#nos cumes do desespero
Explore tagged Tumblr posts
Text
A tarde
Ave Maria! blessed be the hour! The time, the clime, lhe spot where I so oft Have felt thar moment in its fullest power Sink o'er the earth so beautiful and soft...
- Byron
Ó tarde, oh bela tarde, oh meus amores, Mãe da meditação, meu doce encanto! Os rogos da minha alma enfim ouviste, E grato refrigério vens trazer-lhe No teu remansear prenhe de enlevos! Em quanto de te ver gostam meus olhos, Enquanto sinto a minha voz nos lábios, Enquanto a morte me não rouba à vida, Um hino em teu louvor minha alma exale, Oh tarde, oh bela tarde, oh meus amores!
I
É bela a noite, quando grave estende Sobre a terra dormente o negro manto De brilhantes estrelas recamado; Mas nessa escuridão, nesse silêncio Que ela consigo traz, há um quê de horrível Que espanta e desespera e geme n'alma; Um quê de triste que nos lembra a morte! No romper d'alva há tanto amor, tal vida, Há tantas cores, brilhantismo e pompa, Que fascina, que atrai, que a amar convida; Não pode suportá-la homem que sofre, Órfãos de coração não podem vê-la.
Só tu, feliz, só tu, a todos prendes! A mente, o coração, sentidos, olhos, A ledice e a dor, o pranto e o riso, Folgam de te avistar; - são teus, - és deles Homem que sente dor folga contigo, Homem que tem prazer folga de ver-te! Contigo simpatizam, porque és bela, Qu'és mãe de merencórios pensamentos, Entre os céus e a terra êxtasis doce, Entre dor e prazer celeste arroubo.
II
A brisa que murmura na folhagem, As aves que pipilam docemente, A estrela que desponta, que rutila, Com duvidosa luz ferindo os mares, O sol que vai nas águas sepultar-se Tingindo o azul dos céus de branco e d'oiro; Perfumes, murmurar, vapores, brisa, Estrelas, céus e mar, e sol e terra, Tudo existe contigo, e tu és tudo.
III
Homem que vivo agro viver de corte, lndiferente olhar derrama a custo Sobre os fulgores teus; - homem do mundo Mal pode o desbotado pensamento Revolver sobre o pó; mas nunca, oh nunca! Há de elevar-se a Deus, e nunca há de ele Na abóbada celeste ir pendurar-se, Como de rósea flor pendente abelha. Homem da natureza, esse contemple De púrpura tingir a luz que morre As nuvens lá no ocaso vacilantes! Há de vida melhor sentir no peito, Sentir doce prazer sorrir-lhe n'alma, E fonte de ternura inesgotável Do fundo coração brotar-lhe em ondas.
Hora do pôr do sol? - hora fagueira, Qu'encerras tanto amor, tristeza tanta! Quem há que de te ver não sinta enlevos, Quem há na terra que não sinta as fibras Todas do coração pulsar-lhe amigas, Quando desse teu manto as pardas franjas Soltas, roçando a habitação dos homens? Há prazer tamanho que embriaga, Há prazer tão puro, que parece Haver anjos dos céus com seus acordes A mísera existência acalentado!
IV
Sócia do forasteiro, tu, saudade, Nesta hora os teus espinhos mais pungentes Cravas no coração do que anda errante. Só ele, o peregrino, onde acolher-se, Não tem tugúrio seu, nem pai, nem 'spôsa, Ninguém que o espere com sorrir nos lábios E paz no coração, - ninguém que estranhe, Que anseie aflito de o não ver consigo! Cravas então, saudade, os teus espinhos; E eles, tão pungentes, tão agudos, Varando o coração de um lado a outro, Nem trazem dor, nem desespero incitam; Mas remanso de dor, mas um suave Recordar do passado, - um quê de triste Que ri ao coração, chamando aos olhos Tão espontâneo, tão fagueiro pranto, Que não fora prazer não derramá-lo. E quem - ah tão feliz! -- quem peregrino Sobre a terra não foi? Quem sempre há vista Sereno e brando deslizar-se o fumo Sobre o teto dos seus; e sobre os cumes Que os seus olhos hão visto à luz primeira Crescer branca neblina que se enrola, Como incenso que aos céus a terra envia? Tão feliz! quando a morte envolta em pranto Com gelado suor lh'enerva os membros, Procura inda outra mão co'a mão sem vida, E o extremo cintilar dos olhos baços, De um ente amado procurando os olhos, Sem prazer, mas sem dor, ali se apaga. O exilado! esse não; tão só na vida, Como no passamento ermo e sozinho, Sente dores cruéis, torvos pesares Do leito aflito esvoaçar-lhe em torno, Roçar-lhe o frio, o pálido semblante, E o instante derradeiro amargurar-lhe. Porém, no meu passar da vida à morte, Possa co'a extrema luz destes meus olhos Trocar último adeus com os teus fulgores! Ah! possa o teu alento perfumado, Do que na terra estimo, docemente Minha alma separar, e derramá-la Como um vago perfume aos pés do Eterno.
Gonçalves Dias
2 notes
·
View notes
Text
"Todas as suas alegrias de antes tornam-se pouco a pouco insípidas, até que enfim ela encontra um homem, para o qual um desconhecido sentimento a arrasta irremediavelmente, no qual funda todas as suas esperanças, pelo qual esquece o mundo que a rodeia. Ela nada escuta, nada vê, nada sente a não ser ele, o único, e só por ele, o único, é que anseia. Como não está corrompida pelos prazeres frívolos da vaidade e dos galanteios, os seus desejos vão direto ao alvo, quer ser sua, quer gozar em eterna união toda a felicidade que lhe falta, os prazeres a que aspira. Promessas repetidas que selam a certeza de todas suas esperanças, carinhos temerários que lhe aumentam os desejos, apoderam-se de toda a sua alma. Ela está suspensa em uma surda consciência, no antegozo de todos os prazeres subiu ao cume, e estende enfim os braços para cingir todos os seus desejos… e o seu amante a abandona… Ei-la em transe, privada dos sentidos, à beira do abismo; tudo é escuridão a sua volta, nenhuma perspectiva, nenhum consolo, nenhum vislumbre de esperança, porque a abandonou o único por quem e em quem ela sentia viver! Não vê o vasto mundo que diante dela se estende, e o número daqueles que poderiam substituir a perda que sofreu. Ela sente-se sozinha, abandonada por todos… e cega, oprimida pelo horrível aperto de seu coração, arroja-se ao abismo para sufocar todos os seus tormentos na morte que tudo abarca… Vê, Alberto, essa é a história de tantas pessoas! E não é esse o mesmo caso da enfermidade? A Natureza não encontra nenhuma saída desse labirinto de forças intrincadas e antagônicas, e o homem tem de morrer. Ai daquele que, à vista disso, fosse capaz de dizer: ‘Que louca! Se tivesse esperado, se houvesse deixado o tempo correr, o seu desespero ter-se-ia acalmado e em breve encontraria um outro que a consolasse’. É exatamente como se alguém dissesse: ‘O louco vai morrer de febre! Se tivesse esperado até que suas forças voltassem, até que se houvessem corrigido seus humores e apaziguado o tumulto de seu sangue, tudo se restabeleceria e estaria vivendo até hoje’.” Alberto, que ainda não achava convincente a comparação, fez-me objeções, entre outras a de que eu acabava de contar a história de uma moça ingênua; não podia conceber como desculpar a um homem de bom senso, não tão limitado, e capaz de ver mais longe. “Meu amigo!”, exclamei. “O homem é sempre homem, e a pequena dose de bom senso que este tem a mais do que aquela pouco pesa na balança quando as paixões fervilham e os limites do humano nos sufocam. Ou, muito antes… Em outra oportunidade falaremos disso”, disse eu pegando o chapéu. Oh, meu coração estava tão cheio… e nós nos separamos sem ter-nos entendido um ao outro. É tão raro duas pessoas se entenderem neste mundo!
