#𝑰'𝒎 𝒓𝒆𝒂𝒅𝒚 𝒕𝒐 𝒈𝒐 𝒇𝒖𝒍𝒍-𝒐𝒏-'07-𝑩𝒓𝒊𝒕𝒏𝒆𝒚 ✦ * ✰ ˚ ⌜ Task⌟
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deirdrecolmain · 24 days ago
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Task 02 - Core memories
Dizer que estava ansiosa era quase redundante, como poderia ser diferente após chegar em Hexwood, sendo essa a primeira vez que ficaria tanto tempo longe dos pais e suas cobranças… Claro, elas ainda viriam marcadas pela tinta negra no papel, contudo, talvez fosse menos doloroso ler do que ouvir as palavras rígidas. Deirdre sabia o que lhe era esperado e considerando o evento de sua infância e seus próprios estudos, poderia-se dizer que ela possuía alguma noção de qual divindade poderia lhe escolher e esperava apenas ser capaz de honrá-la e a orgulhar. Não era incomum na linhagem dos Colmain que fossem acolhidos por deuses da guerra ou morte, possivelmente os apreciavam por suas medidas sangrentas e brutais que tomavam em suas terras. E talvez fosse isso que a deixasse mais nervosa a cada passo que dava, o que faria se estivesse errada? O que faria se não estivesse à altura do nome de sua família? E se fosse… Fraca? 
Não. Ela não pensaria nisso, era Deirdre Maeve de Colmain, nomeada em homenagem a duas figuras importantes e que eram dignas da Casa Colmain. Os passos se tornaram mais confiantes pelo corredor conforme era guiada até a sala, agora determinada a garantir que tudo acabaria bem para ela. Ensinada desde cedo, sabia muito bem como tudo aquilo ocorreria, ainda que não esperasse o leve ardor quando por fim a fumaça do sacro cardo foi inalada, mesmo assim se ajustou no lugar e limpou a mente conforme a fumaça era inalada. Dizer que demorou mais do que achava que iria não seria de se admirar, sempre havia sido inquieta demais para focar em meditações, mas estava se esforçando mais, apenas precisava deixar a mente limpa e em ordem. 
Por alguns segundos ficou incerta se saberia dizer quando teria dado certo, mas foi quando não sentiu mais cheiro algum que se permitiu abrir os olhos e a ruiva não sabia bem o que esperava… Mas talvez nada se equipare à beleza daquele lugar, tão etéreo que parecia um sonho. A grama verde parecia se estender em um campo sem fim, ao olhar para baixo percebeu que estava ajoelhada ao lado de um riacho com a água mais límpida que já havia visto, contudo não houve exatamente muito mais tempo para que admirasse a beleza do superno, antes mesmo que pudesse levar uma das mãos a água escutou um bater de asas. Quando os olhos castanhos se ergueram havia um belo corvo sob uma enorme pedra não muito longe dela, tentou se erguer e se aproximar mais, contudo se sentiu tonta e presa onde estava. 
