Tumgik
#exness rebate
exnesscomco · 1 year
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Giới thiệu về rebate và những hình thức rebate phổ biến nhất hiện nay
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creads · 6 months
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⭐️ eu moro no seu pensamento. fem!reader x simón hempe
🪐 minha masterlist
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» cw: smut! por favor só interaja se for +18; exes to lovers; simon!ciumentinho; menção ao consumo de álcool e maconha; masturbação masc e fem; dirty talk; phone sex; linguagem chula; menção a creampie e sexo oral; simon 50% aquariano nato 50% patético e leitora 100% loba (we ❤️ to see it)
» wn: como uma boa loba mineira reconhece a outra, eu adoro a marina sena, então fiz esse smut baseado na música “sonho bom” da diva (não deixem de ouvir a música, por favor! além de ser muito boa, ouvir ela pensando nesse cenário é babilônico, o link está no final da história!). a leitora é o CÃO nessa KKKKKK espero que gostem 🎀🐺⭐️
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Sentado no sofá para assistir o jogo com os amigos, Simón não poderia estar prestando menos atenção na partida de futebol que passa na TV, nem os gritos dos colegas bêbados e afoitos com o time perdendo conseguem distrair o moreno do seu pensamento mais recorrente: você.
Procurando um jeito de te ver todo dia Quero olhar na sua cara, saber da sua vida Se cê tá de boa, como tá sua família?
Faz um mês e meio que você e Simón terminaram, por mais que nenhum dos dois sabe ao certo o que causou o fim da relação. Cortaram o contato completamente, apesar do garoto fazer questão de andar pelos caminhos mais longos da faculdade só para te olhar: quer ver se você parece estar bem, com quem você conversa, o que você está vestindo.
Quero saber se você pensa em mim Eu tô pensando em você
Se nos momentos de sobriedade você já não sai da cabeça de Simón, quem dirá depois de um dia inteiro de bebedeira em um churrasco na casa do amigo. Após muitas cervejas, ele pensa que há alguns meses atrás começava e terminava o dia ao seu lado: a manhã era repleta de chamegos antes de levantarem para a faculdade; a noite o quarto era preenchido pelos seus gemidos, pelo barulho da pele com a pele e sons molhados dele metendo em você. E agora, nada.
É minha sina, não precisa falar nada Só cruza o olhar no meu de vez em quando E eu sei do que se trata É uma vontade que não passa Eu penso em você, você pensa em mim Mas ninguém fala nada
Não é como se o problema fosse a falta de sexo, muito pelo contrário, dia sim e dia não Simón leva uma menina nova para a cama, mas não adianta, nenhuma é você. Ele insiste no erro porque ainda tem esperanças de encontrar outra que consiga te substituir, mas nada: se entregam completamente pra ele, só conseguem gemer ao ouvir as coisas que ele fala, perdem a postura. Simón sente falta do seu jeitinho provocante: você rebate as coisas que ele te diz, joga tão sujo quanto ele, se faz de difícil. Ele sente falta da conquista, da tensão, de você.
E nessa guerra fria, eu doida pra ficar pelada E eu chego, pouca roupa Muita pele, você não aguenta E dá um confere, eu sei que te agrada Tudo na calada, mas eu tô ligada
Cansado de pensar tanto, Simón se levanta do sofá e vai pro banheiro, nem fala nada com os amigos, os mesmos que não cansam de zoar quando ele fecha a cara ao te ver conversando com outro cara na faculdade. Ainda mais usando aquela saia que deixava suas coxas evidentes, as mesmas coxas que ele já tanto beijou, mordeu, apalpou, lambeu… Mas, agora, o que ele pode fazer é ir se aliviar no banheiro do único jeito que sabe.
Ele se sente muito sujo, sabe que deveria ter apagado esse áudio. Na verdade, ele nem se lembrava da existência dele, descobriu sem querer um dia que estava com saudade de você e foi ler as conversas antigas, até que se deparou com uma mina de ouro: uma mensagem de voz sua daquela vez que ele viajou com os pais, com a vozinha de sono ainda, dizia: "Amor, eu acabei de ter um sonho bom com você... Tava me chupando do jeito que só 'cê sabe, tão gostoso... Depois me botou pra sentar enquanto dava tapa na minha bunda... Olha só o estado que você me deixou, filho da puta." Seguido de um barulhinho molhado, que para ele era indistinguível: eram seus dedos passeando pela sua buceta, encharcada só de ter sonhado com ele. O áudio continua com você gemendo baixinho e falando tudo que falava no ouvido do moreno quando estavam juntos. Desde que encontrou essa mensagem antiga, nunca precisou mais ver nenhum pornô, prefere bater uma ouvindo sua voz doce falar coisas tão sujas.
É um ritual que se desenrola muito rápido, dá play no áudio e imediatamente está com o pau nas mãos, fazendo movimentos de vai e vem rápidos. O banheiro pequeno começa a ficar abafado, é torturante te ouvir falando aquelas coisas e não ser a sua mão em volta dele. Tonto de tesão, fica muito decepcionado quando o áudio é interrompido, e desesperado ao perceber que acidentalmente apertou na miniatura do telefone. Te ligou sem querer, merda. Desliga na velocidade da luz, torcendo para que você não tenha nem recebido a ligação.
Aquele dia você me ligou do nada Disse que foi sem querer Mas tava lendo as conversa antiga e achando graça Só me manda: Oi, que passa Só me manda: Oi, que passa
"NÃO MANDAR MENSAGEM está te ligando". Simón lê na tela brilhosa do telefone, não deu nem tempo de se recompor - nem broxar, que situação horrível. Esse é o nome que os amigos dele colocaram no seu contato, e ele deixou isso mesmo, era orgulhoso demais para ir atrás. Mas agora não tinha como não atender, era melhor responder e fingir que está tudo bem.
Atende e quase derrete quando ouve "Tava lendo conversa antiga, Simón?". Merda. A verdade é que você também não estava sóbria, tinha fumado um sozinha e a maconha bateu diretamente pra sua buceta: ficou com saudade dele. Mas ele não precisava saber disso. De qualquer forma, não ia perder a oportunidade de falar com o ex, afinal, ele que te procurou, né?
— 'Cê é bem metidinha, né? Tava procurando resumo de matéria e te liguei sem querer, só isso. — Tenta manter a marra, novamente: era orgulhoso. Mas a voz dele saiu em um tom você conhecia muito bem, era um tom que ele usava pra disfarçar o desespero e o tesão.
— Você? Querendo resumo de matéria? Num sábado à noite? — Você diz, convencida, sabia exatamente qual conversa antiga ele estava lendo, se lembra muito bem de ter gravado esse áudio, e conhecia Simón como a palma da sua mão: sabia exatamente o que ele ia fazer com aquela mensagem de voz. Nunca se preocupou dele mostrar para ninguém, ele era ciumento demais pra cogitar fazer isso.
— Não importa, o que você tá fazendo? — Ele mesmo reconhece que a desculpa foi muito esparramada, mas finge naturalidade, tenta mudar o assunto.
Respira fundo com o jeito do menino. — Tô vendo um filme. —
— Tá gostando?
— Não, tô entediada.
Silêncio.
— Saudade de ver filme com você. — A frase saiu da boca de Simon, não sabia se era por causa das cervejas ou do pau latejando na mão dele. Antes que pudesse se arrepender, pensou: já liguei mesmo, agora foda-se, “se tá no inferno, abraça o capeta”.
— É por isso que ‘cê me ligou, Simón? Pra falar que tá com saudade de mim?
— Não falei que tô com saudade de você, burrinha. Tô falando que tô com saudade de ver filme com você.
— Burrinho é você, eu sei muito bem o que eu tô falando. A gente fazia tudo menos ver filme.
— Não tenho culpa se essa buceta sua é tão gostosa. — Ele diz, e não liga pro fato de parecer um tarado quando fala isso, não se contenta de tanta saudade que estava da sua língua afiada; da sua língua no geral, a que lambia o pescoço dele enquanto se beijavam e responsável pela melhor mamada que ele já recebeu. Involuntariamente, aperta o membro que estava na mão dele, desesperado por qualquer tipo de estímulo.
Eu vou resolver essa tua cara amarrada Só me manda: Oi, que passa Só falar que quer, que passa
— ‘Cê acha que eu não sei disso, Simón? Eu te vejo me olhando na faculdade com cara de cachorrinho abandonado. E agora me ligando com esse papinho de que minha buceta é gostosa... Tá querendo me comer e não sabe pedir. — Você diz, sabendo muito bem o que seu tom causa nele.
— Porra... — O garoto diz com um suspiro e volta a se masturbar, com movimentos de vai e vem rápidos. Ele já entende que você entendeu, e não tem a intenção de se segurar.
— E assim, eu achei que ‘cê fosse mais espertinho e conseguisse perceber que eu também sinto saudade. Mas não… Fica de orgulhinho e aí tem que bater uma pensando em mim. É isso que você tá fazendo né? Eu te conheço muito bem.
Eu vou te falar exatamente o que te falta Tá faltando minha sentada Eu acabo com a sua marra
— E é uma pena, sabe? Vai desperdiçar essa porra toda quando podia guardar ela dentro de mim.
— Continua falando. — Ele diz, ofegante, sabe que não vai durar mais muito tempo, mas não quer correr o risco de ficar sem ouvir sua voz enquanto ele se alivia.
— Pede com jeitinho — Você dizia, provocante, adora infernizar a vida desse moleque. Não é de ferro, o que acontece do outro lado te excita, e muito, então desce com a mão até a sua buceta, tão necessitada do garoto que geme para você no telefone.
— Por favor, não para de falar… Por favor, não para… — Ele te responde, praticamente suplicando.
— É? E o que você quer que eu fale? Hm? Quer que eu fale que eu tô doida pra sentar em você? Que só isso vai resolver essa marra sua? Ou que eu queria que você jogasse tudinho dentro de mim? Mas, como ‘cê é orgulhoso demais, eu tô tendo que me dedar aqui no sofá… O mesmo sofá que você me colocava pra mamar a noite toda. É isso que você quer ouvir, Simón? — Coloca tudo pra fora, faz questão de falar devagarinho, pra combinar com o ritmo que faz círculos no seu clitóris e pra torturar o garoto, só mais um pouquinho. Não tem pressa nenhuma porque sabe exatamente como a noite vai terminar.
— Você é uma cachorra, meu Deus... — Ouve Simón te xingar, quase incoerente. Logo depois escuta um gemido misturado com grunhidos, depois, uma respiração pesada, ofegante. Sabe que ele terminou, o barulho da torneira sendo aberta pra ele limpar a mão só confirma sua teoria.
— Você gozou? — Ele te pergunta enquanto sobe a cueca e a calça com pressa.
— Ainda não…
— Então para o que você tá fazendo, tô indo pra aí agora.
— Então vem rápido, gatinho. Não vou te esperar a noite inteira não.
Parece que tudo indica pra essa direção Parece que eu gosto quando aparece No meu sonho bom Você tá na mesma situação Já acorda com o meu nome martelando na sua mente É uma maldição.
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casos ilícitos
Matías Recalt x f!Reader
Cap 5
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E eu seria esperta em ir embora, mas você é areia movediça. Essa ladeira é traiçoeira, esse caminho é imprudente, e eu, eu, eu gosto.
Estamos no ponto de visto da leitora outra vez. E já deixo um spoiler que o próximo será da perspectiva do Matias de novo. Espero que gostem, e quero avisar que eu to amando receber os comentários e perguntas de vocês 😊🩷. Boa leitura 🫶
Avisos: Angst, linguagem Imprópria
Palavras: 8,1 k (vocês pediram agora aguentem 🙈)
Você entra no carro, em um estado de frenesi, completamente desnorteada e sentindo como se estivesse fora do próprio corpo. Você ainda não consegue raciocinar o que está acontecendo, ou o que acabou de acontecer, só sabe que tem que sair do mesmo lugar que o garoto se encontra o mais rápido possível.
Colocando o cinto de segurança da maneira mais patética que existe, com as mãos trêmulas e errando o fecho várias vezes no processo, sendo bem-sucedida somente na terceira tentativa, você olha ao redor a procura do garoto ou sinal de alguém por perto, e reza para que seu cunhado termine rápido de colocar as poucas compras no porta-malas, para poderem sair logo daqui. Ajustando o espelho retrovisor interno do veículo, para que se alinhe com o seu rosto, você acha melhor conferir se está tudo certo, já que no banheiro só conseguiu dar uma olhadinha rápida, e arregalando os olhos, agradece por tê-lo feito. O seu cabelo até que está razoável, mas os seus lábios ainda estão inchados e vermelhos, porém nem se compara a vermelhidão que se encontra o seu colo e pescoço. O garoto poderia ser bagunceiro e criativo quando queria, e você o deixou te pintar como uma tela pessoal. No momento é apenas a coloração que está aparente, mas sabe que logo as marcas começaram a se formar, em vários tamanhos e cores. Um lembrete para te recordar de que ele esteve ali, e do que fizeram juntos. Você se apressa para cobrir aquilo antes que alguém veja, e sua única opção no momento é tentar ocultar a área com o cabelo, e colocar a expressão mais neutra no rosto, esperando que Wagner não faça nenhuma pergunta ao entrar no veículo e te encontrar.
Assim que ele chega e se acomoda no banco do motorista, não diz nada e dá partida, e rapidamente vocês saem dali. Mas assim que se afastam um pouco, ele direciona o olhar para você e não deixa passar em branco:
- Você está toda corada, tá tudo bem? – Aparentemente o seu teatrinho não foi muito longe, mas tentando contornar a situação, diz que ficou um pouco alterada, pois teve uma discussão acalorada com o garoto.
- Por que vocês brigaram? – Pergunta preocupado, mas então abrindo um sorriso de lado, ele se dá conta. - Ah entendi. Aquele moleque quem era o seu namorado. – Conclui, como se tivesse desvendado um enigma complexo.
- Eu já disse, ele não é, e nunca foi o meu namorado. – Afirma incomodada. Ele não era seu ex, não era seu namorado, e gostaria que seu cunhado parasse de se dirigir a ele assim. Não precisa dar mais significância para algo do que de fato foi. Você tem que continuar afirmando isso a si mesma e diminuir a situação, pois quanto menor ela for, menos motivos você tem para ficar machucada ou magoada.
Mas não adianta brigar por causa disso agora. O rótulo que tinha na relação de vocês dois, ou no caso a falta dele, não era o seu maior problema, e sim a falta de confiança, comunicação e honestidade. Dane-se a forma como o seu coração doía querendo chamá-lo de namorado, chamá-lo de seu, ou algum apelido idiota que os casais usam, ele nunca seria esse pilar para você, então não adiante ficar pensando nisso.
Wagner retira o sorriso do rosto ao continuar, parecendo arrependido ao se lembrar de algo:
- Foi mal, acho que a parte da camisinha não caiu bem né? – te olha de canto- Mas foi sua culpa. – Declara o mais velho.
- Minha culpa? – Você rebate, mesmo não estando brava.
- Sim, você quem me provocou primeiro, eu só devolvi na mesma moeda. – Explica.
Você finge um olhar triste, cabisbaixo, como se estivesse relembrando a reação do garoto, e em como Wagner só te colocou em problemas, mas quando ele te olha preocupado, você não aguenta, e cai no riso. Ele não entende nada a princípio, mas depois vendo que você não se importou, ele se entrega a uma gargalhada junto com você, quebrando a tensão.
- Fica de boa. – Você o tranquiliza, limpando as lágrimas que se formaram no canto dos seus olhos devido a risada intensa.
- Mas ele ficou bravo? – Questiona, só para ter certeza de que não te prejudicou com o rapaz. - Se quiser, sei lá, eu posso falar com ele e esclarecer tudo. Não quero passar a ideia errada de você para seus amigos. – Diz receoso.
Você sabe o que ele está insinuando, e entende agora a imagem distorcida que Matías e os outros devem ter tido sua. Com um cara mais velho, comprando bebidas, e preservativos, mas sinceramente, não liga nenhum pouco. Até onde todos os garotos sabiam, você estava solteira – o que tecnicamente era verdade mesmo – só nutrindo uma paixão platônica pelo rapaz, então poderia sair com quem quisesse sem dar satisfações, talvez tenham estranhado que isso tenha acontecido logo depois do aparecimento da ex do dito cujo, mas enfim. Sabia também que Fran, o único que sabia de tudo, não te julgaria, sendo verdade ou não. E Matías, ele que se fodesse pelo que pensa ou deixa de pensar, isso já não é mais problema seu.
Este não é o caso, mas você poderia estar muito bem sim, transando por aí e afogando suas mágoas no primeiro corpo quente que encontrasse pra aquecer sua cama, mas não quer, e mesmo se quisesse, isso não dizia respeito a ele.
- Obrigado por defender a minha honra, Senhor – Você diz fazendo graça, e até mesmo uma mini reverência improvisada e debochada – Mas não será necessário, eu não devo satisfações a ele, e se quiser pensar algo de mim, o problema é dele.
Você se mexe desconfortavelmente no acento do carro. O mero mencionar do garoto já faz com que seu íntimo estremeça e se feche em torno de nada, sentindo falta dele e de seu corpo. Mesmo não querendo admitir, você acha que uma boa parte do seu mau humor ultimamente, se deva também a falta de sexo, além do coração partido. Não queria se render tão rápido e com tanta facilidade aos encantos dele como fez. Mas foi muito prazeroso, e você também estava com saudades.
