#⟨⟨ this is why we can't have nice things — 「 missão. 」 ⟩⟩
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ameliachxvalier · 4 years ago
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this is why we can’t have nice things
Amélia estava cansada. Não fisicamente, apesar de o treino ter sido intenso naquele dia, não. Ela estava cansada mentalmente. Não aguentava mais os olhares, os cochichos e os julgamentos. Também não suportava chorar, reclamar ou se vitimizar. Ela era filha de Júpiter e com certeza era melhor que isso. 
No almoço, enquanto escutava a conversa de Lupa e Quíron, Lia refletia sobre sua vida. Aos vinte anos, para um semideus romano uma idade qualquer, ela já havia enfrentado a maioria dos monstros e dedicado uma vida de batalhas à Legião. Nada de diferente dos seus irmãos semideuses, mas para ela já estava se tornando monótono. Ela, um dia, sonhou em se aposentar, frequentar a faculdade e casar-se com James, mas era apenas isso, um sonho. Não tinha mais James e, apesar de todo amor que ela sentia por ele, não sabia se deveria continuar insistindo.  'Eu sei que errei', ela pensava enquanto empurrava uma ervilha em seu prato, 'mas são oito anos de história, certamente poderíamos superar isso'.
De repente ela não tinha mais apetite. 
Pedindo licença para o centauro e a loba, Amélia saiu da mesa e foi em direção a sua casa na via praetoria, o único lugar no acampamento romano que ela tinha um pingo de sossego, sem ter que resolver problemas alheios ou lidar com os próprios. Sua moradia era confortavelmente pequena,  mas ainda parecia incrivelmente vazia. Nos últimos dias ela retirara tudo aquilo que remetia ao filho de Poseidon e, pelos oito anos que se conheciam, eram muitas coisas.
Sentada em sua cama, Amélia olhava diretamente para o retrato de sua mãe, notando algumas semelhanças como a cor de suas íris ou o jeito que sorria. As madeixas acobreadas -finalmente ela havia voltado a usar a cor natural de seu cabelo. As semelhanças, contudo, acabavam em seu físico. Alice era filha de Vênus e adorava um bom romance adolescente, pelo que os semideuses mais velhos lhe contavam. Ela estaria completamente devastada pela luxúria que Mia apresentou ao se relacionar com Vitus, ignorando os sentimentos daqueles ao seu redor.
Pensar em como havia decepcionado a Chevalier mais velha era como enfiar uma adaga no coração de Lia.  Saber que nunca conseguiria fazer algo que realmente fosse deixá-la orgulhosa machucava, por melhores fossem os títulos ou conquistas, ela jamais veria sua mãe sorrir na plateia. Ou no final de uma igreja enquanto ela caminhava para seu futuro marido. Há anos que Amélia havia aprendido que não deveria pensar daquele modo, ficar triste pelo passado jamais traria Alice de volta para ela. A pretora decidiu que uma soneca diurna faria bem a ela, há muito tempo que Nova Roma e o acampamento Júpiter vinham antes de suas necessidades.
Acordando horas mais tarde, completamente desnorteada, Amélia escutou batidas em sua porta, abrindo apenas para dar de cara com Jasmine Park, a atual augur do acampamento, com um olhar um tanto apreensivo. A filha de Júpiter deu passagem para o Legado entrar em sua casa e a mesma rapidamente passou a relatar a profecia que recebera e a ligação de Amélia com ela. Mais alerta que nunca, a semideusa trocou suas vestes oficiais por uma camiseta roxa do acampamento e jeans confortáveis. 
Com sua arma em mãos, a prole do rei dos deuses finalmente parou na frente da coreana, respirando fundo.  ❝Imagino que Lupa já está ciente da minha missão. Irei partir agora mesmo, com sua benção. ❞ a menina esperou algum sinal da jovem a sua frente, sorrindo levemente com o balançar de cabeça que a mesma lhe deu.  ❝Está certo então... que Fortuna esteja a meu favor...❞ a semideusa murmurou para si mesma, esperando a augur sair de sua casa para poder trancá-la. Lia até cogitou acordar seus primos para informar de sua partida, os três eram extremamente apegados e sempre avisavam quando iria sair da proteção, mas a menina também entendia que não tinha tempo para isso. Usando seu próprio poder para voar¹ a semideusa não perdeu tempo, sentindo a corrente de ar lhe guiar até Las Vegas. 
