#hyun & yunho. (2yun) ⊹ I probably should but I won't let you run away this time. ♡
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cindyplots-archive · 5 years ago
Note
⚰ (2yun)
Hyun & Yunho: the dead journalist alternate universe.
TRIGGER WARNING: morte, funeral, menções a sangue e serial killers.
“Você me matou.” Hyun gritou, irritado, atravessando a parede e entrando no consultório do médico que ele sabia que era um maldito serial killer. “Você. Me. Matou.” repetiu, de forma dramática. Tinha sido uma jornada tão filha da puta pra chegar até ali, conseguir chegar à faculdade de jornalismo, criar seu canal no youtube com vídeos sobre serial killers. Ele estava fascinado por seu trabalho, obcecado, por assim dizer. Viajou para vários países, fez uma extensa pesquisa histórica sobre casos famosos como o de Charles Manson, Ted Bundy, The Killer Clown, Yoo Youngchul, entre outros.
E aí veio o auge. A Netflix Coreia estava produzindo uma série inteira sobre Kross, o mais famoso serial killer coreano dos anos 2010, um dos mais emblemáticos do mundo. E Gwon Hyun foi convidado para ser um dos jornalistas que organizariam as informações para o roteiro. Ele sabia que tinha escolhido trabalhar em uma área um tanto mórbida, mas seu interesse por assassinos tinha nascido quando ainda era frequentador da igreja. Como grande curioso que era, ele se perguntava o que se passava por trás da mente dessas pessoas. Com Kross, não era diferente. Ele lia artigos e artigos, se questionando como alguém poderia cometer crimes tão brutais quanto os deles e ainda por cima usar tantos innuendos cristãos.
Às vezes o jovem jornalista sentia até nojo, mas em outras era puro fascínio. Chegava a formular teorias, como a que havia publicado em sua coluna no jornal impresso sobre como o Kross parecia querer simular o inferno na Terra. Muito envolvido com seu trabalho, ele nem se deu conta de que estava chegando muito perto até ser tarde demais. Foi meio sem querer que descobriu quem era o assassino. Coincidentemente, era um garoto que frequentava sua igreja quando ele era adolescente e… Bem, Hyun se lembrava dele. Yunho, ou Daniel, sempre tinha cara de poucos amigos, recusava seus esforços para levá-lo para o grupo de jovens ou para a catequese e tinha cara de ser o típico rebelde sem causa. Pouco tempo depois o ex-coroinha largou a igreja e mudou-se de país para viver com a tia na América do Sul e só voltou quando foi para a faculdade. Era fácil lembrar-se de Yunho, afinal fora o primeiro garoto por quem o coreano se sentira atraído na vida. Apesar de sempre ter tido uma aura meio sombria, ele não se parecia em nada com o Kross que aparecia nas reportagens.
Ao descobrir a verdade, Hyun sentiu medo. Uma certa repulsa. Sabia que seu medo não era infundado, sabia que sua vida acabaria ali. Era estranha a conexão que ele sentia tanto com o rapaz, quanto com o assassino, quase como se fossem relacionados até mesmo de outras vidas. Naquele momento o jornalista chegou a pensar que tinham razão quando diziam que ele era doentio por se interessar tanto pelos assassinatos. Ali, olhando para Yunho, sabendo que ele era um assassino e sentindo até uma certa empatia, o jovem pensou que devia ser doente mesmo. Sua empatia, no entanto, era muito pequena perto do sentimento de dor. Não queria que o assassino fosse alguém que ele conhecia, com quem já havia apertado mãos e participado de bazares de caridade na igreja. Era mais fácil fazer seu trabalho pensando nos serial killers como pessoas distantes e sem humanidade alguma.
Ele nem ao menos sabia como diabos conseguia se comunicar com Yunho no pós-vida. Sabia apenas que estava fazendo-o e que estranhamente o rapaz conseguia vê-lo. Sem muita esperança, o fantasma soltou um longo suspiro sem vida, pensando em seu corpo morto que nesse momento estava a caminho do crematório. Felizmente não tinha tido uma morte feia (não era uma das vítimias, apenas uma queima de arquivo), detestaria que sua mãe não pudesse nem fazer um enterro digno com caixão aberto. A comunidade da igreja ficaria desolada (ele nunca tinha entendido essa coisa de chorar os mortos, mas para si não fazia diferença.) Tinha passado o funeral inteiro flutuando perto do teto da capela, se sentindo meio decepcionado porque morrer não tinha sido nada tão impactante quanto a bíblia prometia. Onde estava o juízo final? Deus, o Diabo, o purgatório? Não havia nada, ele só tinha se tornado invisível.
Voltando à cena no consultório, Hyun olhou novamente para o médico e arqueou as sobrancelhas. O espiritismo dizia que os espíritos ficavam presos à Terra quando ainda tinham questões para resolver ou quando eram muito apegados a algo terreno. Qual seria sua missão? E por que somente seu assassino conseguia vê-lo? “Diz alguma coisa.” murmurou, cruzando os braços em frente ao peito, indignado. Agora que não tinha mais vida, as razões para temer o homem que o matara haviam evaporado, dando lugar à sua costumeira insolência. “Você me matou, o mínimo que pode fazer agora é não me deixar no vácuo.” reclamou. Antes de ir falar com ele, tinha escolhido observá-lo por um tempo. Ele era tão educado com todo mundo, tão bom com os pacientes, tão cheio de ações caridosas… Era quase impossível pensar que as mesmas mãos cobertas nas luvas brancas que ele usava agora banhavam-se de sangue de forma tão pavorosa quando o Kross surgia. “Eu acho que tenho uma missão. Você é o único que pode me ver, então só pode ter a ver contigo. Você vai ter que me ajudar, porque eu quero terminar de morrer.”
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