrecarregada, sobe lentamente para seu quarto. Ao chegar, ela pega um calmante de sua gaveta, toma-o com um copo d'água e deita-se na cama, tentando encontrar algum alívio para sua mente agitada. Enquanto isso, Raul permanece em seu escritório, conversando com Jordana. Ele tenta, com paciência e carinho, explicar a ela que os casamentos são complexos e que todas as relações passam por fases difíceis. Ele enfatiza a importância da compreensão e do apoio mútuo durante esses momentos.
Enquanto isso, Mônica e Bianca decidem tomar um banho relaxante para aliviar o estresse do dia. Após o banho, elas se sentem revigoradas e decidem ir à cede do moto clube. Procurando uma forma de espairecer e esquecer os conflitos que presenciaram. Elas esperam que a mudança de ambiente pudesse trazer um pouco de leveza e distração.
A residência dos Cortez estava no mais completo silêncio quando as garotas foram para a garagem e escolheram um dos carros de Raul para sair. Infelizmente, os planos de almoço em família tinham ido por água abaixo. As duas entraram na Lamborghini Urus preta e partiram até a cede dos Filhos da Anarquia.
No caminho até lá, Moe observava sua cidade natal. Charming ainda parecia a mesma, pequena e tranquila. A avenida do comércio com um discreto movimento devido ao horário de almoço. Algumas pessoas indo e vindo, com sacolas personalizadas dos pequenos negócios locais.
Moe não pôde deixar de comparar com Nova York e seu frenesi. A calma bucólica de Charming, com suas ruas arborizadas e fachadas de lojas pitorescas, contrastava fortemente com a metrópole que nunca dorme. Não havia trânsito, buzinas e semáforos que mais pareciam a largada de uma corrida.
Bianca, ao lado do passageiro, percebe o olhar distante de sua amiga, solta uma de suas pérolas: – Já está sentindo o cheiro de óleo diesel e whisky barato?
- Ai amiga, confesso que senti falta disso aqui! – Moe respondeu, rindo.
- Você sempre foi louca, Mônica! – Bibi disse, revirando os olhos e rindo também.
Ao chegarem à cede dos Filhos da Anarquia, o ambiente acolhedor do clube as envolveu. Tig notou o carro luxuoso adentrando o estacionamento da oficina, isso o fez largar sua ferramenta no chão e dirigir-se apressadamente para reencontrar Mônica. Ao se aproximarem, ele abriu os braços calorosamente, acolhendo-a e levantando-a do chão. Moe envolveu suas pernas em torno da cintura dele. A amizade entre eles era genuína e permitia isso e mais um pouco.
- Que saudade, minha cheirosa! – Ele exclamou, enchendo o rosto dela de beijos.
- Também estava doida de saudade! – Ela admitiu, retribuindo o carinho.
Ele a carregou para a porta do clube, como se fôsse um coala, agarrado a um galho. Bianca seguia os dois, caminhando despreocupadamente. Do outro lado do pátio, Gemma observava a cena da porta do escritório da oficina, com um sorriso de canto de boca. Ela sentia satisfação ao ver suas garotas em casa outra vez.
Após alguns instantes, ele finalmente a colocou no chão, mas, manteve o abraço. Moe o amava de todo o coração, e ver o brilho em seus olhos azuis a enchia de alegria. Bobby surgiu de dentro da cede, curioso com a algazarra e o converseiro. Ela o cumprimentou com muito carinho também.
- O escocês vai pirar quando souber que você chegou! – Tig exclamou, apertando-a ainda mais junto a si.
- Cadê aquele ordinário? – Moe perguntou, rindo.
- Saiu com o J.T e o Jax! – Bobby respondeu, bebendo um pouco de sua cerveja e acomodando-se ao lado de Bibi na mesa de piquenique.
Juice saiu da cede, um tanto aéreo, mas, ainda assim, animado com a presença das meninas. Jéssica e Opie adentraram o estacionamento, em cima da moto dele. Ao ver suas amigas, Jess saltou, entregando o capacete para o namorado e correndo para encontrar as duas. Elas se abraçaram e começaram a dar pequenos e animados pulinhos em círculos.
O grupinho aproveitou o momento para iniciar um churrasco. Aos poucos, doses de whisky e garrafas de cerveja surgem. O ambiente é preenchido por conversas e risadas. Aqueles que faltavam, finalmente chegaram e se juntaram ao grupo, trazendo mais cervejas e alguns petiscos. Tig, sempre o piadista, contava histórias engraçadas e fazia todos rirem, enquanto o cheiro delicioso da carne assando no churrasco começava a se espalhar pelo pátio do clube.
- Quem está cuidando da churrasqueira? – Moe perguntou, rindo.
- Eu e o Bobby! – Chibs respondeu, acenando com uma pinça de churrasco na mão.
- Vocês vão queimar tudo, seus bêbados! – Jess provocou, fazendo todos rirem ainda mais.
A música começou a tocar, e alguns casais começaram a dançar descontraidamente. Mônica, Bibi e Jéssica se sentaram ao redor da mesa de piquenique, observando a cena com sorrisos nos rostos.
- Senti falta disso, da nossa família reunida! – Mônica disse, suspirando de felicidade.
Com o passar do tempo, o churrasco continuou animado, com histórias sendo compartilhadas, laços sendo reforçados e o sentimento de união predominando. Era um momento de pura alegria, onde cada um se sentia em casa. John e Gemma mal podiam conter a emoção de ter todos tão perto. Jax sorria amplamente ao lado de Bianca.
Chibs aproximou-se de Mônica, sorrindo de um jeito empolgado. Depois de tomar um pouco de sua dose de whisky, perguntou: – Demorou a voltar, não é, mocinha?
- O último ano de faculdade é sempre o pior. Queria ter vindo antes! – Ela admitiu, dando um beijo no rosto dele.
- E a quantas anda a metrópole? – Ele perguntou, curioso.
- Um caos! – Ela comentou, rindo.
- E os namoradinhos? – Gemma aproximou-se, rindo de um jeito divertido e carinhoso.
- Ai tia Gemma, nem te conto! – Moe exclamou, rindo ainda mais.
- Claro que vai contar! – Chibs exigiu, curioso sobre a vida amorosa de sua ex.
- Ela está namorando o Gaguinho! – Bibi disse, explodindo de animação. Ela adorava colocar lenha em qualquer fogueira.
- O Federico? – John perguntou, surpreendendo-se. Ele não pôde deixar de ouvir, então, decidiu aproximar-se.
- Federico Leone Pardo Caparrós! – Bibi exclamou, passando a ficha completa de Fredo.
- Ele mesmo! – John afirmou, sorrindo, antes de tragar seu cigarro.
- Que nome comprido! – Tig comentou, gargalhando.
- Chique, não é? – Bibi admitiu, piscando para ele.
- O senhor o conhece, tio? – Moe perguntou a John.
- Conheço, o moleque é gente boa! – Ele admitiu, colocando seu braço sobre os ombros da esposa.
Antes que mais alguma coisa pudesse ser dita, o celular de Mônica tocou. Era o Fredo, em uma chamada de vídeo. Ela sorriu e mostrou a chamada aos amigos. Jax e Juice, os dois bobões, ficaram imitando barulhos de gemido, para provocar o casal. Moe atendeu.
- Já me esqueceu, boneca? – Ele perguntou, rindo.
- Ela está com a gente! – Bibi exclamou ao fundo, aumentando a zoeira.
- Oi Bibi, estou vendo mesmo! – Ele disse, sorrindo e acenando para ela.
- Fala oi pro tio John! – Moe virou o celular para ele. Os caras acenaram juntos e levantaram suas garrafas de cerveja.
- Nossa, que inveja! – Fredo exclamou, levantando-se de sua cadeira, caminhando para a porta da sala e mostrando o saguão do andar da presidência. Todos estavam exauridos devido ao ambiente executivo. – Queria estar com vocês!
- Larga esse velório aí, moleque. Vem pra cá! – John convidou, rindo amplamente.
- Nós vamos, quando? – Vic exclamou, enfiando a cara na frente da tela, disputando o telefone com ele.
- Você já deveria estar aqui, ordinária! – Bianca gritou, fazendo todos rirem.
- Elas estão no clube? Me deixa ver também! – Otto se aproximou, animado. Os três ficaram disputando o espaço e querendo conversar com a galera.
- Fala Werneck! – Jax e Opie gritaram e assoviaram, animando-se com o amigo.
- Vamos chegar no final de semana, se não tiver churrasco, vou atirar em vocês! – Werneck exclamou, sacaneando com eles.
- Deixa com o pai, que ele domina! – Jax gritou, falando de si mesmo na terceira pessoa.
- Aff, Jax! – Bianca disse, revirando os olhos e rindo.
- Festinha, caralho! – Jess finalmente se pronunciou, muito animada também.
- Arruaceiros! – Fredo exclamou, rindo muito.
- Nós vamos fazer o velho Unser trabalhar esse final de semana! – Jax afirmou, com um fogo sacana nos olhos.
- É melhor vocês aparecerem, se eu tiver que ir buscá-los, não vai ficar bonito! – Bianca sacaneou. Os ânimos estavam agitados, todos eles queriam falar ao mesmo tempo. A juventude, as novas e velhas amizades, fervilhando.
- Nós vamos! – Fredo concordou, enquanto Vic e Otto pulavam em cima dele.
- Traz o Moretti, o Alê e o Tarsinho também! – Moe pediu.
- Deixa comigo! – Otto disse, piscando para ela.
- Misericórdia, Charming vai ser varrida do mapa! – Fredo exclamou, com uma expressão de pavor. Não teve quem pudesse conter o riso.
- Salseiro, bebês! – Bianca pontuou, levantando os braços e sacudindo-os no ar. Completamente energizada, a morena comemorava.