Meia hora após erguer voo, Amélia percebeu três formas a seguindo, o que a fez ir direto para o chão, observando seus inimigos. Eram pássaros trovões e a semideusa praguejou em latim, pelo seu incrível azar de topar justamente com a criatura cujo seus poderes eram inúteis. Respirando fundo, Lia enrolou a ponta de sua corrente na mão esquerda, a mirando no passado da direita e prendendo firmemente no tornozelo dele (11) e uso sua força para traze-lo para mais perto, acertando um cruzado em sua face. (9)
A ave, em contrapartida, bateu as asas para sair do chão, usando a garra para atingir Amélia em sua face (11), passando da testa até o lábio inferior da menina. A semideusa urrou de dor, lhe dando uma cotovelada para se livrar do bicho e rolando para o lado. O segundo pássaro utilizou dos próprios raios para atingir a filha de Júpiter, que aproveitou para usar a eletricidade para estancar o sangue que escorria de seu corte (10).  A semideusa laçou o segundo monstro (13) como se fosse um touro, mas falhou em montá-lo como pretendia (4), deixando apenas a corrente em volta de seu pescoço. A semideusa aproveitou um muro contendo várias roseiras para criar um escudo (9) entre ela, o pássaro que estava preso em sua corrente e os outros dois.
 Apesar de conseguir manter o foco apenas em um monstro, enquanto a semideusa criava o escudo, o seu oponente usou às duas garras para lhe cortar no abdomem (12) e infligir raios em sua corrente sanguínea a partir desse corte (12), por estar distraída, Amélia não conseguiu usar os raios a seu favor, caindo ao chão enquanto se tremia por inteiro.  A jovem sentiu a corrente se mexer e, abrindo um dos olhos, ela viu seu prisioneiro tentar se livrar da corrente, o que fez com que ela usasse sua força para puxar a corda do chicote(9) para si, apertando ainda mais contra o pescoço dele. Amélia, fraca, tentou se levantar (4), mas seu oponente com apenas uma grande lufada de ar a derrubou novamente. 
O animal tentou duas investidas contra amélia, a primeira ele tentou usar seu poder de raio(1) novamente contra a semideusa, que conseguiu bloquear e o segundo ele se esforçou para erguer voo(5), apenas para ser puxado ao chão pela corrente, que Lia segurava com toda sua força.  Lia tentou desferir um chute (4), mas o pássaro conseguiu desviar deste com maestria. Em um estado de fúria, a semideusa puxou o chicote para si, consequentemente o bicho foi junto, Mia passou a corda novamente pelo pescoço, deixando que os espinhos de sua extensão penetrasse na pele do monstro (12). Chevalier ficou naquela posição pelo que pareceram horas, a barreira de proteção já estava abaixando, mas ela só se mexeu quando finalmente sentiu um vazio em seus braços, uma poeira dourada subindo.
Sem tempo para contemplar seu feito, Amélia foi direto para o chão quando as unhas de seu oponente cravaram(13) em sua carne, fazendo-a gritar de dor, mas não o suficiente para incapacitá-la. A semideusa usou o cabo de seu chicote como arma, levando seu punho com toda a sua força na cabeça da ave(14), aproveitando de seu momento de distração para laça-la e erguer voo com a mesma(14). Utilizando da mesma técnica com o outro oponente, puxou o laço para trás, deixando os espinhos perfurarem o pescoço do animal até perceber estar mais leve, o monstro havia partido.