Goethe, 12 de Agosto
0 notes
Text
ei, você do futuro! Você poderia me visitar em meu sonhos hoje e dizer que tudo ficará bem? Ou pelo menos mais suportável e que eu só preciso aguentar mais um pouco? Assim como foi há 10 anos atrás?
entendo Cioran quando ele falou que escreveu 'Nos cumes do desespero' para não pôr fim em sua própria vida. Escrevo essas palavras vazias nessa tela escura e fria para não enlouquecer comigo mesmo.
Como se eu pudesse... Nunca esqueci das palavras da professora ao declarar que só enlouquece quem pode. Antes eu ficasse louco e minha consciência fosse engolida pelo mar que submerge minha cabeça. O problema não é caminhar pelo inferno, mas ter a consciência disso e, talvez o pior, a falta de esperança de que algum dia sairá dali.
Será que estarei sendo dramático demais? Como disse um dia: só escrevo no absoluto, pois é em absoluto que sinto.
Hoje a Lua estava tão bonita. Ela me sorria como o Gato de Chesire sorria para a Alice, como se soubesse uma verdade essencial e eu, confuso, a admirava.
Desculpe por tentar manchar a noite com minhas tolas lamentações!
Boa noite!
-------
-Gatinho de Cheshire (…) Poderia me dizer, por favor, que caminho devo tomar para ir embora daqui?
-Isso depende muito de para onde quer ir - responder o Gato.
-Para mim, acho que tanto faz… - disse a menina.
-Nesse caso, qualquer caminho serve - afirmou o Gato.
-… contanto que eu chegue a algum lugar - completou Alice, para se explicar melhor.
-Ah, mas com certeza você vai chegar, desde que caminhe bastante. [...]
1 note
·
View note
Text
Escuso no jazigo imemorial da inexistência
Este escrito fora feito com palavras soluçadas e trêmulas pelos gemidos de dor, salgadas com as minhas próprias lágrimas. Sopradas em meus ouvidos pelo invisível, caminham dentro de mim dando nome aos demônios que fazem do meu interior sua tenda. O grafite do lápis é simplesmente o eco dos bramidos do mar insensível aos meus sonhos naufragados. Assim dou forma no papel às colinas de mágoa sem me entregar a cólera, escalando-as dia após dia até poder sentir o sol cálido derreter a neblina que tanto perturba a visão do meu espírito.
Achei que fosse de inteira propriedade do pessimismo essa minha mania apática de julgar tudo como temporário. A beleza se deteriora, a força cede-se, o grandioso tem seu cume ultrapassado. Pessoas vêm e vão guiadas pelos seus anseios, ou como escravas das inconstantes circunstâncias são arrastadas pelas ruas da sua história. E ainda que sejam contempladas pela livre opção de escolha, vivem sob a regência do tempo - relógio descompassado quando limita nossas alegrias e momentos tão esperados.
Ainda ouço aquelas mesmas músicas. Então eu fecho os olhos e posso imaginá-lo ao meu lado. Juro! Sinto seu cheiro invadir minhas narinas e dar início às explosões de desejos retraídos. As lágrimas cedem espaço ao sorriso que, por sua vez, surge acompanhado pela friagem da saudade. O dedilhar do violão adornando a poesia que remete à valia de lutar pelo amor, ainda que ele não seja uma luta, desperta em mim a indagação: lutar sob quais condições? Estamos em embarcações tão distantes, e mudar o percurso da minha só iria nos separar ainda mais; eu me perderia no caminho. Então eu tentaria nadar e me afogaria. Você estaria embriagado demais para me ouvir. No entanto navegamos sobre as mesmas águas. Peço ao vento que o sopre devolva para mim. Eu estarei aqui ancorado pela incessante mania de amar-te.
Nas tentativas de me conformar com a sua ausência, mergulhei na inconsciência dos meus sonhos, onde vivenciei meus pretéritos dias de martírio sendo encenados pelos mesmos personagens, os quais eu pensara ter sepultado sob as terras do meu desprezo, só para ter-lhe no alcance do afagar das minhas mãos, no fitar dos meus olhos e no envolver dos meus braços. Quando eu estava imerso no mundo inconsistente dos meus pesadelos, era o sussurro da sua voz, como se ecoasse no fim de um longo túnel, que me libertava das cadeias do desespero. Mais doloroso e desesperador que as figuras horrendas que lá me assombram, é despertar e saber que você não está mais aqui em matéria, apenas nas lembranças que ornamentam a minha memória. Acordo e o desprezo ao presente ausente já não me envolve com tamanha veemência. É impossível negar o que o coração é sedento. Se os olhos são intérpretes da verdade oculta, ao fitar-lhe, banho-te com a nudez das minhas palavras não ditas.
Até agora tenho me afogado nesse silêncio gritante que aos poucos cava em meu peito um abismo interminável e gélido, me roubando a virtude de viver. Minha mente vaga por lugares onde jamais estive e abraça coisas que tampouco cheguei a contemplar, mas estes sempre estiveram vivos e materializados no íntimo do meu ser. O mais intenso dos meus desejos tenta debalde me transladar para o regozijo de um mundo remoto. Meus olhos por sua vez percorrem o antro da minha realidade, onde, com os pés no chão, sou atalhado pelas restrições congênitas.