Mas não sabe ainda por que ele insistiu em falar com você, se não queria ter nada sério. Honestamente, só deve ter ido atrás, pois pensou que você estava com outra pessoa. O típico cara que só dá valor quando perde. E você o deixou acreditando nisso, porque uma parte sua gostou que ele estivesse machucado, que estivesse na sua posição do restaurante, só para ver a quão boa é a sensação. E você não gosta dessa parte de si mesma. Por mais que tenha dito que não liga para o que ele pensa, você não quer ser a escrota da história e machucar alguém a custo de nada. É errado, sujo, e totalmente mesquinho. Não tem para que ficar jogando esses joguinhos psicológicos se você quer por um final em tudo.
Mas foi tão bom. Matias sempre foi um bom amante na cama, mas quando estava com raiva, se transformava em algo a mais. Sentia uma fome e necessidade de te repreender e te pôr em seu lugar. Te mostrar quem estava no controle da situação, e como poderia te reduzir a uma bagunça de gemidos se quisesse. E com muita vergonha, você se pergunta, se está com mais raiva por ter cedido, e ter inflado o ego dele, ou por terem tão pouco tempo e não poderem ter continuado. É ridículo como você já sabe a resposta para isso.
Mas tentando deixar o assunto de lado por enquanto, você liga o rádio e deixa tocando uma música aleatória, só para preencher o ambiente. Você não quer ficar pensando no garoto que te dedou em um banheiro a minutos atrás, enquanto está do lado de seu cunhado. Ainda tensa se encolhendo no banco, e sendo cautelosa para que ele não veja através de você, e descubra algo, ou que note os hematomas roxos começando a aparecer.
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O resto da sua tarde é bem tranquila e monótona, o que você aceita de bom grado depois da manhã movimentada. Como estava um dia quente, seria estranho colocar uma blusa de gola alta, então teve que pesar a mão na maquiagem, e esperar que ninguém suspeitasse. Assiste suas aulas, conversa com suas amigas, e depois vai para casa descansar. A vida parece tão cinza sem ele por perto. Era uma quietude que você pensou que gostaria depois de um tempo, mas não estava sendo o caso.
Já em sua cama, tarde da noite, você tenta miseravelmente cair no sono. Mas está sendo impossível. Se você estivesse sozinha em casa, provavelmente iria beber algo forte que pudesse te apagar rápido, mas não faria isso com a presença de sua irmã sob o mesmo teto. Ela iria surtar se descobrisse que você está se embebedando no meio da semana. E não queria arriscar chamar a atenção dela de maneira exagerada para você, foi um milagre que ela não tenha notado o seu pescoço quando chegou. Você não iria brincar com a sorte. Com um bufo irritado, você se vira no colchão e tenta encontrar uma posição mais confortável. Um sono balanceado nunca foi um problema para você, e quando era, Matías encontrava um jeito muito bom de te cansar, e te fazer dormir a noite toda. Mas agora, ele quem era o motivo de você não conseguir pregar os olhos. Os flashbacks dos dois naquele banheiro, te deixam excitada e frustrada. Não deixando que seu corpo relaxe o suficiente para sucumbir a um repouso merecido.
Decidindo que não consegue continuar assim, se levanta vai até a cozinha tomar um copo d’água, e tentar acalmar os ânimos. Mas não adianta muito. Sem outra escolha, começa a voltar para o quarto, silenciosamente, não querendo fazer barulho e acordar os outros.
Mas no meio do percurso, no corredor, escuta alguns sons abafados, e decide se aproximar para ver do que se tratava:
- Isso, continua – Vinha do quarto de sua irmã, e definitivamente era a voz dela – Isso, não para! – Exclama um pouco mais alto, e dessa vez o som é acompanhado com o ranger da cama, e a mesma batendo na parede.
Você dá um passo pra trás assustada ao perceber o que está acontecendo. Dá meia volta com nojo, e se esconde em seu quarto tentando esquecer o que acabou de ouvir. Pelo menos tiveram a decência de te esperarem dormir para começarem com suas atividades noturnas.
Mas isso só te traz ao seu problema inicial. O sexo nunca foi muito importante para você antes dele. Mas depois, se tornou algo essencial, contínuo, um desejo que precisava ser satisfeito a todo momento. Quando estava feliz, e queria comemorar, triste e queria esquecer, quando estava calma e queria algo mais preguiçoso, e quando estava com raiva. Principalmente com raiva. Querendo fazê-lo se submeter a você e vice-versa.
Recusava a tocar a si mesma, pois saberia quem iria vir a sua mente no momento, e não queria que ele fosse dono de mais essa parte de você. Então passa a noite quase em claro, adormecendo somente quando falta poucas horar para amanhecer.
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No dia seguinte, quando está na faculdade, você e os outros estudantes são recebidos com a notícia de que o último período seria vago, o que foi muito bom para vocês, mas muito ruim para o professor que teve que se ausentar, pois não estava se sentindo muito bem, e não pode comparecer. Você manda uma mensagem avisando a sua irmã, para que ela não venha te buscar no horário combinado, pois iria embora mais cedo, o que ela é bem rápida em responder. Depois da noite passada, você mal falou com ela essa manhã, ainda envergonhada por ter flagrado um momento tão íntimo. E para o seu horror e surpresa, ela diz que está indo agora te pegar, pois tem planos para a tarde das duas.
- Já sei o que podemos fazer hoje. - Diz com as mãos no volante dirigindo para só Deus sabe onde.
- O que? – Você rebate interessada.
- Compras! – Responde com um gritinho animado e erguendo os ombros.
Você tenta fazer o seu melhor para demonstrar excitação com esse plano, mas não sabe exatamente se consegue. Vocês fizeram compras no dia seguinte em que ela tinha chegado, passando o domingo inteiro no shopping, comendo, vendo um filme romântico clichê em cartaz, comprando besteiras, e encerrando o dia com boliche e comida de fast food. Foi legal ter um dia das garotas, mas era isso, um, e pra você já era mais do que o suficiente. A ideia de ter que passar o resto do dia carregando sacolas, ou experimentando roupas, tendo que tirar, colocar, e depois tirar de novo, não te atrai em nada.
Ainda no estacionamento você a tenta fazer mudar de ideia. Considerar alguma outra alternativa ou atividade que ambas gostem.
- A gente não pode fazer outra coisa? – Diz ainda no carro.
Ela se vira para trás esticando o braço, tentando alcançar sua bolsa no banco de traseiro.
- Como o que? - Pergunta, finalmente agarrando o acessório e conferindo se tem tudo o que precisa dentro.
- Ir pra casa, ver um filme, e pedir alguma coisa. – Você descreve sua noite ideal, o que te rende um olhar incrédulo e julgador em sua direção. Ela sai do veículo e te espera do lado de fora, o que com um grunhido você obedece e faz. Ela retoma o assunto então:
- Primeiro, já é tarde demais porque já paguei o cartão de estacionamento – Explica, e você não consegue evitar revirar os olhos com essa desculpa – E segundo, tenho que ver a roupa do casamento. – Conclui, fechando e acionando o alarme do carro, se dirigindo a entrada do lugar enorme e lotado, sem esperar que você a siga.
- Como assim roupa do casamento? – Questiona incrédula - A cerimônia é daqui um mês e você ainda não tem o seu vestido? – Você sente como se pudesse arrancar os cabelos agora.
Ela te encara, e parece magoada ao rebater:
- O meu vestido está pronto a meses, você é uma das madrinhas, e deveria saber disso. – Diz duramente.
Então tudo volta em um borrão. As chamadas de vídeo no ateliê, fotos infinitas de modelos e tipos de tecido, por Deus, você até tinha opinado no tipo de corte que teria melhor caimento no corpo dela. Como pode esquecer?
- Me desculpa, acabei me confundindo. – Fala arrependida, e se encolhendo.
Ela começa a dar passos apressados, ficando muito a sua frente, e você a segue prontamente. Quando se aproxima, ela recomeça:
- É o meu casamento, como você esquece da droga de vestido que eu vou usar? – Ela diz exaltada, claramente magoada e sem olhar em sua direção, te ignorando. Mas se recompondo, para de caminhar, e se vira para você – Às vezes sinto que você anda dispersa e não liga para mais nada. – Te acusa.
- O que? É claro que eu ligo. – Você se defende imediatamente – Eu só me atrapalhei um pouco pra lembrar do vestido, mas é claro que eu me importo.
Ela te olha, e pela primeira vez, sente como se ela estivesse realmente brava contigo:
- Você não tem estado presente para opinar em nada em relação ao casamento, seja decoração, comida ou até a droga dos guardanapos de mesa. – Ela aponta friamente - Eu e a mamãe quem decidimos a maioria dos detalhes. Eu tive que escolher o meu buquê com uma outra amiga minha que vai ser madrinha, sendo que é você quem é a obcecada por flores, e nem nisso você se dispôs a me ajudar. – Nessa parte, a voz dela vacila, e você se sente afundando no lugar. Não tinha notado que tinha negligenciado sua irmã tanto assim. Para ser franca, você se lembrava bem brevemente de uma discussão a respeito dos arranjos de flores nas mesas e decoração, mas não prestou atenção o bastante para recordar com clareza.
- Me desculpa, não tinha percebido que estava tão ausente. – Ela ignora suas palavras e decide continuar com o sermão, o qual você merece é claro:
- E sabe o que mais? Você também não fez a sua parte em outras coisas. To te pedindo o nome de algum acompanhante a semanas. Preciso saber, se vai levar alguém para encaixar os lugares, tanto na festa quanto nas fotos em família.
E aí quem está o problema. Você tem evitado pensar na cerimônia, pois não sabia quem iria levar, mas sabia quem queria levar. O que são coisas bem diferentes. Como convidar alguém que não demonstra o mínimo de interesse em ter algo sério e concreto com você para um casamento? Onde estariam presentes toda a sua família, amigos, e pessoas que te conhecem desde sempre. É simples, você não convida.
Fica um silencio desconfortável entre as duas. Você, sem saber o que dizer, e ela, medindo as palavras para debaterem o assunto.
- E não foi para mim que eu vim ver roupa. – Declara um minuto depois.
- Então pra quem? – Agora você está mais confusa ainda.
- Pra você. – Ela se dirige a escada rolante, indo para o próximo andar, e você vai atrás, ficando um degrau abaixo. – Eu te passei a paleta de cores a meses atrás, para que você pudesse comprar ou alugar algo que te agradasse. Mas desde que eu cheguei na tua casa, não tem uma peça de roupa na cor que eu havia falado. Você esqueceu não foi? – Ela te fita, olhando para baixo por trás do ombro.
- Foi – Mesmo já esperando essa resposta, ela fica ainda mais desapontada.
- É uma data importante sabia? Você além de ser madrinha, vai estar em todas as fotos da nossa família, não pode deixar para ver esse tipo de coisa no dia. – Te relembra. Vocês saem da plataforma giratória e começam a percorrer o local, repleto de lojas e pessoas.
- Eu já disse que sinto muito. – Está começando a ficar irritante agora. Você sabe que errou, mas já pediu desculpas. O que mais ela quer?
- Então demonstre! Eu tentei ser legal, mas sendo bem sincera – Ela se aproxima e te encara desafiadoramente - A gente não vai sair daqui hoje, enquanto não achar a droga de um vestido marsala, estamos conversadas? – Aponta o dedo no seu peito. Você se sente uma criança de novo, levando bronca por alguma travessura, e se segura para não arranjar uma briga no meio de todos.
- Sim. – Engole em seco, fechando os punhos e desviando o olhar.
- Ótimo! – E continua andando, como se não tivesse te destruído a apenas alguns segundos atrás.
Vocês visitam várias lojas, mas não encontram nada que agrade as duas de primeira. É muito estressante, e você começa a entender o nervosismo dela. Em um ateliê teriam que ver o aluguel ou comprar a roupa, o que sairia uma fortuna tão em cima da hora, isso considerando que tivesse algo disponível para alugar na mesma data e na cor exigida. O que seria difícil. Se fossem encomendar, teriam gastos semelhantes com mão de obra ou para fazer algum ajuste. A culpa começa a te corroer por dentro. Você quem deveria ajudá-la, não o contrário.
Eventualmente, acabam encontrando uma loja que chama a atenção das duas. É um espaço aconchegante e acolhedor. Bem iluminado e repleto de araras com vestidos de vários comprimentos, modelos e cores, adornando o ambiente. Assim que adentram, são recebidas por uma vendedora atenciosa e muito prestativa. Após alguns minutos de conversa, com sua irmã explicando, o que procuravam e queriam, a vendedora às guiam para uma sala de espera com o provador, e retorna depois com diversas opções para que você experimente.
- Eu estou me sentindo como um enfeite de Natal. – Diz com a primeira opção no corpo. Um vestido colado, cheio de brilho e decotado na frente.
Ela te avalia de cima a baixo:
- Um enfeite de Natal Sexy – Conclui.
Na segunda opção, é preciso que ela entre no provador, para te ajudar com a amarração nas costas. E você aproveita para se redimir:
- Me desculpa, eu não tenho sido eu mesma nos últimos meses. – Encontra o olhar dela através do espelho - Em vários aspectos. – Você diz, e ela sabe ao que se refere, ou a quem. - Mas vou ser mais presente agora, prometo! – Termina, esperando que ela acredite em suas palavras.
Ela suspira, e segurando firme em seus ombros, te aconselha:
- Eu sei que o primeiro amor pode ser animador e estimulante, mas não se perca por causa disso.
Suas bochechas queimam com essa afirmação. Como assim amor? Tudo bem, você admite que estava de cabeça para baixo pelo garoto, ficava encantada com a presença dele e admirava sua inteligência, humor ácido e em como ele te tratava na cama. Mas era só isso certo? Uma paixão boba, que iria passar eventualmente depois de algum tempo.
- Mas tudo bem, eu te desculpo – Te tira de seus pensamentos, te olhando afetuosamente – E que bom que você disse que seria mais presente – Surge um sorriso maléfico em seu rosto – Depois daqui iremos ver sapatos! – E com um pulinho animado ela começa a fastar as mãos, e se distanciar, mas no último segundo, com um olhar franzindo, ela volta com os dedos e os esfrega com força no seu pescoço, o que te arranca um chiado baixo. Você vê os dedos dela levemente mais claros por conta da maquiagem, e então entende o que aconteceu.
- Que merda é essa? – Diz com os dedos pintados e vendo o seu pescoço, que agora está mostrando um leve hematoma, o qual você tinha se empenhado tanto em cobrir. – Quer saber, você me conta depois, estamos com pressa agora – E se retira, te deixando confusa e com medo.
Ocasionalmente acabam escolhendo um vestido, que agrade as duas. É elegante, te caiu bem, não é tão chamativo, se adequa aos padrões e expectativas que a ocasião pede, e está em um valor acessível. Você agradece aos céus, quando a vendedora retorna com um par de saltos que combinam com a roupa escolhida, poupando tempo e esforço para você. Obviamente, ela fez isso pensando em sua comissão, mas ainda assim, te ajudou bastante.
Se despedem da moça, satisfeitas com a compra e com sorrisos no rosto. Seu alívio não dura muito, quando sua irmã se vira, e diz que precisam conversar. Se dirigem a uma praça de alimentação, e você começa a contar o que aconteceu. Em como devolveu as coisas dele, não mandou mensagem, e o encontrou na manhã passada enquanto estava com o noivo dela. Relata que o rapaz pediu para que conversassem e assim você o fez, não querendo causar uma comoção na hora, e que consequentemente, acabaram se beijando.
- Beijo? Você quer que eu acredite que está com chupão no pescoço por causa de um beijinho? – Diz debochada.
- Ok, a gente deu uns amassos no banheiro tá bom? Só isso – Afirma com o rosto queimando de vergonha, sabendo que é mentira – Não conta pro Wagner, não quero que ele saiba disso. – Pede meio embaraçada.
- Não contar o que? Que você foi dar uns pega no banheiro ou que voltou com o garoto?
Você ignora a provocação dela.
- Não é bem assim, e eu não voltei com ele, foi só um beijo. – Rebate.
- Não vou questionar o porquê não me disse, porque é obvio que você não queria ouvir sermão, mas é bom você estabelecer limites com ele, e logo – Observa - Não adianta devolver as coisas dele e o dar o que ele quer. - Acusa.
As palavras dela te machucam, com a insinuação que acabou de fazer. Você é amarga ao responder:
- E o que ele quer exatamente? Sexo? Uma rapidinha no banheiro? - Pergunta com desgosto.
- Não – Ela nega prontamente – Você. Isso é o que ele quer, você.
A afirmação dela em dizer que ele te queria, e não somente ao seu corpo, te conforta. Mas não tem como saber exatamente se é verdade, já que você e ele nunca exploraram mais do que isso um no outro.
- Bom, podemos ir embora se quiser, a menos que você queira comprar alguma coisa? – Ela diz, encerrando o assunto e pegando a bandeja, começando a descartar os restos de comida. Você se levanta também, e para a surpresa dela, concorda e diz que quer comprar sim algo.
- O que? - Ela questiona curiosa.
- Tampões de ouvido – Responde – Não quero mais ter que ouvir os gritos da noite passada vindo do seu quarto. – Explica ao descartar a comida também, e segue em direção a próxima loja. Agora, é ela quem fica envergonhada, e você dá um riso de satisfação com isso, enquanto caminham.