❝Poupe suas forças, criança.❞ O tom de voz feminino era firme e soava mais como uma ordem do que uma sugestão, o estranho foi que pensou a ouvir quase como ecoando e quando os olhos se ergueram novamente… Se deu conta de que estava em frente a pedra e já não era mais apenas um corvo, mas sim três. De alguma forma, se sentiu contente e até mesmo agraciada naquele momento em presenciar a deusa em sua forma tríplice, mas não houve muito tempo para pensar sobre isso visto o cenário pareceu mudar rapidamente se tornando mais escuro, Deirdre se viu rodeada de cadáveres cobertos de sangue e irreconhecíveis, a única certeza é que tinham sido mortos com magia. ❝O que vê é o que sua linhagem carrega… Sua linhagem é banhada em sangue.❞ 
Sabia toda a história de sua família e mesmo crescendo ouvindo o lado deles, reconhecia que poderiam ser cruéis, mas havia aprendido desde cedo que a morte era necessária, fazia parte do ciclo da vida. Como se a deusa pudesse ouvir seus pensamentos, os três corvos levantaram voo, circulando a ruiva. Ela olhou para as próprias mãos e percebeu que estavam cobertas de sangue, assim como suas roupas. O líquido parecia queimar como fogo em sua pele. ❝Você teme o que carrega, mas também o utiliza. Proteger seu povo, sua família, é sua força… e sua maldição. Você os defenderá, mesmo que isso lhe custe a alma.❞ A imagem do irmão gêmeo de Deirdre, Declan, surgiu em sua mente. Ela se lembrou do sonho que teve na infância, lembrou de ter o alertado e no fim… Nada o impediu de cair, todo o sangue ao redor dele e o corvo pousando na árvore, ela desesperada chamando pela mãe e implorando para que o corvo partisse. ❝Em você, vejo o equilíbrio entre a lâmina e o escudo. Você carrega a marca de sua linhagem, mas também o desejo de proteger. Honre-me, e eu a honrarei.❞
Agora a fala parecia alternar entre os três corvos que mesmo que a voz fosse a mesma, parecia ter sutis diferenças, foi quando os três pareceram voar rapidamente em sua direção que Deirdre fechou os olhos com força. Deirdre sentiu uma onda de calor percorrer seu corpo, um peso tão esmagador quanto reconfortante. Morrigan desapareceu tão abruptamente quanto havia chegado, e ela acordou na sala da pira sagrada, com o cheiro do sacro cardo impregnando o ar. Suas mãos tremiam, mas, quando olhou para elas, percebeu que não havia sangue. Apenas a sensação de algo... maior. 
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deirdrecolmain · 3 months ago
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Task 001 - Interrogatório
Uma task para @aldanrae, que possui uma breve menção a @lastisfet
Miray sempre detestou ser encurralada quando escapava ou aprontava alguma coisa que não deveria, mas tornava a situação muito pior quando estava prestes a ser questionada referente a coisas que realmente não havia feito. Ficava levemente apreensiva mesmo que não possuísse qualquer culpa, mas sabia também que não poderia agir com humor e diversão para mascarar isso, ao menos não ali com os investigadores. Por isso seguiu pelos corredores até a sala indicada no mais completo silêncio, vez ou outra alternando seu olhar entre o caminho e o próprio seon, Seda, que flutuava com mais leveza do que os passos da Khajol. 
Ao adentrar a sala do interrogatório acabou tossindo um pouco, a garganta se sentindo incomodada por algum resquício de poeira que parecia haver nos cantos daquele local, optou contudo por guardar suas observações para si mesma e permanecer apenas na cordialidade. Se sentou na cadeira como lhe foi instruído, os olhos verdes correndo rapidamente com certa curiosidade para ver o que tinha sob a mesa, ainda que isso logo fosse afastado pelo investigador. Miray se remexeu desconfortavelmente na cadeira, agora cruzando as pernas e colocando uma mão sob a outra em cima da mesa, esperando pelas perguntas. 
Onde você estava no momento em que o incêndio começou?
❝No meu quarto em um sono profundo depois de uma longa leitura…❞ Começou com simplicidade e ao perceber a curiosidade nos olhos do interrogador, não hesitou em continuar já que não considerava sua leitura nada fora do normal. ❝Era o "Vozes do Superno: interpretando a mensagem dos deuses a seu favor." Um livro sobre profecias e presságios, uma das disciplinas do meu nível e foi uma recomendação da professora Iseret… Nada fora do normal, apenas acredito que o hábito de ler antes de dormir ajuda a fixar melhor o conhecimento.❞ Um hábito que a khajol buscava manter ao menos duas ou três vezes na semana, tentou analisar o homem que a investigava, mas não obteve muito sucesso visto que ele seguiu impassível. 
Você notou algo incomum ou fora do lugar antes do incêndio, seja no comportamento de outras pessoas?
❝Não, tudo parecia normal.❞ Uma resposta simples e sincera, ainda que sentia que pouco satisfatória para quem a interrogava, mas não via motivos para exagerar ou forçar algo que era irreal, não quando era uma situação tão séria. 