Eles continuaram a falar sobre a festa que fariam no final de semana, discutindo os detalhes na ligação por mais um tempo. A empolgação de cada um transbordava, com planos cada vez mais elaborados e ideias que faziam todos rirem alto.
Depois de encerrar a chamada, os mais jovens continuaram a algazarra até a madrugada, imersos em conversas animadas e risadas contagiantes, contando histórias e lembrando de festas passadas. O brilho nos olhos de cada um refletia a felicidade de estarem juntos, compartilhando momentos que se tornariam memórias inesquecíveis.
Madrugada avançada, Moe, Bibi e Jess decidiram fazer uma festa do pijama na fazenda da família Prado. A ideia surgiu em meio a um assunto animado, e rapidamente ganhou vida. Elas partiram para a casa de Bianca, colocaram colchões na sala de estar, frente a enorme lareira e as amplas janelas de vidro. O luar iluminava o cômodo, deixando tudo ainda mais aconchegante.
Naquela noite, a fazenda estava envolta em uma aura tranquila, apenas interrompida pelas risadas e conversas das três amigas. Bibi e Moe contaram a Jess os detalhes mais divertidos da formatura. As histórias eram entremeadas por gargalhadas e exclamações, enquanto Moe relembrava momentos icônicos, como o desespero do mestre de cerimônias e o fato de que a festa no iate havia saído de controle.
As horas passaram sem que percebessem, e as meninas continuaram a conversar e rir até o céu começar a clarear. A luz suave do amanhecer começava a se filtrar pelas janelas quando, finalmente, o cansaço venceu. Elas adormeceram juntas. Raul, que sabia bem o destino das garotas, não se preocupou. Ele podia imaginar as risadas e as histórias, e sabia que estavam seguras e felizes na companhia uma da outra.
Quinta-feira, 13:00 PM – Charming, CA
Após passar um tempo com suas amigas, Mônica retornou à casa de seu pai. Ao observar a fachada da residência, sentiu-se melancólica. Adentrou a garagem, desceu do carro e caminhou em direção à porta lateral que dava acesso à parte interna da casa. O ambiente estava silencioso.
Mônica sabia que deveria manter a cabeça no lugar. Ela subiu as escadas, dirigindo-se ao seu quarto. Raul ouviu os passos e foi até a porta de seu escritório, encostando-se ao batente para esperar sua filha. Mônica trazia consigo uma expressão cansada e pensativa.
- Achei que não fôsse voltar! – Ele brincou, tentando sorrir.
- Eu sempre volto! – Ela respondeu, aproximando-se vagarosamente. Moe o abraçou e beijou superficialmente. Raul pôde notar seu incômodo.
- Você pode me dar um minuto? – Ele pediu, rumando para dentro do cômodo. Moe o seguiu.
- Desculpe por não ter ligado, acabei ficando envolvida com o pessoal e perdi a noção do tempo! – Ela exclamou, acomodando-se na cadeira de visitantes, frente a mesa dele.
- Eu sei, meu amor. Não se preocupe! – Ele admitiu, acomodando-se em sua cadeira.
- O senhor dormiu aqui, não foi? – Moe perguntou, ao notar que o sofá estava desorganizado.
- Assim como você, precisava de espaço! – Raul comentou. A semelhança no temperamento dos dois era palpável.
- Entendo! – Ela respondeu.
O tom de sua conversa era brando, mas, carregado de exasperação. Não que estivessem achando ruim estar na companhia um do outro, mas, todas as questões vivenciadas pesavam em seus ombros de maneira igual. Isso esgota as energias de qualquer um.
- Enfim, vou direto ao ponto. O Romero entrou em contato. Disse que o Valério procurou Galindo, pedindo asilo, pois, estava com medo. Essa informação chegou a mim como um gesto de boa vontade do Miguel. À essa altura, ele já percebeu que o cara é um rato! – Raul exclamou, colocando-a à par da situação.
- Isso significa que ele está aguardando instruções de como proceder? – Moe perguntou, cruzando as pernas preguiçosamente e acendendo um cigarro.
- Basicamente, sim. O Valério já sabe que cumprimos o decreto do Menéga! – Ele esclareceu.
- Isso me faz pensar: Como é que esse cara conseguiu sobreviver por tanto tempo nesse meio? Ele não me parece alguém muito inteligente! – Mônica ponderou antes de tragar profundamente.
- Sorte, talvez? – Raul supôs.
- Eu não acredito em sorte, destino ou qualquer dessas baboseiras. Sei que vai soar ofensivo, mas, me parece que sempre fizeram vista grossa para as falhas dele! – Ela comentou.
- Você tem toda razão! – Ele admitiu.
- Imagino que não seja uma tarefa fácil encontrar pessoas honradas nesse ramo, mas, a única coisa que um criminoso tem é a força da sua palavra. Não sei se podemos chamar isso de ética. Acredito que seja necessário um certo nível de cordialidade, mediada por regras tácitas. Isso nos leva ao seguinte entendimento: O Valério nunca soube realmente como as coisas funcionavam. Sua ganância e falta de bom-senso colocaram sua cabeça à prêmio! – Moe elaborou.
- Certa outra vez! – Raul exclamou, acendendo um cigarro também.
- Nós deveríamos marcar um encontro com Galindo, demonstrar que apreciamos sua boa vontade, e pedir que continue a abrigar o rato. Talvez, possamos descobrir mais sobre o que estava acontecendo. Descobrir coisas que o Menegazzo não sabia! – Ela sugeriu.
- Acha que pode ter mais alguém envolvido? – Raul perguntou, interessado na visão dela sobre tudo.
- Olha pai, considerando os dois traidores e sua inteligência limitada, é razoável admitir que tem alguém faltando na equação. Eles não conseguiriam fazer tudo sozinhos! – Ela respondeu, analisando as circunstâncias.
- Concordo, precisamos investigar o que pudermos. As coisas que aconteceram em Nova York adiantaram meus planos de sucessão; acredito que deva me afastar por um tempo, não tenho sangue frio o suficiente para conduzir as coisas! – Raul admitiu, encarando-a.
- Acredite, eu consigo entender. Depois de tudo, não pude mais lidar com a Cecília. Toda essa merda não saía da minha cabeça, quando me dei conta, estava hostilizando-a! – Moe comentou, devolvendo o gesto, e seu pai podia notar a sombra em seus olhos.
- Eu falei com o Marco a respeito dela, e ele me pareceu receptivo ao rompimento. Ainda assim, sinto que ele vai ficar mexido quando souber de toda a verdade! – Raul ponderou, parecendo chateado. Ele não gostaria que seus filhos fossem afetados de nenhuma forma.
- Não tem como não ficar, por mais que não a ame, os dois estão juntos há um bom tempo, e de certa forma, imagino que criaram algum tipo de conexão! – Moe exclamou, temendo por seu irmão.
- Lamento que essa situação tenha os atingido tão diretamente! – Raul refletiu, exalando a fumaça do cigarro.
- Por isso precisamos ser meticulosos com relação aos próximos passos. Ao lidarmos com Galindo, devemos garantir que não se sinta ameaçado. Acredito que eu deva cuidar disso! – Moe respondeu com convicção.
- Você não vai se encontrar com o Galindo! – Raul exclamou, parecendo aborrecido.
- Esse é o melhor caminho! – Ela disse, firmando sua posição.
- E se for uma armadilha? Ele pode te matar! – Ele insistiu.
- Ninguém vai me matar, mas, quanto ao senhor, já não posso garantir. Não adianta ficar puto, temos que resolver da melhor forma, e me reunir com o Galindo é o que temos no momento! – Moe exclamou, mantendo a firmeza.
- Eu não te coloquei à frente para ser morta! – Raul lamentou.
- Eu não vou morrer! – Ela pontuou.
- Nós vamos juntos! – Ele exclamou.
- O senhor vai ficar aqui e esperar meu retorno. Acabou de dizer que iria se afastar, porque, não tem sangue frio o suficiente! – Moe ponderou, relembrando as palavras dele.
- Você está cometendo um erro! – Raul disse, impaciente.
- O senhor me colocou no comando porque confia em minhas decisões. Deixe-me fazer o trabalho, se não obtivermos algo positivo, retome seu posto e faça como preferir! – Moe exigiu.
- Você não pode esperar que eu me sente aqui e relaxe enquanto se arrisca dessa maneira! – Ele exclamou.
- Não estou pedindo que relaxe, estou pedindo para confiar em meu julgamento. Para que possa fazer o trabalho bem-feito, preciso que me apoie nas decisões que terei de tomar. Não quero tirar sua autoridade, quero reforçá-la, e se isso significa que precisamos de mais aliados, é isso que vai ser feito! – Moe disse com tenacidade. – As coisas que aconteceram em Nova York nunca mais vão se repetir. Pretendo realizar a visão do meu avô, com o menor custo de sangue possível. Quero que o senhor viva para poder ver seus netos crescerem!
- Como pretende fazer isso? – Ele questionou, parecendo preocupado.
- Vamos tirar a sujeira das ruas, investir em negócios mais legítimos e ocultar nosso esquema de forma civilizada. Meu avô tinha a visão, mas, não tinha as ferramentas. Podemos acabar com os ratos e promover alguns políticos, jogando no colo deles a limpeza das ruas. Chega de ficar dando a cara por qualquer intriga. Nós ganhamos rios de dinheiro, mas, ainda temos que lidar com tudo pessoalmente, isso precisa parar! – Moe esclareceu.
- E como o Galindo vai contribuir com a visão do meu pai? – Raul indagou, um tanto confuso.
- Com mãos, tem muita gente correndo por ele além da fronteira. Ele e o Salvador podem melhorar e muito nossas rotas na América Latina. Ganhamos território, melhoramos as condições dos envolvidos, todos saem mais fortes com essa parada. Além disso, soube que o Galindo precisa de investidores para viabilizar alguns projetos; nós seremos essa ponte. Temos todos os contatos importantes, não vejo por que seria um problema unir os esforços! – Ela pontuou, servindo-se com uma dose de whisky.