-- --
Já em casa, você começa a refletir sobre o que sua irmã disse, em estabelecer limites com o garoto. Você deveria ser a madura da história e tentar resolver a situação com ele, mas se recusava a dar o primeiro passo e ceder, e estava mais uma vez desapontada pela falta de tentativa de comunicação pelo lado dele. Como ele poderia em um instante te proporcionar um momento desenfreado de paixão, e no outro simplesmente não dizer nada? Você quem o deu as costas e o deixou lá, mas o que ele queria que você fizesse? Ficasse enrolando, enquanto ele dizia que sentia sua falta para te convencer a voltar a mesma situação de merda que se encontravam antes? Ou para dizer que tinha voltado com a ex e essa seria a última vez? Ou até pior, para dizer que queria que você fosse sua amante e continuassem se vendo em segredo? De qualquer forma, você sabia que o que quer que ele fosse falar, não iria te agradar, então fugiu, como o garoto sempre faz, não ligando para o que ele pensou ou vai pensar.
Também não parava de pensar na possibilidade de amar ele, e isso te assustava, pois se fosse verdade, você não saberia o que fazer com esse sentimento. Ele não era parecido em nada com o que você queria ou procurava em um namorado. Ele não era educado, gentil, galante ou culto, muito pelo contrário, ele era sarcástico, teimoso, com um humor ácido e as vezes difícil de lidar. E mesmo assim, você se encantou por ele, e foi o bastante para o sentimento florescer e crescer cada vez mais dentro de seu peito.
Isso era tão patético! Provavelmente ele estava nos braços dela, enquanto você estava aqui se martirizando. Você tinha que mostrar a ele que não iria voltar com um simples estalar de dedo, tinha que demonstrar convicção e certeza, mas sabia que se ele aparecesse na sua porta, agora, e te prometesse tudo o que você queria, falasse todas as palavras certas, você se deixaria levar e se entregaria com o maior prazer do mundo. Você se olha no espelho do seu quarto, passando a mão pelo pescoço e admirando as marcas deixadas, a única conexão que tem com o garoto no momento. Seus olhos viajam para o guarda-roupa, onde se encontra o vestido recém comprado e os pares de sapatos. Você o pega e o traz em frente ao corpo, dessa vez querendo realmente ver como fica sua aparência, não avaliando se era bom o bastante ou adequado para a ocasião, e não consegue deixar de se perguntar, o que ele acharia. Te acharia bonita? Sexy? Te ajudaria a tirar do corpo após o casamento? Em um universo alternativo, onde você o convida e ele aceita de bom grado, e conhece toda a sua família e os encanta, assim como fez com você.
Mas isso é uma ilusão idiota, você nem sabe o porquê se deu ao trabalho de concordar com sua irmã, quando ela perguntou se você iria querer reservar o lugar de alguém como acompanhante. Mas já estava saindo com o Matias, e pensou que até a data já teriam se oficializado e poderiam ir juntos, que ingenuidade a sua.
Com um suspiro cansado e de derrota, decide se preparar para dormir e começa a guardar as coisas, devolvendo a roupa para o cabide com cuidado para não amassar o tecido. Enquanto faz isso, é notificada com o som do telefone, alertando que chegou uma nova mensagem. Olha ao redor a procura do aparelho e o avista em cima da cômoda com a tela virada para baixo. O pega sem prestar muita atenção, e se dirige para a cama, provavelmente deve ser alguma das meninas mandando mensagem no grupo, ou algo relacionado a faculdade. Mas assim que desbloqueia a tela inicial, agradece por ter se deitado e assim não ter como cair devido a surpresa:
- Precisamos conversar – Diz a mensagem que Matias acabou de enviar.
Seu coração dá um pulo, e os pequenos pontos pulando na tela, indicam que ele ainda está escrevendo alguma coisa, e você espera, mordendo os lábios em sinal de ansiedade.
- Posso ir te ver? – Pergunta o garoto.
NÃO! Você quer escrever em letras maiúsculas e mandar pra ele. Deve te achar muito idiota para acredita que você vai recebê-lo em sua casa tarde da noite, para “conversarem”.
- Não vou tentar nada. – Ele envia, parecendo ler os seus pensamentos.
E quando você pensa em dar ao garoto o benefício da dúvida, ele replica:
- A menos que você queira, é claro.
Arghh! Isso te faz entrar em uma nova onda de fúria. Como ele tem coragem de falar assim com você? Ficar brincando depois de tudo? Você não perde tempo em respondê-lo, e acabar com as expectativas dele:
- Você é ridículo, não quero nem olhar na tua cara.
Ele responde prontamente.
- Desculpa, vou parar. Mas precisamos conversar.
E realmente precisam. Você precisa de um fechamento para poder seguir em frente, e mesmo sabendo que talvez não goste da resposta, decide que você merece uma explicação pelo motivo dele ter agido como moleque em toda essa história. Se ele estiver disposto a ter uma conversa séria, ótimo, se não for o caso, pelo menos vai poder falar todas as coisas que ficaram entaladas na sua garganta todo esse tempo.
- Ok – Você responde, e antes que ele possa te enviar mais alguma coisa, você é mais rápida e envia antes – Amanhã de manhã, no café perto do Campus.
É claro que você não vai arriscar ter ele na sua casa ou ir à dele e acabarem na cama um do outro, então optou por um lugar público, mas se lembra envergonhada, que nem isso foi o suficiente para impedi-los da última vez.
- Combinado.
E com isso você acha que o assunto está encerrado. Mas se surpreende ao ver uma última mensagem.
- Boa noite.
E indo contra todos os seus desejos de ignorá-lo, ser rancorosa, e tratá-lo mal, você o responde:
- Boa noite.
-- --
Você esteve em um estado de espírito completamente inquieto e perturbador a manhã inteira desde que acordou, sem saber muito bem o que esperar dessa conversa que iriam ter, e em como iria reagir quando o visse de novo.
Quando você se aproxima do local, examina o ambiente e surpreendentemente, ele já está te esperando. Sentado em uma mesa para dois, parecendo nervoso, e para seu descontentamento, bonito como sempre. Você até fantasia por um momento, que isso poderia ser um encontro. Que você estava indo passear com o garoto para se conhecerem melhor. Mas não é o caso. Uma das possibilidades que passou por você, do motivo dele ter te chamado, foi para se desculpar e te dar um fora, para contar que voltou com a ex, mas que não queria ter pontas soltas contigo. Mas não valia a pena se perguntar o que ele iria te dizer, a dúvida estava te matando, então era melhor acabar com isso de vez.
Com esse pensamento, você se aproxima da mesa, e ele como o cavalheiro que nunca foi, puxa a cadeira para que você se sente.
Assim que você se acomoda, uma garçonete chega, depositando uma xícara de café preto para o rapaz, e um prato com um doce na sua frente, você está prestes a falar que é um engano, que não pediu nada, mas ao notar que é o seu favorito, e olhar para Matias, ele te entrega tudo com o olhar:
- Você lembrou. – É a primeira coisa que diz a ele, assim que a garota se afasta.
- Sim. – Concorda, te lançando um sorriso contido.
Lembranças passam por você de todas as vezes em que estiveram aqui. Não era um lugar especial, mas era perto do Campus, e tinha o seu doce favorito, nada muito requintado, apenas uma fatia de cheesecake, que te fazia contente sempre que comia, então vinham aqui com certa frequência, mas nunca era um encontro, claro.
- Ok, então vamos conversar. – Você fala mudando o seu semblante, ficando séria, e o encarando, esperando que ele comece a dizer algo.
- Oi, como você tá? Estou bem também, obrigado. – Retruca debochado.
- Caso não tenha dado pra notar, eu estou brava com você, não vim aqui pra jogar conversa fora, então ou você fala algo que valha a pena, ou vou embora. – Ameaça.
Ele parece considerar se você está falando sério, e algo em seu olhar o faz desistir e concordar com o que disse. Ele se endireita na cadeira, e limpando a garganta, recomeça:
- Eu quero me desculpar – Você não diz nada, em um sinal claro para que ele prossiga – A noite no restaurante, foi injusto com você, sinto muito.
- Por que você fez aquilo? – Interroga ele.
- Eu, eu estava confuso, eu e a Malena nós... – Ele dá uma pausa, sem saber como continuar, e você fica aflita com o que vem a seguir. – Nós namoramos por dois anos, e terminamos cerca de um ano atrás... – Ele recapitula os fatos.
- Por que terminaram? – O interrompe, com a dúvida que sempre passava por sua cabeça. Um casal não termina um relacionamento de tanto tempo por nada. Quando os dois se viram no restaurante, ela ainda parecia claramente interessada, e após o comportamento dele, não poderia dizer que o mesmo estava ileso a presença dela, então o que houve realmente para que rompessem?
- Ela tinha conseguido uma bolsa pra desenvolver a tese dela no exterior – Diz, e começa a mexer o café, o revirando com a pequena colher que se encontrava na mesa, claramente desconfortável com o assunto - Eu quis continuar com o relacionamento, mesmo que fosse à distância, mas...ela não.
Um sentimento de choque e tristeza, passam por você. Primeiro, o fato deles não terem terminado por conta de alguma briga, desentendimento, discussão, ou a falta de carinho um pelo outro, e sim por conta do distanciamento. Segundo lugar, o cara por quem você estava louca, e que era averso a compromisso, quis tentar uma relação à distância? Isso parecia uma ideia tão absurda dele considerar, mas talvez essa parte, essa fração dele, esteja reservada apenas para ela, não para olhares forasteiros como o seu.
- Então terminaram porque ela foi embora? – Pergunta para confirmar, e odeia como suas palavras saem baixas, assim como o seu olhar e seus ombros se encolhendo, conforme se afunda na cadeira, tentando sumir.
- Sim, até pensamos em ter um relacionamento aberto, mas não era minha praia, então tomamos essa decisão mútua. – Ele solta um suspiro, e procura o seu olhar ao continuar – Eu não quero te machucar, não precisamos falar sobre isso. – Cessa o assunto, preocupado com sua reação.
- Não, eu quero saber – Ele te fita, ainda indeciso se deve prosseguir – Não quero ficar no escuro sobre isso. – Você justifica.
- Tudo bem – Acena com a cabeça, ainda duvidoso - A gente ainda se gostava, sabíamos que só era um momento ruim, e não queríamos acabar com tudo por causa de alguns meses separados, então... meio que fizemos um acordo um com o outro. – Nessa última frase, ele desvia o olhar e coça a nuca, em sinal de embaraço.
- Que acordo? – Você acha que pode estar hiperventilando agora.
Matías não quer falar, isso é obvio, ele olha para os lados, e solta uma expiração, conformado que não tem mais como evitar esse assunto.
- Ela poderia ficar com quem quisesse, e eu também. Se quando ela voltasse, ambos estivessem solteiros, aí voltaríamos, se não, continuaríamos amigos. – Conta por fim.
Você não sabe como reagir a essa nova informação. Isso só prova que ele nunca teve a intenção de te levar a sério, era só um escape enquanto a pessoa certa estava ausente. O que ele faria quando ela voltasse? Iria te descartar sem mais nem menos? Te jogar fora como um brinquedo quebrado?
- F-foi por isso que você não quis assumir nada, n- não é? Porque se ela voltasse e você estivesse namorando alguém, aí teria quebrado o acordo. – Gagueja ao pronunciar as palavras.
Ele engole em seco antes de responder:
- Sim.
Você sabia. Sabia, e ainda assim te machuca saber que estava certa. Você era só um passatempo, uma distração de quem realmente importava. Se sente suja, e usada, percebendo que os seus esforços, e paciência com ele, nunca te levariam a nada, pois desde o começo já estava fadado ao fracasso.
- Bom, acho que deu tudo certo no final então – Com a costa da mão, você limpa uma lágrima teimosa, que insistiu em aparecer, - Agora você pode ter sua garota de volta. - Constata.
- Eu quero você, por isso to aqui. – O rapaz diz, mas você mal presta atenção, ainda brava por sua confissão anterior.
- Não, você acabou de dizer, você estava esperando por ela, por isso que não me assumiu, eu devia ser só um prêmio de consolação pra você – As lágrimas, começam a querer vir a todo custo, e você se inclina sobre a mesa, trazendo as mãos ao rosto, se cobrindo e tentando controlar um soluço.
- Não, é claro que não, você nunca foi um prêmio de consolação, ou uma segunda opção, eu gosto de você, por isso to aqui, pode não ter começado como algo sério, assim como qualquer outro relacionamento, mas eu certamente me importo e tenho sentimentos por você. – Ele tenta se explicar.
- Você disse que quando ela voltasse, dependendo da situação, iriam reatar. Foi no dia do restaurante que ela voltou? Que você a convidou? – Questiona, ignorando as palavras anteriores dele. O mesmo só solta uma lamentação e prossegue:
- Ela já havia voltado alguns dias antes, só estava terminando de se instalar. Não mantivemos contato durante o término, mas quando ela chegou na cidade me enviou mensagem, me chamou pra sair e eu disse que já tinha planos, juro que não chamei ela, mas ela apareceu mesmo assim. Aquele dia, foi a primeira vez em que a vi pessoalmente depois do término. - Conclui ele.
- Se ela tivesse te perguntado aquele dia, pedindo pra reatar, vocês teriam voltado, não é? – Interroga em um tom de acusação.
- Eu já disse, estava confuso. Não tem como responder isso, eu disse pra ela para conversarmos em outro momento, longe de todos. – Relata o garoto.
- E longe de mim também, certo? – Sua voz é carregada de rancor.
- Sim, mas não como você está pensando. Eu não sabia o que fazer, estava desconcertado, tinha que falar com ela também e apaziguar a situação. - O mesmo argumenta.
- Tadinho de você, tendo que escolher qual garota levar pra cama dia sim, ou dia não. – Retruca com raiva e deboche.
Ele morde as bochechas, tentando se conter, e não dizer a coisa errada.
- Olha, eu admito que fiquei na dúvida, ok? Eu tenho um passado e história com ela, então fiquei balançado quando a vi depois de tanto tempo, mas eu to com você agora, eu quero você, sei que não acredita em mim, mas quero uma chance pra te mostrar que melhorei- Fala em um tom sério e decidido.
Você não sabe o que responder, mas não precisa, pois a conversa é interrompida, por um pequeno zumbido de notificação em seu celular, o qual você verifica imediatamente, querendo fugir da situação, e tem vontade de revirar os olhos ao ver que é apenas sua irmã te perguntando se poderia pegar uma bota emprestada.
- É aquele cara? Seu namorado? – Erguendo os olhos da tela, você nota como o garoto está com o semblante fechado, carrancudo e parecendo uma criança com birra. Mas ignora e responde sua irmã, dizendo que sim, e para ter cuidado.
- Ele não é meu namorado. – Diz irritada, já sabendo a quem ele está se referindo, e guardando o celular na bolsa, para não serem mais interrompidos.
- Um ficante então? – Questiona cruzando os braços e tensionando a mandíbula.
- Não que eu te deva satisfações, é claro – Você o encara, com a melhor feição de desgosto que consegue fazer e responde – Mas não, ele não é meu ficante, namorado, ou algo assim, ele é meu cunhado. – Explica por fim.
Ele parece confuso, franzindo o olhar, como se estivesse tentando se lembrar de algo.
- Eu não sabia que você tinha irmã – Ele diz.
- Eu sei, você nunca perguntou da minha família lembra? Isso não fazia parte da nossa “relação” – Você acusa. Sabe que é injusto trazer isso à tona agora, mas quer fazer com que ele reconheça que te tratou mal, e que você não merecia isso.
- Você está certa, me desculpe. – Diz com a cabeça abaixada em arrependimento.
Mas de repente, ele parece tentar conter um sorriso de surgir, aliviado ao saber que você não estava ficando com ninguém, mas isso rapidamente muda para nervosismo, remorso e até mesmo, pânico? talvez? Você realmente não o entende as vezes.
Depois de um momento de silencio, você quem decide o questionar:
- E você? Voltou com ela, ou ficou com alguém? – O receio e medo da resposta é bem perceptível em seu tom, e ele nota isso.
O rapaz paralisa, ficando com a cara pálida e baixando o olhar, parecendo culpado. E quando você está prestes a falar que vai ir embora, e pra ele não te procurar mais, ele se recompõe e diz com a maior convicção que você já viu:
- Não. – Sua voz não treme, ele não gagueja, e não dá nenhum sinal de que possa estar mentindo. Ainda assim, você não sabe o porquê, mas não se convence totalmente com a resposta dele. Mas se obriga a acreditar, pois o mero pensamento dele com ela, ou com outra pessoa, depois de como as coisas ficaram entre vocês, te machuca profundamente. Então empurra esse sentimento para o fundo do seu âmago e ignora os seus instintos. Ele percebendo sua relutância, continua:
- Por favor, a gente pode recomeçar, e eu vou fazer certo dessa vez. Vamos ter encontros, andar de mãos dadas, fazer o que você quiser, até flores se for a sua vontade, só me dá uma chance. – Os olhos dele são suplicantes agora.
- Eu não sei. Isso é muita informação Matías, você acabou de me dizer que não ficamos sérios por meses, porque estava se “guardando” pra ela, e do nada, depois de dias sem nos falarmos, você quer voltar? É meio difícil entender o seu raciocínio aqui. – Explica, para que ele entenda o seu ponto de vista.
Ele procura sua mão em cima da mesa, hesitante em segurá-la, mas você não se afasta e deixa com que ele entrelace seus dedos junto com os dele, unindo os dois. Ele te fita e continua:
- Eu sei que errei, mas quero consertar isso – Aperta sua mão suavemente, e acaricia sua palma com os dedos, te trazendo uma sensação gostosa com o calor emanando dele - Quero me comprometer e ser melhor pra você, só com você. Por favor. – Ele termina a frase, e indo contra tudo o que você espera, ele traz a sua mão até os lábios, deixando um beijo casto ali.
