mlhrencantada
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diário pessoal sobre uma nova perspectiva
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mlhrencantada · 1 month ago
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27 de outubro de 2024. 18:47pm.
sábado da semana passada fiz minha primeira irradiação e estava muito nervosa, preocupada, me sentia muito inadequada para aquele momento, usei roupas que não me agradaram, que não seguiam as orientações que o caboclo me passou, me julguei. na gira caboclo só me fez uma pergunta: "você está bem?", assenti pois realmente estava. ele tirou meus óculos e me colocou para girar, não entendi o que estava acontecendo e uma parte de mim parecia descolada do meu corpo, ouvi a cambone me pedindo para relaxar, mas a confusão foi muito maior. caboclo continuou a me rodar, senti meu corpo formigando e segurando a energia por medo fui parada por ele, abri meus olhos, tudo embaçado, ele chacoalhou meus braços para me trazer de volta, me assoprou fumaça no orí, segurou minha cabeça e a cambone pediu para que eu deixasse vir o que quisesse. dei três pulinhos, me recompus, disse que estava assustada mas bem. seu tupinamba disse que eu não precisava ter medo, que essa era a espiritualidade se conectando comigo, que eu não devo ter medo deles. e foi exatamente isso que repercutiu dentro de mim... ao me sentar de volta senti minha mão formigando, um leve arrepio no braço esquerdo e uma dor na lateral esquerda da cabeça, me senti um pouco anestesiada ainda, mas todo o sentimento de inadequação, de medo, de ansiedade, de agonia, sumiu de dentro do meu coração e somente uma certeza absurda de que eu estou atravessando o caminho certo me acolheu.
larissa, a cambone, me mandou mensagem no domingo perguntando como eu estava. contei a ela que estava bem, porém ainda confusa com as informações. acredito que a espiritualidade tenha a colocado no meu caminho para me ajudar com as dúvidas, literalmente. conversar com ela foi uma abertura de portas, ela me contou que desenvolver minha mediunidade não está atrelado a fazer parte da casa e que eu devo entrar quando sentir no meu coração que é a hora... pensei muito sobre essa conversa nos dias que se passaram e acredito que não é o momento para entrar na casa e assumir funções e responsabilidades, mas acho sim que chegou o momento de aceitar minha mediunidade, minha conexão com a espiritualidade e assumir que tenho que usar isso ao meu favor porque cada acontece por acaso.
e aqui está o motivo do meu texto: ontem eu tive uma conversa muito esclarecedora com o meu íntimo, com o sagrado.
alguns dias atrás senti uma vontade absurda de tomar um banho de chuva, de respirar ar puro, coloquei alguns pontos que me energizam e dancei na noite, concentrei meus pensamentos nas minhas sensações, girei um pouco com um ponto de Xangô e me deixei livre. um vislumbre vi a silhueta de uma mulher, minha cabeça apontou como se fosse minha mãe chegando mas a dor de cabeça que bate de um lado ao outro quando me recordo isso diz o contrário.
alguns meses atrás sonhei com exu do lodo, e fiz uma meditação guiada para energizar padilha ou o próprio senhor exu. não me resultou em grandes coisas mas me fez entender que preciso querer isso. nessa última quinzenal a energia de pretos e pretas vem me cercando, minha atenção sempre muito voltada aos pontos da playlist aleatória.
voltando a ontem... ontem resolvi repaginar meu quarto que estava uma bagunça há semanas, mudei os móveis de lugar e ajeitei as coisas de uma forma que me fizesse ser mais acolhida, há alguns dias foi me intuído que eu deveria trazer a espada de ogum para dentro do quarto, fiz isso ontem também, resolvi acender uma vela e me conectei comigo mesma. ofertei a vela aos meus guias, sejam eles quais forem. eu sei que devo ter um congá com itens separados mas acredito que eles entendam minha situação atual. elevei meus pensamentos e resolvi dizer em voz alta o que estava no meu coração, assim como vô me pediu na primeira gira que participei. agradeci ao caboclo que tem movimentado minha vida profissional, agradeci padilha pela imensa paciência, agradeci a sagrada umbanda que tem me acolhido, agradeci ao vô por ter aberto meus olhos.