- Isso significa que terei de acionar meus contatos? – Raul perguntou, tentando dificultar.
- Sinceramente, pai, não esperava que o senhor fôsse fazer tanto corpo mole! – Moe desabafou, parecendo decepcionada.
- Você está me disciplinando? – Ele perguntou, em tom de deboche.
- Estou deixando claro que o comando precisa ser levado para o rumo certo. Se começarmos a matar, essa guerra pode não acabar antes de nos destruir também! – Ela exclamou.
- Seu empenho me deixa orgulhoso! – Raul disse, rindo.
- Para de palhaçada, caralho! – Moe pontuou, revirando os olhos.
- Acho que devemos trocar de lugar, vem pra cá! – Ele exclamou, levantando-se de sua cadeira e rumando para frente da mesa.
- Babaca! – Ela disse, levantando-se e rumando para a saída.
- Vem aqui, meu amor, só estou brincando com você. Quero ouvir seu plano! – Raul expos, rindo ainda mais.
- Você é impossível, cara, na moral mesmo! – Moe exclamou, parando no meio do caminho.
- Faremos o que achar melhor. Confio em você! – Ele disse, tentando parar de rir. Nada o alegrava mais do que provocar sua filha.
- Se o senhor não me levar à sério, ninguém o fará! – Moe pontuou, revirando os olhos novamente.
- Eu te levo à sério, minha vida, se não fosse assim, não teria te dado o comando para administrar! – Raul esclareceu, sorrindo para ela.
- Não quero passar o Valério sem o apoio do Galindo. Temos que usar isso a nosso favor. Eliminamos um traidor em comum e conquistamos a confiança dele. Enfim, uma saída tranquila desse entreveiro do caralho! – Ela exclamou, aproximando-se dele.
- Quem vai acompanhá-la na reunião? – Raul questionou, parecendo realmente curioso.
- O Fredo. Ele vai chegar amanhã à noite! – Moe comentou.
- Como assim? – Ele estava surpreso.
- Nos falamos ontem à noite enquanto estava na cede do clube, e o tio John o convidou para vir! – Moe explicou tudo.
- Você ainda não tinha convidado? – Raul perguntou, ainda mais surpreso.
- Claro que não. Essa família está se destruindo de dentro pra fora. Achei melhor não o envolver. Ele já tem problemas demais! – Moe admitiu, mencionando as últimas brigas domésticas que havia presenciado.
- Me perdoe por isso, meu amor! – Raul lamentou, parecendo chateado.
- Não há o que perdoar, mas, espero que tudo se resolva logo, não está dando pra aguentar esse clima. Eu não queria voltar pra cá, mas, não poderia me esconder na fazenda dos Prado para sempre! – Ela exclamou.
- Sinto muito, filha! – Ele sentiu o golpe.
- Eu entendo, pai. Ainda assim, o pessoal vai ficar na fazenda. O Gael e a Lumem estão viajando, tem lugar pra todo mundo, de boa. Não há clima de recepção aqui em casa. Vocês precisam de espaço para se reconciliar! – Moe comentou, acariciando o rosto dele com pesar.
- Não queria que chegasse a isso! – Raul ponderou.
- O que queremos e o que temos raramente são a mesma coisa! – Moe lamentou, saindo do cômodo em seguida.
Raul continuou em seu escritório, as palavras de sua filha martelavam em sua mente. Mônica seguiu para seu quarto, à fim de tomar um relaxante banho de sais e fumar um baseado. Assim ela fez, sentindo falta de sua vida em Nova York, distante de tantas coisas dolorosas. Infelizmente, ela sabia que fugir não era o melhor caminho.
Após o momento de distanciamento, envolveu-se em seu roupão, sentou-se frente a seu computador e imergiu em uma nova campanha de Diablo. No mundo de Santuário, bastavam alguns instantes para que a imersão começasse. Entre batalhas, masmorras e espólios, mantinha-se calma.
Raul não admitiria, mas, ficou bastante abalado com os últimos acontecimentos em seu núcleo familiar. As brigas de casal nunca haviam passado de discussões superficiais, mas, agora, tudo tinha chegado às raias do absurdo.
Para ele, tudo que importava era a família, mesmo que fossem desequilibrados, sabia que estava pronto para matar ou morrer por cada um deles. Assim, ao questionar a paternidade de Jordana, sua esposa havia aberto uma ferida incurável em seu relacionamento.
Ao longe, o toque do celular pré-pago dele ressoava, as doses de whisky que adormeceram seu corpo também levaram seus sentidos; por consequência, demorou-se a reagir e encontrar o aparelho, atendendo no último toque. Fredo estava prestes a desistir.
- Quem me incomoda? – Raul divagou.
- Bom dia, padrinho, é o Gago aqui! – Fredo exclamou, um tanto sem graça.
- Fala aí, Gaguinho, o que manda? – Ele perguntou, sentando-se no sofá e sentindo a cabeça girar.
- Eu preciso de um favor; na verdade, o Alexandre precisa. Esse moleque idiota foi pego vendendo receitas e acabou sendo expulso da faculdade. Tem alguma coisa que o senhor possa fazer? – Fredo perguntou, torcendo para que ele não ficasse muito puto.
- Você sabe me dizer se a faculdade chegou a processá-lo? Porque, se aconteceu alguma coisa desse nível, vai ser foda de reverter! – Raul exclamou, fechando e abrindo os olhos rapidamente, tentando fazer sua visão recuperar o foco.
- Não processaram, meu pai morreu numa grana pra fazer a história sumir! – Fredo esclareceu, sentindo-se aliviado por não levar um esparro.
- Nesse caso, podemos falar com o reitor de Stanford, talvez aceitem o meliante! – Raul pontuou, rindo.
- Caralho, isso seria muito bom! – Ele disse, completamente satisfeito.
- Quase um milagre, mas, você precisa preparar o bolso, porque, essa porra vai custar caro! – Raul esclareceu, enquanto pressionava a testa. Sua cabeça estava latejando.
- Sem problemas, contanto que esse imbecil volte a estudar, está valendo! – Fredo comemorou.
- Quando você chegar, já terei sua resposta. Precisam de mais alguma coisa? – Ele perguntou, assustando Fredo.
- É só isso mesmo, padrinho; muito obrigada, o senhor salvou demais. Só agradeço! – Ele exclamou, realmente feliz com a notícia.
- Até mais, moleque! – Raul disse, antes de encerrar a chamada.
Raul saiu do cômodo e encaminhou-se a seus aposentos, à fim de tomar um banho e curar sua ressaca, física e moral. Ele tinha muitas coisas a fazer, isso significava que não poderia se entregar ao estado de catarse que o rondava. Banhou-se, tomou algumas aspirinas e voltou ao escritório. Após algumas reflexões, marcou a reunião com Galindo e entrou em contato com o reitor da universidade.
À contragosto, Denise comunicou a seus familiares que Gemma havia marcado um jantar para recepcionar os visitantes. O clima da família Cortez era de morte, em sua opinião, essa reunião não poderia vir em pior momento. Em nome da cordialidade, aceitaram.
Com certeza o circo estava pegando fogo, com os palhaços dentro e os bombeiros de folga. Em Nova York, o grupo se preparava para a viagem à Charming.
Sexta-feira, 20:00 PM
A família Cortez e seus agregados chegaram à casa de Gemma Teller, a anfitriã do jantar mais cotado da noite. Duas Mercedes G63 pretas pararam frente à entrada, e eles desceram. Denise era a única sóbria na parada. De certa forma, era o melhor que poderia acontecer, à final, levar conflitos até lá não seria uma boa ideia.
Moe e Fredo dividiam um energético, tentando fazer o sistema subir novamente. O Monster: mango loco, era seu elixir de energia, dando um coice no sistema nervoso central de ambos. Em alguns instantes, Jax os recebeu. Raul e Denise entraram, deixando os mais novos conversarem no átrio.
- Cara, pelo que a Jess contou, vocês quebraram tudo na formatura. Queria estar lá! – Jax disse, completamente energizado.
- Foi só uma reuniãozinha! – Moe exclamou, gargalhando.
- Caralho, reuniãozinha? Eu pensei que vocês só iam à bares e restaurantes, mas, aquilo foi loucura! – Jax pontuou, sem conseguir conter o riso também.
- Nós somos a alma daquele lugar, fazer o quê? – Moe admitiu, lembrando-se de sua formatura cabulosa.
- Na moral, vou ficar puto se vocês não me levarem na próxima! – Jax disse, sacaneando com ela.
- Relaxa, maninho, você vai ter a chance de estrondar muito com a gente! – Otto afirmou.
- Alguém falou em estrondar? – Chibs perguntou, se aproximando e deslizando os dedos pelos cabelos de um jeito muito sexy.
- Eu estava comentando que nós soubemos da formatura! – Jax pontuou, rindo.
- Insanidade pura; nós queríamos ter participado! – Chibs disse, sorrindo de um jeito sacana.
- Se vocês estivessem lá, a cidade estaria em ruínas agora! – Bibi declarou, sem conseguir conter o riso.
- Pode crer! – Otto afirmou, acendendo um cigarro.
- Nós podemos criar nosso próprio salseiro hoje! – Chibs exclamou, voltando para a sala de jantar. Eles o seguiram.
- Até parece! – Bibi zombou, revirando os olhos.
Moretti, Fredo e seus irmãos apresentaram-se aos caras. A afinidade entre eles foi instantânea. Enquanto encaminhavam-se para dentro, o converseiro generalizado inundava o ar. Vic já estava acostumada aos jantares de Gemma, então, sentiu-se em casa.