Vago pelas ruas da solidão, onde o tempo me arrasta para os becos mais escuros e adjetos do meu ser. O insalubre medo e as heresias que tiram a minha paz tornam enferma a minha alma. Preso na opaca prisão das incertezas, desvairam-se minhas práticas humanas. Submisso às iminentes lágrimas corrosivas, amordaçado pelas mesmas, tento em vão rogar a volta do sol que se apagara, da luz que deixou de me guiar, do sentimento que me abandonara.
Perambulam pela minha habitação carnal sentimentos sinceros e verdadeiros, porém impuros e abomináveis; heresias que ferem a minha razão e me roubam o direito de prosperar.
Fui subjugado pela veneração e lançado no vale soturno da melancolia, pois rogava ao ausente sua devoção. Limitado pela mendicância das débeis mãos humanas para me erguer e caminhar, entregava-me inerte ao definhamento. As cicatrizes subsequentes a retaliação são tentativas de inibir a dor que fustiga meu espírito. Por quanto brota das minhas veias o sangue que sufoca as máculas parasitas da minha alma. O suplício cessa e o sol já fora devorado pelo horizonte, dando lugar às estrelas sentinelas da noite e ao céu negro que moldura a tão longínqua e pacata lua.
Ouço a chuva cair sobre o mármore e inundar as lembranças ali sepultadas. Todas as virtudes e incredulidades agora jazem nas terras em que tanto esperei por repousar. Cicatrizes e feridas foram eternizadas na lápide deste túmulo. As flores aqui respiram o ar lúgubre que outrora carregava vida, vida com abundância.
Só resta me acostumar com as ruínas de um templo rendido à exaustão e perambular por um jardim secreto sucumbido às ervas daninhas. Uma vez que lhe condeno à prisão perpétua em minh'alma, levo comigo a miragem de um futuro ao seu lado. Pois fostes o meu começo e meu fim, fostes o fogo que me destruíra e me tornara matéria carbonizada, alastrando-se para suas próprias memórias e me banindo de suas lembranças, me afastando da sua misericórdia. Poderia eu renascer das cinzas tendo a brisa do seu sopro, as mesmas que me deste alívio aos dias quentes no deserto, as espalhadas? Não. Não posso lhe culpar por eu ter desistido de lutar. Talvez eu tenha me matado; um suicídio consumado. Hoje me escondo de ti sob as negras asas de um corvo, no conforto oneroso das sombras. Fui acolhido como filho angustiado pela própria morte.
O som uivante das trombetas soa, enquanto meu espírito clama em sussurros que a carne não consegue exprimir por já ter se desfeito em pó. Gostaria de ter a certeza que há um lugar melhor para mim, já que não fui capaz de transformar a minha solidão na independência que me falta.
Foram poucos os dias que sorri de alma e pude sentir o desejo de vencer. Não sei o que há comigo. Sempre volto à frente do espelho e digo com lágrimas ardendo os olhos o quanto me repudio. Não sei se desisti ou se na verdade nunca tentei. Difícil encontrar um ponto de partida para as palavras que me descrevem. Pois são tantas as punhaladas que influenciam a minha dor que mal posso dar uma sequência à elas. Penso que a melhor forma de por tudo para fora é chorar. Não há palavras fiéis para fotografarem meu estado deprimente. O que estou fazendo é manchando esta folha com o sumo de um limão. Sua acidez e amargura jorram do meu ser, mas a fonte continua dentro dele; eu sou feito dela. Essa névoa de dor expande o peito e o faz queimar com sua frieza. Ela condensa-se transformando no líquido salobro que brota das duas pedras sem cor e sem brilho.
Fui feliz na ingenuidade. Uma criança que se assustava com as explosões e com os gritos surdos e angustiantes de uma mulher desamparada, numa guerra que a envolvia e que um dia eu haveria de pelejar. Mas logo sorria, mesmo contemplando a imagem desfigurada do nosso agressor. Não sentia a inquietude da miséria, tampouco o desconforto da mendicância.
Nunca aceitei a realidade que vivi a partir do momento que tomei consci��ncia dela. Mas nunca tive força para reagir. Por vezes fui acometido pela ilusão de uma vida opulenta, sendo até mal interpretado pelas pessoas à minha volta. Eu só não queria me acomodar. Nunca houve maldade ou egoísmo em mim por pensar assim. Mas as conquistas na vida já não mais faziam sentido para mim. Meus dias foram obscurecidos pelo desalento. A melancolia fora a companheira dedicada a cobrir meu corpo desfalecido, a afagar a cabeça desamparada, a umedecer os olhos cerrados e a apalpar o coração maculado.
Minhas palavras já causam vertigem. Mas não posso deixar de relatar como eu morri.
Sempre me senti atraído pela morte. Ela me seduzia oferecendo consolo e conforto inabaláveis e perpétuos. Pois nela não há a narrativa que a vida tanto preza. Não há personagens, encontros ou partidas, regozijo ou tristeza. Há apenas a paz da inexistência. Antes que eu aceitasse sua proposta e a abraçasse sem relutância, vivi a tormenta da autonegação, um amor nascido do pecado, a tortura da saudade. Eu sobrevivi à vida, sobrevivi a mim.
Houve momentos em que me senti instigado pelo ódio. Mas ele me traía com sua fraqueza contra o amor que eu acalentava; amor que me prendia aos conceitos hereges de um homem esbaforido. Não fui capaz de esquecer os momentos que compartilhamos, as horas de diálogo em que pude observá-lo com toda atenção: cada traço, cada gesto, aquele sorriso apaixonante e os contatos físicos, ainda que a importância e significado deles não fossem recíprocos. Anos contribuíram para a composição desse sentimento e este impediu que anos subsequentes pudessem ser contados como tempo da nossa união. Hoje ainda o observo raramente de longe com o mesmo sorriso, agora para outrem. Seu corpo envolto pelos braços de uma desconhecida. Seus lábios se mexem, mas suas palavras incapazes de se propagarem pelo vácuo que nos separa são inaudíveis. Sinto a dor da minha invisibilidade aos seus olhos, do meu esquecimento, da sua indiferença. Se eu não estivesse tentando oprimir meus sentimentos, talvez eu pudesse ter aproveitado melhor sua presença. Ou se talvez a nossa fé não abominasse tais sentimentos eu poderia ter me vangloriando por ter sido capaz de amar genuinamente.
Eu tive medo de um futuro incerto por estradas ermas. Feria-me na pela enquanto me fariam a alma. Quando as lágrimas eram demais para os olhos, elas retalhavam minhas veias e escorriam pelo meu pulso; odiava-me por não conseguir contê-las.