Que merda era essa? Ele nunca demonstrou afeto em público, e de repente, além de segurar em sua mão, ainda a beija? No meio de várias pessoas? Ele com certeza sabe como te fazer derreter, você fica sem palavras e corada com o gesto, estupefata e ao mesmo tempo se odiando por ser tão afetada por ele. Mas não era isso o que você queria o tempo todo? Que ele se desculpasse, e te prometesse o mundo? Então por que está sendo tão relutante em aceitar?
- Eu vou pensar sobre isso. Mas tenho condições. – Começa, se sentindo uma vitoriosa por sua voz não sair falha, e tentando controlar o rubor em sua face.
- Ok. – Ele diz, dando um último beijo em sua mão, e a largando. Você imediatamente sente falta do contato.
- Primeiro, e se você não concordar, já finalizamos por aqui. – Lança um olhar sério - Não quero que você mantenha contato com a Malena, você vai ficar comigo e somente comigo, não ligo pro acordo que vocês fizeram de continuarem a amizade. Não me importa se é sua ex, se tem uma história, ou o que for, ela acabou pra você entendeu? – Termina, cruzando os braços e arqueando a sobrancelha, e dane-se que você parece uma psicopata obsessiva.
- Tudo bem, eu concordo. – Responde prontamente.
Isso é estranho, ele está aceitando tudo muito fácil, você esperava um pouco mais de resistência da parte dele, não que você esteja reclamando, óbvio.
- E segundo, se me quiser de volta, vai ter que lutar por isso – Declara convicta, apontando um dedo em sua direção - Vamos no ritmo que eu quiser, ou seja, com calma, e vamos fazer certo desta vez. – Ele não parece entender o que você implicou, só inclinando a cabeça para o lado em confusão. Você revira os olhos e diz:
- Eu to querendo dizer: sem beijo, toque ou sexo. Você tem que me cortejar antes, se quiser chegar nisso.
A expressão dele cai, com certeza não esperando por essa exigência sua, e considerando a vida sexual dos dois antes do término, sabia que não seria fácil pra ele. Mas precisava disso, se ele te quisesse de verdade, e não somente o seu corpo, teria que te provar. Ele arruma o rosto e responde:
- Tudo bem – Diz convencido – Eu te conquistei uma vez, posso fazer de novo.
- Veremos. – Retruca em tom de desafio.
E com isso, um silencio se instala na mesa. De repente você se sente extremamente tímida, e sem saber como devem prosseguir a diante. Tem tantas coisas que ainda precisam ser ditas, esclarecidas, mas vocês vão se acertando pouco a pouco, ao menos é o que você espera.
- Você tá bonita. – Ele quebra o silêncio.
- Me bajular não vai te levar a lugar nenhum – Diz o alertando.
- Eu sei, mas ainda assim vou dizer. – Retruca, teimoso como sempre.
- Obrigado. – Agradece a contragosto.
- Me conta mais sobre sua irmã – Ele começa a se servir com mais café – Ela é mais velha?
Você é pega de surpresa com isso. Não acostumada com a demonstração de interesse dele em relação a sua vida pessoal, só quando envolvia estar entre suas pernas.
- Sim, ela é. – Confirma.
E antes que você se de conta, a situação não está mais tensa, com os dois tentando não pisar em ovos. Estão rindo, e conversando. Você pega o telefone e o mostra fotos de sua irmã, dela com seu cunhado, e dos três juntos. Até comenta do casamento, e ele se mostra realmente contente com os detalhes, provavelmente ainda aliviado de o homem não ser próximo de você, pelo menos não da maneira em que ele imaginava.
Você pergunta sobre os garotos, como eles estão, e pede para que o mesmo envie um abraço seu a todos, e se desculpe em seu nome por não terem conversado ultimamente. Você fica receosa em saber se eles estão chateados, ou ressentidos do seu comportamento, o que ele é rápido em negar, te tranquilizando, dizendo que eles entenderam a situação, e que apenas estão com saudades. Relata que contou ao grupo do envolvimento entre vocês, e que eles compreenderam. Mais uma vez te surpreendendo, em como ele está sendo transparente agora.
Ele é atencioso, e antes de irem embora, insiste para que você coma mais alguma coisa, sabendo como você é apaixonada pelas sobremesas de lá. Ele ri em como você abre um sorriso, e aponta animada para o doce, para que a garçonete o pegue. E em meio a isso, você não consegue parar de pensar, que se ele continuasse se comportando assim, você vai amar ele mesmo, e não vai se importar nenhum pouco com isso. Mas se está tudo tão bem, por que você ainda sente que tem algo errado?
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Espero que tenham gostado do capítulo, até o próximo 😚🩵
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nominzn · 11 months
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bem que se quis
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o que era pra ser um sonho, virou pesadelo.
é assim que você se sente agora. a pontada no peito forte demais ao pegar seu namorado de três anos, jungwoo, beijando uma das líderes de torcida enquanto a final de handebol acontece na quadra da faculdade.
a situação piora quando você descobre que o seu inimigo de infância, jeno lee, te seguiu até ali e agora assiste a cena toda com o cenho franzido. você tinha acabado de chegar no vestiário feminino, ainda processa a imagem, sem forças para interromper o casalzinho. as lágrimas de decepção foram tão automáticas e pesadas que você nem percebe que elas rolam livremente pelo seu rosto.
"seu filho duma puta." jeno declara alto o suficiente para que os outros ouçam.
"amor... não é o que você tá pensando." woo tenta se defender, mas os lábios cheios de batom borrado anulam qualquer palavra.
"tá achando que ela é burra, seu pau no cu?" o menino atrás de você responde antes mesmo que pudesse pensar em rebater o ex-namorado.
"irmão, tá se metendo por quê? ninguém te chamou aqui."
finalmente eles se separam, jungwoo tenta limpar um pouco da bagunça na própria face. a menina te olha com dó e se retira do ambiente, desconcertada.
"tu é homem pra me enfrentar mas não pra ser fiel?" jeno ri com escárnio. "o pau deve ser desse tama—"
sem que pudesse evitar, jungwoo parte para cima de jeno, presenteando-lhe com um soco bem no nariz. o menino novamente ri, pondo a mão na área afetada.
"eu não sou de violência, mas vou ter que devolver o favor." pouco depois de afirmar, bem nos olhos do ex, jeno deixa dois socos bem acertados.
ele nunca usava as habilidades em artes maciais fora dos tatames, exceto quando, como agora, precisa se defender.
jungwoo mal viu da onde vieram as porradas, apenas sofre com gemidos dolorosos. com certeza vai ficar roxo. covardemente, ele corre para fora do vestiário, lançando um olhar indecifrável na sua direção, e você apenas desvia. não se daria a chance de sentir piedade.
o outro sacode as mãos vermelhas com o impacto, observando os seus ombros chacoalharem mais.
ele se aproxima de você, cuidoso e (nunca admitiria) preocupado. antes que pudesse tocar seu ombro, seu corpo gira de supetão.
"por que você me seguiu, garoto?" a voz ríspida não combina nada com seus olhos chorosos.
jeno respira fundo para manter a paciência. "você tá bem?"
"você acha que eu tô bem, seu idiota?" seca as lágrimas, não permitiria que ele tivesse mais material para te caçoar depois. "claro que eu não tô bem! e responde minha pergunta!"
"porra! eu te vi sozinha e sua cara não tava boa..." ele coça a nuca. "fiquei preocu... digo, fiquei curioso e cheguei aqui."
você bufa alto, cutucando bem a virtude que jeno tenta controlar.
"deixa de ser fofoqueiro, garoto! vai, pode ir, espalha pra todo mundo que eu fui chifrada."
"mas você é muito mal agradecida mesmo, né, garota. quase tive meu nariz quebrado por tua causa e..."
"porque você quis!" interrompe-o com tom estridente. "eu sei me defender sozinha!"
jeno força uma risada irônica. "ah, claro, eu vi que você tava super se defendendo."
"quer saber de uma coisa? não vou perder meu tempo com você não. tô com a cabeça cheia demais."
você praticamente foge correndo dali, indo direto para o carro e desabando no volante antes de dar partida. dor demais.
jeno fica sem entender nada enquanto caminha de volta para as arquibancadas, fechando a cara para evitar as perguntas dos amigos.
além de esquentadinha, é ingrata.
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de longe dá para entender que você e jungwoo estão brigando. o garoto tenta de todas as formas te puxar para um abraço, se explicar, te acalmar, chamar sua atenção, para que não terminem. mas você não dá a mínima, desvia todas as vezes, tanto dos toques quanto dos olhares.
"acabou, jungwoo. a-ca-bou."
"você vai mesmo jogar fora tudo que a gente construiu? nossos sonhos?" ele implora, no entanto você lê através das declarações sem significado.
"endoidou, foi?" a risada debochada que sai da sua boca acaba com a esperança do ex. "você me traiu não sei quantas vezes e sou eu jogando fora nossos planos? vai se foder."
"não fala assim, am—"
"oi, amor." a voz de jeno te surpreende. sente seu braço passar pela sua cintura e um beijo na bochecha. "esse cara tá te incomodando?"
de novo essa merda.
com o olhar magoado, jungwoo balança a cabeça e sente as pálpebras queimarem.
"já entendi tudo. felicidades." ele pega a mochila no chão e, finalmente, te deixa em paz.
assim.
um namoro de três longos anos acaba assim.
quando não consegue mais ver o menino por entre a multidão do campus, você estapeia o braço de jeno para longe de você.
"por que caralhos você fez isso?"
"de nada, garotinha. tá me devendo duas."
sua mão estala os dedos levantados de lee, que finge sentir uma dor descomunal pelo novo tapa.
"tá muito violenta. foi o chifre?" alfineta vestindo um sorriso ladino.
"vai se foder você também, jeno lee!" grita e vira o corpo para partir, mas ele te impede.
"ei, é sério. como você está?"
o semblante firme te quebra por um instante. ele parece genuinamente preocupado, apesar de não querer confessar. acontece que, por estarem há tanto tempo na vida um do outro, acabaram se acostumando. apesar de inimigos, a face familiar já fora conforto várias vezes para ambas as partes.
"olha, neno..." suspira exausta. "não quero falar sobre isso, tá? não agora."
ele morde o lábio inferior, engolindo outra pergunta. quando vai querer falar sobre? porque ele estaria lá.
"tudo bem, chatinha."
você remexe na bolsa, conquistando a atenção do fofoqueiro do jeno. quando acha o pacote de papel pardo, sem nem olhar nos olhos do menino, estende o braço em sua direção.
"que isso?" toma o pacote nas mãos, espiando o que há dentro.
álcool 70, pomada e band-aids.
"cuida desse corte." limpa a garganta para soar menos carinhosa. "porque ninguém merece olhar pra tua cara já feia com um corte horrível."
vai embora sem dar direito para argumentos. jeno contém um sorriso, olhando para os lados e recuperando a expressão séria, partindo na direção contrária.
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os dias passam, mas a dor não parece diminuir. é difícil.
durante a aula de psicologia II, a matéria mais fácil do semestre, você mal consegue se concentrar. está distraída, sentada bem no fundo da sala, pensando em tudo menos na discussão que se desenvolveu há bons minutos.
os momentos junto de jungwoo repassam mais outra vez em sua mente como um filme. nada foi real? será que só você sentiu tudo?
felizmente a aula acabou bem no segundo em que as lágrimas voltaram a molhar o canto dos seus olhos. sai andando apressada, esbarrando sem querer em algumas pessoas e dispara para a escada desativada do bloco C.
sentando num dos degraus, se permite soluçar e liberar todo pranto que bagunça seu coração.
"onde eu errei? por que eu sou tão insuficiente?" você sussurra para si mesma, mesmo sabendo que não é culpada. "por que?"
a porta corta-fogo range de repente, e você pula de susto, pondo a mão no coração. olhando para cima, vê jeno com apenas uma garrafa na mão. o nariz está enfeitado com um band-aid, pelo menos isso.
"tá devendo, chifruda? leva susto não." ele fala entre risos ao sentar num degrau abaixo.
"me erra, jeno."
"quer uma água?" sacode a garrafa na sua frente. "tem que se hidratar depois de chorar tanto."
antes não tivesse aceitado. o gosto péssimo e a queimação na garganta te causam tosse, e você xinga até a penúltima geração do garoto.
"isso é vodka, caralho! seu maluco!"
"é o remédio que você precisa, garotinha. bebe pelo menos mais três goles que tudo passa."
"essa é sua solução pra todos os problemas?"
"a sua não?"
revirando os olhos, toma mais da bebida. jeno sorri e bate palminhas silenciosas ao ver seu rosto se contorcendo pela queimação.
o silêncio abraça o recinto brevemente. o garoto presta atenção no celular enquanto você encara o nada, o corpo já leve dá uma pausa nos pensamentos caóticos de antes.
"universitária, chifrada e consolada pelo meu arqui-inimigo." sai da sua boca como um suspiro. ele bloqueia o celular e volta a prestar atenção em você. "nunca pensei em como seria o fundo do poço."
"você acha que eu sou seu inimigo?" jeno indaga. não dá para entender muito bem o tom de voz que ele usa, a expressão na face também não diz muito.
"foi você que disse isso."
"no segundo ano do ensino médio." afirma, contrariando seu argumento.
não é óbvio que isso é coisa do passado? já são adultos e, apesar de toda implicância, jeno não conhece uma vida sem você.
duvidosamente decepcionado, ele se levanta em direção à saída.
"só pra você saber..." ele hesita antes de fechar a porta. "não acho que você tenha culpa, ele que foi babaca." termina e se vai, te deixando confusa.
e com uma pontinha de arrependimento. e com a garrafinha vazia dele.
quando decide ir embora, a tontura te pega de surpresa. determinada, dá um passo de cada vez até o seu dormitório. mesmo demorando uns 10 minutos a mais, não tem problema. aos trancos e barrancos, chegou bem e viva.
depois que toma banho, o sono bate que não dá para resistir. depois de quase uma semana sem dormir direito, a vodka de jeno lhe concedeu um bom descanso naquela tarde.
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sábado jeno fica em casa?
só tem como saber a resposta se você bater na porta.
bate. na. porta. anda logo.
por que está tão nervosa? é só devolver a garrafa e ir curtir o resto do dia livre com sua própria companhia.
chacoalha o joelho e ensaia bater na madeira, cerrando os punhos. hesita.
ai. foda-se, é só o jeno.
é o jeno.
"vai ficar enrolando mais quanto tempo?"
quase morre de susto quando ele abre a porta. o costumeiro sorriso convencido enfeita os lábios do garoto.
"porra!" respira fundo para acalmar o coração acelerado. "que susto, seu maluco!"
ele não diz nada, apenas observa seu showzinho.
"por que você tá pelado?" arregala os olhos, engolindo em seco.
"nunca viu um homem sem camisa, garotinha?" passa as mãos sobre os gominhos do abdômen. você definitivamente não acompanha os dedos dele com os olhos. "tá gostando? eu posso pensar no seu caso."
"nossa, como você é convencido, jeno. nunca em mil anos eu ficaria contigo, se enxerga!" cruza os braços, se concentrando muito em não gaguejar.
"tá, arqui-inimiga." revira os olhos e se apoia no batente. "entra aí."
antes que pudesse refutar, jeno caminha pela sala e não de deixa opção. você entra e fecha a porta atrás de si, acompanhando-o no sofá.
ele toma o controle do videogame nas mãos novamente, fixando os olhos no combate fictício.
"jeno, eu não vou demorar. só quero te devolver a garrafa."
"deixa aí. lavou, pelo menos?" ele pergunta enquanto pressiona vários botões por vez.
não adianta nada porque ele perde, e você ri da pontuação dele. não é tão engraçado, mas você ri de chorar. jeno te encara sem expressão nenhuma.
"não tô entendendo qual é a graça." finge ofendimento, mas a casca dura racha aos poucos. não dá para não rir junto. "se você é tão boa assim, bora competir, pô. quero ver tu me ganhar."
desafio? claro que você topa. não tem mais nada para fazer mesmo. mas só por isso.
"ah tá que eu vou perder meu sábado contigo." seca as lágrimas com uma mão, a outra alcança a bolsa para ir embora.
"para de graça, encrenqueira. teus amigos tão tudo viajando, larga essa bolsa e joga comigo." te oferece o controle número dois. "duvido."
a palavrinha mágica te convence.
como se fosse nada, você ganha jeno de lavada. todas as vezes. sem nenhum pingo de pena. todo crédito aos seus irmãos mais novos, que te ensinaram tudo que sabe.
uma coisa não dá pra negar, você riu como uma criança a tarde (e noite) inteira, ao ponto de não ver o tempo passar. as reclamações de jeno te arrancaram boas risadas, e aí teve a pausa pro lanche. aí não dá pra lanchar sem assistir uma coisinha. só um episódio — foram 5.
já passa das nove quando percebe que precisa ir embora. jeno insiste em te levar em casa, você faz um doce pelo costume, mas a verdade é que andar pelo campus essa hora da noite é sinistro, então cede rápido.
"tá entregue, garotinha." põe as mãos no bolso para esquentar os dedos gélidos.
"valeu, neno. foi mal te alugar hoje."
essa seria a décima revirada de olhos do dia, mas ele se controla. tira as mãos do casaco e te puxa para perto pela manga da blusa, fazendo com que seus corpos se choquem num abraço.
de primeira, você congela ao sentir o corpo dele tão próximo, e também os braços fortes envolvendo sua figura de forma tão... doce.
no modo automático, retribui. enlaça os ombros firmes, esquentando a pontinha do nariz na clavícula cheirosa do mais alto.
