#・    𝘐'𝘮 𝘢 𝘵𝘳𝘢𝘷𝘦𝘭𝘦𝘳 𝘰𝘧 𝘣𝘰𝘵𝘩 𝘵𝘪𝘮𝘦 𝘢𝘯𝘥 𝘴𝘱𝘢𝘤𝘦     //     𝑨𝑵𝑮𝑬𝑳𝑶     ⤫     asks.     ໑
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angelosmirnoff · 3 years ago
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angelosmirnoff · 3 years ago
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Angelo admitia que não tinha a aparência esperada para um grande leitor, ainda mais de Jane Austen, mas essa era uma de suas maiores características pessoais desde adolescente. Ele lia muito, de tudo um pouco, sempre buscando livros na biblioteca da cidade, em sebos ou nas livrarias quando podia se dar ao luxo. "Gosto. É aquela coisa, você começa lendo Orgulho e Preconceito e quando se dá conta..." deu de ombros, sem querer concluir dizendo que seu favorito era justamente Northanger Abbey, por muitos considerado bobo e clichê demais. "Bota linda nisso! Deve ser bem rara, hein? Entendo seu desespero para recuperar, sentiria o mesmo!" continuou, talvez com um pouco de entusiasmo demais (pelo menos para seu padrão sempre tão apático), não conseguindo evitar abrir um sorriso discreto com o comentário seguinte da loira. Ele evitava prestar atenção aos clientes a não ser que estivesse buscando alguma informação, nunca notando detalhes particulares sobre aquelas pessoas. Clientes eram clientes, ele sabia se colocar em seu lugar e o Queen's Castle tinha um histórico bizarro de gente perdendo o controle, no entanto, naquele instante ele notou que ela tinha feições muito delicadas, bonita de um jeito clássico e próprio ao mesmo tempo. Não era o tipo de coisa em que devia reparar, então ignorou qualquer pensamento que não fosse o objetivo de recuperar o livro. "Angelo." respondeu, esperando que ficasse subentendido que aquele era seu nome "Desculpa a formalidade. Algumas pessoas preferem assim. Mas que bom que não é o caso, Selene é um nome bem bonito." disse, se amaldiçoando por ter dito algo que parecia um flerte (bem péssimo, por sinal). A saída foi continuar o caminho até a administração, concordando com a cabeça sobre o lugar realmente ser imenso. "Pode, claro." comentou, entrando na sala e sinalizando para que ela o seguisse. Era um espaço mediano e nas prateleiras haviam algumas caixas cheias de coisas, itens de reposição do restaurante, entre outras quinquilharias acumuladas ao longo dos anos. "As pessoas esquecem cada coisa aqui..." comentou, enquanto olhava pelas prateleiras em busca da caixa com a etiqueta certa. Havia pedido para guardarem a edição junto com objetos frágeis, por se tratar de um livro tão antigo, mas na frente dela haviam outras caixas cheias de chaves de carro, peças de roupa, documentos e até uma cadeira de praia dobrável. "Eu não faço ideia de como isso veio parar aqui." disse ao colocar a caixa com a cadeira em cima de uma mesa, logo abrindo espaço para a que procurava. "Achei." sorriu, virando-se para Selene e lhe estendendo a caixa para que ela mesma pegasse o livro, que era um dos itens do topo e estava enrolado em um lenço de seda. "O lenço não sei de quem é. Coloquei aí pra não pegar poeira." admitiu, o rosto finalmente lhe traindo e demonstrando certo constrangimento. "Vou ter que te cobrar essa promessa de empréstimo. Tem Persuasão? Não li esse ainda... Mas sinceramente, eu leio de qualquer coisa." disse, omitindo a vontade boba e pouco profissional de convidá-la para sair. Não estavam em um cenário ideal, nem numa situação ideal e ele se sentia mais do que autoconsciente de seu macacão cinza de faxineiro. Trocar o uniforme de piloto por aquele não havia sido fácil e isso às vezes o perturbava. Além de tudo, o russo era antisocial demais, ainda que ultimamente estivesse tentando melhorar. "Alguns mais atuais também. Não sei se a cidade tem algum tipo de clube do livro, mas a gente poderia se reunir pra falar de leitura ou algo assim." tentou, o convite mais desastroso dos últimos tempos.