Os integrantes da filial de Redwood estavam sentados à mesa, fumando, bebendo whisky e jogando conversa fora. Moe sentiu falta desse ambiente. John Teller estava na cabeceira, conduzindo o falatório generalizado. Denise foi para a cozinha ajudar Gemma com os últimos preparativos. Raul puxou uma cadeira ao lado do presidente, enturmando-se.
As senhoras do clube compuseram a enorme mesa, preparando-a para que o jantar fôsse servido. Quando Moe se aproximou, um a um se dirigiram para cumprimentá-la. Ela abraçou Bobby e Tig, como se não os visse há milênios. Juice e Happy foram mais discretos, mas, ainda assim, estavam felizes com o reencontro. Opie e Jéssica ainda não haviam chegado, mas, estavam a caminho.
Fredo sabia que Moe havia crescido entre os membros do motoclube, por isso, não havia motivo para ciúmes. Apesar dos olhares devoradores dirigidos à Mônica, Chibs não conseguiria incomodá-lo.
Os mais jovens foram para a sala, Jax os serviu com whisky e puxou um baseado, fazendo a alegria da trupe. Moe sentou-se no colo de Fredo em uma poltrona, Bibi sentou-se no chão frente à mesa de centro, ignorando a presença do loiro exuberante. Chibs ficou no sofá, ao lado de Juice e Tig, que tagarelavam sem parar, perguntando sobre a noite nova-iorquina.
Pouco tempo depois, Jéssica e Opie chegaram, juntando-se a eles na sala de estar. O cheiro de maconha podia ser sentido na entrada da casa e as risadas eram ouvidas alguns metros antes. Bianca estava fazendo todo o possível para ignorar Jax, mas, ele não estava deixando barato. Sentou-se ao lado dela, para importuná-la como podia.
- Então, vocês estão juntos, amiga? – Jéssica perguntou a Moe, notando as caricias entre ela e Fredo.
- Não sei o que estamos, mas, estamos! – Moe exclamou, sorrindo. Chibs engoliu em seco, afinal, ele não poderia reclamar.
- Vocês estão namorando, parem de conversinha! – Alê sacaneou, colocando o braço sobre os ombros de Vic, que ria amplamente. Todos riram. Tarso e Jordana, sentados no primeiro degrau da escada, aproveitavam o momento longe do olhar suspeito dos mais velhos para se curtir.
- A gente poderia cair pra um bar depois do jantar, o que acham? – Jax sugeriu. Otto e Moretti se entreolharam, concordando com o loiro.
- Nem adianta tentar, Jackson, o que rolou na formatura da Moe vai ser impossível de reproduzir aqui! – Bibi exclamou, revirando os olhos.
- Deixa de ser cuzona! – Ele disse, rindo.
- Acho que é uma boa! – Moe exclamou, rindo também.
- Não vamos conseguir replicar sua formatura, amiga, mas, a festa na fazenda dos pais da Bibi vai ser o auge! – Jéssica declarou, animando-se.
- Quero ir para o bar com vocês! – Jordie disse. Eles gargalharam, e isso a aborreceu.
- A sua mãe mataria a gente! – Chibs exclamou, sacaneando com ela.
- Cuzões! – Ela disse, revirando os olhos.
- Vocês vão para casa dormir, bebês! – Tig sacaneou também, apenas para vê-los com raiva.
- Odeio vocês! – Ela disse, fazendo-os rir ainda mais.
- A gente te ama! – Moe exclamou, vendo os dois irritados por não terem idade suficiente para acompanhá-los.
- Eu estava apostando que quando o Chibs visse você e Fredo, ele atiraria pra cima! – Jordie sacaneou, sem ter ideia de todo rebuliço que esse tipo de atitude tinha causado.
- Não seja por isso! – Ele disse, levantando-se, abrindo as portas da varanda e indo até o quintal, em seguida, disparou três vezes sua Glock. Fredo quase desmaiou de tanto rir.
- A Mônica adora essas coisas! – Fredo sacaneou, levando alguns tapas como resposta.
- Tá loucão? – Jéssica questionou, apavorada. Ela era a única, os outros presentes vibraram. Raul e John foram até a sala, para entender tamanha algazarra, mas, ao perceberem que estava tudo bem, voltaram para a sala de jantar rindo.
Os últimos convidados chegaram, questionando John sobre os tiros que haviam acabado de ouvir. Raul os acalmou, fazendo piada com a situação. Denise também ficava em choque, mas, não reclamava, pois, sabia que era inútil.
Quando o jantar foi servido, os arruaceiros se encaminharam para a mesa, rindo e conversando alto. Gemma sempre gostou de ter a casa cheia, com sua família e amigos.
Todos se fartaram com o assado mais famoso de todos e cerveja. Jax e Bibi ainda estavam perrecando, apesar dos esforços dele, ela não facilitava sua vida. Moe e Fredo estavam em clima de romance novo, fazendo Chibs coçar a cabeça nervosamente toda hora. Jordie ria muito com isso, sussurrando para Jess e Vic dizendo que era o chifre crescendo.
Após a sobremesa, os convidados se encaminharam para a área da piscina, ocupando as cadeiras e sofás, continuando o converseiro. Moe os deixou para ir ao banheiro, e Chibs ficou de olho, esperando o momento certo para segui-la. Quando ela saiu do cômodo, ele estava parado no corredor, encostado na parede frente a porta.
- Como foi que isso começou? – Chibs questionou.
- Isso o quê? – Moe questionou de volta, revirando os olhos.  
- Esse seu namoro sem pé e nem cabeça! – Ele exclamou, encarando-a.
- O único que pensa isso é você! – Ela disse, tentando esquivar-se dele. Ele a puxou pelo braço.
- Já me esqueceu? – Ele exigiu, aproximando seus corpos.
- Há muito tempo! – Moe zombou.
- Por que está tentando fugir? Está com medo de que ele nos veja juntos? – Chibs questionou, rindo de um jeito sacana.
- Não estamos juntos, a única coisa que ele verá é você tentando me forçar a ouvir sua conversinha mole! – Ela zombou mais uma vez.
Ele a beijou, e Moe ficou furiosa, dando um tapa bastante caprichado na cara dele. Os dedos dela ficaram marcados em vermelho por sobre a cicatriz em sua bochecha esquerda.
- Você gostava da minha conversinha mole! – Chibs exclamou, sentindo seu rosto arder.
- Muito bem colocado, gostava, no passado, não é mais assim! – Ela pontuou, revirando os olhos mais uma vez.
- Parece que a cidade grande te mudou bastante! – Ele declarou, afastando-se dela.
- Você nem faz ideia do quanto! – Moe exclamou, passando por ele, rumando às escadas.
- Você está apaixonada por esse cara? – Chibs questionou, seguindo-a. Ela parou no meio do caminho e lançou um olhar efusivo sobre ele.
- Estou! – Ela disse firmemente, voltando a caminhar.
- Duvido! – Ele sacaneou, seguindo-a e rindo.
No final da escada estava Fredo, com os braços cruzados sobre o peito e cara de poucos amigos, mas, ao notar a marca do tapão na fuça de Chibs, não conseguiu conter a gargalhada. O escocês passou pelos dois como um raio e saiu da casa.
- Tudo bem, amor? – Ele perguntou, abraçando-a.
- Está sim, não se preocupe, o Chibs não representa nenhum perigo! – Moe exclamou, beijando-o e acariciando seu rosto.
Depois de algum tempo conversando no jardim, os mais jovens decidiram partir para o bar, como Jax havia sugerido mais cedo. Jordie e Tarso ficaram com Denise e Raul.
O moto clube mais temido do Estado seguia em formação para o bar da cidade. Cada qual em sua moto. Jax havia emprestado a moto de seu pai para que o Fredo pudesse levar Moe para dar um jet. O barulho das Harley estremecia as vidraças em seu caminho.
Moe estava agarrada a ele, e Chibs seguia ao lado dos dois, levando Otto e provocando-a o tempo todo. Depois de se livrar do sentimento por ele, ela acreditava que poderia surgir uma amizade, afinal, o escocês era engraçado e seu jeito a divertia.
Jax e Bibi seguiam se estapeando em cima da moto. Jéssica e Opie eram só paz e amor. Tig e Moretti, Juice e Alê eram só firula e palhaçada. Vic tinha medo de andar de moto, por isso, os seguiu de carro. O bonde estava formado, já poderiam ser presos por formação de quadrilha. Quando chegaram ao bar, estacionaram lado a lado.
- Já pode virar prospect, Gago! – Jax exclamou, rindo e o fazendo rir também.
- Deus me livre! – Moe disse, empurrando o loiro.
- Já pensou, amiga? – Vic sacaneou.
- Quem sabe, não é? – Fredo exclamou, piscando para Moe.
- Para, amor! – Ela disse, dando um tapinha no braço dele.
- Deixa o cara, Mônica! – Chibs disse, rindo e mostrando a língua pra ela.
- Delinquente! – Ela exclamou, batendo nele também.
- Bora, Gago. A gente fala com o J.T, ele te apadrinha! – Tig exclamou, sacaneando.
- Teria que ser no charter de Manhattan! – Fredo exclamou, o coração de Moe disparou, considerando o rumo da conversa.
- Federico Leone! – Moe exclamou, rindo e encarando ele com espanto.
- Boa demais, mano! – Jax disse, rindo.
- Já era, agora ele é um corvo! – Otto exclamou, sacaneando com ela.
- Perdeu o namorado, amiga! – Jéssica disse, rindo.
- Até parece que você não está curtindo! – Jax disse, mostrando a língua para Moe.
- Olha o que você foi me arrumar! – Ela exclamou, rindo de seu amigo.
- A gente que sai ganhando! – Tig sacaneou também.
Todos entraram no estabelecimento, conversando e rindo muito. Os presentes os mediram de cima à baixo, sabendo que ali o fecho era certo. A música ao vivo estava extremamente contagiante, deixando o clima bastante propício para a confusão.