O sono da morte me anestesiara, tornando-me insensível à história que se findou. Se houver o juízo final rogo que não me despertes, nem que se abram as portas do céu a me receber, tampouco o fogo do inferno a me queimar a alma. Não quero contemplar o paraíso, já que minha essência se perderá. Também não desejo contemplar a devastação de um mundo condenado à dor, onde o maior castigo seria as lembranças de outrora. Assim como fui um homem esquecido, desejo ser um espírito escuso no jazigo imemorial da inexistência.
0 notes
Link
#AUTOCONHECIMENTO#FILOSOFIA#INTELIGÊNCIAEMOCIONAL#OVAZIODAEXISTÊNCIA#SABEDORIA#VAZIOINTERIOR#VIVERBEM#VIVEREEXISTIR#VIVEROAGORA
0 notes
Text
Existem pessoas que são condenadas a saborear somente o veneno das coisas, para quem toda a surpresa é dolorosa e toda a experiência uma nova tortura.
— Nos cumes do desespero, por Emil Cioran.
6 notes
·
View notes
Quote
O que aconteceria se o semblante humano exprimisse fielmente todo o sofrimento interior, se todo o suplício interior tivesse expressão? Poderíamos ainda conversar? Poderíamos ainda trocar palavras sem escondermos o rosto entre as mãos? A vida seria decididamente impossível se a intensidade dos nossos sentimentos pudesse ser lida nos traços de nosso semblante.
Emil Cioran.
#autorias#trechos de livros#nos cumes do desespero#poecitas#carteldapoesia#pequenosescritores#astop#cancionaria#pequenosautores#pequenospoetas#sonhandoseusonho#arquivopoetico#projetoalmaflorida#projetoflorejo#projetoversografando#projetosonhantes#outros
503 notes
·
View notes
Quote
A frequência dos momentos agônicos é um indício de decomposição e queda. A morte é nauseante, é a única obsessão que não pode se tonar voluptuosa. [...] A mais perversa sensação é a sensação de morte. E pensar que há gente que não consegue dormir por causa da perversa obsessão da morte! Como gostaria de mais nada saber de mim e deste mundo.
Cioran, Nos Cumes do Desespero
#Cioran#Emil Cioran#Suicide#insonia#FIlosofia#nietzsche#pessimismo#niilismo#nos cumes do desespero#Morte#NADA
2 notes
·
View notes
Text
Capítulo 3.1 - Terras de Sura
Ele sentiu seu corpo estremecer. Jake instintivamente se enrolou para se proteger do frio e o calor estava escapando para a cama de areia encharcada de suor.
"Uh... Uh... . Hum ..."
Se virou, se mexeu na cama e saiu um som de gemido por causa do movimento, e assim ele acordou. Depois que Jake se levantou, a única coisa que fez foi olhar ao lado. Ele já podia dizer pelo frio que o termo estava ausente, mas ainda tinha que verificar com seus olhos. Kashan não estava na caverna.
"Você saiu?"
Ele sempre desapareceria em um determinado momento. Mas era durante o dia. Estava escuro fora da caverna.
"Noite... Não acho que seja noite."
Não estava muito escuro para dizer que era noite. Escutando atentamente, ouviu o som da água, então parecia que estava chovendo. Jake, que estava se levantando para ter certeza de que estava realmente chovendo, engoliu o som de dor, agarrando-se à areia da cama. Seu corpo inteiro doía. Para ser mais preciso, foi semelhante à sensação do impacto de uma pessoa cair de um lugar alto em uma superfície plana e o choque se espalha por todo o corpo imediatamente. Só que desta vez havia uma diferença no fato de que a fonte da dor eram as nádegas.
Por causa da dor, começou a se lembrar do que havia feito na noite anterior. Aquelas coisas vergonhosas e todo aquele comportamento e gemidos. A sensação de ser abusado aleatoriamente por um ser enorme e irresistível. Jake se empalideceu quando lembrou de como se comportou com ele e sucumbiu aos seus instintos animais. Junto com o frio caindo sobre o corpo, o suor que escorria pelas costas esfriava o corpo ainda mais.
"Mesmo... realmente... "
Você está ficando louco? Não importa o quão difícil seja permanecer são, é inútil? Agora está tudo claro. O fato dele ser deixado nesta caverna escura sem saber de nada por causa do contrato mesquinho entre o planeta pai e o alienígena, e o forçando a ajudar o termo na procriação.
Jake estava prestes a perder a paciência. Sua mão, agarrando a areia, tremia. Assim que recuperou sua sanidade e calmamente descobriu o que tinha acontecido, a raiva começou a crescer dentro dele.
"Foda-se!"
Ninguém ouviu, então agiu com mais violência. Jake jogou areia na parede e atingiu a cama com o punho, soluçando. Sua cabeça e peito doíam tanto que não podia mais sentir a queimação e as dores musculares que surgiam regularmente. Foi injusto. Era injusto e não podia ficar sem gritar.
"Merda! Filho da puta, seu filho da puta idiota... "
Jake bateu na cama e gritou até que seu punho foi varrido na areia sangrando. Achou melhor ter uma arma na mão. Em um lugar como este, em que come apenas o que o monstro traz e transa com ele. Era melhor cometer suicídio do que ficar nessa situação pelo resto da vida. O grito de raiva logo se transformou em soluço. Foi horrível saber que chorar não alterava a realidade.
Jake suspirou e saiu da cama. Ele é uma boa raça reprodutora e se botar os ovos como ele quer e criar seus filhotes, será tudo inútil. Não era mais nada do que um exército deteriorado. Era um procedimento fixo a ser descartado se não pudesse provar seu valor.
"Foi a escolha errada."
Ele deveria ter tentado ser promovido de alguma forma e puxado o saco de seus superiores. Foi ótimo chegar a Major, mas Jake lamentou que ele deveria ter feito qualquer coisa a mais. Ele estava com tanta negação que se arrependeu de aposentar depois de passar um tempo sem fazer nada.
Quando libertou toda a energia do corpo, sua cabeça ficou extremamente calma. A única coisa que restou no final do prazer doloroso que queimou todo o coração foi o alienígena negro e flamejante. O pessimista Jake estava ansioso e angustiado sem perceber que estava possuído pela irracionalidade. Então impulsivamente estendeu a mão. Foi um ato que não poderia suportar sem mover seu corpo.
Não havia guarda-chuvas ou roupas para se cobrir, mas Jake saiu da caverna como estava. Não faz muito tempo, o sol estava alto e o chão úmido estava quente. O solo nos pés dava uma sensação semelhante à de uma chuva forte caindo no asfalto aquecido sob o clima tropical escaldante. A água da chuva acumulada no solo era morna e ele sentiu o calor morno até seus tornozelos. Todas elas eram sensações que o lembravam dos dias no planeta pai.
Capturado pela raiva e pelo desespero, Jake conectou todos os sentidos e pensamentos àqueles dias e gemeu como um animal ferido.
