# expressão emocional versão original
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claireclaymore · 6 months ago
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Já reparam que a tradução brasileira de Jogos Vorazes é zoada?
Aproveitando que agora eu descobri que tem gente falando português por aqui, queria discutir uma paranóia que eu tive relendo os livros em português e lendo a versão em inglês.
Comparando algumas passagens do livro, eu reparei que a tradução, embora se aproxime do significado original, escolhe umas palavras que não carregam a mesma intensidade emocional que a frase original tem.
Um exemplo: a última cena do Gale e da Katniss, no inglês ele diz:
 "That was the one thing I had going for me. Taking care of your family"
Essa expressão "had going for" tem um sentido de barganha, um meio para se chegar a certo resultado. Ou seja, cuidar da família da Katniss era uma espécie de "vantagem" que que ele tinha para angariar a afeição dela. Na versão original, há um indício bem forte de que a perda da "chance" dele é o que mais o magoa (o que eleva ao infinito meu ranço por ele, já que haveria coisas mais sensatas para se dizer sobre a morte da irmã de sua amada, não fazer isso ser sobre você é uma delas)
Então (eu acho) uma tradução mais fidedigna seria "Minha única vantagem/ponto forte era essa. Cuidar da sua família"
Mas aí a Editora Rocco me vem com essa pataquada:
"Minha única responsabilidade era cuidar da sua família"
Gente... o que isso tem a ver?!!! Juntaram duas frases em uma só e simplesmente ignoraram uma expressão que mostrava qual era o tom da fala do Gale! Aqui essa frase pode (como foi) interpretada como um sentimento de remorso pessoal por não ter protegido uma pessoa que era como família dele também. Não a toa que há tantas passadoras de pano pro Gale na nossa terra!
E os absurdos não pararam aí. Tem vários diálogos e descrições que perdem o brilho na tradução, principalmente quando tratam dos pensamentos da Katniss sobre o Peeta. Em inglês, há uma riqueza de figuras de linguagem, muitas metáforas e hipérboles que mesclam as características físicas com as qualidades que Katniss atribui a ele. Na tradução esse subtexto raramente é respeitado. O discurso é muito literal e direto, como se o tradutor tivesse fazendo o trabalho revirando os olhos.
E outra coisa que me incomoda é como eles traduziram "real or not real". Verdadeiro ou falso é questão de vestibular! Qual era o problema de colocar "Real ou não?"
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bloglivre-blog · 5 years ago
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Doentes de Bolsonaro: “Olha sua cor”, ‘Além da Imaginação’ e a denúncia do ódio
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Doentes de Bolsonaro: “Olha sua cor”, ‘Além da Imaginação’ e a denúncia do ódio
Muita confusão entre torcedores e seguranças no clássico @Cruzeiro x @Atletico “. pic.twitter.com/mY8768zHcE
— Lucas Von Dollinger (@LucasDVon) November 10, 2019
“Olha sua cor”, disse um torcedor do Atlético-MG para um dos seguranças contratados para atuar durante o duelo entre o alvinegro com o Cruzeiro que aconteceu neste domingo (10), no Mineirão. O caso de injúria racial foi registrado em vídeo pelo repórter @LucasDVon e ficou entre os assuntos mais mencionados no Twitter (#RacismoNuncaMais, #RacismoÉCrime e #RacismoNoFutebolNão).
No vídeo, os torcedores do Galo gritam com um segurança parado, que mal respondia. De repente o mais exaltado solta: “Olha sua cor”. A identificação é fácil depois do flagra capturado pelo repórter. Apesar de episódios marcados pelo racismo no futebol serem frequentes e a democracia racial em campo ser um mito, isso não é sobre futebol apenas! Você provavelmente já ouviu falar que o futebol é um microcosmo do social. Sendo assim, os casos de racismo no esporte são um reflexo de um comportamento que está em estado latente na sociedade.