Você teve algum sonho ou pressentimento estranho antes de saber do incêndio?
Miray teve de parar um pouco e forçar a memória para se recordar com exatidão, ela possuía um caderno em que anotava os próprios sonhos, ao menos aqueles que ela achava que pudessem ser relevantes. ❝Não diria que exatamente estranho, considerando meus sonhos… Mas sonhei com algo… Estava a beira de um riacho, havia algo na água da qual eu não soube distinguir já que havia um tipo de nevoeiro ou fumaça em torno de tudo, um corvo surgiu voando sob o riacho e pareceu tirar de lá algumas peças de roupa masculina… E então eu acordei.❞ Conforme contava o sonho, os olhos pareciam desfocar da sala, como se a cada palavra repassasse a cena em sua própria mente tentando se ater aos detalhes. O olhar apenas se focou novamente no interrogador ao fim do sonho, um pequeno sorriso comedido no rosto da Colmain. ❝Sonhos são difíceis de se decifrar, mas caso esteja se perguntando, até onde meu conhecimento vai… Enquanto não houver uma mulher no riacho lavando as roupas, não há a morte.❞ A voz saia bem mais tranquila agora, mencionar qualquer coisa que referenciasse Morrigan lhe deixava mais calma, se sentia mais tranquila e isso transcrevia de certo modo no reluzir de Seda. ❝E não, esses sonhos não são diários, ainda que não sejam incomuns e com sutis diferenças.❞ Estava longe de se considerar alguém com sonhos proféticos, mas por vezes se sentia um tanto inclinada com presságios sobre a morte, como a vez que após um de seus sonhos estava certa de que o pássaro de estimação morreria e levou cerca de dois dias para que ele aparecesse morto. Mas sempre poderia ser apenas uma coincidência, ela nunca desconsiderava a hipótese. 
Você acha que o incêndio foi realmente um acidente, ou acredita que pode ter sido provocado por alguém? Quem se beneficiaria disso?
❝Considerando que o cálice desapareceu é bem difícil de acreditar que foi um incêndio acidental, se me permite a opinião, imagino até que o incêndio possa ter sido uma distração de quem estava prestes a ser pego ou até mesmo um tipo de aviso.❞ O soava cruel e bem mais perigoso na visão de Miray, lhe rendendo uma breve careta em desgosto com a ideia. Seria melhor pensar e esperar que quem quer tivesse feito aquilo fosse estúpido e facilmente pego, mas algo em seu âmago lhe dizia que não seria bem assim. ❝Quanto a quem se beneficiaria com isso? Bem, acho que é uma resposta óbvia. No entanto, posso afirmar quem não se beneficiaria com isso… Nós.❞ Quando pronunciou o nós apontou mais para si mesma, como se indicasse os khajols, já que imaginava que pela intriga entre os povos seria uma acusação comum dos changelings. ❝Mesmo que a convivência com eles não seja fácil ou das mais agradáveis para nós, eles ainda são necessários ao seu modo, logo apenas um tolo faria algo do tipo… Um tolo ou um inimigo em comum dos dois.❞
Na sua opinião, quem estaria mais interessado no desaparecimento do Cálice dos Sonhos e na interrupção do acesso ao Sonhār?
❝Acredito que minha resposta anterior já seja demasiadamente satisfatória para essa questão também, não concorda?❞ Já cansada das perguntas não podia evitar o levo tom de sarcasmo, por mais que desejasse ajudar, não sentia que possuía muito utilidade naquele momento já que não sabia de nada realmente relevante. Os dedos ansiosos batiam levemente contra a mesa enquanto o investigador parecia terminar algumas anotações e observações, o silêncio instalado na sala a fazendo ficar apreensiva outra vez. Quando finalmente foi liberada, deixou um suspiro de alívio lhe escapar, sentia-se agora finalmente livre para seguir com a própria vida, ainda que em seu coração houvesse uma sensação incômoda de algo ainda pior estava por vir. 
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