O fato de chover mesmo neste planeta quente e a vista da terra distante em que o sol não alcança parecia ser admirável. No entanto, o humano simplesmente vagava pelo penhasco estreito como uma pessoa louca. Basicamente, quando o sol estava alto, a distância que podia ser percorrida era consideravelmente limitada, mas em um clima como este, valia a pena explorar os arredores. A obsessão de encontrar outra maneira em vez de ficar preso dessa forma e degenerar em seu jogo fez Jake se mexer.
Não se sabe quando a chuva vai parar, então seria impossível escapar agora. Pelo menos foi uma oportunidade de descobrir onde ficava esse penhasco e o que havia ao seu redor. A ideia de fuga na ausência de qualquer equipamento ou conhecimento em si foi fruto de impulsos irracionais e perigosos. É por isso que Jake estava focado mentalmente.
Jake começou a esfregar as mãos com água da chuva úmida para ver se havia um caminho para descer o penhasco. O penhasco em si não era muito alto, tinha quase a altura de um cume íngreme. Além disso, era uma caverna localizada em uma montanha com camadas em forma de escadas e a inclinação do penhasco era íngreme, então pensou que poderia descer até o chão se saísse bem. O problema era que o penhasco estava em um estado natural perfeito, onde não havia caminho para o humano descer. No entanto,andando de um lado para o outro, Jake pensou que deveria haver um caminho e olhou cuidadosamente para o chão.
"Ah."
Na beira do penhasco, Jake encontrou algo semelhante a uma marca de mão e, ao lado dela, encontrou um amassado no chão. Parecia que estava escalando um penhasco. Kashan e sua altura eram diferentes da dele e não poderia descer da mesma forma, mas se seguisse a trilha que ele fez ao escalar o penhasco, poderia chegar ao solo.
Posso realmente descer lá? O que vou fazer aí?
Pensamentos negativos apareceram em sua mente. Ele pensou dizendo: Não abandone seu comportamento rebelde sem qualquer senso de propósito. Jake sabia perfeitamente que era um ato inútil e imprudente. Se eu descer o penhasco com o corpo nu e cair acidentalmente, posso morrer.
Talvez, eu prefira morrer assim.
Era meio que um caminho andado. As emoções explosivas escureceram o julgamento de Jake e o incentivaram a, de alguma forma, aliviar sua onda de raiva e impulso. Jake olhou o que estava lá embaixo antes de descer o penhasco. Abaixo delea havia uma vasta extensão de terra verde-amarelada, onde algumas ervas desoladas haviam crescido. Havia muitas árvores compridas e grossas um pouco mais longe, mas eram escuras como se tivessem sido atingidas por um raio.
Jake decidiu ir o mais longe que pudesse. Só de pensar em se sentar na cama onde estava transando com ele na noite anterior, se sentia enojado e doente. Então ele segurou a pedra, que tinha sido marcada pelas mãos de Kashan, e esticou os pés para baixo. O penhasco era formado por rochas muito irregulares, então havia muitos lugares para pisar. Além disso, a pedra era bastante dura, então conseguia descer o penhasco com facilidade.
Por onde o termo subia e descia, era o local mais firme e sólido
Estremeceu ao pensar que o gigante escalou a rocha com tanta força que suas marcas de mão ficaram gravadas na rocha. Fique calmo, não tenha medo, e vamos terminar o dia saindo desse lugar, Jake seguiu em frente novamente.
O rosto do homem focado estava sério, e os músculos que executavam os movimentos delicados se contorciam constantemente. De qualquer forma, Kashan também não estava vestido, e Jake, que julgou não haver conceito de roupa neste planeta, estava livre para se mover nu. Já faz muito tempo que não estava tão acostumado a viver nu que a consciência de que isso era estranho desapareceu.
"O que..."
Ao descer a encosta até a metade, pôde ver as coisas no solo com mais detalhes. As árvores atingidas pelos raios que viu acima se moveram. Jake, sentindo-se estranho, estreitou os olhos e olhou para os pilares negros. Quando finalmente observou, Jake deu um grito silencioso e agarrou a pedra com força.
Todos os pilares alongados e estranhos que pensava serem árvores , eram criaturas Termos como Kashan. A parte que pensava serem galhos eram os braços deles. Ao contrário de Kashan, todos eles tinham braços negros e estavam constantemente fazendo algo. Pensando que algo ruim aconteceria se fosse pego, Jake levantou a perna para subir novamente. O som do movimento foi enterrado no som da chuva, então eles não devem ter descoberto o pobre corpo humano descendo o penhasco.
Afinal, a fuga foi ruim?
Em desespero, Jake sentiu como se seus olhos estivessem ficando brancos. Quando moveu seu corpo enquanto tentava voltar lentamente sem se surpreender, o bico de pedra que havia sido enfraquecido pela chuva balançou e rolou para baixo.
"Khah... !"
Jake, que tropeçou no som que havia feito, escorregou pela encosta. Ao descer a parede de terra com o corpo nu, sentiu como se estivesse rolando direto sobre um arbusto espinhoso. Para não bater a cabeça nas pedras, ele se enrolou, protegeu a cabeça e tentou deslizar para baixo o máximo possível em uma linha diagonal. Os pedaços de pedras que se quebravam formavam poeira e faziam um barulho alto. Desta vez, os Termos não poderiam deixar de ouvir.
Dezenas de rostos, cada um com arranhões diferentes, olharam imediatamente para a encosta empoeirada do penhasco. Eles pararam o que estavam fazendo e caminharam até o local onde a turbulência ocorreu. Enquanto dezenas de indivíduos se moviam fazendo um mesmo som, o solo estremeceu e sentiu instintivamente que o fim estava chegando para ele.
"Ha... Hahaha ... . "
Sim, ele preferia cair e morrer. Porém, como a encosta não era íngreme, em vez de morrer, ele desceu com muitos arranhões sem quebrar um osso. O corpo estava bem, exceto por um pouco de sangue fluindo das coxas arranhadas e nas costas.
"Ha..."
Diante de uma situação desesperadora, até a risada em sua boca desapareceu. Jake fez contato visual com incontáveis pilares negros ao seu redor. Eles eram da tribo Termo, embora não fossem tão grandes e fortes como Kashan, suas pernas pareciam fortes em comparação com as dos humanos.
"Acabou."
Jake murmurou brevemente. Se eles tivessem as mesmas tendências de Kashan, o medo de que ele não fosse comido, mas fosse estuprado até a morte passou pela sua cabeça. Não foi um verdadeiro horror quando ele estava com medo na frente de Kashan, ele tentou o seu melhor para matá-lo. Perdendo a esperança, Jake olhou para suas pernas impotentemente congeladas. Da mesma forma, pouco antes de ocorrer o acidente, os termos reconhecem que deveriam evitá-lo, mas não poderiam fazer isso quando ele caiu no acidente.
