#⭒ ― 𝐠𝐨𝐝 𝐢𝐭'𝐬 𝐜𝐫𝐮𝐞𝐥 𝐨𝐮𝐭 𝐡𝐞𝐫𝐞 ⭒ self
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*ೃ / / 𝐜𝐡𝐫𝐨𝐧𝐢𝐜 𝐛𝐚𝐜𝐤𝐬𝐭𝐚𝐛𝐛𝐞𝐫 * — CHESS MOORE .
ainda me lembro de encontrar com FRANCISCO RIVAS-MOORE nos corredores de acadia high! ele era tão parecido com SERGIO MAYER MORI, mas, atualmente, aos 30 anos, me lembra muito mais DARÍO YAZBEK BERNAL. também fiquei sabendo que atualmente é SET DESIGNER e que ainda é OBSTINADO e ORGULHOSO. uma pena acabar encontrando ele assim… não é possível que esteja envolvido com a morte de idris niven, certo?
*ೃ / / 𝐢𝐧𝐟𝐨𝐫𝐦𝐚𝐭𝐢𝐨𝐧 *
nome. francisco rivas-moore
apelido. chess.
nascimento. 08/08/1992 — 30 anos · local. brighton, uk.
nacionalidade. britânico.
etnia. mexicano.
gênero. homem cisgênero.
orientação sexual. bissexual.
orientação romântica. gray-arromântico.
ocupação. set designer.
cabelo. preto, cacheado.
olhos. castanho escuro.
altura. 1.74m.
estilo. (x), (x), (x), (x), (x), (x).
aesthetic. dias úmidos e ensolarado, antiquários escondidos em ruas traseiras, noites em piscinas de hotéis, raios de sol atravessando vitrais coloridos pendurados na varanda, vasos em formatos inusitados com flores variadas, brechó de roupas de marca, copos de água atrás de portas, longas viagens de carro ao som de músicas dos anos noventa.
*ೃ / / 𝐛𝐢𝐨𝐠𝐫𝐚𝐟𝐢𝐚 *
*ೃ Fruto dum relacionamento entre uma imigrante e um inglês, Francisco sempre soubera que merecia mais que a medíocre existência que possuía. Mãe solteira, Carmen Rivas se desdobrava entre seu trabalho como enfermeira assistente numa clínica pela manhã e sua graduação em enfermagem durante a tarde. O ex-marido, William Moore, se mudara para Londres após o divórcio e, embora os cheques da pensão estivessem em dia, o homem constantemente “esquecia-se” de visitar o filho nos fins de semana, ou buscá-lo nas férias de verão. Dito isso, Francisco aprendera cedo a ser independente. Bom menino, assumia a responsabilidade dos deveres domésticos para que a matriarca pudesse descansar quando chegasse. Seus empenhos se estendiam para a escola, onde mantinha notas altas e presença nas extracurriculares — porque, um dia, pretendia ser um milionário! Ter dinheiro o suficiente para que a mãe nunca mais precisasse trabalhar. Frente a tais sonhos, a mulher daria uma gostosa risada e o lembraria: “nunca se esqueça, mijo. Pessoas como nós não possuímos o luxo de sermos ordinários, você deve se esforçar o dobro que o resto.” Parecem palavras duras, mas Francisco as compreendia muitíssimo bem — não importava o quanto de estrelinhas ganhava em suas tarefas, nunca era eleito o presidente da turma ou o capitão do time de futebol. Sua pele não era dourada como a da mãe, mas sustentava o sotaque carregado de Carmen e comemorava suas conquistas num idioma estrangeiro: mesmo que tivesse nascido em Brighton, experienciando o México unicamente em histórias da infância da mãe, desde pequenino, Francisco era um estranho para seus colegas de turma.
*ೃ Suas perturbações na escola iam além de sua etnia, contudo. Enquanto os colegas vestiam-se com personagens populares estampando suas roupas e materiais, ou apareceriam com brinquedos novos e participariam de festinhas do pijama, Francisco passara os cinco anos do fundamental com as mesmas vestes e materiais padronizados. Uma mera criança, naturalmente, também queria os materiais escolares diferentes e os brinquedos que adornavam os comerciais — mas sabia que não adiantava pedi-los para a mãe. “Sinto muito, mi vida. Enquanto não terminar meus estudos, precisamos economizar.” Seriam suas palavras. Por isso, nunca contara a mãe sobre as inúmeras importunações na escola, pelo contrário, essas cofiava ao melhor amigo: Idris Niven. Páreas, as duas crianças naturalmente gravitaram um ao outro, tornando-se melhores amigos — sempre colados, vivenciaram inúmeras aventuras. Assim como chacotas. Por muitos anos, Francisco acreditara que Idris era incompreendido e, assim como ele, uma vítima das convenções sociais. Um imigrante, o outro um pouquinho estranho. Mesmo quando Idris deixava escapulir um ou outro comentário… preconceituoso, Franciso assumia que era apenas um erro comum. Crescendo, ouvira coisas piores de pessoas auto intituladas benevolentes. Mas, com os anos, Francisco não conseguia mais justificar os maneirismos “peculiares” de Idris — tampouco sentia-se confortável para confidenciar nele suas preocupações, temores e almejos. E, ainda que possuísse razões justificáveis, uma fração de si também queria desassociar-se da fama de Idris. Especialmente quando arquitetava sua entrada no círculo dos populares.