"você. não. é. um. peso." murmura cada palavra sobre a curva do seu pescoço, te dá arrepios. "para com isso, tá?" ele volta a te olhar, afrouxando o abraço. "adorei passar o dia com a minha arqui-inimiga."
você ri, envergonhada.
"eu também, arqui-inimigo." admite como se fosse uma verdade difícil, fazendo-o jogar a cabeça para trás e soltar um grunhido. o aperto na sua cintura denuncia que é apenas uma brincadeira.
"esquece essa história, garotinha."
"me faz esquecer."
quase se arrepende de como aquilo soa. se não fosse jeno fechando os olhos e acariciando seu nariz com o próprio; se não fossem suas unhas na nuca arrepiada dele; se não fosse a respiração acelerada dele se misturando com a sua, teria se arrependido.
se não fosse o selinho molhado e hesitante que jeno deixa nos seus lábios, teria se arrependido.
se não fosse a sua coragem de aprofundar o beijo pedindo passagem com a língua, e a massagem que segue, e os sons que os lábios tão saudosos emitem, e as digitais calejadas pelo violão na sua bochecha, e as suas mãos frágeis perdidas no peitoral definido... se não fosse... mas foi. e nada te faria se arrepender do primeiro beijo que te deu a chance de ser feliz.
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redheadspark · 2 years
Note
Can I request soulmate promt no. 8 Sharing injuries /w Jack Russell like reader is an avengers and got injure in mission or proteact Jack during danger. so, Jack knows that her is his soulmate.
P.S. I love your writing so much.
A/N - I LOVE this for Jack! Thank you for requesting this, anon!
Also, I had another request for Jack and 8! As I said in my Prompt rules, if I get a EXACT duplicate request, I'll only answer it once!
Matching
Summary - It was already a risk partnering with the infamous Jack Russell during a monster raid, it was another to find out you two were soulmates
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Warnings - Mostly fluff and a hint of angst
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"What's your twenty on the soldiers?"
"I have my eyes on two of them in the south side of the building," I shot off the two soldiers before they could find you, walking past them and making a quick turn around the corner before you would have to duck out of the way before being pelted with bullets coming your direction. You ducked your head to avoid the dust hitting your eyes and going into your nose.
Already, this mission was not like the others.
Being an Avenger you were used to going against the normal and abnormal when it came to enemies. You seen all and more of your fair share of monsters and space beings, and most of the time you and the other Avengers were able to handle them on your own. But of course, this was something a little more...violent that you had to deal with.
Monsters from the ancient unknown, or the kind you would read about in fairytales.
In a word: Werewolves
Of course you never believed in the notion of werewolves, those were the bedtime stories that would haunt children at night or at summer camp around the fire. But they were, in fact, real. All around the world there were pockets of them living out in the outskirts of civilization, or the daring ones who be on society and be disguised as humans.
Up until recently, there was a code amongst the Lycanthropy population to never interfere with humans to the point of being noticed. However, that was breached over in the high Canadian Rockies with human bodies were being found in the snow with distinct and obvious claw marks to the skin and face.
Yelena Romanoff knew of a monster hunter, she heard from an ex-widow that he would hunt monsters for a living and he was rather good. Rather than relying on F.R.I.D.A.Y and AI that could only go so far with bringing down a beast, She brought in Jack Russell to the Avengers Compound. He was timid thing, looking rather complexed to being amongst the Avengers and being asked to help them bring down the rogue Werewolves.
You were a bit apprehensive yourself, given his appearance in how he too looked rather weathered and tired. It wasn't until he was talking with Sam Wilson that your realized he was a werewolf himself. Much to the shock of the others, his demeanor was nothing like a werewolf. Kind, well manners an a bit shy, highly intelligent with monsters he as reprimanded in the past. He even had a portfolio to show your leader, Sam skimming through page after page to seeing all the beasts he as taken down.
Even Bucky was impressed, only needing to talk to Sam for a minute to hire on Jack in helping with this issue. You were watching from the back with Shang Chi, you two were impressed in how Sam was shaking hands with the monster hunter and then gesturing to you from your spot in the back of the office.
"Y/n will show you around the compound and to the spare office you can use to get your research done, right Y/n?" Sam asked you, Jack looking over at you with his shy smile. You nodded, Shang nudging your shoulder with his and chuckling.
"Have fun with Wolf Boy," He said under your rebate before he slipped out of the room. You just smiled and walked over, shaking hands with Jack and feeling how arm his palm was against yours.
Jack was nothing but nice and kind to you as you two were working together in the preparations and the locations of the werewolves. He had vast intelligence and he knew where to find them in the deep forest and where they would be hiding. You had to hand it to him in how he was precise in his predictions and where they would be hiding out, and sometimes you forgot he too was a werewolf.
He didn't mind sharing his history with him as you two would work deep in the night, hearing the horror stories that he told and all he had to live through just to get where he was. He seemed far too good and gentle to be living in such a state, but he never showed it to you or to the others. The shield he had around himself, he was always strong and at the ready, as if he was afraid that something would crack it and bring it down.
And it did happen finally, that very day.
There was a secret facility out in the Canadian Rockies, filled with scientist and politicians that were trying to maintain and overgrow the werewolf population with bad duplicates of a Lycan venom of sorts. Jack was concerned that werewolves were being taken on site, experimented on and killed in the building since they were still still technically humans.
The mission changed from hunting down the rogue werewolves to stopping the experiments.
Now you were knee deep in the facility, being able to breach the labs that were underground and free out the human captives that were in changes. They were all so frightened, backed and hunched the corner of their cages with wounds all over their body. Making sure that Yelena was nearby with Kate in one of the jets, you and Jack ushered the captives out before the soldiers could try and retrieve them. If left you and Jack split up, needed to hold up against the soldiers that were piling in.
"Anyone have a visual on Jack?" Sam asked in your ear piece, you looking around the corner to take a few spots from your own gun, hitting two more of the soldiers before ducking back again.
"I lost him back in the lab, we're swamped down here," You replied, feeling a bullet almost hit your shoulder and you yelped a bit.
"I'm coming down to help, hang in there," Shang explained to you on his end the line. You were about to tell him not to, since you could handle the last of the soldiers that were there when you saw a body fly past you in such a blur that you made you freeze. A soldier was launched past you, hitting the concrete wall in front of you so violently and deeply that cracks were all around the now dead soldiers' body as he was hunched over on the floor.
You were shocked, never seeing that before.
A low growl was heard behind you in the hallway, way too animalistic to be something normal. You shot up and turned on your heel, facing the hallway with a gun out and aimed at whatever it was. But there was no monster, nor was there a soldier there.
It was Jack, out of breath with splatters of blood on his face and on his gear.
He had fists at his sides, his hair disheveled and the look of a fight in his eyes as you two were locking eyes with one another. It didn't click in you head for a solid second, but then it was sinking in that he was the one who launched that soldier as if he was a ball of paper. With the pair of your watch each other, a soldi moment of quiet and pause in a chaotic mission, if felt like you two were no longer there. But in your own world together, something simple and almost....almost warmth.
But that was shattered when you heard movement behind you and you whirled around. Another soldier grabbed you before you could shoot, wrapping his fingers around your neck to shove you against the wall. You were about to throw out a punch to get him off of you when he struck your palm, cutting it deeply.
You yelled out in pain, but you heard another equally loud scream from Jack.
Jack ran forward, almost like a football player and launching himself on the soldier and tackling him to the ground with such strengthened force that it seemed abnormal. It was his wolf strength, and with your throbbing hand that was pouring out blood, you watched Jack take the soldier to the ground with ease. He wrapped his hands around the soldier's neck and snapped it with a second, the body gig limp and once again there was silence.
You were shocked at it all, Jack slowly getting up from being hunched over the now dead soldier and grunting a bit in pain. As he turned, you saw something there, on the left palm that was crimson red. Your heart stopped.
The same slabs on your palm, was on his. That meant....
Soulmate.
Soulmates were rare, something that was heard of but also taboo in your universe. Only a small population on the planet had soulmates, you learned about it in school as a little girl. When two people, or three in very rear cases, feel each other's pain and injuries and even mirrors the injuries, then they were considered mates. It could happen early in life or late, and it could happen at any time in a person's life.
Their souls were considered as one, sharing everything from thoughts and feelings to injuries and pain. Of course, you were a realist and never considered yourself to have a soulmate, since soulmates were merely a luck of the draw. Nothing to do with biology or genetics, it was all about luck and who was lucky enough to be tethered to another person.
So now, you were looking at your soulmate in the middle of a mission.
"Jack, Y/n, I have your locations and I'm bringing the jet over, give me one minute! Get yourselves out int he open where I can find you," Yelena said in your earpiece,but you were locking eyes with Jack, your soulmate. He looked just as shocked as you, his eyes were a bit wider and his stance was rigid. It was almost like you two were shifting inwardly, your heart expanding and almost shrinking at the same time merely because you knew that another soul was going to make room in there.
All you could do was walk over to Jack, seeing him so still and stiff that he was afraid to move. You reached out with your wounded hands, taking his won wounded hands to have your mirrored cuts on your palms connect. Jack shuddered, nearly ready to cry as you could only smile. As crazy as it was that it happened like that, you couldn't help but smile since joy was seeping through out.
"Let's get out go here, and we'll talk about when we're safe," Your explained, Jack nodding his head as he then moved to tug you along. You two never releasing your joined hands as you were tagging along behind him to find the jet.
Months later, with a sliver of a scar on each of your palms, you both were living your lives together on the Avengers Compound and blissfully happy.
Very much in love, with matching scars to show off.
The End.
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Soulmates Prompt Session
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leclerqueensainz · 1 year
Text
Uma Família de Três (C.L 16)
Parte IV- Bem-vindo à sua nova vida.
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⚠️avisos: Angústia(bem de leve), fluff, palavrões, uso de bebidas alcoólicas, menções a drogas.
*lembrando novamente que nesta história, Jules Bianchi morreu em 2019, o que pode alterar a data de alguns acontecimentos*
Aproveitem a leitura!
Ps: Essa parte também é toda baseada pelo ponto de vista do Charles.
Quantidade de Palavras: 5.727
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8 de setembro de 2016 — Monte Carlo, Mônaco.
— Cara, limpa a baba se não vai escorrer.
Levo um susto com Pierre, mas logo volto a olhar para Marie dançando na pista de dança que improvisamos na sala de estar do apartamento de Jules.
— Estou apreciando a vista. — Digo dando de ombros e tomando o restante da minha cerveja.
— Quando você vai virar homem e tomar uma atitude? — Ele pergunta passando o braço pelo meu ombro e também olhando para as meninas dançando e rindo.
— Quando eu tiver certeza de que ela sente o mesmo e que não existe a possibilidade de foder com a nossa amizade. -Respondo e Pierre ri.
— Do que estamos falando? — Jules aparece ao meu lado e estica uma nova garrafa de cerveja para mim.
— Sobre como o Charles é cego e burro. — Pierre responde e eu dou uma cotovelada nele. — Ai! Mas é verdade! Companheiro, você precisa tomar uma atitude logo. Ela não vai esperar por você pelo resto da vida. — Eu olho para Pierre confuso e ele revira os olhos.
— Como assim me esperar? Ela disse algo para você? — Eu pergunto abrindo a garrafa com a bainha da camisa.
— E precisa dizer? A garota olha para você como se você fosse a porra de um anjo. — Ele diz e Jules ri concordando com a cabeça. — Sério, daqui a pouco não vamos mais precisar de energia elétrica na Europa, porque o brilho que aparece nos olhos dela quando te vê já pode iluminar o continente inteiro. — Eu reviro os olhos com o exagero dele.
— Só não é mais forte do que o jeito que o Charles olha para ela. — Jules diz e eu o encaro sério. — O que foi? É verdade. Vocês dois se conhecem praticamente a vida toda, e não tem uma única vez que eu não sinta a tensão sexual entre vocês quando estão juntos. — Ele me encara com um olhar que grita “Desafio você a refutar isso”.
Eu nego com a cabeça para os dois.
— Não é tão simples assim. — Eu digo. — Marie faz parte da minha vida e eu não sei se vocês estão lembrados, mas eu e relacionamentos amorosos não parecemos nos dar bem.
— Isso é porquê você gosta de pegar amigas das suas ex’s. — Pierre rebate e Jules ri alto.
— Isso só aconteceu uma vez!-Eu repondo o olhando indignado.
— Talvez Marie deva virar amiga de uma futura namorada sua, já que você tem mais coragem de chamar uma dessas garotas para sair, do que chamar sua melhor amiga. — Jules fala e dessa vez é Pierre quem ri.
-Tá bom, já chega! — Digo tentando parar aquela conversa.
— Mas sério, cara. — Pierre aproxima o rosto do meu como se fosse falar algo serio. — Como você escolhe entre as amigas? É por beleza? Ou você só faz une dune tê, entre elas? — Ele pergunta e eu dou outra cotovelada nele.
— Vai se foder, Pierre! — Ele ri e recolhe o braço que ainda estava ao meu redor. Jules põe uma mão no meu ombro e eu posso ver que ele está dando tudo de si para segurar o riso. — Vocês dois são uns babacas.
— Claro, claro. E você é um idiota que se não tomar uma atitude agora, vai ficar para trás. — Jules responde e aponta com a cabeça em direção a pista improvisada.
Eu sigo o seu gesto com o olhar e percebo o que ele estava tentando dizer. Na pista, as meninas que acompanhavam Marie em sua dança desastrada, saíram em direção a cozinha e a deixaram sozinha, ou nem tão sozinha assim, pois Sainz, piloto da Renault, já havia se aproximado dela.
Da onde estou consigo ver facilmente a mão do espanhol ir para a cintura dela e ele se aproximando para sussurrar algo em seu ouvido. Marie ri e da um leve tapa em seu ombro que também o faz rir. Eles estão flertando?
-Acredito que sim. — Jules responde e só assim eu percebo que disse em voz alta.
— Mas também, olhe para o Carlos. Quem não flertaria com ele? O cara parece um príncipe. — Pierre diz tomando um gole de alguma bebida com aparência duvidosa. Eu e Jules apenas o encaramos. — O quê? Ele parece. Bonitão.
— Cara, você é…? — Jules pergunta com a sobrancelha arqueada e logo ele e Pierre entram em uma discussão sobre achar homens bonitos ser ‘gay’ ou não.
— Eu não tenho tempo para vocês dois, sinceramente. — Digo me afastando deles e indo em direção a Marie e a Carlos.
— Onde você vai? — Pierre pergunta.
— Vou buscar minha garota. — Respondo.
Me aproximo de Marie o suficiente para passar meu braço pela sua cintura e afastá-la gentilmente das mãos de Carlos, chamando a sua atenção e a do espanhol também, que encara o meu gesto com as sobrancelhas arqueadas.
— O que eu perdi, querida? — Pergunto passando meus olhos entre ela e ele.
— Hmm…nada? — Ela responde incerta. — Carlos estava apenas sendo gentil. — completa olhando para Carlos e dando a ele um sorriso aberto. Aberto até demais.
— A é? E que gentileza toda foi essa? — Eu pergunto olhando diretamente para Carlos, meu tom de voz saindo com um pouco mais de veneno do que eu planejava.
Carlos me encara sério por um tempo e posso ver as engrenagens na sua cabeça custando para funcionar, até que a realização parece ter finalmente dado sinal de luz.
— Só estava elogiando a dança dela, Charles. — Ele responde e me lança um olhar intenso.
Pierre tinha razão. O cara é bonitão.
— Ela é uma dançarina bem excêntrica. — Respondo rápido e só depois que as palavras saem da minha boca que percebo.
— Obrigada…? — Marie diz me olhando com as sobrancelhas arqueadas tentando entender se aquilo foi um elogio. Porra Charles.
— Não! Não foi isso que eu quis dizer! Eu, mm bem, você estava dançando bem. Eu que não sei me expressar e…
— Tudo bem, Charlie. Eu sei que não sou a melhor dançarina daqui. — Ela diz rindo.
— Cariño, posso afirmar com toda a certeza que você brilha com a sua dança “excêntrica”. — Carlos diz dando a ela um sorriso.
Esse cara não entendeu ainda?
— Mais uma vez, é muita gentileza da sua parte, Carlos. — ela da outro sorriso brilhante para ele.
— Sim Carlos, você é gentil e adorável. — falo e dou a ele um sorriso sarcástico.
Carlos ri e só então eu percebo que ele já entendeu o recado e só está curtindo com a minha cara. Palhaço.
— Eu vou cumprimentar uns amigos. Foi um prazer rever você, Cariño. — Ele diz pegando a mão livre de Marie e dando um beijo. — Charles. — Ele acena com a cabeça e sorri provocador para mim.
— Foi um prazer, Cariño. — Digo com o mesmo tom provocador.
Quando Carlos se afasta de nós dois, Marie se vira para mim com as sobrancelhas arqueadas e braços cruzados.
-Tá okay, que diabos foi isso? — Ela pergunta me encarando, um sorriso humorado pintando seus lábios vermelhos.
— Não sei do que você está falando. — Respondo rápido.
— Jura, Cariño? — Ela diz o apelido de uma forma sarcástica. — Se eu não te conhecesse, diria que você estava com ciúmes de Carlos e estava tentando flertar com ele. — Eu a olho surpreso e ela ri.
— Mas é claro que não! Por um acaso pareceu isso? — pergunto com medo de ter passado a imagem errada.