O ceifeiro no colete abria muitas portas, até mesmo as da cadeia, Moe pensou, rindo, enquanto caminhava de mãos dadas com Fredo. Ela não admitiria, mas, estava começando a gostar da ideia de namorar outro Filho da Anarquia. Ela perderia o braço direito, mas, ganharia um motoqueiro malvado. Parecia uma troca bastante justa.
Eles se acomodaram em uma mesa, e em pouco tempo duas garrafas de whisky surgiram. Doses e cigarros acesos embalavam o falatório do grupo. Moe não imaginava o quanto esses momentos lhe faziam falta até voltar a vivê-los. Nova York nem passava por sua cabeça. Entre beijos e carícias com Fredo, ela se divertia.
- Finalmente estamos todos juntos! – Bibi exclamou, sem conseguir controlar sua energia.
- Cara, a festa vai ser insana! – Jéssica admitiu, animando-se.
- Que festa é essa? Meu sobrenome é bora! – Chibs exclamou, rindo.
- A Bibi organizou uma festa com o Werneck, vai rolar lá na fazenda! – Moe comentou.
- Podemos colar, encrenqueira? – Jax perguntou, piscando para Bibi.
- Adianta falar que não? – Ela exclamou, revirando os olhos.
- Não! – Tig pontuou, fazendo todos rirem.
- Ah pronto, vai dar merda! – Jéssica disse, rindo de nervoso.
- Por quê? – Jax questionou, querendo entender.
- Porque tudo sempre acaba em tiroteio e fuga da polícia! – Vic exclamou, lembrando-se dos últimos encontros.
- Para gente! – Moe disse, revirando os olhos e rindo.
- Papo reto, o fecho vai ser certo! – Tig exclamou, enchendo-se de energia também.
A conversa estava rendendo. Moe pediu mais whisky, e com certeza foi atendida. A música ficou mais animada, e isso fez com que Fredo tirasse sua dama para dançar. A bela morena demonstrou muita habilidade, isso não o surpreendeu. Vic e Alê também se levantaram para dançar. Ele estava gostando do clima diferente daquela cidadezinha peculiar.
- O filho da puta ganhou na loteria, não tem nem como ficar puto! – Chibs exclamou, rindo ao ver a cena. Os ocupantes da mesa riram também.
- Chora escocês! – Tig sacaneou com ele.
- Quê isso, deixa ela ser feliz! – Ele disse.
- Nossa, que evoluído! – Bibi sacaneou também.
- Vamos ver, não é? Se ele vier acelerando, não vou poder evitar a confusão! – Chibs pontuou.
- Falei cedo demais! – Bibi pontuou, gargalhando.
- Cê tá é querendo ser sócio do Gago! – Jax exclamou, dando uma pedalada no pote do escocês.
- Isso é típico dele! – Jéssica concordou, fazendo todos rirem.
- Vai doidão, o Gago é ciumento! – Bibi comentou, sacaneando.
- Para, eu e a Mônica não rola mais! – Chibs pontuou.
- Por isso que tua fuça tava marcada, né malandro? – Bibi questionou, rindo ainda mais.
- Como assim? – Tig perguntou, rindo muito também.
- A Moe deu um pranchadão nele! – Jéssica exclamou.
- Bem-feito! – Jax sacaneou.
Após algum tempo, os casais voltaram para a mesa. Moe se acomodou no colo de Fredo, acariciando seu cabelo e dando vários beijos em seu rosto. Inegável o fato de que o romance estava rendendo para ambos. Quando o assunto era se curtir, eles sabiam bem o que estavam fazendo. Victória e Alê também pareciam estar felizes juntos.
O grupo aproveitou o resto da noite, bebendo, conversando e planejando os dias que viriam. Moe gostaria muito de poder esquecer tudo quanto estava vivenciando em seu seio familiar, por isso, tratou de afastar esses pensamentos, colocando-os em espera. Ela não poderia resolver nada naquele momento.
Sábado, 07:00 AM
Raul e Denise dormiram de costas um para o outro, sem trocar ao menos uma palavra. Ele estava magoado e ressentido, isso o distanciava muito dela. Por mais que estivesse cumprindo sua promessa, sua esposa não o deixava respirar.
Ele aceitava bem sua culpa no desgaste da relação, mas, o fato de envolver sua filha o deixava muito puto. Ele não podia esquecer esse detalhe, por mais que tentasse. O rompimento total viria em breve, e ambos sabiam disso. Mesmo que houvesse sentimento, algumas coisas são difíceis de relevar. Denise lamentava profundamente. Ao despertar, ele encarou o teto, imóvel.
Por um instante, vacilou em seu ressentimento, virando-se para Denise, ainda adormecida. Ele a abraçou, sentindo o cheiro de seu cabelo. Por mais que detestasse admitir, não teria coragem de deixá-la. Ela despertou, abraçando o braço dele e dizendo: – Bom dia, amor!
Denise se virou para ele, beijando sua boca. Os dois se olharam por alguns segundos, como se seus pensamentos estivessem sincronizados, disseram juntos: – Me perdoe! – ambos riram.
- Nós temos que parar de brigar assim! – Ele pediu, acariciando o cabelo dela.
- Concordo! – Denise exclamou. Os dois continuaram abraçados por mais um tempo, trocando caricias e conversando sobre suas vidas.
Os dois desceram para tomar café da manhã e acabaram notando que Tarso e Jordie haviam partido para a fazenda dos Prado, à fim de encontrar o resto do grupo. Denise não estava gostando do rumo que as coisas estavam tomando e do comportamento de sua filha, mas, Raul advertiu que proibições e implicância só a afastariam ainda mais.
Ele sugeriu que encontrassem uma forma de lidar com tudo sem criar mais conflitos. Ambos sabiam que era difícil resistir ao impulso de interferir, mas, entenderam que nem tudo precisava ser levado a ferro e fogo. Apesar da apreensão, Denise concordou. O relacionamento deles, apesar dos altos e baixos, baseava-se em uma parceria sólida, e essa certeza lhes dava forças para continuar.
Enquanto isso, Moe e Otto, aproveitavam o silêncio na cede da fazenda para conversar. Na cozinha, preparavam um café, os demais presentes, estavam dormindo, entre a sala de estar e os quartos. Jordie e Tarso chegaram, também evitando fazer muito barulho.
- O que fazem aqui tão cedo? – Moe sussurrou, encostando-se à bancada e encarando os dois.
- Vocês não passaram lá em casa para nos buscar, achamos melhor vir! – Jordie disse, sentando-se à mesa. Tarso a acompanhou.
- Sua mãe sabe? – Otto perguntou, colocando duas canecas à frente deles.
- Eles estavam dormindo quando saímos! – Tarso mencionou, um tanto preocupado.
- Que Akarat nos proteja! – Moe disse, imaginando o escândalo que sua madrasta faria.
- Você joga Diablo? – Fredo perguntou, enquanto adentrava a cozinha, esfregando os olhos. Ele não conseguiu dormir com a claridade e a ausência dela no colchão. Obviamente, o energético que compartilhou com Mônica também tinha lá sua parcela de culpa.
- Sim, mas, meus pontos de excelência não vão salvar essa mocinha do esculacho! – Moe comentou, caminhando até ele e o dando um leve beijo. – Se acomode, o café vai ficar pronto logo!
- Você já está criando problemas? – Fredo perguntou ao irmão, com um tom de decepção. Otto observou a cena, enquanto cuidava da chaleira.
- A ideia foi minha, desculpe! – Jordie interveio.
- Tenho certeza de que meu pai sabe que eles vieram pra cá, mas, não acho que vai conseguir convencer a Denise a relaxar e deixar rolar. Os dois estão se bicando muito ultimamente! – Moe esclareceu, pegando uma caneca para Fredo também.
- Você deveria ligar pra sua mãe e avisar que está aqui, assim, diminui a chance de que ela venha te buscar! – Otto ponderou, levantando os olhos brevemente.
- Até parece que fugi com o circo, esse lugar está cheio de adultos! – Jordie disse, dando de ombros.
- Exatamente, meu amor. Vocês são adolescentes, e por mais que saibamos como supervisioná-los, seus pais não confiam muito nisso! – Ele brincou, rindo de um jeito descontraído.
- Isso é um saco, não posso fazer nada! – Jordie exclamou, pegando o celular e rumando para a varanda, frente à piscina.
- Vocês não dormiram juntos, não é? – Fredo questionou, alguns tons abaixo do normal, mas, ainda assim, exalando preocupação.
- Claro que não, eu dormi no quarto de hóspedes. Não sou tão louco assim! – Tarso esclareceu, rindo.
- Ainda bem, porque, não seria nada bonito se eles descobrissem! – Fredo respondeu, suspirando de alívio.
- Vamos, gente, vamos aproveitar o café e relaxar um pouco! – Moe sugeriu, servindo as canecas fumegantes.
Otto olhou em volta, apreciando o momento de calma antes que o caos adolescente voltasse a se instalar. Ele sabia que a paz duraria pouco, mas, cada instante de tranquilidade valia a pena. Moe se acomodou ao lado de Fredo, Otto na cabeceira da mesa, deixando vaga a cadeira ao lado de Tarso para que Jordie pudesse ocupar.
Moe observou através das enormes portas de vidro enquanto sua irmã gesticulava freneticamente. Ela teria aconselhado calma, mas, sabia que não adiantaria de nada. Denise sempre foi desconfiada e um tanto autoritária, não havia outro desfecho a esperar.
- Quer apostar quanto que ela vai arrastar meu pai até aqui? – Moe disse de canto de boca.
- Sério? – Fredo questionou, um tanto surpreso.
- Agora? – Tarso também estava espantado com a constatação de Moe.