*ೃ Exausto das perturbações, dois anos antes do colegial, Francisco decidiu se reinventar. Possuía ambas razões supérfluas e racionais — se aproximando da adolescência, os hormônios começavam a afetar-lhe a personalidade e, como um maldito estereótipo, começava a meter-se em brigas e os adultos davam-lhe olhares tortos. Professores, funcionários em mercados, seus vizinhos. Todos pareciam dizer: apenas outro garotinho problemático, “típico desses”. Se iriam colocá-lo numa caixinha, que fosse em uma que ele mesmo montara. Com a graduação da mãe na universidade e o aumento de salário, mudaram-se para uma área mais prestigiada de Brighton, e Carmen começou a passar mais tempo em casa. Assim, seus deveres domésticos diminuíram e Francisco começou a trabalhar em meio período duas vezes na semana. Também começou a prestar atenção em sua aparência: cremes para a pele, colônias de marca e roupas de grife que encontrava em brechós — aos poucos, se parecia como um dos populares atores adolescentes nas telenovelas da mãe. Com esforço, convenceu-a deixá-lo frequentar os eventos escolares e festinhas nas casas de seus colegas, aumentado seu número de amigos. Participou, também, dos clubes de escrita criativa e ilustração — sempre possuíra uma afinidade com as artes e, em seu tempo livre, desenvolvera o gosto por maquetes. E, mais importante: passou a se apresentar como Chess Moore, livrando-se de seu sotaque. Ao adentrar o ensino médio, não era mais o garoto que ofereciam um sombrero no halloween: era um dos populares cujas garotas enfiavam bilhetinhos em seu armário no Valentine’s Day.
Nutria demasiada vergonha por livrar-se das “características” que o conectavam à sua cultura mas, sempre lembrava-se que, independente de como se apresentava, nunca deixaria de ser latino. Somente precisava aprender a usá-lo nos momentos corretos, como ao sussurrar deliciosos nadas nos ouvidos de seus casinhos românticos: gente branca amava um toquinho exótico.
*ೃ Na mesma medida que a popularidade crescia, sua amizade com Idris Niven era extinta. Seria mentira dizer que não sabia do bullying pelo qual Idris passara; assim como sabia, como ninguém, sobre o comportamento inusitado dele. Poucas foram as vezes em que defendeu-o após o fim da amizade, e nenhuma de maneira heroica ou particularmente notável. Eram comentários de “parem com isso…” ou afastar alguns garotos quando as coisas pareciam escalar — a verdade é que passara muitos anos dedicando-se a montar a própria imagem, e não podia arriscá-la defendendo alguém como Niven. Sabia que o mínimo de suas ações poderiam causar-lhe a perder o que conquistara num piscar de olhos. Enquanto outras crianças possuíam dinheiro e influência — ou a sorte de serem dolorosamente desprovidos de melanina —, Chess dependia de seu status meticulosamente arquitetado para conseguir uma bolsa de estudos, um emprego decente no futuro. Não achava que Idirs merecia o bullying que recebia, não. Por outro lado, também, não encarava-o como um verdadeiro inocente. Tivera sua parcela de ajudá-lo, no passado, e não sustentava memórias agradáveis sobre como fora retribuído por tais. E, talvez, no ápice de sua adolescência, não imaginara que as coisas tomariam proporções tão grandes no futuro.
*ೃ No último ano do ensino médio, Chess era um dos estudantes de honra e, por isso, conseguiu uma bolsa de estudos numa universidade grande em Londres. Se mudou no mês seguinte à formatura, aproveitando os meses antes do primeiro semestre para familiarizar-se com a cidade, assim como trabalhar em tempo integral. Nos anos que seguiram, Chess, na medida do possível, esqueceu-se de Brighton. Sua única conexão com o local eram a mãe e uns amigos que mantivera. Isto é, até Idris contatá-lo novamente. Chess respondera às mensagens com simpatia, preferindo esquecer o passado. Porém, não demorou para perceber que Idris mudara… para o pior — quando o ignorou, vieram as primeiras acusações sobre como era um traidor, sobre como o abandonara. Optou por excluir a conversa, continuar a ignorá-lo. Mas aquela seria apenas a primeira de muitas outras tentativas. Exceto que, na quarta ou quinta, já estava familiarizado com algumas das atitudes mais recentes do homem pela cidade natal e, por fim, resolveu bloqueá-lo.
*ೃ Após formar-se em arquitetura, começou estagiando em paisagismo. Entretanto, quando acabou, sem querer, num projeto voluntário para a produção duma peça de teatro amadora, retornou a faculdade para estudar design de interiores. Ainda no curso, participou de inúmeros projetos amadores de peças de teatro e vídeos de música. Formado novamente, seguiu em estágios em peças de teatro até acabar fixo no West End. Três meses atrás, contudo, conseguiu um trabalho numa produção para uma série original dum grande serviço de streaming — que, coincidentemente, seria gravada num estúdio em Brighton. Fazia apenas duas semanas que retornara para a cidade natal quando o corpo de Idris fora encontrado. A notícia causou-o sentimentos mistos. Luto o preenchia por aquele que, outrora, fora seu maior confidente; culpa e vergonha porque poderia ter feito mais durante os anos de escola, ter tentado retomar a amizade como o outro desejara. E, por último, não conseguiu deixar de pensar que aquele era o único fim que Idris Niven poderia ter.
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