O terceiro e último oponente estava no ar, voando atrás da semideusa que começou a ir em direção ao seu destino. Os dois sabiam que usar seus poderes era irrelevante, apenas com distrações os raios poderiam ser útil para ambos. Amélia, com seu corpo voltado para a frente -ainda indo em direção à Las Vegas, trouxe seu braço para frente e com grande velocidade o levou para trás novamente, prendendo(9) em uma das asas do Pássaro. A filha de Júpiter então passou a voar mais rápido, arrastando a ave atrás de si e, utilizando todas as forças que tinha, puxou a corda para frente, sentindo uma das asas do seu inimigo rasgarem(12). Lia soltou a corda do chicote, vendo o bicho ir em direção ao chão e o seguiu, o pegando pelo pescoço(9).  ❝Você já era, sua galinha estupida.❞ murmurou mal-humorada para seu oponente, que tentou em vão atingi-la com suas garras(5). Amélia começou a socar a face do Pássaro(8), usando por fim suas mãos no pescoço para estrangular o animal(15), sentindo suas mãos se encontrarem em alguns segundos, uma poeira dourada a circulando.
Amy finalmente pousou no chão, se ajoelhando e respirando fundo. A menina usou um poste de energia perto de si para usar a eletricidade³, a fim de estancar os novos cortes de seu corpo. Ela sabia que ficaria com várias novas cicatrizes e parte dela se sentiu mal com isso. Ela havia recém-saído de um relacionamento de anos e agora estava com várias marcas pelo seu corpo que ela julgava a lhe deixarem feias. Deixando sua consciência ter seu minuto de crítica. Mas ela não podia se dar o luxo de parar, não agora. Estava tão perto de chegar em seu destino e enfim dar início de verdade a sua missão.
Em vinte minutos, voando, Lia chegou em seu destino. A cidade estava em seu ápice,  luzes neon por todo lado, carros passando, mulheres em seus melhores trajes. Foi nessa distração que Amélia não percebeu uma sombra se aproximando, muito menos a mão que lhe cobriu a boca. Os braços estavam presos em uma corda e ela sentia a ponta de algo afiado em suas costas: como ela poderia ter sido tão burra? Quem quer que tenha lhe sequestrado, a levou para um galpão no centro de Las Vegas, a jogando no chão com força. A semideusa estava completamente desorientada, tentando entender o que estava acontecendo e, foi então, que ela a viu.  ❝Tal pai, tal filha... eu acredito que seja esse o ditado, certo?❞ a mulher disse. Lâmia, antiga amante de Júpiter.
TW: tortura
A amante pegou uma adaga dourada, fincando-a no peito esquerdo da semideusa, 3 cm dentro da pele e puxando a faca para baixo, parando apenas 5 cm abaixo do umbigo de Amélia. A esse ponto a semi mortal já estava sem voz, havia gritado tanto que agora somente soluços saíam de sua garganta, a menina sentia os outros cortes de seu corpo se abrindo também, provavelmente com a força que ela fazia toda vez que se contorcia, conforme era torturada.   ❝Eu já fui muito bela também, não é atoa que se pai deitou-se comigo...❞ a mulher se gabava, a adaga ensaguentada já esquecida ao seu lado. Mia não conseguia registrar o que se passava, ela não sentia nenhuma corrente elétrica no lugar -certamente Lâmia havia pensado nisso e desligado a eletricidade.
❝Aposto que sua mãe também era bela..., mas Hera não a amaldiçoou como fez comigo.❞ o monstro seguia falando, mas a mente de Lia estava tentando formular um plano, era difícil quando se estava completamente machucada.  ❝Bom, ela está morta, de qualquer forma. Não maldigo dos mortos.❞ finalizou Lâmia, fazendo com que Amélia grunhisse. A mulher se virou para pegar algo e a semideusa aproveitou para puxar a adaga com o pé, de primeiro a adaga não se mexeu(5), mas a filha de Júpiter, entre arfadas de dor, não desistiu, puxando-a novamente(7) e a trazendo para perto de sua bunda, sentando em cima da arma e passando-a para suas costas.  Lâmia por algum motivo estava distraída demais com o que fazia, já que não havia percebido o movimento atrás de si. A semideusa se movia com grande lentidão, colocando a lâmina da adaga contra a corda que passava em seus pulsos, conseguindo se libertar(9), a semideusa não estava, contudo, com seu chicote.  Teria que usar a adaga do monstro, que ela pode perceber ser de bronze celestial. A filha de Júpiter, com todo silêncio que conseguiu, ficou de pé. Apenas para ver Lâmia se virando com um ferro em brasas e vindo em direção a Amélia.