- A Denise não é do tipo que confia, em ninguém. Não acho que eles virão agora, mas, em algum momento daqui pra mais tarde. Só pra checar há quantas andam as coisas! – Moe ponderou, bebendo um pouco de seu café. Isso fez Fredo rir, porque, mais uma vez, ela demonstrou o quanto era parecida com o pai.
- Nossa rave já era! – Otto lamentou, revirando os olhos.
- Puta merda! – Tarso lamentou, realmente chateado.
- Calma, nem tudo está perdido. Eu vou tentar convencer a Jordana a voltar pra casa à noite. Isso pode nos dar alguma liberdade! – Moe comentou.
- Você acha mesmo que ela vai aceitar? – Otto questionou, rindo de um jeito debochado.
- Ela não tem escolha. Se quiser aproveitar o tempo com a gente, por pior que seja, é a única forma de a mãe dela não proibir totalmente! – Moe ponderou, devolvendo o sorriso debochado ao amigo.
- Bom, vamos torcer então, né? – Fredo murmurou, tentando ver o lado positivo da situação.
- Eu acho que a Moe tem razão! – Tarso respondeu, mais otimista.
- Acha? – Fredo sacaneou, relembrando-o do fato de que ele era extremamente desobediente e sempre arrumava confusões desse tipo.
- Qual é? Faz dias que não apronto nada! – Tarso pontuou, revirando os olhos.
- Vou tomar algumas aulas com a Denise! – Fredo sacaneou outra vez, fazendo todos rirem.
- Cê tá é louco! – Tarso exclamou, concentrando-se em seu café.
Após alguns minutos, Jordie volta à cozinha, com cara de poucos amigos. Denise havia passado um grande sermão sobre responsabilidades e deveres. A garota apenas sentou-se ao lado de Tarso e bebeu seu café, sem dizer uma palavra sobre o ocorrido. Todos os presentes puderam notar que as coisas não estavam boas para ela.
Infelizmente, Mônica não poderia fazer ou dizer nada, afinal, não gostava de interferir na relação mãe e filha das duas. O acontecido de alguns dias antes já bastou, em sua opinião. Com a presença dos dois juvenis encrenqueiros, Moe e Fredo não puderam voltar a dormir, mas, Otto sim. Depois de tomar seu café, encaminhou-se para o quarto onde Moretti estava.
Moe e Fredo foram para a sala de estar e acomodaram-se juntos no colchão de casal disposto entre os sofás do cômodo. Após alguns instantes silentes e reflexivos, ele acabou por puxar conversa.
- Você não me contou que gosta de RPG’s! – Fredo disse, apertando-a em seu abraço.
- Considerando todas as coisas que aconteceram, não lembrei dessa informação! – Moe esclareceu, acomodando-se ainda mais sobre o peito dele.
- Qual sua classe? – Ele perguntou, cheio de curiosidade.
- Sinceramente, sempre jogo de necromante, mas, também aprecio e muito os magos! – Ela brincou, enquanto sentia o cheiro dele. Seu coração se aqueceu.
- Gosto dos magos, piromancia é tudo de bom! – Ele exclamou, alegrando-se com a afinidade entre eles.
- Estou ansiosa para que o mês que vem chegue e Diablo IV seja lançado! – Moe admitiu, sorrindo.
- Chega de limitações de rede! – Fredo comentou, pensando nas dificuldades em conseguir uma jogatina com os amigos.
- Falando em limitação de rede, acho que o Otto trouxe o notebook dele, poderíamos jogar um pouco, já que vamos ter de ficar acordados supervisionando esses dois! – Moe sugeriu, encarando-o.
- Podemos sim, mas, quem vai subir para pegar o note? – Ele questionou, sorrindo de um jeito sacana.
- Deixa comigo! – Ela exclamou, levantando-se e rumando ao andar de cima.
Após alguns minutos, ela retornou com o Asus Zephyrus M16 embaixo do braço e o mouse sem fio na mão. Fredo ficou realmente empolgado com aquela máquina. Ele contava com um processador i9 da décima terceira geração e uma GPU RTX 4090. Realmente impressionante, se considerar que toda essa potência era contida por uma pequena carcaça.
- O Werneck não brinca em serviço! – Fredo comentou, recebendo o aparelho das mãos de Moe.
- Dei um desses de presente para a Bibi, vou aproveitar pra usá-lo. Não estou à fim de ir buscar o meu! – Moe esclareceu, encaminhando-se para o escritório, ao lado da sala.
Em alguns instantes ela voltou com o Zephyrus da Bibi e outro mouse. Ela puxou uma extensão e montou tudo na mesa de centro, de uma forma que pudessem supervisionar os baderneiros que aproveitavam o sol na beira da piscina. A manhã avançou sorrateiramente, sem que os dois percebessem. O sol já declinava de seu pico quando os demais presentes na casa acordaram.
Bianca surgiu na sala, com uma garrafa de whisky na mão. Otto, Moretti, Alê e Victória vinham logo atrás, com copos. Moe e Fredo foram surpreendidos com a vivacidade do grupo. Eles estavam determinados a não permitir que os ânimos baixassem e que a letargia tomasse conta. A jogatina fora interrompida por motivos de força maior.
Otto mandou várias mensagens para Jax, relembrando-o da promessa feita. O churrasco aconteceria, de uma forma ou de outra. Bianca ligou o rádio, selecionou o melhor do rock n’ roll, pois, essa reunião merecia uma trilha sonora de respeito. Em pouco tempo, distribuíram as tarefas.
Otto, Moretti e Fredo iriam à cidade comprar as bebidas e a carne, enquanto Bibi, Moe e Vic ficariam com o preparo dos outros alimentos. Alê ficou supervisionando os juvenis. Fredo riu internamente, pois, ele sentiria na pele como era ter de ser babá dos inconsequentes.
Os planos de fazer uma rave foram ficando no esquecimento, em prol de uma coisa mais intimista, só para os chegados. No fundo, eles até preferiram renunciar a tanta badalação, pois, tudo confluiu para esse momento.
Na cozinha, as garotas prepararam drinks. Caipirinhas extremamente geladas. Entre risos e conversas, aguardavam a chegada de seus amigos. As fumaças de cigarro e de maconha tomaram conta do ambiente. Matanza estrondava os alto-falantes, dentro e fora da casa, quando Alê e Tarso resolveram jogar uma partida de bilhar. Jordie juntou-se as meninas.
Remédios demais começou a tocar. Elas pularam, batendo cabeça juntas. Denise havia ensinado a elas qual a receita do brasileiro botequeiro paulistano raiz. Jax e os caras estacionaram suas motos e encaminharam-se para a cozinha, recebendo muito bem o clima do lugar. Em algum tempo, Opie e Jess chegaram também, trazendo aperitivos e mais bebida. Sem sombra de dúvidas, eles entornariam o caldo.
Os rapazes voltaram, com as compras. Por mais que não estivesse familiarizado com o estilo do pessoal ao seu redor, Fredo se aclimatou rapidamente. Charming o mudara muito mais do que poderia esperar. Ele nem conseguia sentir ciúmes de Chibs, os dois acabaram encontrando afinidade muito rápido.
Com todos os presentes, a algazarra aumentou exponencialmente. O encontro deles seria regado à esbórnia e muita curtição. O clima de boteco estava completo. A Califórnia tinha um encanto completamente diferente, pois, avivava os instintos mais delinquentes de todo mundo.
Eles se reuniram na varanda, próximos à churrasqueira e a mesa de bilhar. As garotas levaram as porções e as bebidas. Em pouco tempo, todos estavam envolvidos no jogo e nas risadas. Jax teve de cumprir sua promessa ao pé da letra, sendo obrigado a tomar conta do churrasco.
- Cara, esse som é foda! – Fredo exclamou.
- Música para beber e brigar! – Jax disse, gargalhando e contagiando os presentes.
- Agora você sabe por que quebramos garrafas! – Werneck esclareceu. Fredo adorou.
- Esse é o lar das crianças hereges! – Moe pontuou, levantando seu copo de caipirinha e seu cigarro. Ela brindou com Otto.
- Delinquentes! – Fredo disse, animando-se.
- Bem-vindo ao nosso mundo! – Jax pontuou, dando uns tapinhas no ombro dele.
- Vamos quebrar garrafas juntos! – Fredo sugeriu, sentindo muita vontade de estar envolvido nas malocas de seus novos amigos.
- O quê? – Alê e Tarso perguntaram ao mesmo tempo, completamente perplexos com esse lado da personalidade do irmão.
- Com certeza nós vamos! – Treze afirmou, e isso deixou Werneck animado.
- Uma salva de garrafas por isso! – Moe exclamou, a gritaria e os assovios tornaram-se incontroláveis.
Fredo havia perdido um amigo, mas, em compensação, ganhou uma família. A esse ponto, ele concordava com Mônica. A união deles era simples e sincera, nada de segredos, mentiras e interesses. As partidas de bilhar regadas à bebida, cigarro, maconha e um som irado acabaram se tornando um dos melhores momentos de sua vida. Ele contemplou tudo com bons olhos, desejando a companhia dos presentes em seu cotidiano. Moe sorria, vendo-os viver a plenitude de sua malandragem.
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79-pdf · 3 months ago
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Mientras tú te divertías en el norte a costa del padecer de tu pareja, yo aquí limpiaba tu depto. para ustedes, incluso en aquellos lugares que no notaste, llevé algunos detallitos de piso para hacerlo más tu hogar, ordené tu pieza y tus cosas. Lo hacía todo feliz, me detenía por largos minutos a ver tus fotos mientras las volvía a pegar a la pared como te gustan. Miraba una en especifico, una donde estás con koda sonriendo de costado, aquel último día pensé en robarle una foto a la foto para recordarte así, y no en lo horrible en que te habías convertido; no lo hice.