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angelsmirnoff​:
Angelo estava acostumado com posturas envergonhadas, afinal ali havia um restaurante, mas também havia um motel, o que podia ser constrangedor para alguns. Ele não se importava muito, estava tão habituado ao espaço que mal se lembrava qual era a função dele e apenas se concentrava no serviço, exatamente como fazia naquele momento, passando mop pelo chão lustrado, um ouvido ocupado pelo fone que tocava músicas e o outro pelo ponto que servia para receber ordens dos superiores. Por conta disso demorou um pouquinho para notar a jovem e quase se assustou com a presença dela. “Ahn…” murmurou, se situando “Claro, eu posso…” Começou com a cordialidade impassível que era instruído a usar com os clientes. Mas aí ela começou a falar sobre o livro e ainda por cima a se emocionar e então o faxineiro quebrou totalmente o código de conduta que deveria usar. “Eu quase peguei teu livro pra mim.” admitiu, juntando as sobrancelhas “Sério, uma edição raríssima, né? Linda. Quase peguei mesmo, fiquei apaixonado.” deu de ombros; seu amor por livros era pouco condizente com sua imagem, mas constituía boa parte de sua personalidade “Fica tranquila, eu sei onde tá e ele vai voltar pras suas mãos num minuto.” tentou sorrir (era difícil dar um sorriso natural, já que só vivia de cara fechada), arrastou o carrinho de limpeza com os pés para um canto mais próximo da parede e fez sinal para que o acompanhasse. “Na verdade você veio pro lado oposto, dona…” interrompeu-se, primeiro porque não sabia o nome dela, segundo porque era estranho usar pronomes assim com alguém tão jovem “Essas coisas ficam com o pessoal da administração, aí é perto da entrada de funcionários. Não fui eu que deixei lá, mas vi. Tá seguro, eu prometo.” completou. Parte dele odiava o fato de que o Queen’s Castle o tornava mais afetuoso com as pessoas, o que sinceramente era irritante para alguém que só vivia de saco cheio, mas naquele caso ela realmente parecia preocupada, então não custava nada ser gentil. “Ali.” apontou a porta da sala de depósito e armários, depois de terem andado por alguns minutos. Bateu na porta e quando percebeu que não havia ninguém lá dentro pegou no bolso o molho de chaves do local e abriu a porta. “Pode esperar aqui se quiser, ou entrar se preferir conferir você mesma.” disse ao acender a luz do cômodo antes mesmo de entrar.
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  a frase a pegou de surpresa, em partes porque normalmente eram poucos os que entendiam o apreço que sentia por livros, e em partes, porque não esperava que o rapaz gostasse deles. não ao ponto de entender a significância de um livro da jane austen poderia ter. naquele momento, diamandis entendeu que as aparências, de fato, poderiam enganar. por mais que a aparência dele fosse muito bonita, tanto que se distraiu por um segundo ou dois. foco, selene! agitou a cabeça com cuidado e sutileza, passando as unhas cumpridas e tingidas pelos fios dourados de seu cabelo, ao sorrir como se nada houvesse acontecido e não houvesse acabado de entrar em crise consigo mesma. “você gosta de jane austen? confesso que emma não é o meu livro favorito da autora mas é mesmo uma edição linda, uh?” moveu um dos ombros, em um ato displicente, apenas para que não ficasse tão óbvio o seu total fascínio por romances. selene só tentava camuflar ainda mais a energia de desesperada que sua irmã tanto falava. não queria que o rapaz pensasse que era esquisita. “obrigada, você é muito gentil.” e não falava aquilo como uma espécie de flerte, pelo contrário. sabia que incomodar as pessoas em seu trabalho nem sempre gerava boas reações, o que, felizmente, não fora o caso dele. “dona? ah, não, não precisa de tantas formalidade. pode me chamar de selene… é o meu nome.” não sabia se seria muito esquisito perguntar o dele, por isso, preferiu calar-se. era implícito que ao saber o seu nome, ele diria o seu, correto? “esse lugar é muito grande, e eu não tenho muita noção de espaço. como esqueci o livro em cima da mesa no restaurante, nem sabia por onde começar a procurar. achei que nem pudesse encontrar.” o que foi o claro motivo do seu desespero para início de conversa, mesmo que tendesse a ser desesperada em quase todas as situações. “eu posso?” se certificou, ao andar a alguns passos dele, logo atrás. ainda estava apreensiva e só relaxaria quando estivesse com seu livro em mãos mas até mesmo conseguia expirar mais tranquilamente. “obrigada mesmo pela sua ajuda, não conseguia encontrar o meu livro sem você. posso te emprestar alguma das minhas edições pra compensar, já que você parece gostar de literatura.”
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