Um deles estendeu a mão para Jake. Jake não conseguia fechar os olhos e olhou para as palmas escuras e lamacentas que se estendiam em sua direção. Lágrimas quentes escorreram por seu rosto, mas estavam misturadas com a chuva e ninguém percebeu. Em vez disso, eles entenderam e compreenderam o significado dos murmúrios de Jake.
[Ah, este indivíduo é metade de nossa espécie, e também é capaz de incubar ovos agora.]
O corpo de Jake estremeceu. Ele tremia tanto que podia ver as gotas de chuva molhando sua cabeça chacoalhando e quicando.
Então, com um rugido estrondoso, a cabeça do Termo que estendia a mão foi despedaçada. Naquele momento, Jake soube pela primeira vez que as cabeças dos Termos não contêm cérebros, mas sim, coisas como joias pretas e vermelhas, e quando a cabeça dura foi esmagada, o material que preenchia o interior foi derramado. Ver a cena da cabeça de Termo sendo quebrada em um instante, parecendo mais dura do que as rochas que ele acabara de escalar, despertou outro medo.
Jake saiu do pânico com o choque do novo incidente, soluçando e cobrindo a boca com as mãos. O musculoso veterano, molhado, ferido e com apenas uma etiqueta do exército em volta do pescoço, parecia muito pequeno e surrado na frente de um alienígena resistente. Kashan que esmagou a cabeça do Termo que ousou tocar seu humano com os punhos, rugiu alto.
[Khaaaaaaah!]
Estava alto o suficiente para sacudir a terra. A boca aberta parecia não ter dentes, cordas vocais ou úvula, mas se perguntou como poderia fazer tanto barulho. Jake fechou os ouvidos e abaixou a cabeça. O som que acabou de ouvir certamente não foi feito para transmitir significado ou comunicar. Foi um aviso. Sentiu instintivamente que ele estava muito zangado.
Os outros Termos que ouviram o som voltaram rapidamente às suas posições originais. Eles não estavam com medo ou fugindo, apenas voltaram para onde deveriam estar. Kashan, que enterrou suas mãos na terra para limpar a sujeira, fez movimentos repetitivos de significado desconhecido, e depois olhou para o humano abaixo fazendo uma pergunta em voz alta.
[O que você está fazendo aqui?]
"... "
Jake não conseguiu responder. Foi a primeira vez que Kashan ficou com tanta raiva, e não havia como ele responder à pergunta de uma criatura que tem o poder de matar seu próprio povo imediatamente quando estivesse zangado. O indivíduo cuja cabeça foi esmagada por Kashan parecia morto. O corpo, que perdeu a cabeça, afundou no solo como uma pilha de pedras quebradas, e o núcleo vermelho que parecia um coração também foi escurecido. Foi mais que um horror. Quando o encarou pela primeira vez, uma pressão que era cerca de cinco vezes maior do que o corpo do humano, pressionava seu corpo.
De qualquer forma, dizer a verdade ou consertar a situação continuava sendo apenas a pior coisa a se fazer. Kashan gemeu em torno dele quando Jake não respondeu. Enquanto era tratado assim, Jake ficou quieto sem uma única rebelião. Suas costas estavam muito quentes. Talvez tenha sido por causa do calor, ou se a temperatura original caiu, mas o vapor foi visto subindo na parte úmida da chuva.
Kashan esticou os braços para fora do buraco e segurou Jake para evitar que caísse. E com os quatro braços restantes escalou habilmente o penhasco. Foi um movimento leve e rápido em comparação com o humano descendo e gemendo por cerca de duas horas. Finalmente, Kashan arrastou Jake para dentro da caverna e perguntou novamente.
[Por que você foi lá?]
"... Não sei."
[Eu não estou brincando. Eu perguntei por que você foi lá fora?]
A caverna ressoou alto. Jake fechou os olhos, cobrindo-se para o caso de ser espancado. No entanto, ele apenas fez um barulho alto e estava lá esperando por Jake. Jake, que costumava ser punido fisicamente quando era recruta no exército, naturalmente pensou que seria agredido, fosse com um punho ou um chute. Mas quando ele olhou para a criatura que olhava com a cabeça baixa sem ao menos bater na parede da caverna, Jake mal respondeu a verdade.
"Eu... Eu não consegui aguentar. Isso é tudo."
Ele admitiu que era tolo. Desde o início, sabia que era uma coisa estúpida que não correspondia à sua idade e experiência. No entanto, se ele não fizesse isso, não seria capaz de permanecer são, então queria sair dessa situação de alguma forma. À sua maneira, ele propôs a razão mais plausível para conseguir encontrar uma rota de fuga.
Kashan ouviu a resposta de Jake e não fez mais barulho. Em vez disso, ele envolveu Jake novamente e se dirigiu para o fundo da caverna. Quando entrou, tinha uma área que não havia luz. Era um lugar tão escuro e úmido que ele nunca esteve antes. Kashan caminhou até lá e de repente começou a tocar a parede e descer. Como uma caverna localizada em um penhasco, havia uma parte que se curvava para dentro. Jake tremia de medo, sem saber para onde estava indo, mas ficou em silêncio, incapaz de perguntar o que ele ousava fazer.
O calor escaldante atingiu suas bochechas. A julgar pela presença das rochas formando a caverna e as fontes termais de água fervente, a caverna parecia ter sido criada por atividade vulcânica. Jake tossiu quando inalou profundamente o ar quente para dentro de seus pulmões. Ele estava ansioso porque não sabia para onde estava sendo arrastado e mal percebeu quando tocou o rosto do Termo no escuro, sentiu a parte do lugar que deveria ser seu nariz por um breve momento.
O gigante não tinha olhos. Apenas arranhões irregulares substituíam o seu rosto. Era difícil saber se ele percebia as coisas da mesma maneira que os humanos, a menos que ele fosse um. Uma coisa era certa, ao contrário dos humanos que confiavam na visão, ele tinha a capacidade de perceber o espaço para se mover corretamente sem colidir no escuro.
____________
CONTINUA...
____________
5 notes
·
View notes
Text
A existência deveria ser? Ou ela tem uma razão puramente imanente? O ser é apenas ser? Por que não admitir um triunfo final do não-ser, por que não admitir que a existência caminha em direção ao vazio, e o ser em direção ao não-ser? Este último ponto não constituiria a única verdade absoluta? Eis um paradoxo do tamanho do mundo.
Nos Cumes do Desespero- Emil Cioran.