Mientras tú romantizas lo desgarrador de tu comportamiento y acciones, y un término de relación por aquello, yo me pudro en esta pieza, en este lugar, como antes y peor. No sé cuándo fue la última vez que me sentí así y lloré así. No sé hace cuánto no pasaba tanto tiempo sin apetito ni cuándo estuve tan débil. Me miro enfermo y feo al reflejo. Solo quiero comerme el tabaco a mascadas, ese que me regalaste.
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espitulaelepus · 6 months ago
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ㅤㅤㅤㅤㅤㅤ. . ❲ 𓋼𖤣𖥧𓋼𓍊 ❳⠀ . .
ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ |ㅤ그들은 입에 숨어
ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ |ㅤ셀 수 없는 꿈
ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ |ㅤ그리고 엄청난 슬픔
ㅤㅤㅤ ㅤ ㅤ ⸻ #cr_lepusepistulae ⸻
ㅤㅤ ㅤㅤㅤㅤ#VITOBER 500words
ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ"Opresión"
ㅤㅤㅤㅤ ㅤ ㅤ
ㅤㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤAlberto. (4)
ㅤㅤ ㅤㅤㅤㅤ
ㅤㅤ ㅤ ㅤㅤㅤㅤㅤㅤ ㅤ𝑆𝑒𝑒 𝑚𝑜𝑟𝑒
ㅤㅤㅤㅤ ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ﹀
Hay cadenas por donde lo veas. Incluso el más libre se ve atado por algo. El esclavo por un contrato, el rey por las apariencias. La opresión vive en las espaldas de todos los que vivan dentro del reino.
Bertha a veces desearía estar loca y vivir libremente como los exiliados en los bosques colindantes de su territorio. Han pasado algunas semanas desde el enfrentamiento con su madre y es cada vez más difícil esconder el fruto de su imprudencia. Pasa los días encerrada en su propia habitación y solamente dos sirvientas tienen permitido entrar para llevarle sus alimentos o atender algunas de sus necesidades. Sus padres y su esposo han decidido decirle al mundo que se encuentra enferma con una exótica variante de una enfermedad traída de otro reino en un viaje. Han elegido sobre ella, sin siquiera pedir su opinión.
Se ha convertido en un animal enjaulado que lleva dentro de sí a otro todavía mas furioso y ansioso por cobrarse venganza del estrés al que ella está siendo sometida. Lo siente patear con rabia su vejiga, arrancarle, famélico, el aire cada vez que se mueve y robarle la conciencia de vez en vez cuando se desmalla a mitad del miserable paseo de interiores que realiza todos los días a las tres.
Bertha sigue rezando por un escape de las consecuencias de sus actos, pero parece que su dios ha decidido permitir que el castigo caiga completamente sobre sus hombros. Ella sabe que lo merece, más se niega a aceptar el hecho de que ha obrado mal. La histeria se abre paso en su cabeza y la razón se le enreda con la fantasía creando un montón de posibles justificaciones para dar la cara en el futuro que cada vez se siente más peligroso y cercano.
Bertha ya no solo debe de preocuparse de que se enteren que ha sido desleal a su matrimonio, ahora también tiene que preocuparse de que la casta de su hijo sea demasiado notoria. Si cualquier rasgo del padre fuera heredado a la criatura sería imposible negar la realidad.
¿Cómo haría Bertha para convencer a todos de que ella era una víctima a pesar de haberse dejado consumir por su lujuria juvenil? ¿Cómo le diría a todos que no era responsable de haberse enredado en las cabellerizas con uno de los soldados? Temía de todo corazón que el fruto que cargaba diera como resultado un árbol defectuoso como el del que había obtenido la semilla.
Se lleva las manos a la boca, las uñas casi inexistentes después de meses de ser mascadas sin piedad por los dientes de esmalte desgastado, causa del vómito insistente por ansiedad. Bertha no puede dejar de imaginar que dará a luz a un ser deforme que reunirá toda la fealdad del hombre que la hizo perder su castidad. Se sacude cada vez que piensa en el escalofrío excitante que le causa la morbosa apariencia del sujeto y maldice su propia incapacidad de resistirse a su propia asquerosa perversión.
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orostodaatriz · 10 months ago
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18/06/2024 a melancolia sobre o que um dia já foi magoa o coração de forma diferente, apodrece de fora pra dentro. ver o passado se repetindo no agora como fantasmas eufóricos é como acompanhar os episódios de uma vida que quase fora minha, não importando o quão flexível minhas mãos calejadas se estendam ainda sim o desejo continua involuptel as ações externas. procurar culpados é confortante, despejar frustrações como panfletos gastos impulsiona o poço na qual me afundo, mas ameniza temporariamente. queria eu renascer depois de um profundo descanso, onde os olhares se voltam apenas para meus problemas sem culpa, desconsiderando fatores que não sejam egocentrados. a disposição de amizades é passageira, a opção de valorizar ou não alguém tem seus contras apesar de ser no mínimo obrigatória. estudo é prioridade, mas a incompetência em outras áreas bate muito mais forte. os tempos líquidos despejam se nos meus cabelos todas as manhãs, me alertando sobre um futuro inalterável. a monotonia chega a porta todos os dias, essa que já tornou se metafórica devido a ventania da urbanização. a ânsia de crescer tomou o fôlego da alegria e as expectativas decepcionadas são um lembrete constante da efemeridade humana. o tédio de possuir nunca fora meu, a busca constante pela normalidade é a missão diaria de minha miserável existência. essa corrida é cansativa e as doses de piedade alheia se tornam cada vez menos mascadas, expondo em meu rosto um destino indesejável e frustrante. a perspectiva é quase autoritária, não permitindo-me ver um segundo ou terceiro lado, apenas o que queima o peito e sai pelos olhos.
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piloto-automatico · 1 year ago
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10 - Encontré un recuerdo
Amigo lector tal vez esto no te pone tan feliz como a mí, pero te quiero contar que hoy se me vino un recuerdo que quiero compartir, creo que es un recuerdo bonito y bastante emotivo (al menos para mí)
Déjame buscar detalles, dame unos minutos.
Bueno, estaba en 6to básico en una escuela de esas pobres que tienen letras y números, una de esas dónde te preparan para ser uno más, esas dónde todos los años se repiten el "Open The Window" y el "close The Window". Bueno en esta escuela yo tenía un mega super bkn amigo de esos que nunca más ví.
En el colegio como siempre no tenía muchos amigos, éramos un poquito gitanos, vivíamos un rato en Pudahuel y otro rato en Lo Prado, así que me costaba hacer amigos y mantenerlos en el tiempo, sin la tecnología antes era difícil mantener los contactos.
En ese colegio como en tantos otros había un grupito de weones que eran bullying, recuerdo que en muchas ocasiones compañeros míos quedaban llorando por las agresiones o por las humillaciones.
El colegio era sin duda una cosa sería en mis tiempos y por lo que creo no ha cambiado, no sé dónde aprenden algunos a ser bullying, pero si se que ahí mismo algunos aprendimos a ser más humanos.
En este colegio como tal vez en muchos había un kiosco, pero este era un kiosco con un poquito de inversión ya que aparte de vender las típicas golosinas, vendía sandwich, completos y tecito todo recién preparado.
[Whoooo pedazo de recuerdo la dura me emocioné al traerlo de vuelta]
Yo no hablaba con nadie, siempre caminaba solo por el patio, pero un día se acercó una compañera, ella era muy alta y también más robusta, veamos cómo está el recuerdo
- ¿No conoces a nadie?
No, pero no importa
- ¿No compras en el negocio?
No, es que no tengo hambre [aunque la verdad que más que hambre no había dinero]
- ven yo te invito
Gracias [Camine despacito detrás de ella al principio, como perro abandonado]
- ¿Te gusta el completo o el italiano?
Lo que tú quieras está bien, el más barato.
MOMENTO! ¿Acaso todos mis recuerdos positivos están ligados a un completo?
Al parecer el hilo que une a mis recuerdos incluye salsa americana y chukrut.
[Sigamos]
- Me llamo X [ya sabemos tu y yo amigo lector que no me acordaré de su nombre aunque me esfuerce]
Yo me llamo Claudio
- ¿De verdad? Nunca habia conocido un Claudio
[Eso me hace sentir como el pájaro Dodo ¿que acaso los Claudios somos una especie en extinción?
Si, Claudio Andres [Mascada de completo]
- Te doy un consejo, nunca dejes que te moleste el XXX [Mierda memoria, quiero nombres, dame nombres]
Bueno, te haré caso, no me gusta ver cómo le pegan al XXX
[Se me cae un poco de tomate, salsa y mostaza al suelo]
- Jajaja tranquilo ya se cayó.
Eso fue todo, nunca más hablamos, no recuerdo que pasó con ella, ¿habré dicho algo malo?, Mi memoria olvida más interacciones.
¿Habré dicho algo malo?
No creo, siempre trato de no decir nada malo.
¿Y si dije algo que la molesto?
Ok, no, detente cabeza. Ese recuerdo ya pasó, no lo podemos corregir.
Bueno, cerremos aquí por hoy.
Gracias por leerlo amigo de verdad siento que contarte estas cosas me está ayudando.
Si quieres contarme algo ya sabes dónde hacerlo.
