Pesquisa prática em desenho contemporâneo - Investigación practica sobre el dibujo contemporáneo - Practical research on contemporary drawing
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Vaticano, 3:00 pm (Morte de Cristo), o representante mor da igreja católica prepara um pronunciamento, serenamente faz o sinal da cruz, abre a boca e…. BOOM! - Um aerolito, (como diria Ramón Valdéz) arrebenta a janela, e o acerta em cheio causando sua Morte. ¿Castigo divino? Catástrofe? Não, Maurizio Cattelan. . O ex-marceneiro Italiano diz não se interessar por provocações, mas sim pela reação do publico, para ele o trabalho de arte não tem sentido se não for comentado. A Nona Hora (The Ninth Hour) é uma escultura de tamanho natural do Papa Joao Paulo II caído no chão, atingido por um meteorito, apesar da figuração e do caráter fortemente narrativo do trabalho, que colabora para a possibilidade das mais variadas interpretações - Comenta: “A arte não existe sem variados pontos de vista e interpretações”. Sob meu ponto de vista, ela pode ser lida como uma metáfora sobre o antigo conflito entre razão e fé, vulgo ciência e religião, cada vez mais acirrado hoje. A maioria dos trabalhos de Cattelan, nos coloca entre sentimentos distintos de diversão e estranhamento, pois o artista joga com formas e aparências comuns ao entendimento popular, mas os subverte, inteligentemente em crítica irônica, um cinismo que as vezes beira o humor negro e que sob reflexão, nos leva muito mais a fundo. . Outro trabalho que me impressiona é Ele (him) uma escultura realista, que retrata Adolf Hitler ajoelhado com um olhar sereno ou arrependido, com as mãos unidas como se rezasse. Lembro Flusser em Pós-história quando pergunta: Como podemos viver depois de Auschwitz?. Aqui Cattelan nos propõe entre tantas leituras críticas possíveis, uma reflexão sobre a maldade natural no homem. O artista, eventualmente, espalha umas alfinetadas no mundo da arte, seja pendurando um galerista na parede de uma galeria, instalando no banheiro do museu uma privada de ouro maciço (cujo roubo deixou o museu inundado) ou prendendo uma banana com silver tape no estande da feira. https://www.instagram.com/p/B_Nq318Jvg4/?igshid=r2tx8qjyk9k4
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Sabe o Simbionte? O ser fictício alienígena, amorfo, que se desloca pelo espaço e se apodera do corpo que encontra pela frente? Os trabalhos de Monika Grzymala, me dão a impressão de que escaparam do conto de Charles Dexter Ward (Lovecraft) diretamente para a arquitetura dos espaços expositivos e estão prestes a sorver o que se aproxima. . Os trabalhos dessa Polonesa, situam-se entre a intervenção e o desenho. Sua linguagem é a instalação, onde utiliza fitas adesivas como material e a linha como símbolo gráfico. Linhas herdadas de seus desenhos que se descolam do suporte e colam (literalmente) na arquitetura, reivindicando o espaço onde transformam as superfícies em volumes. “São desenhos no espaço” reivindica. Logo nos remetem às origens dessa pratica: Tatlin, influenciado pelos relevos cubistas, resolve ativar a arquitetura, os cantos (espaços negativos) e define “o espaço como relação entre objetos suspensos no vazio”, depois, complementado por Ferreira Gullar como “uma evolução coerente do espaço representado para o espaço real”. . Vejo seus trabalhos como diálogos específicos sobre a apropriação desconstruída da percepção espacial entre sua prática; a percepção do espectador e as noções de ambos sobre a estrutura constitutiva da arquitetura do lugar da intervenção. As vezes utiliza artifícios geométricos criando uma visualidade tridimensional que pode ser experimentada como um reajuste desestabilizante dos espaços utilizados. Lembro da Merzbau, Olafur Eliasson, Tara Donovan ou Chiaru Shiota e seus ambientes imersivos. . O trabalho é nomeado com a quantidade de fita utilizada, relacionando a performatividade de sua ação criativa, o tempo e seu deslocamento geográfico no espaço da obra. São criações efêmeras, orgânicas, site especifico circunstancial que não segue um padrão de linearidade compositiva e não tem estratégias predeterminadas de leitura, abrem varias possibilidades de apreensão através do deslocamento do espectador, gerando assim, um novo conhecimento espacial. Trago Maderuelo: “mesmo que o homem possua ideias inatas de tempo e espaço, é a experiência que define o caracter e as condições do espaço, configurando a capacidade perceptiva do mesmo”. https://www.instagram.com/p/B-7Tgs5JF61/?igshid=10zkayqcqb1cr
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As pinturas do artista Nova-iorquino Peter Halley sob uma primeira vista parecem concordar com aquilo que Theo Van Doesburg em 1930 cunhou como arte concreta, pois, para este, uma pintura deveria ser constituída por elementos puramente plásticos, composta por planos e cores de maneira simples, fugindo do referente natural e ser controlável visualmente, valendo-se de um certo mecanicismo, clareza e exatidão (avesso impressionista) em sua construção. Parece descrever muito bem as obas de Halley, claro, não fosse a questão de que o artista vai além da ideia da pintura de significância própria, arte que volta para si mesma (modernismo Greenberguiano). Em sua produção Peter Halley, sob a força da geometria e cores vibrantes, alude a um referente que vem da figuração. O artista se apropria como principio criativo da palavra CELL que no inglês faz alusão as celas das prisões ou as células humanas, podemos também pensar na tecnologia dos microprocessadores, dos circuitos eletrônicos e tudo o que mais tem essa aparência Rizomática Deleuze/Guattariana, que hierarquicamente liga, divide, multiplica e segue. Visualmente as pinturas mostram uma organização vibrante de cores muito bem justapostas e em combinações harmônicas/hipnotizantes. Existe também uma variação matérica de contrastes exaltados por um acabamento impecável entre áreas lisas e texturas que nos remetem imediatamente à nossa abstrusa paisagem urbana - os muros chapiscados das casas, ou das prisões. Alguns elementos se repetem como a janela da prisāo, mas através dessas barras não vemos o sol nascer quadrado, podemos enxergar influencias importantes e criar relações com outros artistas, tais como Donald Judd, Joseph Albers, Mondrian, podemos ver também em alguns trabalhos com suportes recortados um pouco de Frank Stella, e suas salas expositivas de cor forte nos remetem rapidamente à James Turwell. Ouso ainda, e porque não? Aludir às pinturas geométricas de Osmar Dillon, o arquiteto/artista/poeta brasileiro mais conhecido por seus não-objetos verbais em contribuição com o movimento Neoconcreto. 1 a 5 Halley; 6 Gravura de Judd; 7 Albers; 8 Stella; 9 Turwell; 10 Dillon. #arte #lendoarte #reflexao (en Málaga Beach, España) https://www.instagram.com/p/B-kKWKrlmg4/?igshid=emhk1cy9wbap
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