#arquivopoetico#compartilharemos#mentesexpostas#pequenosescritores#poecitas#projetoalmaflorida#projetovelhopoema#projetoverboador#quandoelasorriu#verboador
32 notes
·
View notes
Note
Top 5 melhores livros?
No caso, top 5 livros favoritos! Foi isso que eu quis dizer 🤦🏻♀️
A METAMORFOSE, KAFKA
ODISSEIA, HOMERO
HISTÓRIAS EXTRAORDINÁRIAS, POE
LIVRO DO DESASSOSSEGO, PESSOA
CARTAS A UM JOVEM POETA, RILKE
MENÇÃO HONROSA: O REI DE AMARELO, CHAMBERS & MEDÉIA, EURÍPIDES [não é livro mas né] & NOS CUMES DO DESESPERO, CIORAN
#eu costumo ler mais curtas poesia e nao ficção ? eu leio pouca ficção na vdd se vc for ver 🤔#e a serie hp sempre vai ter seu lugar no meu core#anonymous
6 notes
·
View notes
Text
“Do alto do cume grita…” No sopé daquela montanha, abafada pelas encostas ingremes e ladeada pelos campos verdes abandonados, uma aldeia de uma casa só esperava impaciente pelo final do esquecimento a que a tinham votado, sossegada em desespero pelo silencio inquieto das portadas fechadas pelo trinco. Uma casa para um homem, seguro pela agonia de tanto ter para dizer, e ninguém haver para o escutar. Pelas frestas da portada observava a montanha coberta pela neblina, e, impelido por uma súbita vontade de se mostrar, ao cume quis ir, como se do cume cheirasse e brotasse a essência imaginada pela fresta da portada. A manhã nasceu envergonhada. Encostou a porta gentilmente, evitando que o seu estrondo ecoasse entre as paredes inexistentes, e a vizinhança que sempre imaginara se alvoraçasse nos seus leitos. Ao cume queria ir, e do cume gritar para o outro lado da montanha. E ao cume chegou, e a sua vista alcançou o outro lado da montanha, com uma aldeia de uma casa só. E do alto do cume gritou. Gritou às almas por vivalma que abrisse as portadas fechadas pelo trinco. Sentia-se como posto naquele pináculo, e do cume visse o que jamais alguém vira, e o cume cheirasse como jamais alguém o cheirara. Gritou. Gritou e gritou para que na aldeia de uma casa só, no outro lado da montanha, do cume o apelo se sentisse. Largos dias mais ao cume quis subir, mas a ânsia de se querer escutar era maior que as rajadas que lhe cortavam as palavras, impedindo que a fala do cume saísse e à aldeia do outro lado da montanha chegasse. Finalmente, do cume desceu, e até às portadas cerradas pelo trinco caminhou, detendo-se em frente à única casa de uma aldeia abafada pelas encostas ingremes de uma montanha, e ladeada por campos verdes abandonadas. À porta bateu. À porta tornou a bater, e da porta assomou-se um rosto enrugado e surpreso por do cume outro rosto nascer. E em frente àquele rosto enrugado, gritou. Um semblante impávido acolheu o grito que do cume desceu, e por aquela boca ansiosa saiu. No sopé da montanha, na aldeia de uma casa só, um silêncio inquieto e absurdo, Pela fresta de uma portada entreaberta, saiu o rosto de um homem surdo… Rui Guedes ©2020 Fotografia de QT Luong
1 note
·
View note
Text
eu acho que depois de tanto tempo preciso diminuir a quantidade de poemas que eu leio pra assim lidar melhor com a vida, com os ruídos da vida ao redor. eu estou com os olhos bem abertos no quarto escuro e tô sentido muitas coisas estranhas em meu corpo. o adeus é sempre doloroso demais. mas quando anuncia fim a gente meio que sabe. semana passada sonhei com você. estávamos deitados juntos mas não conversávamos. não havia diálogo. era o fim, tava ali. hoje você me envia um áudio dizendo tudo. tudo e nada. e a grande roda gigante do medo da insegurança balança e para no ar. tô sentido muita ansiedade e isso reflete em meu corpo e eu acordo cheia de marcas. e de vez em quando uma alergia que nunca existiu. eu acho que depois de tanto tempo eu preciso aceitar a minha personalidade vazia e oca; que todos que se aproximam logo largam. depois de tanto tempo eu preciso aprender tantas coisas, como não achar que olhos mostram eternidade porque olhos não mostram nada e agora tô aqui lembrando do dia que olhei profundo dentro dos teus olhos e você pediu para eu ficar. mas agora tudo é passado. tudo é e não é. nos cumes do desespero e a vida ao redor morna. eu preciso aprender tantas coisas por exemplo não deixar o outro conduzir minha existência e aprender que tudo vai que tudo é e não é. agora estou ouvindo solidão n.4 e lembro do dia que eu te mostrei e você gostou muito e brindou com a solidão. foi em abril. junho descortinou tudo. julho não existe. e lembro da primeira vez que senti algo estranho vindo de dentro por você e pensei que eu poderia gostar-te mas que se houvesse fim eu nunca sofreria igual sofri as dores pelo yuri. e te falei do yuri. do quanto eu tinha medo de abandonos. e agora minha dor presente de dois mil e dezessete retorna tão intensa tão avassaladora. depois de tanto tempo preciso aprender não ser tão dependente e aprender a lidar com isso que agora me dói profundo. vou excluir o whatsapp amanhã. já exclui o instagram e facebook não tenho. não sei lidar com o mostro do abandono da solidão. vou me refugiar no escuro oco da minha vida escura. e quem sabe, estudar, correr... a gente sempre tem esperança de futuro, a ilusão do futuro, mas tudo está acabado para mim. eu não tenho nenhum futuro, nunca tive. eu nunca tive nada. é muito cansativo dançar com lua. porque é tudo tão escuro, é tudo tão silencioso. e eu vou ficando, me deixando à mercê da vida. porque depois do yuri só contei os sonhos para você, mas eu entendo, as paisagens em mim são assustadoras. terríveis. tá tudo bem. não, não está tudo bem mas eu entendo o adeus.
4 notes
·
View notes
Text
FÊNIX (no Wizardin World)
Informações mais interessantes do livro: Ela é descrita como um pássaro vermelho com porte de cisne, com um longo rabo, bico e garras dourados. Faz ninho no cume de montanhas do Egito, Índia e China. Seu tempo de vida é "longuíssimo", pois pode se regenerar, irrompendo em chamas quando o corpo entra em decadência, e ressurgindo das cinzas novamente jovem logo em seguida. Sua alimentação é restrita a ervas, e não há um único registro de morte envolvendo essa mansa criatura. Como o oraqui-oralá (outra criatura do WW), ela pode desaparecer e reaparecer quando bem quiser. Acredita-se que seu canto seja mágico, gerando coragem nos puros de coração, e desespero nos impuros. Suas lágrimas possuem poderosas propriedades de cura.