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maquilanews · 1 year ago
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variehn · 5 months ago
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ahí estaba, como de costumbre, sus mejillas tiñéndose de una tonalidad más colorada sólo porque se atrevió a devolverle la broma: ¡¿por qué era así?! levantó su mano hasta su mejilla y la tocó un par de veces, en un intento de bajarle la temperatura a su dermis. le gustaba tirar de la soga o arrojar la primera piedra, pero cuando se la devolvían, hacía cortocircuito. ‘ eres un asqueroso, leo ’ chasqueó su lengua contra su paladar, ¡cómo si no hubiese sido él quien empezó! eran detalles, 
‘ fui criado por una mujer agnóstica, no sé mucho de la iglesia, solían verla mal por ser mamá soltera ’ aún recordaba cómo algunas mujeres del edificio, donde vivían en filadelfia, miraban mal a la mujer que llevaba a cuestas a un niño que ni siquiera compartía sus mismas facciones. era gracioso, mientras ella era fiel ejemplo de mujer americana, él era el retrato de un niño coreano promedio. chistó su lengua contra su paladar. ‘ ¿se supone que es mi culpa? ’ reclamó con una ceja en alto y una indignación evidentemente exagerada. ‘ cuenta mejores chistes entonces ’ se defendió, mirando hacia otro lado. era mal actor, por lo que no tardó en quedar en evidencia con una sonrisa torcida y la melodía jocosa que la acompañó, aunque intentara ahogarla. 
se rió fuerte al escucharlo, ¿algún día dejarían de ser así de ridículos? esperaba que no. leo no lo sabía, pero era el minuto de respiro que estuvo buscando todo el día. acomodó su ropa y le guiñó un ojo: ‘ algún día quizás tendrás la suerte ’  fingió una seguridad de la que carecía, y que si se atrevía a responderle, terminaría rojo de nuevo como un tomate, nunca fue de los que aprendían tan rápido de sus errores. 
‘ ¡no me gusta tener la atención encima! ’ se defendió, casi escupiendo sus palabras una tras otra, peleando por cuál saldría más pronto de sus labios. ya se lo habían cuestionado antes, su propia editora le pedía en ocasiones que fuera a firmas de libros o a ferias de libros, pero se negaba a cada una de las invitaciones que llegaban hasta la editorial. ‘ ya me cuesta que me siga tanta gente en instagram ’ bufó. se sonrojaba con comentarios estúpidos, seguro en alguna firma o conociendo fanáticos, terminaría como la nariz de rodolfo el reno. le dio una nueva mascada a la manzana, esta vez mucho más normal que la anterior que usó para molestarlo.  
levantó una de sus cejas y dio un par de pasos hacia él. apoyó su espalda en el pedazo de pared cercano al de leo, su mirada fue a parar en ese ese cielo gris y el movimiento del viento golpeando con las ramas de un árbol. era gracioso como todo se podía sentir normal y al mismo tiempo estar tan perturbado. ‘ ¿qué plan común hiciste? ’ hab��a visto esa rama en la universidad, más vinculada a las humanidades que a las ciencias, ¿habrían tenido la oportunidad de encontrarse en alguna clase del plan común? habría sido gracioso. ‘ ¿y son los tres misericordiosos? ’ preguntó, quizás fue de más. quizás estaba pasando algún límite y si quería ponerlo, lo respetaría, ahora y siempre. ‘ ¿en qué universidad? ’ su pregunta salió rápida, y rió al escuchar lo del ambiente, era un idiota. mascó un nuevo trozo de manzana y ahora desvió su mirada hacia él, sin quitar su cabeza de la pared. 
‘ uh — ’ bajó un poco su mirada y volvió a posarla en él, no tenía idea: ‘ no lo sé, uh, tienes pinta de que te han dado en la cabeza con alguna pelota o algo ’ por las incoherencias que soltaba en ocasiones, se rió y mordió de nuevo la manzana. ‘ ¿fútbol americano? ’ por el porte, pero ¿no sacaban gente desde la escuela para eso? ‘ ¿alguno de contacto? ’ esperaba escuchar un sí, tendrían algo en común. ‘ yo sé jiu jitsu ’ confesó, su madre lo inscribió cuando apenas era un niño, para liberar energías, dijo. pero ambos sabían la verdadera razón, hoy en día, y no era algo que compartía. 
‘ parece que no eras tan popular en mi lado del pueblo ’ él pasó desapercibido durante toda su adolescencia, apenas fue elegido como un buen alumno por una de sus maestras, y considerado en un premio que, al final, no recibió. ‘ quizás tu dios pensó que te haría bien conocerme en este punto de la vida ’ puso un poco de agentividad en un ser omnipresente, en el que no creía hasta que leo lo trajo a su vida: ¿y lo hacía realmente? para nada, pero respetaría cada una de las palabras que afloraban de los labios masculinos. 
‘ de todas formas, me alegra ’ mascó el último trozo blanquecino de la fruta, ahora sólo era ese corazón que se transformaría en un árbol más tarde, de no ser porque arien se alejó de la pared y caminó hacia uno de los basureros más adelante. ‘ haberte conocido, aunque sea en el fin del mundo ’ no lo miró, porque sus mejillas estaban prendidas en fuego, ardiendo a más de doscientos grados, y seguro leo no lo vería, pero su mano subió como de costumbre a su rostro intentando apagar el incendio. tiró el corazón de la fruta y metió su mano en el bolsillo de su pantalón: ‘ ¿vamos por algo de comer? necesitaremos fuerzas para ir a greenville ’  
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‘ ¿quieres ver algo realmente grande? ’ seguirle la broma a arien viene casi de serie, hasta bufa con gracia como si no diera crédito. ¡quién diría que hasta había visto a arien sonrojado antes! míralo ahora … 
‘ tienes cara de hombre culto ’ le corrige mientras le mira juicioso con una ceja en alza, de arriba a abajo como si no hubiera resquicio que indicase lo contrario. no sabe por qué llegó a esa conclusión, ¿atmósfera? bueno, leo asume que arien es muy contrario a él. si tienen algo en común ha de ser la facilidad con la que tejen la atmósfera entre los dos, con una sincronización que sorprende con el poco tiempo que se conocen. ‘ te hablo de cuando el apóstol tomás no se creía que cristo había resucitado, entonces le tocó las heridas del costado así — metiéndole el dedo en la llaga ’ con el dedo índice y el anular hace el movimiento. ’ me estropeaste el chiste sin entender la referencia ’ vira los ojos con una pesadez fingida.
continúa el muestrario de heridas y leo ve a arien con curiosidad recelosa, atento y divertido por igual a unas gracias que culminan en un: ‘ agh …  ’ de falsa frustración. ‘ ¿te detienes en la mejor parte? eres un sinvergüenza ’ usa las yemas de los dedos para empujar la frente foránea con una suavidad que no va acorde al contexto de chiste, pero vaya, que no quiere hacerle daño alguno.
‘ pft … lo sabía ’ masculla para sí cuando foráneo revela la profesión. es que se imaginaba algo así, eso o profesor de universidad. si es que se lo podía imaginar por el campus enamorando a diestra y siniestra. y de hecho, por esa misma escena es que se queja: ‘ ¿cómo que anónimo? qué tonto, tendrías que poner tu foto en la contraportada y todo para ser la sensación del club de lectura de las cinguentonas ’ golpea la tapa de un libro imaginario, es que qué desperdicio … ¡arien no tiene remedio! 
‘ dirás un seminario ’ se apoya en la pared, la historia de su vida presenta tantas fluctuaciones que no sabe ni por dónde empezar. ‘ ¿me estás imaginando con sotana? me queda tan bien que sería un peligro para la moralidad cristiana ’ pone la palma en el pecho y hasta suspira. cómo le gusta extender el misterio … en realidad, es la primera persona que le pregunta desde que ingresó al proyecto. ‘ soy teólogo ’ se encoge de hombros. ‘ cuando naces siendo un ryu tienes un padre, una madre y a dios ’ no quiere explicar mucho porque es demasiado abstracto para sí. ‘ dejé el pueblo para irme a nueva york a estudiar, pero no acabé la universidad ’ se ríe un poquito al pensarlo. ‘ es que, ¿no es poco ambiente nueva york para estudiar algo así? no sé, pega más el propio vaticano ’ la gran ciudad le abrió otras posibilidades. ‘ ahí empezó mi carrera en el deporte — ¿a que no adivinas la disciplina? ’ le cede la pelota.
‘ no puedo creer que nunca escucharas hablar de mí — soy leyenda viva de este pueblo ’ es tan obvio que está exagerando que no es ni preciso especificar. ‘ qué jodido, teniendo el pueblo y nueva york de punto de unión y nos teníamos que topar en el puto final del mundo ’
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flutiva · 1 year ago
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Lagoa Azul
Chega! Não posso! Melhor decisão do mês, estava quebradiço, mas ir para o mato me refez;
A via que nunca tinha provado; a lagoa azul com verde, baseado; a cana mascada, e vida de canela cortada;
O sorriso, a vida; o viver! romprendo traumas, alimentando almas, vivendo um dia de cada vez.
Hoje foi um grande dia. Sem o mato, me mato, com o mato, felicidade sem sapato.
10.03.2021
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azuavx · 1 year ago
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ARCOIRIS
El blanco no existe y el negro tampoco, las ilusiones de la vista nos traicionan es obvio por eso no sé si seguir con mis sentidos, echarme a la luz y morirme cual mosquito.
Me quito pero solamente si te quitas que mis ojos me los quemas con esa luz tan bonita; que traes muchos watts y yo me quedo de 'What?' What happened with the sun? Is in front of me right now.
Mira donde acabas justo después de llover: cielo, tu carita triste a lo color de palette de navidad árbol con forma de piedra zen de drogado sentí el viaje aquella vez que te besé.
Que al ver tu sonrisa basta pa' quedarme en un mandala que gira como paraguas.
Dime lo que ves, si te digo lo que veo vas a pensar que estoy loco, no te ves como te veo.
Préndete esa luz que el miedo todo lo quita
y si un día te marchas porfa no apagues la luz que mi foco está muy roto y necesita de tu cruz; un lucero a grado cero que espero que no me queme y que me alumbre para el norte porque no quiero perderme.
De color rojo te me apareces como una bandera con una estrella en la frente tu puñito verde de la tierra que levantas tú, mi lienzo todo en blanco cuando de tanto te cansas cafecito de danzón amarillo de girasol de morado la mascada solo con el batallón el outfit de negro y rosita tu corazón el azul de tu pasado y de naranja tu sabor.
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