— Relaxa, Leclerc! Ele é bonitão, não posso te julgar por se sentir atraído por ele. E aquele sotaque… Nossa! — Ela fecha os olhos e põe a mão no peito, como se fosse atingida por uma flecha do cupido. — Só me diz se você estiver afim dele, para nós não acabarmos flertando com o mesmo cara. — Seu riso é alto.
— Mas eu não estava flertando com ele! Eu só não queria que ele flertasse com você! — digo exasperado.
Marie para de gargalhar e me olha profundamente, um sorriso divertido e provocador ainda pintado nos lábios.
-E porque não ? — Ela pergunta.
Eu dou um passo à frente, ficando mais próximo dela. Minhas mãos pousam uma em cada lado de sua cintura.
— Porque quero ser o único que pode flertar com você, mon chérie. — Digo aproximando meu rosto do dela. — Quero ser o único a elogiar sua dança excêntrica, e ser o único a tocar você. — Me aproximo mais.
Os olhos de Marie deixam os meus e vão para a minha boca.
-Charles… — Ela diz meu nome em um aviso, mas mesmo assim não se afasta. Pelo contrário, suas mãos passam pelo meu pescoço nos aproximando ainda mais.
— O quê? — Eu pergunto baixo. Meus olhos passando dos olhos dela para os lábios.
-Não comece nada que você possa se arrepender depois. — Ela avisa, seu tom também baixo.
— E quem disse que eu vou me arrepender? — coloco um cacho para trás da orelha dela. — Você não tem noção do quanto eu quero isso.
— Me beija logo, Leclerc. — Ela dita e eu obedeço.
Nossos lábios se encontram e é desajeitado, mas de longe o melhor beijo que eu já dei. Minhas mãos vão até à parte de trás de seu pescoço pressionando ainda mais a sua boca na minha e Marie solta um suspiro que faz com que meus pelos se arrepiem.
É isso, oficialmente estou beijando a minha melhor amiga.
— FINALMENTE PORRA! — Eu escuto as vozes de Pierre e Jules do outro lado da sala, mas tudo em que eu realmente quero me concentrar agora é na garota nos meus braços.
Quando o ar se faz necessário, Marie se afasta me dando alguns selinhos. E nós dois sorrimos.
— Podemos ir para a sua casa? — Ela pergunta com os olhos brilhando em desejo. — Há muitas coisas que quero fazer com você, mas suponho que não seria uma boa ideia fazer isso no apartamento de Jules. — Ela sussurra próximo ao meu ouvido, fazendo novas ondas de arrepio se espalhar pelo meu corpo.
— Vou pegar minhas chaves. — Respondo rapidamente e ela acena com a cabeça antes de se afastar.
— Vou pegar minha bolsa. — Ela diz e me dá mais um selinho antes de se afastar e correr em direção a um dos quartos.
Eu fico parado lá por alguns segundos, mal conseguindo conter o sorriso e a excitação que agora correm pelo meu corpo.
— Aqui. — Jules aparece do meu lado me quebrando do transe. Na sua mão ele tem as minhas chaves e na outra, alguns pacotes de camisinhas. — Essas são cortesias minhas e do Pierre. — Ele diz acenando para Pierre que faz sinal com as sobrancelhas para mim da onde estava.
— Vocês dois, pelo amor de Deus! — Eu digo pegando as chaves da mão de Jules e me virando.
Eu paro por um momento apenas pensando um pouco e me viro pegando os pacotes de camisinhas também, fazendo Jules rir.
— Anda logo, porque o volume nas suas calças tá ficando um pouco esquisito demais! — Pierre grita e eu sinto minhas bochechas queimarem.
Eu oficialmente odeio esses dois.
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20 de janeiro de 2023 — Nice, França.
— Então o Shal disse que vamos até o box da Cedes para eu conhecer o Lawi Hamiltion! — Vincenzo diz empolgado com o rosto todo sujo de molho das almôndegas que Cecilia preparou para o jantar.
— Que maravilha, meu amor! Aposto que você e o Sir Lewis, serão muito amigos! — Cecilia diz sorrindo e limpando o rosto de Vincenzo com um guardanapo.
— Sim, mamãe! — Ele me olha e posso imaginar engrenagens girando em sua cabecinha. — Ele só não vai mais poder ser meu melhor amigo, porque o Shal já é! — Ele sorri para mim, um pequeno buraco se formando em sua bochecha gordinha. Ele tem covinhas?
Eu sorrio de volta para ele, sentindo algo inexplicável.
Olhar para Vincenzo é bom. É como ser levado de volta para uma época boa. Um tempo onde as coisas eram mais simples e bonitas. Era como voltar no tempo e saber que eu sempre teria um amigo com quem contar.
Talvez eu esteja enlouquecendo, talvez todos esses sentimentos surjam devido a saudade que eu sinto de Jules. Mas é algo tão bom e tão puro. Saber que Jules partiu, mas deixou uma parte viva dele aqui e que agora eu teria por perto pelo resto da vida. Talvez eu ainda tenha meu melhor amigo comigo.
— Tudo bem garotinho, hora de escovar os dentes e ir para a cama. — Cecilia diz se levantando e o tirando do cadeirão de alimentação.
— Tudo bem se o Shal me por na cama, mamãe? — Ele pergunta para a Cecilia e ela congela por um minuto antes de olhar para mim.
— Claro… — Ela diz incerta. — Se ele quiser, eu não vejo problema.
— Eu adoraria. — Digo limpando a boca com o guardanapo e me levantando rapidamente.
— Vou apenas escovar os dentes dele e depois te chamo para colocá-lo na cama.
— Tudo bem. — Digo e Cecilia sai da cozinha com o pequeno firmemente em seus braços.
Fico encarando o ponto em que eles sumiram por mais um tempo antes da minha atenção voltar para Marie, que recolhia os pratos de cima da mesa.
— Você acredita que ela vai se arrepender? — Pergunto encostando no balcão da pia.
Marie empilha os pratos e os coloca na pia, antes de me encarar.
— Talvez. — da de ombros e estende as mangas da blusa para começar a lavar a louça. — Não é muito fácil de se afirmar, pois, não a conheço o suficiente para isso.
— Eu só não consigo entender. — suspiro esfregando as têmporas.
— Talvez você deva parar de tentar. — Ela responde simples.
Eu encaro o perfil dela, confuso.
— Como assim “parar”? - Cruzo os braços.
— Talvez só precisamos aceitar a oportunidade que a vida está nos dando novamente. — Ela continua esfregando os pratos.
Eu me sinto ainda mais confuso com essa resposta.
— Não entendi. — Ela para por um momento e suspira alto. No seu perfil escorre uma lágrima e eu arrumo minha postura me virando totalmente para ela que também se vira ficando de frente para mim.
— A oportunidade de passar mais um tempo com ele, Charles. — Ela fala e minhas sobrancelhas franzem ainda tentando acompanhar o que ela realmente quer dizer. — Com Jules, Charles. A vida nos deu outra oportunidade de estar com ele, ou pelo menos com um pedaço dele.
Eu apenas a encaro e ela limpa o rosto com as costas da mão, tomando cuidado para não passar sabão nos olhos.
Então não foi apenas eu que tive essa sensação. Isso era bom.
— Tudo bem. — É o que eu consigo dizer.
Eu queria falar mais. Dizer que parte de mim, tem medo de se apegar a Vincenzo como memória de Jules e depois ter que deixá-lo partir também, caso Cecília voltasse atrás. Mas decidi não dizer. Marie tinha razão, talvez esse fosse o jeito do universo se redimir conosco e nos devolver um pouco de uma das pessoas que mais amávamos.
Ela acena com a cabeça e volta a lavar os pratos.
— Ele já está na cama esperando você ir ler a história favorita dele. — A voz de Cecília chama minha atenção.
— Tudo bem. — Digo saindo da cozinha.
Caminho pelo pequeno corredor e paro na porta do quarto em que Vincenzo divide com Cecília.
— Shal? — A voz infantil do pequeno me chama.
Vincenzo já está deitado e metade de seu corpo está coberto. Seus olhos brilham em expectativa e posso ver que em suas mãozinhas há um livro de história infantil.
-Oi, Campeão. — Vou até o seu lado da cama e ele se afasta um pouco para que eu deitasse ao seu lado.
Eu me ajeito encostando as costas na cabeceira da cama e deixando meus pés para fora da cama. Vincenzo se aconchega mais perto de mim e estende o livro para que eu pegue.
- ” A Árvore das lembranças”. — Leio o título em voz alta para Vincenzo. — Era uma vez uma raposa que vivia na floresta com os outros animais. Ela levou uma vida longa e feliz, mas estava ficando cansada. Bem devagar ela foi até o seu cantinho favorito na clareira, olhou uma última vez para a sua amada floresta e se deitou. Fechou os olhos, respirou fundo e caiu no sono para sempre. — Eu franzo as sobrancelhas quando começo a entender sobre o que a história retrata e olho para Vincenzo. — Esse é seu livro favorito? — Pergunto.
Vincenzo acena com a cabeça e me encara com olhos grandes.
— Por que este é seu livro favorito?
— Porque a Poposa é igual ao papai! — Ele exclama sorrindo.
Meu coração aperta no peito e por alguns segundos eu esqueço de como respirar. Vincenzo é apenas uma criança e mesmo tão novo já tem que lidar com a perda de alguém que ama, mesmo sem nunca ter o conhecido.
Eu abro e fecho a boca várias vezes, tentando pensar no que dizer para ele, mas minha cabeça parece ser incapaz de organizar quaisquer pensamentos agora.
-Tá tudo bem, Shal. — Sua mãozinha faz um carinho leve no meu braço. — A Poposa vira uma árvore bem grande e todo mundo continua a se lembrar dela. Igual o papai. — Ele diz e eu sinto meus olhos arderem. Como essa criança pode ser tão inteligente a ponto de fazer esse tipo de comparação?
— Você é um garoto muito esperto, Vincenzo. — Eu digo e faço carinho em seu cabelo.
Ele sorri mais abertamente e se aproxima ainda mais de mim, colocando a cabecinha em meu estômago, praticamente se deitando em cima de mim.
— A mamãe disse que eu vou morar com você e com a princesa. — Ele diz baixinho.
Eu continuo fazendo carinho em seus cabelos e penso em como responder a isso, afinal, eu não faço ideia da profundidade da conversa entre Cecília e Vincenzo e tenho medo de falar qualquer coisa errada.
— Sim, Campeão. Mas essa conversa nós podemos ter amanhã, certo? — Pergunto e sinto sua cabeça se movimentar levemente em um gesto de afirmação. — Agora me conta como que termina essa história? Que tal você me contar um pouco mais sobre a Raposa e seus amigos? — Tento voltar no assunto da história.
— A Poposa estava cansada, então ela se deita no cantinho favorito dela e aí ela dorme para sempre, igual o papai. Mas, seus amigos contam histórias que viveram com ela e começa a nascer uma árvore bem grande, assim ó — Ele se levanta do meu colo e abre os braços o mais longe que consegue, depois volta a se deitar.- Você vai me contar histórias do papai também, Shal? Eu quero que o papai cresça igual uma árvore, também. Mas acho que só a mamãe contando não é o bastante para a árvore dele crescer.
Aquilo doeu. Doeu demais. Vincenzo tinha o cara mais incrível como pai e não havia ninguém para falar dele a não ser Cecília. Há tantas histórias cujas quais ele deveria saber sobre Jules. Conhecer a pessoa maravilhosa que ele era através das pessoas que o amavam, era o mínimo que seu filho merecia. Mas haverá bastante tempo. Eu mesmo contarei a ele cada coisa que me lembro sobre seu pai, assim como sei que todos ao meu redor farão.
— Vou contar tudo a você, campeão. Eu prometo. — Eu digo e me inclino para dar um beijo em sua cabeça.
Vincenzo sorri e boceja.
— Obrigado por seu meu amigo, Shal. — Ele diz e fecha os olhinhos, se aconchegando ainda mais em mim.
— Obrigado por me permitir ser. — Eu respondo e limpo uma lágrima que escorre pelo meu rosto.
(…)
Depois de me certificar que Vincenzo realmente dormiu e estava confortável, eu saio do quarto apagando a luz e encostando a porta.
Vou até à sala e encontro Marie e Cecilia, primeira sentada no sofá e Cecilia sentada em uma poltrona à frente. Me sento ao lado de Marie e tento me preparar para a conversa que seguirá.
— Ele dormiu. — Sou o primeiro a quebrar o silêncio.
— Ele realmente gostou muito de você. — Cecilia diz com um sorriso triste no rosto. — Normalmente ele aceita apenas que Rebecca e eu o coloque na cama.
Rebecca é uma adolescente que quando chegamos a casa de Cecilia mais cedo, estava tomando conta de Vincenzo. Cecilia nos disse que ela sempre fica de babá dele quando é necessário.
— Ele é ótimo, Cecilia. Você criou um garoto maravilhoso. — Digo a ela.
— Então agora possa ser que você entenda um pouco mais o meu lado, certo? — Ela me questiona, seus olhos se enchendo de lágrimas.
Eu apenas abaixo a cabeça, porquê não, eu não consigo compreender como ela teria a coragem de renunciar a uma criança tão boa e inteligente igual a Vincenzo. Mas não irei entrar nessa discussão novamente.
— Ele me contou que você já deu a notícia sobre ele ir viver conosco. — digo tentando mudar o caminho da conversa.
— Sim, eu fiz. Queria já deixá-lo preparado. — Ela abaixa a cabeça.
— E o que exatamente você disse a ele? — Marie pergunta.
— Disse que eu estou doente e que não poderia mais cuidar dele. — A voz dela falha. — E disse que vocês dois farão isso por mim, até que eu me recupere. — Eu a encaro sério e um pouco confuso.
— Você pretende voltar algum dia? — Pergunto e ela nega com a cabeça. — Então por que você diria algo assim para ele? Dessa forma você só o está dando mais esperanças de que será algo temporário. — Minha voz soa um pouco mais ríspida do que eu pretendia.
Cecilia me encara.
— Porque não é fácil falar para meu filho que nunca mais iremos nos ver, Charles. Eu sou única pessoa que Vincenzo tem. — Ela se matem séria, mas lagrimas grossas descem pelo seu rosto.
— Você não precisa deixá-lo totalmente, Cecilia. — Marie diz. — Você sabe que nós jamais impediríamos você de manter contato com o Vincenzo. Apenas tome um tempo para você e tente uma clínica de reabilitação. Tente se curar e ser melhor para vocês dois. E quando você acreditar que está mentalmente estável, volte. Faça as pazes com ele. Claro que não irei prometer que será fácil e muito menos que deixaremos você levá-lo embora. Uma vez que o processo de adoção for autorizado, Vincenzo será meu e de Charles. O criaremos como filho. Mas ele crescerá sabendo quem são os seus pais biológicos, não iremos esconder o passado dele. — Ela diz passando os olhos entre mim e Cecilia e eu apenas afirmo com a cabeça.
— Vincenzo te ama, Cecilia. E queremos mesmo que um dia vocês voltem a ter contato. Mas também preciso que você tenha consciência que uma vez que aqueles papéis forem assinados, faremos de tudo para mantê-lo conosco. Vincenzo é um garoto esperto e mesmo sendo pequeno, isso o afetará de alguma forma. Não vou deixar que você o faça passar por outro processo de readaptação quando ele estiver acostumado com sua nova vida. — Falo firme. — Por isso eu te pergunto novamente. Você tem certeza que quer fazer isso? — Silêncio.
Meus olhos vão de Cecilia para Marie que me encara tão angustiada quanto pode.
Eu não menti sobre querer que Cecilia volte a fazer parte da vida de Vincenzo um dia. Mas também sinto que preciso deixar claro meus pontos. O processo de adoção é difícil para crianças, independente da idade. Não vou permitir que Vincenzo seja tratado como premio compartilhado, que um dia está em uma família e no dia seguinte está em outra. Ele merece muito mais do que isso.
— Eu entendo. Juro que entendo. — Ela deixa escapar um soluço. ��� E é por isso que pretendo me manter longe. O principal motivo pelo qual eu o estou… — Ela para por um momento como se tivesse sentindo uma dor aguda. — pelo qual eu o estou dando… Meu Deus como dói falar isso. — Ela aperta os olhos.
— Nós já entendemos o que você quer dizer, Cecília. Está tudo bem. — Marie tenta acalma-la.
— Não. — Eu digo. — Deixe que ela fale, ela precisa entender sobre o que está abrindo mão. — Digo ainda olhando para a mulher quebrada na minha frente.
— Charles… — Marie tenta, mas eu a encaro e nego com a cabeça.
— Ela precisa, Marie. — Volto a olhar para Cecilia. — Você está renunciando a Vincenzo, Cecilia. Está abrindo mão da responsabilidade de ser mãe, e tudo bem, não irei mais criticá-la por isso e nem proibir que, caso você se arrependa um dia, volte e tente contato com ele. Mas será apenas isso, você entende? Vincenzo terá o seu sangue, mas nada, além disso. Ele não será mais o seu filho. Pelo menos não dessa forma. — Finalizo e olho para Marie ao meu lado.
Marie me encara, com seus olhos cheios de lagrimas. Sei que ela pensa que estou sendo duro e que isso provavelmente não está sendo fácil para Cecilia. Entretanto, se eu estiver sendo sincero, não me importo com Cecilia, mas sim com o garotinho que deixei dormindo naquele quarto. É da vida dele que estamos falando, e vou garantir que ninguém tenha a oportunidade de arruiná-la. Então se isso me fizer soar apático sobre os sentimentos da mulher sentada a minha frente, que assim seja. Isso não está sendo fácil para nenhum de nós, todos teremos nossas vidas mudadas pela decisão dessa mulher, então já que ela decidiu jogar esse jogo, pretendo ao menos ditar as regras de como isso funcionará.