A prole do rei dos deuses não conseguiu desviar da investida da amante, estava muito lenta devido aos machucados e por isso foi acertada(14) entre os seios por um símbolo de cobra nadando em uma onda.  ❝Isso é para você se lembrar da sua própria traição.❞ o monstro brandou, antes de passar uma rasteira com a própria cauda na semideusa, a levando para o chão. A mulher veio para cima dela, mas Amélia usou a arma de sua tortura contra sua torturadora, enfiando no estômago da mesma(14), mas não tendo força para puxá-la par abaixo(4), então ela decidiu esfaqueia-la o quanto fosse preciso(7), apoiando-se na parede atrás de si para se levantar e deixando o último golpe no crânio(11), vendo-a se materializar em poeira.
 Amélia caiu novamente no chão, seu corpo tomado pelas dores e ela sabia estar a um passo de desmaiar. A semideusa sentiu a bile subindo e não conseguiu segurar, despejando o conteúdo de seu estomago no chão ao seu lado. Ela queria dormir, queria chorar, queria morrer. Ela ainda não havia sequer feito sua missão e já estava mais para o reino de Hades do que no mundo mortal e ela tinha plena convicção disso.
 ❝Amélia Isabelle Chevalier❞ duas vozes brandaram em algum lugar, provavelmente seria julgada agora e poderia ter paz nos Campos do Elísios.  ❝Você nos surpreendeu, criança.❞ uma mulher, em seus trinta e cinco anos disse.  Bronte, ela servia a seu pai. Seria ela a responsável para levá-la ao mundo inferior. A mulher se aproximou e, com um toque, a semideusa sentiu uma corrente elétrica passar por seu corpo. Ela não havia a curado, mas seus ferimentos não sangravam mais. Lia sentia-se levemente mais forte naquele momento, conseguindo se colocar de pé. A mente da filha de Júpiter começou a funcionar novamente.
❝Vocês não vieram me ajudar.❞ constatou. Se fosse o caso, elas teriam intervindo antes. Amélia não era filha delas e dada a atual situação, ela acreditava que os deuses poderiam interferir mais, afinal, Selene estava treinando semideuses em sua casa nesse momento.  ❝V-vocês se abnegaram ao meu pai.❞ disse fraca, o choque de suas palavras a atingindo como um raio. Bronte e Astrape eram raios e trovões, elas deveriam se curvar.  ❝Isso era um plano... vocês queriam me matar?❞ a semideusa segurava firmemente a adaga agora, preparada para atacar se preciso, ela ainda não tinha certeza. Astrape negou com a cabeça.  ❝Os céus caíram, o Olimpo está vazio, criança. Nosso lorde está desaparecido, precisávamos tomar uma atitude. Servimos a Zeus, jamais juntaríamos forças com ��rebo.❞ revelou uma das duas, a visão de Amélia voltou a ficar turva, ela estava enfraquecendo novamente.  ❝Somente uma pessoa seria capaz de ganhar nossa servidão, você.❞ para o conforto de seu ego, Lia conseguiu segurar seu choque dessa vez.  ❝Contudo, eu e minha irmã jamais serviríamos alguém fraco e, por tal motivo, trouxemos Lâmia para você. Sua tarefa era derrotá-la e então os raios e os trovões se curvariam a você. Se perdesse... bom, com a morte da herdeira dos céus, nossa força seria bem usada em outro lugar.❞ por mais louco que fosse o que a deusa falava, fazia sentindo na cabeça de Amélia e por isso ela concordou, um dos poucos movimentos que não a machucava. ❝Você lutou como uma verdadeira heroína e por isso não iremos a curá-la, seus machucados e traumas são seus para contar sua história. Mas oferecemos nossos parabéns. ❞ e com isso o mundo ficou escuro para Chevalier, escutando apenas um estrondo ao seu redor. A jovem acordou, segundos depois nos Campos de Marte, as deusas haviam a teletransportado através dos raios e trovões, ainda impedindo que eles a curassem. Vacas, a menina pensou. Amélia fechou os olhos ao sentir dois braços a pegando no colo, ela estava em casa, quem quer que tenha a pegado provavelmente estaria a levando para a enfermaria, ela estava segura.
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