Mas ultimamente a herança maldita de três séculos de escravidão – traduzida em racismo; manutenção de privilégios e desigualdade social; aceitação da prática de tortura e da exploração desumana de outros indivíduos – que arruína o futuro das pessoas parece ter sido esquecida por alguns brasileiros. Em entrevista para o site Brasil 247, o economista brasileiro Paulo Nogueira Batista Jr., autor de O Brasil não cabe no quintal de ninguém, afirmou que “as eleições de 2018 abriram as porteiras para um Brasil ‘primitivo, ignorante e ressentido’”.
A vitória de Jair Bolsonaro abriu a caixa de Pandora e dela saiu tudo o que faz as pessoas se sentirem autorizadas a agredir fisicamente, psicologicamente ou verbalmente a dignidade e a honra dos outros. Bolsonaro irradia ódio, faz apologia a tortura, elogia ditadores (Strossner e Pinochet) e torturadores, é homofóbico, pede a legalização das milícias e elogia grupos de extermínio. “Sinto ‘pena’ pelo Brasil sob governo Bolsonaro”, disse Michelle Bachelet, comissária para Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) e ex-presidente do Chile, durante entrevista para uma TV local, conforme reportou a agência de notícias Reuters.
Sob o governo de Bolsonaro, o Brasil virou um Bacurau [expressão que virou senha para referir-se a epidemia de brutalidade e violência homicida no país. O conceito saiu do título do faroeste premiado de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles.] com um enredo porra-louca, alucinado e bizarro. Reacionarismo e fanatismo religioso estão em alta no país no qual a máfia (a milícia) chegou de fato ao poder pela primeira vez e com apoio dos militares. Após dez meses de desgoverno, o projeto de Bolsonaro parece ser o de transformar o país em terra de ninguém, sem lei, onde tudo é permitido.
Já na Presidência, Bolsonaro defendeu armar a população para não haver golpes de Estado. O vereador carioca Carlos Bolsonaro (PSC), o filho “zero dois” do presidente, afirmou que “por vias democráticas a transformação que o Brasil quer não acontecerá na velocidade que almejamos”. Já o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), o filho “zero três” de Jair Bolsonaro e aspirante a ‘embaixapeiro’ do Brasil nos EUA, afirmou em entrevista que, se a esquerda ‘radicalizar’, uma das respostas do governo poderá ser “via um novo AI-5”.
É difícil dissociar a escalada da violência no Brasil dos discursos proferidos pelo atual presidente da República. Dezenas de casos de agressão e violência tem sido cometidos por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, famoso por seus discursos de ódio propagados contra diferentes grupos sociais, desde seus opositores até as minorias. A verdade é que os brasileiros têm adoecido com Bolsonaro na presidência da República. Ou será que somente um país já doente poderia eleger alguém como Bolsonaro?
É verdade que há algum tempo as forças populistas de extrema-direita vêm ganhando espaço pelo globo conforme o professor, escritor e historiador Durval Muniz de Albuquerque Jr. explica na série de artigos intitulados “Por que a extrema-direita cresce em todo mundo”, publicados no portal SAIBA MAIS. Racismo, homofobia, machismo, xenofobia, anti-intelectualismo, intolerância religiosa, autoritarismo, nacionalismo, conservadorismo, populismo, desprezo pelo pluralismo etc. irracionalidade, discursos de ódio, brutalidade e atos de violência são elementos costumam nutrir esses movimentos políticos de extrema-direita.
A nova versão de Além da Imaginação (The Twilight Zone), série clássica criada por Rod Serling no final dos anos 50, faz uma releitura contemporânea da atração original e traz histórias que se debruçam sobre o crescimento do radicalismo conservador, da truculência e do ódio no mundo hoje com interpretações alegóricas muito interessantes. O reboot é apresentado e narrado por Jordan Peele (Corra!, Nós) que conseguiu o mérito de misturar elementos de ficção científica, suspense, terror e fantasia com temas sociais atuais e relevantes capazes de conectar gerações diferentes de fãs do programa.
Além da Imaginação é, ao lado de Black Mirror ou Electric Dreams, um daqueles seriados que explora o cotidiano em situações bizarras. Mas enquanto as séries citadas anteriormente abordam o lado sombrio do uso da tecnologia destacando como elas podem afetar a vivência do dia a dia, os melhores episódios do reboot da série são os que fazem comentários sobre os EUA de hoje colocando os personagens para enfrentar algum problema de forma exagerada, assustadora e repleta de mistérios.