Quando aqueles papéis forem assinados, Vincenzo terá uma nova vida, e consequentemente novos pais.
— Tudo bem. — Cecilia diz limpando o rosto. — Eu estou abrindo mão do meu filho.
E assim aquele acordo foi selado.
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29 de janeiro de 2023 — Monte Carlo, Mônaco.
Verifico novamente todo o apartamento, garantindo que está tudo em ordem e em segurança o suficiente para ser habitado por uma criança de 3 anos e alguns meses.
Após aquele dia na casa de Cecilia, entrei em contato com Giovanni, meu advogado, pedindo que os papéis da tutela provisória fossem assinados o mais rapidamente, até que possamos oficialmente entrar com as medidas da adoção definitiva.
E quem diria que ser conhecido e rico, nos daria uma ótima vantagem? Assinamos o papel com os pedidos dois dias depois e voltei para Mônaco três dias depois para garantir que estava tudo em ordem.
Com a ajuda dos meus irmãos e da minha mãe — depois de ter contado tudo a eles, e de muitas perguntas, surpresa e choro — montamos um quarto para Vincenzo, onde costumava ser o quarto de hóspedes e ajeitamos o restante do apartamento para a inspeção da assistente social, que apareceu dois dias atrás e pediu por mudanças em detalhes mínimos e assim considerou a casa segura para o garotinho viver.
A assistente deverá chegar dentro de alguns minutos, trazendo Vincenzo. Marie também está a caminho, ela teve que resolver coisas da mudança de sua casa na Itália e também finalizar o processo de transferência da empresa em que ela trabalha. Como ela irá viver aqui para aumentar as nossas chances com a adoção de Vincenzo, deixei o meu quarto para ela e me instalei no meu “escritório”.
Eu me sinto nervoso com essas novas mudanças, isso não posso negar. As coisas estão acontecendo muito depressa e ter que viver e cuidar de uma criança pequena, não era algo que estava nos meus planos, ainda mais ter que fazer isso com a minha ex namorada, o que torna tudo ainda mais louco.
Se tivessem me dito há 3 semanas, que tudo isso aconteceria, eu provavelmente teria rido ou ficado muito puto. Porque, quais as chances de Jules ter tido um filho com uma viciada? E que ela daria um ultimato em mim e na minha ex — que eu não via a anos — para que criássemos aquela criança? Isso era impossível; até não ser.
Ouço o som do interfone tocando e vou até à cozinha para atender.
— Olá?
— Ei Charles! Sou eu. — A voz de Marie soa robótica através do auto falante. Eu aperto o botão de liberação do portão do prédio.
Minhas mãos estão suando e eu as limpo na calça jeans, enquanto dou mais uma olhada ao redor só por precaução.
O som da campainha ecoa pelo apartamento e corro para a porta.
-Oi! — Minha voz soa mais Alta do que eu planejei e Marie franze as sobrancelhas.
— Vejo que você está bem relaxado. — Ela zomba e eu dou espaço para que ela entre no apartamento, fechando a porta logo depois.
— Tem como relaxar? Já chequei esse apartamento no mínimo umas quarenta vezes hoje. — Digo e vou até à cozinha novamente, pego a garrafa de água na geladeira e dois copos no armário.
— Da para ver. — Ela diz entrando na cozinha e olhando ao redor. — Você tem que relaxar, pelo que vi, está tudo mais do que em ordem.
— Eu só quero garantir que esteja tudo perfeito para quando ele chegar. — estendo um dos copos cheios de água para Marie e ela aceita e toma um gole.
— Esse lugar está ótimo, um pouco diferente desde a última vez em que estive aqui. — Eu aceno com a cabeça e viro metade do líquido gelado de uma vez pela garganta.
Algumas memórias me invadem, a última vez que Marie estivera aqui, foi poucos dias antes do nosso término. Não é uma memória agradável e tento ao máximo não pensar nela.
— O quarto do Vincenzo ficou ótimo. — Digo tentando afastar a lembrança amarga. Este definitivamente não é o momento. — E deixei o quarto principal, que era o meu, para você. — Ela me encara com uma carranca nos lábios.
— E onde você irá dormir? — Pergunta com uma sobrancelha arqueada.
— Adaptei o meu escritório em um quarto. E não me olha assim, só o utilizava como uma sala de jogos, de qualquer maneira. Eu estarei confortável lá, não se preocupe. — Ela me encara por mais alguns segundos e por fim da de ombros.
— Já que você diz. — Ela coloca o copo agora pela metade em cima da pia. — Obrigado de qualquer forma.
— Não há de que. — Respondo. — Onde estão suas coisas?
— No carro. Trouxe algumas roupas e coisas de higiene. O restante, contratei uma empresa para que traga depois. — Ela diz e eu assinto.
— E seu apartamento? Colocou à venda? — Viro o restante da água que está no meu copo e coloco ao lado do dela.
— Hm… Na verdade não. — Eu a encaro confuso. — Resolvi manter o apartamento por precaução, e sem falar que as vezes terei que viajar para a Itália devido ao trabalho e você sabe que eu odeio hotéis, então… — Ela encara os pés.
Precaução? Ela está supondo que isso não dará certo?
— Marie, eu-
Sou interrompido pelo som do interfone.
— Ele chegou! — Ela diz rapidamente indo para a sala e me deixando na cozinha.
Respiro fundo e vou atender mais uma vez.
— Olá? — Pergunto tentando manter a voz o mais calma possível.
— Oi, Shal! — Vincenzo grita através da maquina.
— Oi, Campeão! — Automaticamente sinto meus lábios se moldarem em um sorriso.
— Sr. Leclerc, podemos subir? — A voz da assistente social é baixa e menos empolgada do que a de Vincenzo.
Aperto o botão de liberação e vou até à sala, encontrando Marie já em frente a porta. Posso ver de relance suas mãos tremendo ao lado de seu corpo. Caminho até ela ficado ao seu lado e gentilmente pego uma de suas mãos.
— Vai dar tudo certo. — Falo baixo a encarando.
— Eu sei. — Ela aperta a minha mão e nós sorrimos um para o outro.
Esperamos minutos suficientes para que uma mulher de meia-idade consiga subir de elevador com uma criança e provavelmente uma mala, até o 12 andar.
Quando a campainha toca, sinto minha pulsação acelerar. Era oficial, Vincenzo está aqui, em sua nova casa com a sua nova família.
Solto a mão de Marie e dou dois passos a frente, abrindo a porta.
Vincenzo está no colo da mesma mulher que havia vindo inspecionar o apartamento há alguns dias. Ele estava com um conjunto todo preto e tênis brancos, em suas costas havia uma pequena mochila infantil no formato do Relâmpago Mcqueen, o que me fez sorrir ainda mais.
Assim que o garotinho me viu, ele abriu um sorriso enorme, fazendo com que os buraquinhos em suas bochechas aparecessem e praticamente se jogou dos braços da mulher japonesa, para os meus.
— SHAL! — Ele grita quando eu entro no apartamento o jogando para cima e o pegando rapidamente logo em seguida. Sua risada infantil preenche o ambiente e é nesse momento que percebo como o silêncio que habitava aqui era incomodo e frio.
A partir de hoje aquele apartamento terá vida e todas as lembranças amargas irão embora pela janela, para que momentos alegres possam ser criados aqui.
— Seja bem-vindo a sua nova casa, campeão! — Digo e ele me abraça com força.
Como é possível ter se passado apenas alguns dias desde a última vez que o vi e eu ter sentido tanta saudade?
De canto de olho posso ver Marie nos observando com um sorriso grande e olhos cheios de lágrimas. Faço um sinal para que ela se aproxime e ela vem o mais rápido possível.
Marie cutuca a barriguinha de Vincenzo, fazendo-o rir e chamando sua atenção. Quando ele percebe quem o cutucou lo seu sorriso se alarga ainda mais.
— PRINCESA! — Ele grita nos fazendo rir, e isso inclui a Assistente também.
— Seja Bem-vindo, meu amor! — Ela diz beijando a testa dele que franze as sobrancelhas quando percebe que um pouco de gloss ficou marcado em sua testa, ele passa a mãozinha tentando tirar o líquido pegajoso.
— Eca! — Ele diz e Marie ri pedindo desculpas. — Você está perdoada, porquê é uma princesa.
— Okay, que tal eu apresentar a casa para você, hein? Você quer ver o seu quarto!? — Pergunto empolgado e Vincenzo acena rapidamente com a cabeça.
— SIM! Quero ver meu quarto de menino grande, por favor, Shal! — Ele pula em meu colo e eu reforço o aperto para que ele não caia.
— Okay, então vamos lá! — Ando com ele em direção ao corredor, onde ficam os quartos. Atrás de mim, Marie e a Assistente Social nos segue.
Sinto um pequeno nervosismo quando chego a porta branca com o nome de Vincenzo gravado. E se ele não gostar? E se eu exagerei? E se algum brinquedo não for adequado para a idade dele? Meu deus! Se eu fiz algo errado e a Assistente Social o levar embora correndo daqui?
-Shal? — A voz de Vincenzo traz de volta a minha atenção. — Vamos entrar logo, por favor! — Ele bate palmas empolgado.
— Claro, Campeão! Desculpe! — Eu giro a maçaneta da porta e a abro.
Os olhos de Vincenzo se arregalam quando olha para o pequeno mundo feito apenas para ele.
Bem-vindo à sua nova vida, meu garoto.
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juninhocore · 1 year
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momentos que lupe de lupe me descreveu
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Gaúcha:
gaúcha é uma música especialmente triste dessa banda maldita. possivelmente é endereçada a uma menina gaúcha que o vocalista se engraçou. eu conheci esta no momento que terminei de vez com minha primeira ex-namorada. cheguei a entrar em contato com ela, com saudades. quase voltamos, mas não rolou. felizmente! mas a letra em si me descreve mto na melancolia do amar após tudo não ir como a gente gostaria. ele gosta dela, talvez ela goste dele, mas por alguma razão não deu certo. essa música é um lamento.
Faz tempo que eu não vejo você E essa saudade dói mais que beber mercúrio ... Me arrepio todo ao perceber Que EU QUERIA MAIS TEMPO, EU QUERIA MAIS TEMPOOOO ... Depois que a gente se beijou naquela noite, todo momento sozinho foi como açoite ... COMO EU QUERIA MAIS TEMPO, EU QUERIA MAIS TEMPO ... Eu sei que às vezes tendo a exagerar Na verdade o que eu quero é simplesmente estar contigo!
Eu constantemente sinto que quero mais tempo. Sinto que não aproveito as coisas como eu deveria aproveitar, e sempre fico com um gosto de quero mais. Quero mais tempo não só para aproveitar, mas para entender o que as coisas são e como eu posso fazer com que elas funcionem. Me dê mais tempo para entender como tudo deu errado e me dê mais tempo para consertar isso.
Quando eu e a Jéssica terminamos, trocamos aquelas cartas, e numa delas eu anexei um poema que havia lido. É quase a mesma mensagem. Me dê um tempo. Não tive tempo de te ver dentro, não tive tempo de te ver fora. Tudo é tão rápido.
Fogo-Fátuo
Do mesmo álbum. Especialmente triste também. Fala sobre desilusão sobre pessoas. Achar que pessoas não são capazes de te ferir, quando plenamente são. Ela fala num âmbito romântico, mas eu aplico mais em tudo.
AAAAA E COMO EU CONFIEI Em alguém que consegue ser TÃO CRUEL, TÃO MALDOSO Tão meticulosamente ARDILOSO Alguém que consegue fazer eu me sentir TÃO FRACO ... Como nós chegamos nesse ponto? Como nós chegamos nesse ponto?
Às vezes me pergunto isso. Como caralhos que chegamos nesse ponto?
Pavimento
O nome dessa música é pq ele apelidou o próprio amor de 'pavimento', após disserem que ele era incapaz de amar, e que o amor dele era sem vida e chato.
Nessa música, o Vitor Brauer fala um pouco sobre a maneira que ele amou uma pessoa em específico. Eu me identifiquei demais com essa quando ouvi.
Eu nunca cantei tão bem Mas eu canto só pra você ... Eu queria ser mais bonito Pra sair melhor com você ... As pessoas sempre acham Que eu sou feito um livro Denso e chato de ler E que você está sempre muito enganada Por um milhão de palavras bem arrumadas ... Mas só Deus sabe o quanto eu te amo E quanto eu amo nossos segredos ... E eu não vou te culpar se algum dia você resolver me deixar Pois quem cola comigo Já nasceu fadado a não ganhar.
Bem deprê, né? Me sinto menos assim com o passar do tempo, mas quando ouvi era muito eu. Às vezes sinto que num relacionamento, quanto menos souberem de mim melhor. Como se a ilusão da pessoa pudesse se quebrar.
Próxima!
Eu já venci
Essa música é mais raivosa e menos triste. Nela, ele rebate algumas críticas que a banda recebeu, e também discute a pobreza que ele viveu e como isso mudou sua percepção sobre as coisas. No entanto, o final é a parte que eu mais gosto e me identifico.
Ele começa a falar sobre os elogios que recebeu. Uma pessoa o chamou de 'gênio', e ele nunca imaginou que um dia poderia ser considerado um.
Pode o filho de uma enfermeira ser um gênio? ... Minhas mãos, rudes demais Minha mente, bruta demais O meu corpo, tosco demais Chegar aqui me diz que eu já venci
Me pergunto às vezes por que tanta gente bota fé em mim. Acreditam mais em mim do que eu mesmo, e as coisas parecem sempre dar certo demais, de alguma forma ou de outra, pra mim. Me considero uma pessoa sortuda, mas não merecedora. Nunca acho que meu esforço me leva a lugar nenhum. Eu só faço o que posso e torço pelo melhor, e por coincidência dá certo. Esse refrão me persegue. Não sinto que eu já venci kkkkkkkk mas o resto eu sinto.
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Frágua
A música mais longa, com quase 10 minutos, e odiada por muita gente. Foi a primeira música deles que eu ouvi. É um grande ensaio sobre a água, sobre 'ser água', e o que significa ser fogo, ser terra, e etc. É bem filosófica e abstrata, mas alguns trechos me deixam pensando.
Confesso que um dia já fui água E corria cansada Sempre me moldava Quando precisava Eu te destruía Quando permeava Antes de ser fogo Precisa-se ser água ... Corri tanto até não ter pra onde voltar Essa é a beleza e a tristeza de ir pro mar A água só limpa quando está em movimento Parada fica imunda e suja feito corrimento ... Há sempre tempo de nascer e de morrer Me ergueram num altar com o fim de me prender Foi Prometeu quem me achou por isso foi aprisionado Mas o fogo não se prende, ele cresce apaixonado ... Tudo que eu fui eu carrego em meu estar ... O que é, o que há de ser, o que se fez, fará Nada de novo sobre o chão e sob o sol ... Quando o fogo queima é por causa de uma guerra? Ou é por causa de um conflito inerente? Ou ele cumpre o seu destino nessa terra? ... Dentro de mim existe água e existe fogo ... Quando me corta, eu choro Quando eu grito, é pra matar ... Viro chuva, viro terra, viro rio, viro fogo Viro ar, viro nuvem, viro chuva, viro homem Viro velho, vio morto, viro terra, viro rio Viro AGUAAAAAA
Essa aqui tem muita coisa pra falar. Pra mim ela é sobre ser constantemente sujeito a mudanças, mas no final ser tudo a mesma coisa. Eu também acho que dentro de mim existe água e existe fogo. Como água eu sou passivo, eu sou gentil, eu me torturo, eu choro, eu desisto, eu reprimo. As vezes minha água não está em movimento, eu sou sujo e permeio e estrago. E como fogo, posso ser o fogo da criação de Prometeu, mas constantemente não sou esse fogo, mas o fogo que destrói. E não destruo por que odeio, destruo por que sou fogo. E com a bipolaridade, não sei como lidar com a dialética fogo e água. Sou só eu, virando várias coisas.
Sorocaba
Essa é sobre se mudar para ser aceito.
Eu vou voltar A fazer a canção normal que vai te agradar Vou voltar a fazer o comum e vou parar De falar dos nossos defeitos e vou provar Que ainda posso ser legal Pra você poder gostar de mim Pra ser legal gostar de mim Porque eu gosto tanto de você, e gosto mesmo A gente teve um caso tão bonito Eu sempre achei Que eu tinha achado alguém igual e me apaixonei Em algum momento ali você achou que a gente era igual também Mas aí eu cresci, eu amadureci, e eu não sei Porque você tem motivo pra se achar melhor que mim, por isso É uma pena A verdade é que eu virei um chato Mas é porque eu acho Que às vezes por causa de alguma coisa a gente tem que ser chato Será que eu estou errado? Porque em Sorocaba eu aprendi Que ser livre é não ter medo de errar Que ser livre é não ter medo de ser ridículo Que ser livre é não ter medo de ser feliz Nesse jogo da vida a liberdade da alma é ser você mesmo E eu sou mais eu Melhor do que ser você mais que trocentas vezes Quinhentas vezes, um milhão de vezes Não vou deixar a vida me levar Não vou deixar Não vou deixar Não vou deixar e ver o pau quebrar E não falar E não cantar
Nessa, ele discute sobre o desejo de se moldar pra agradar a uma certa pessoa que ele gosta. Ele se pergunta se vale a pena. Ele faz o paralelo com a música dele. A Lupe de Lupe é conhecida por ter um som meio rústico, ele canta desafinado, o ritmo é esquisito muitas vezes, ele mesmo erra os acordes na gravação. E ele se pergunta se deve fazer canções que agradem. Dá pra fazer um paralelo. Eu às vezes sinto que devo fazer isso. Criando um Tinder eu tentei ao maximo parecer normal. Vale a pena? Segundo ele, não. Me foi inspirador. Amo essa.