Minhas observações: a lágrima de fênix é um dos únicos antídotos conhecidos para o veneno de basilisco. Sabemos que ela é capaz de carregar cargas muito pesadas. Apesar de ser colocada como nativa asiática, onde seus mitos foram mais profundamente explorados, outras culturas possuem esse animal, como por exemplo a grega. O fiuum e o agoureiro são respectivamente conhecidos como fênix africana e irlandesa. Existe na cultura brasileira um animal chamado "Fogo Fátuo", que também é chamado de "Fênix anã" ou "fênix brasileira", mas não encontrei registros de essa criatura estar incorporada no WW como por exemplo a caipora (mas nada impede de logo ser).
Obs: esse deu um pouco mais de trabalho (apesar de muito prazeroso), pois quero passar tudo o que puder de forma resumida, interessante, e sem erros!
2 notes
·
View notes
Text
Recomeço
Dispões da faculdade de discernir o que o livre-arbítrio te proporciona, tudo quanto possas e queiras embora a fatalidade do destino.
De acordo com a escolha da conduta a seguir, produze para o futuro aquilo que realizaste, que volverá mediante a bênção da reencarnação.
O recomeço é sempre oportunidade luminosa de dar prosseguimento ao bem encetado, que aguarda ensejo para atingir a plenitude, de igual maneira faculta a reparação dos equívocos e gravames que ficaram em processo de ajustamento, de harmonia.
Possuidor do conhecimento dos valores que são adquiridos durante a vilegiatura carnal, a criatura trabalha o seu porvir mediante a utilização dos melhores equipamentos que a Cultura e a Tecnologia colocam à sua disposição.
Nunca faltam recursos valiosos para atender ao desenvolvimento intelecto-moral do ser em evolução.
Dos gestos simples e desde os pequenos esforços a vida enseja sabedoria que se incorpora ao patrimônio íntimo para a qualificação espiritual.
A reencarnação é, desse modo, a mais adequada e sábia metodologia para a conquista do infinito.
Correspondendo à grandeza da misericórdia de Deus é lei de Justiça e de bondade que permite sempre o aprendizado necessário à autoiluminação.
Indispensável, portanto, que sejam aproveitados todos os momentos existenciais, de maneira a serem evitados recomeços molestos e desafiadores para os desastres emocionais e morais que sempre os sucedem.
O que podes realizar hoje na construção do dever não postergues sob as sombras da indolência, do descaso, da incoerência.
Numa longa jornada o passo a passo é fundamental para o êxito. Muitas vezes a precipitação sugere a pressa, a entrega rápida, geradoras de cansaço e de mal-estar.
Valoriza, desse modo, cada momento da experiência terrestre e elege o melhor, o mais duradouro, em detrimento da frivolidade e insensatez.
Todo processo de crescimento espiritual é desafiador, caracterizado por pequenos e grandes impedimentos.
A conquista do cume de um monte resulta do esforço empreendido e do direcionamento desde as baixadas...
Não poucos discípulos do Evangelho após o entusiasmo inicial permanecem na indolência, aguardando situações privilegiadas, oportunidades especiais.
Toda realização deve ter um eficiente planejamento que facilitará a sua execução.
Cuida dos teus compromissos atuais, onde estejas, com os recursos ao alcance, sem exigências injustificáveis ou condicionamentos absurdos.
* * *
Este mendigo esmola com a escudela da brutalidade e provoca reações equivalentes, sendo enxotado e menosprezado por quase todas as demais pessoas.
Esse enfermo repugnante com chagas purulentas e odores pútridos, que causam asco, permanece ao abandono.
Aquele trabalhador que reclama de infelicidade, afadiga-se em esforço titânico e não consegue minorar as necessidades que o aturdem.
Estoutro busca afeição, impondo-se de maneira rude e sempre recebe repúdio, cáusticas reprimendas.
Os chamados miseráveis que vivem ao relento, intoxicados pelo álcool e drogas destrutivas, caminham sem rumo e os seus céus não têm esperança nem estrelas...
São inumeráveis aqueles que permanecem em estado lastimável entre desesperos e angústias. Constituem a grande massa de réprobos da sociedade de todos os tempos.
Mesmo quando as Leis são justas e lhes proporcionam algum conforto ou alegria, incontáveis deles prosseguem insatisfeitos e revoltados, enquanto outros mais reclamam e lamentam, ademais de quantos que nada conseguem.
São os perversos de ontem, os defraudadores dos deveres, os apaixonados pelas ilusões, os dilapidadores do patrimônio público que se encontram de retorno ao proscênio terrestre que ultrajaram, nas roupas da miséria a que fazem jus, nas rotas ingratas que estabeleceram.
O retorno é inevitável para todos viajores da imortalidade, graças ao qual, por fim se identificarão com a Verdade.
Ninguém consegue degradar e autodestruir-se nos folguedos dos gozos infantis e alucinados com desprezo pelos deveres que a Vida estabelece, sem que seja convidado a refazer o mesmo caminho em situação adversa.
Vale recordar-se a resposta dada por Jesus a Judas, quando, banhado pelo raro perfume oferecido pela mulher equivocada, exclamou: Que pena! Poder-se-ia vendê-lo e ofertar o resultado aos pobres; e Ele contrapôs: Os pobres sempre os tereis, mas a mim, nem sempre...
A expressiva lição é demonstrada pela presença do sofrimento em razão da conduta adversa naquele que se dilacera, por atos ilícitos pretéritos...
A Lei universal é de amor que gera fraternidade e auxílio em toda parte, que enseja a solidariedade em relação aos mais necessitados, em vez da vergonhosa aristocracia dos que são poderosos e geradores da ausência de ajuda aos demais.
Permite que as tuas emoções construam hoje o teu porvir, a fim de que recomeces na escola terrestre abençoado com os tesouros da misericórdia e da paz como força vitalizadora para a ascensão.
Não há exceção nas Soberanas Leis do Universo, a uns proporcionando somente venturas enquanto a outros todas as angústias.
* * *
Hoje, nesta atualidade turbulenta, Jesus retorna por intermédio dos Seus embaixadores, a fim de conduzir ao Reino de Deus a Humanidade em aturdimento, parte da qual o repudiou quando esteve conosco e logo depois...
Avança com alegria e utiliza-te deste retorno feliz que desfrutas para edificares a harmonia futura.
Joanna de Ângelis Psicografia de Divaldo Pereira Franco, em 13 de dezembro de 2019, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia. Em 3.4.2020.
fonte: http://www.divaldofranco.com.br/mensagens.php?not=617
2 notes
·
View notes