Apesar de ser uma obra de ficção científica, algumas histórias retratam situações estranhamente “familiares” ou que parecem cada vez mais próximas de acontecer. Em Replay, terceiro episódio da série, acompanhamos uma família negra que sofre uma sufocante perseguição por um policial branco. Nina Harrison (Sanaa Lathan) tenta impedir que um policial de um estado racista mate seu filho usando uma câmera de vídeo com o poder de voltar no tempo. O capítulo coloca o dedo na ferida das tensões raciais e discussões sobre abuso de poder que ocorre nos Estados Unidos, com muita tensão e um final surpreendente.
No quinto capítulo, intitulado The Wunderkind, Raff Hanks (John Cho) é um estrategista político decadente que, contrariando as expectativas, consegue eleger um garoto (Jacob Tremblay) de 11 anos para presidente dos Estados Unidos. Porém, depois de eleito, ao invés de abraçar a liturgia do cargo começa a aflorar a natureza indisciplinável, arrogante e fora de controle do jovem.
O ex-primeiro-ministro britânico, Winston Churchill, dizia que “a democracia é o pior dos regimes políticos, mas não há nenhum sistema melhor que ela”, então, a única alternativa é o aperfeiçoamento dela. The Wunderkind é uma alegoria de como determinadas apostas políticas podem dar assustadoramente errado produzindo graves desvios históricos.
Adolf Hitler, Francisco Franco, Antonio Salazar, Emílio Garrastazu Médici, Josef Stálin, François Duvalier, Benito Mussolini, Augusto Pinochet, Ferdinand Marcos, Alfredo Stroessner e Idi Amin são algumas aberrações da história mundial. Mas é preciso prestar atenção na ascensão dos “novos” fascistas que se disseminam pelo mundo.
Atualmente o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é um dos principais representantes do neofascismo mundial. Outros exemplos conhecidos são: Narendra Modi (Índia), Viktor Orbán (Hungria), Recep Tayyip Erdogan (Turquia), Rodrigo Duterte (Filipinas), e agora Jair Bolsonaro no Brasil.
Após uma chuva de meteoros, uma cidade inteira é afetada por uma infecção que atinge alguns habitantes mais do que outros. Not All Men cria terror psicológico no qual a “masculinidade tóxica” presente em algumas relações sociais é expressa por meio da metáfora da agressividade que toma controle dos homens após a queda do meteorito.
A “masculinidade tóxica” é um conjunto de mitos sociais sobre que é ser um “homem de verdade”. “Meninos não choram”, “…Precisam brigar”, Futebol e roupa azul são coisas de meninos, ‘Como não vai querer sexo, se você é homem!’, o homem responsável é “o homem molenga” refletem algumas dessas convenções sociais e situações cotidianas nas quais a ideia do masculino acaba sendo nociva para todos.
O conceito surgiu da necessidade de explicar que masculinidade não tem nada a ver com comportamento agressivo, violento, rigidez emocional ou a ideia de “macho infalível”. Isso são apenas estereótipos de masculinidade que podem afetar a vida e a saúde dos próprios homens e de terceiros.
Apesar de a taxa total de homicídios no Brasil ter caído 10,8% de 2017 para 2018, a violência contra as mulheres aumentou no ano passado. O feminicídio (assassinato de mulheres por serem mulheres) aumentou em 6,4% em 2018 na comparação com 2017 (foram 1.206 casos no ano passado, ante 1.133 em 2017), segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública. No Brasil, a Lei do Feminicídio (Lei 13.104/15) estabelece que quando o homicídio é cometido contra uma mulher a pena é maior.