e finalmente percebi que ser convidada para entrar na umbanda mudou a química do meu cérebro. receber esse convite me fez entender que eu sou sim boa e me encaixo com facilidade nos lugares, eu me julguei durante anos acreditando que "ser boa" estava mais atrelado a uma arrogância minha do que necessariamente a uma capacidade que eu tenho. acreditei durante os últimos anos que parecer menos do que sou me traria menos problemas, mas não importa onde eu me metesse eu sempre acabava me destacando, era inato a mim. não digo porque acho que me destaquei no terreiro, muito pelo contrário, me sinto bem em não ser lembrada, mas o convite de seu tupinamba me fez entender que sou sim uma pessoa com dons e brilhos inatos, que estou numa vida propensa a me destacar, a ter responsabilidades, a ter cargos de destaque, a me aperfeiçoar com facilidade. isso tudo me fez entender que eu mereço sim todo esse enredo, que eu mereço as coisas que conquisto e faço valer meus esforços. a espiritualidade me esperou até aqui, as sensações e percepções que eu tinha desde criança eram sim reais, eu só não aprendi a cuidar, eu tenho uma missão pessoal e algo dentro de mim que me faz diferente dos outros, e isso não é um problema, é a minha solução. e a dor de cabeça que eu to sentindo agora me confirmam isso.
caboclo me disse que eu consegui meu emprego porque eu mereci isso, me esforcei para isso. e daí percebi que muitas coisas na minha vida não me acontecem porque eu mesma acho que não mereço, por esse sentimento de impostor que carrego. ter girado no sábado diluiu esse sentimento. se eu estou vivendo algo, conquistando, crescendo, aprendendo, é pro meu crescimento, é do meu merecimento. como posso ter pedido um amor se achava que não o merecia? como posso ajudar minha família se não acredito merecer ajuda ou ser o intermédio dessa ajuda? como posso mudar de vida se não acredito merecer tudo que sonho? "você merece tudo que sonha".
fiquei meses pedindo a padilha que me ajudasse com o amor, recebendo todos os sinais possíveis e impossíveis que ela já está cuidando disso, inclusive com ele sonhando com ela e me contando casualmente. ela foi muito clara em dizer que eu precisaria ter paciência mas que meu pedido seria atendido, e eu impaciente como sou, continuava a pedir sinais e mais sinais, enquanto eles estavam bem debaixo do meu nariz... meu medo dele ir embora era justamente não ser merecedora da volta dele, mesmo sabendo que ele irá. e meu medo dele me deixar me moveria ao lado oposto do qual eu precisava ir: de encontro à umbanda. encontro esse que ele, sendo cético e quase ateu, apoiou completamente. a espiritualidade move todas as montanhas corretamente, fico boba ainda.
o sagrado estava gritando por mim, e eu cega e surda não estava atendendo seus pedidos e agora tudo parece tão claro, tão encaminhado. a química de gabriela mudando completamente.
diante disso resolvi meditar e me conectar ontem a noite, me concentrei nesse sentimento depois de ter ouvido um dia inteiro de podcasts sobre umbanda e seus ensinamentos. me firmei nas minhas sensações físicas e em esvaziar minha cabeça. senti os braços formigarem, assim como na rua onde eu senti medo daquele velho, parecia como se duas mãos quentes estivessem me segurando pelos punhos. me concentrei nessa energia e pedi que, se fosse o momento, gostaria de sentir fisicamente a conexão. senti vontade de erguer a mão direita, como se um ímã tivesse agindo ali, senti vontade de mexer os dedos mas não os movi. senti vontade de levar a mão direita para trás, ensaiei um movimento que já vi antes mas não parecia o correto. meus joelhos pareciam querer dobrar mas não me senti segura de fazer. minha mão esquerda foi conectada nesse mesmo ímã, levantei-a, juntei com a direita, que também pareceu errado, deixei a energia correr mesmo, e no fim quis parar e senti meu corpo amortecido, inerte, anestesiado, assim como no terreiro. sinto essa dor de cabeça com mais frequência, principalmente quando pareço intuir. senti essas vibrações na rua quando penso no sagrado ou quando me sinto sozinha. parece que o espiritual está muito mais presente agora, mas acredito que sou quem está mais disponível.
a umbanda está me mudando para melhor para mim mesma. e meus pedidos serão atendidos quando eu estiver pronta para recomeçar. eu sei disso porque a mulher que me deu certezas foi a mesma que me amparou quando eu não tinha nada. ela me escuta e me entende.
saravá povo da umbanda!
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