ESCRAVA ISAURA
Não sei o por que do nome. A música dialoga pra mim sobre os relacionamentos que eu me enfio.
Intimamente você me faz bem Mas me maltrata por eu não ser ninguém Me dá motivos pra eu me entristecer Mas me corrige pois sabes conviver
Cara, isso me dá tanta raiva. Ser tratado mal, e depois convencido que na verdade não foi tão ruim assim e que eu devia só superar o que rolou e bola pra frente. Não! Com a Dominique, eu literalmente apanhei. Perdi sangue! Tenho duas cicatrizes no meu corpo causadas por ex-namoradas. Sinceramente, que porra é essa? Nem sei se eu te contei essa merda. A Dominique me proibiu de sair de casa, e quando eu tentei FUGIR (pois ela estava me ameaçando), ela me empurrou de uns degrais, agarrou meu braço e me arranhou até eu perder sangue. A Jéssica me queimou com a porra de um cigarro. Ela vivia me dizendo que queria me queimar, que queria me queimar, e eu já havia dito que não queria. Ela dizia que queria me esmurrar. E sinceramente achava isso meio perturbador? Um dia eu deixei ela me queimar, pq estava com medo de que se eu não deixasse ela iria me achar chato, piegas. Ela apenas CARCOU esse desgraçado na minha perna, afundando. Nem pra ser delicada com isso. Doeu semanas e semanas, e ainda tenho a marca me assombrando.
A Jéssica me traiu e mesmo assim continuei com ela. Me convenci que aquilo era um relacionamento saudável. Me acostumei com uma pessoa distante e constantemente indisponível para o que eu sinto. Mas ela me ensinava, ela me corrigia. Meus sentimentos eram sempre explicados por ela, e ela sempre tinha uma explicação na ponta da língua de por que eu era um desequilibrado por estar triste com algo que ela fez.
Então cadê você? Que me deixou assim Sozinho pra morrer Inútil até o fim Cadê vossa mercê? Que me expulsou de mim Me resguardando Deixei transparecer Ousei lhe recolher Parei de lhe escrever Pra não retroceder Quando vais me dizer? Cadê meu querubim? Passou por onde vim E nem parou Não reparou Me ignorou
E no final de tudo, a Jéssica foi embora. Ela quem terminou comigo, por que eu não servia mais para ela. Me deixou pra trás. Inútil.
É isso. Vou fazer uma versão da Mitski tb.
Beijos.
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freeforaugust · 2 years
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If I could go back to 2015 and give myself some advice, I would tell me to download rebate apps and buy a bunch of junk just as a way to stash money my ex wouldn't know about
Anyway if there's anyone who has freedom to grocery shop but not to leave see if it's possible for you to do that
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exnesscomco · 1 year
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Rebate là gì? Những hình thức rebate phổ biến nhất hiện nay
Có những cách nào để nhận Rebate Forex? Lợi ích và hạn chế của từng phương án chi tiết tại: https://forexno1.net/rebate-la-gi/
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dawn-of-worlds · 1 year
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(Omeara starts her turn with 2d6 + 5 (leftover) + 3 (rebate) + 1 (prodigies) -> 4,5+9 = 18 power.)
Command Race (-3) to Create City: The Oathbinders of Unimaa establish the city of Viidako on the Isle of Velarië. Once word had reached the Unimaan merchant-druids of the unspoiled and priceless Isle southeast of Incarien, a great venture was launched. Setting sail from Wera, a colony under their auspice was founded on the Isle's shores, to extract and process this pristine land into liquid assets.
Soon, rare timber and pelts of fantastic beasts entered the markets of Tsallosis and Lekesh, and coin flowed back to Wera and Unimaa. Both cities grew wealthy in this time, and many great works were done, but it was the laymen to whom this was most exciting; many men (and ataila and hewn and messonir) seeking fortune sailed to this dangerous and feral frontier, and the colony of Viidako, over the course of a century, became a city in its own right.
However, Viidako does not persist without struggle: the Isle of Velarië is like a living thing, and, while the jungles seem to press against the city walls with the intent to collapse them, the creatures who call it home refuse to submit without a fight. Few villages outside of Viidako survive more than a couple years, and the centre of the continent remains unexplored.
Due to its ties to seafaring and how many ex-Seekers make up its number, Haebarik is able to command Viidako as it if was his own.
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Command Avatar to Command City to Raise Army (-1): The ohmlings of Nulat gather their forces with the intent of attacking Tsallosis. The splendours of the messonir of the Ajuna do not escape the gaze of the covetous little tyrants in the Nulatian desert, and whether through coercion or conscription, an army has been raised to take them. Already the ohmlings have become bolder, and several of the outlying communities along the Ajuna have been raided. It is only a matter of time before they attack Tsallosis proper.
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Command Avatar to Command City to Raise Army (-1): The Hewn of Vorond raise an army to defend their lands. Amongst the Hewn, old wounds heal as fast as a gouge in stone, and the spectre of war-long-past still looms over those who dwell within Vorond's halls. Aesinhaut is near, the Embodied Council warns, and who knows what fruits such a foul seed might bear? It is decided that a standing army will be raised, armed, and trained, so that, should war return, they will be ready to defend themselves and all they have built.
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Command City to Raise Army (-2): Unimaa levies the surrounding lands to create an army, in response to the sudden influx of immigrants from Lekesh/Nulat and the founding of Wera that have disrupted the stability of the region. While current relations between Unimaa and Wera are friendly, it may not always be so, and the Oathbinders that have come to dominate Unimaan politics know this. While Wera’s fleets bring prosperity, they can, too, be a threat.
It was trivial to turn the road-building taxes that some of the poorer farmers pay into conscription, and soon Unimaa would demand a few years of service for each within its lands who came of age. A military culture soon developed in the Nak as many conscripts elect to remain in service, preferring that to the drudgery of fieldwork.
(18 - 7 = 11 power remaining.)
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rouzheds234 · 1 year
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Flay rebate críticas após cantar em inglês nas ruas do Reino Unido : ‘Tosco e brega’
Flay fez um desabafo após ser criticada nesta quinta-feira (19), por cantar nas ruas do Reino Unido. A ex-BBB está fazendo um intercâmbio em Londres, com o objetivo de dominar a língua inglesa e sofreu duras críticas pela pronúncia durante uma perfomance de Easy on Me, música de Adele. “É tão tosco, brega e cafona como o brasileiro adora depreciar outros brasileiros e acha que está ARRASANDO. O…
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noticiasbrasil24h · 14 days
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newstfionline · 19 days
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Thursday, September 5, 2024
US will still pay at least twice as much after negotiating drug prices (Reuters) The U.S. government’s first-ever negotiated prices for prescription drugs are still on average more than double, and in some cases five times, what drugmakers have agreed to in four other high-income countries, a Reuters review has found. The U.S. Medicare health plan, which covers more than 67 million people, recently unveiled new maximum prices for the first 10 high-cost medicines negotiated under the Biden Administration’s Inflation Reduction Act. This is the first time Medicare has disclosed actual drug prices, which are largely hidden behind a complicated U.S. system of rebates and discounts. The lower prices will result in savings of $6 billion in 2026, the first year they take effect, Medicare said. A Reuters review of publicly available maximum prices set by other wealthy nations—Australia, Japan, Canada and Sweden—show that they have negotiated far lower prices for the same drugs. A 30-day supply of nine of the 10 drugs will cost $17,581 for Medicare in 2026, compared with $6,725 in Sweden this year. Comparable prices were not available for the 10th drug.
How China extended its repression to a US city (Washington Post) Chinese diplomats and pro-China diaspora groups based in the United States organized demonstrations in San Francisco that harassed and silenced protesters opposed to Beijing’s policies, including through violence, during Chinese leader Xi Jinping’s visit to the city in November, a six-month investigation by The Washington Post shows. The events in San Francisco illustrate how the Chinese Communist Party (CCP) is willing to extend its intolerance of any dissent into the United States and target people exercising their First Amendment rights in an American city. It is part of a broader global pattern of China attempting to reach beyond its borders and suppress parts of its diaspora advocating against the CCP and ongoing rights abuses in Tibet, Xinjiang, Hong Kong and mainland China, the U.S. government and human rights groups say. The Chinese Consulate in Los Angeles paid for supporters’ hotels and meals as an incentive to participate, according to messages shared in WeChat groups reviewed by The Post. At least 35 pro-CCP Chinese diaspora groups showed up to the APEC summit protests—including groups from New York, Pennsylvania and Washington state.
Governor's ex-aide charged as China agent (Reuters) A former deputy chief of staff to New York Governor Kathy Hochul has been charged with acting as an agent of the Chinese government. Linda Sun was fired from her role in 2023 after the governor's office discovered "evidence of misconduct" and reported it to the authorities. She and her husband Christopher Hu face 10 criminal counts, including violating the Foreign Agents Registration Act, visa fraud, and money laundering conspiracy. The couple pleaded not guilty to the charges. The indictment details a series of actions Ms Sun took "at the order, direction, or request" of Beijing, including preventing Taiwanese diplomats from speaking to New York officials. In return, prosecutors say Ms Sun was given rewards totalling millions of dollars, and the couple laundered large amounts of money to buy luxuries, including a Ferrari and property in Hawaii and New York.
Four people were killed in a school shooting in Georgia (NYT) A 14-year-old student opened fire today in the hallway of a Georgia high school, killing two students and two teachers and injuring at least nine others, the authorities said. The shooting—the deadliest episode of school violence in Georgia’s history—took place at Apalachee High School in Winder, roughly 50 miles from the center of Atlanta. The suspect surrendered when he was confronted by law enforcement and is in custody, officials said. He will be charged with murder as an adult.
Nicaraguan congress gives legal footing to practice of prosecuting exiles and seizing their property (AP) Nicaragua’s Sandinista-controlled National Assembly approved criminal code changes Tuesday that allow the government to try opponents in absentia and seize the assets of the condemned. It’s a practice that’s already carried out but will now have legal foundation. The proposal from President Daniel Ortega was approved unanimously in the state party controlled legislature. Opponents and organizations that have fled or been forced into exile in Ortega’s years-long campaign to silence critical voices could be fined, sentenced to lengthy prison terms and see their property seized by the government under the approved changes. Last year, the government exiled more than 300 opposition figures, stripping them of their nationality. Far more Nicaraguans have fled into exile themselves to escape the repression that followed massive 2018 protests that Ortega dubbed a failed coup with international backing. Also on Tuesday, the U.N. High Commissioner for Human Rights Office said in a report that the government is “persecuting not only those who express dissident opinions, but also any person or organization that acts independently or is not directly under its control.”
Christmas in Venezuela kicks off in October, President Maduro has declared (AP) The world’s attention on Venezuela has been focused in the last weeks on the fallout from a highly contested presidential election that both the ruling party and its opponents claim to have won, the ensuing persecution of critics and the arrest warrant against the former opposition presidential candidate. But as political tensions escalate, President Nicolás Maduro decided there was a more important matter to discuss: Christmas and the need to kick off the jolly season a tad early this year. In October, to be precise. “It’s September, and it already smells like Christmas,” Maduro said Monday night during his weekly television show. “That’s why this year, as a way of paying tribute to you all, and in gratitude to you all, I’m going to decree an early Christmas for October 1.” This is not the first time that Maduro, in power since 2013, has declared the early arrival of Christmas. He did so during the COVID-19 pandemic, but never this early. Also, this year the political mood is particularly tense, even if Maduro said the season will come “with peace, happiness and security.”
Grenfell inquiry blames 'dishonest' firms, governments and fire service in damning final report (BBC/Reuters) The Grenfell Tower fire that killed 72 people was the result of "dishonest" companies, successive governments, and a lack of strategy by the fire service, a scathing 1,700-page report concludes. The report says a cladding product manufacturer “deliberately concealed” fire risks, while coalition and Conservative governments “ignored, delayed or disregarded” concerns. All deaths were avoidable, inquiry chair Martin Moore-Bick says. The fire was Britain’s deadliest blaze in a residential building since World War II. PM Keir Starmer pledged that the government would work to prevent similar tragedies occurring in the future. Prosecutors say they will decide on possible charges by the end of next year.
Gap in perception of Channel deaths (BBC) The capsizing of a boat off the French coast in the English Channel has left 12 people dead, including six children and a pregnant woman. The tragedy has renewed a sense of frustration among French people who see this as a British-made crisis. In the UK, officials have been quick to focus on—and to condemn—the smuggling gangs. Each incident, each death, is seen as the result of cynical criminal activity. Which, of course, it is. But for French politicians and civilians in resort towns scattered along this coastline, the reaction to yet another deadly incident is not to focus on the criminality of the smugglers, but on the motives of the migrants, on what still drives so many of them to attempt this dangerous crossing. And the blunt conclusion, repeated to me so often—by local mayors, by pensioners, by couples out walking their dogs on beaches where they now fear they may come across bodies washed ashore—is that this is Britain’s fault. France’s interior minister, Gerald Darmanin, focused on the lure of what he views as Britain’s loosely regulated job market, that acts like a magnet, drawing young Eritreans, determined Sudanese, Afghans, Syrians and Iraqis to this coastline, convinced that they if they can just make it across this last, short stretch of water—or even halfway across—they’ll end up in a country where they can find work, even without the right paperwork.
Back to school in Ukraine’s embattled Kharkiv means heading underground (Washington Post) It had been more than 2½ years since Polina Zamorska last set foot in a classroom, but she was determined to return for her final year at School 80. To do so, she’d have to go underground. On Monday, the 16-year-old donned a traditional white smock with colorful embroidery and headed with her mom to Ukraine’s first permanent subterranean school. Carved out of the earth almost 20 feet underground, the million-dollar school features a long corridor of classrooms painted the colors of sorbet: lemon lime, tangerine. With its sophisticated ventilation system and walls stenciled with evacuation arrows, it looked more like a spaceship than an educational institution—but it was better than attending class in a subway station or spending yet another year studying at home. Russia’s invasion of Ukraine in 2022 left thousands of schools in rubble, and last year—with no safe alternative—more than 900,000 children across the country were forced into another year of online schooling.
Worked to the Bone, India’s Doctors Fear for Their Safety, Too (NYT) Exhausted doctors resting in crowded on-call rooms with no locks, two to a single bed. Frustrated relatives of patients angrily challenging a physician’s diagnosis. Too few security guards to keep the peace. These are everyday realities in Indian government hospitals. Young doctors describe multiday shifts and harrowing working conditions in rooms and wards often lacking in safety and hygiene, where learning is frequently interrupted by the crushing load of urgent cases. Their plight has come to light in recent weeks after the rape and murder in Kolkata of a 31-year-old junior doctor who had been resting after a grueling 36-hour shift. The case has prompted nationwide protests, with doctors, students and human rights activists demanding justice for the victim, as well as better protection and safer workplaces for doctors and women. Many doctors also went on strike.
Lebanon detains former central bank governor accused of financial crimes (Washington Post) Lebanese authorities on Tuesday detained Riad Salameh, the country’s disgraced former central bank governor, after an investigation into his financial dealings with a Lebanese brokerage firm, the state-run news agency reported. Salameh, who served as the head of Banque du Liban for three decades and was credited with reviving Lebanon’s post-civil-war economy, left his post under a cloud more than a year ago. He was blamed by many for the stunning collapse of Lebanon’s banking sector and was under investigation, along with relatives and associates, for corruption by authorities at home and abroad. In August 2023, shortly after Salameh left the central bank, he was placed under sanctions by the U.S. Treasury Department, which said Salameh’s “corrupt and unlawful actions have contributed to the breakdown of the rule of law in Lebanon.”
Uganda’s Bobi Wine shot, injured in altercation with police in Kampala (Al Jazeera) Uganda’s opposition figure Bobi Wine injured in altercation with police. Wine was shot in the leg by security agents in a northern suburb of the capital Kampala on Tuesday, said his political party, the National Unity Platform. The singer-turned-politician who ran for president in 2021 has emerged as the biggest opponent to veteran President Yoweri Museveni, who has ruled the East African country for nearly 40 years.
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rsnews555 · 20 days
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Beau DeMayo, criador de ‘X-Men ’97’, rebate acusações de assédio
Beau DeMayo, ex-showrunner de ‘X-Men ’97‘, rebateu as acusações de assédio que recebeu. “Essas alegações de má conduta flagrante são falsas”, disse hoje o ex-showrunner sobre a nuvem negra de “fofoca” sobre sua repentina saída da Marvel / Disney da série de animação indicada ao Emmy pouco antes de sua estreia no início deste ano. […]
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hotnew-pt · 2 months
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Governo Lula usa notícia sobre gestão de Temer para se defender de memes contra Haddad
BRASÍLIA – O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) usou nesta quinta-feira, 18, uma notícia de 2017, relativa à gestão do ex-presidente Michel Temer (MDB), para rebater memes contra o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que ganhou o apelido de “Taxad” nos últimos dias. A publicação foi apagada do perfil oficial do governo no X (antigo Twitter) após repercussão na rede social. A…
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