No oitavo episódio de Além da Imaginação, Eve Martin (Ginnifer Goodwin) é uma dona de casa que tem uma vida perfeita com seu marido e duas filhas. Sempre bem vestida e comportada, ela não consegue esconder sua arrogância ao lidar com funcionários no mercado ou deixar o egoísmo de lado ao tomar duas vagas no estacionamento. Um dia, sua empregada (Zabryna Guevara) é detida, o que incomoda Eve, mas a preocupação de verdade só surge quando ela própria é abordada por agentes do governo para longas sessões de interrogatório. Após algumas revelações Eve muda a forma ver o mundo e seu próprio comportamento quando descobre de onde ela é realmente após ser tirada da família.
Point of Origin dramatiza e tem como subtexto os violentos centros de detenção de imigrantes nos EUA. Em junho deste ano José Miguel Vivanco, diretor da divisão das Américas da Human Rights Watch (HRW), declarou que as crianças imigrantes vivem uma “barbárie nunca antes vista” (via R7) nos Estados Unidos devido à política “deliberada” do presidente Donald Trump para dissuadir a imigração de centro-americanos. Atualmente, os EUA podem deter uma criança que atravessou a fronteira de forma ilegal com a família por 20 dias no máximo, mas governo americano vai apresentar uma nova regulamentação, que pode ser contestada na Justiça. O intuito da Casa Branca é que não haja prazo.
Membros do Foro de São Paulo radicalizando e fazendo apologia à violência, inclusive usando crianças.
Essa esquerda brasileira é mesmo terrível. pic.twitter.com/LyuRDg5cuE
— Paulo RJ (@hospicio_brasil) November 10, 2019
O Brasil virou uma fábrica de absurdos sob a batuta de Jair Bolsonaro que supera a imaginação do mais criativo dos roteiristas. Situações dantescas parecem cada vez mais frequentes na triste Era Bolsonaro: um jovem suspeito de furto é morto com uma ‘gravata’ dada por segurança do supermercado ‘Extra’, na Barra da Tijuca (RJ), mesmo já imobilizado; militares do Exército dão 80 tiros no carro de um músico matando ele e o catador de lixo que tentava ajudar a família atingida; homens atacam mulher na avenida Paulista, durante ato pró-Bolsonaro; a Polícia Rodoviária Federal invade reunião de professores que planejavam protesto contra Bolsonaro; bolsonarista ameaça ciclista que perguntou cadê o Queiroz (“Meu filho se te pega te corta em cinco”) e manifestantes lavajatistas da extrema-direita incentivam crianças a jogarem tomates e pedras em placa com foto dos ministros do STF sob gritos de “a nossa bandeira jamais será vermelha”, “segunda instância já” e “Lula ladrão seu lugar é na prisão” durante ato pró Lava Jato.
olha lá quem vem…é o cidadão de bem, é o cidadão de bem! pic.twitter.com/hE1oRXTCms
— Joanna Maranhão (@Jujuca1987) November 10, 2019
As falas do presidente Jair Bolsonaro potencializam os instintos fascistas do “cidadão de bem” e cenas medievais voltam a ser vistas pelo país. Agora homens podem espancar mulheres, arautos da moralidade e justiceiros estão livres para sonegar de impostos, enriquecer da noite para o dia, falar mal de pobre no aeroporto, desejar que estuprem e matem as filhas dos ministros do STF, policiais podem sobrevoar de helicóptero atirando contra os moradores das favelas, segurança pode torturar adolescente (17) com um chicote por cerca de 40 minutos em um porão de supermercado, homem pode atirar na cabeça de uma agrônoma após perseguição no trânsito e ser falso moralista em nome da “familícia acima de tudo” e do “laranjal acima de todos”. Capirotos Vult!
O discurso de ódio sempre existiu, mas em tempos de redes sociais a disseminação desse tipo de conteúdo acontece mais rapidamente e o alcance tende a chegar em maior escala por intermédio das novas tecnologias de comunicação. Por isso, é preciso estar atendo ao discurso de ódio no dia a dia e no ambiente virtual e combater as manifestações que atacam e incitam ódio contra grupos sociais baseadas em raça, etnia, gênero, orientação sexual, religiosa, política ou origem nacional. É imprescindível que os defensores do legado do marco civilizatório tenham respostas contundentes na ponta da língua contra esses ataques e o melhor remédio contra o ódio é a VERDADE.
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