as vezes break sim
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Acabei de sair da minha sessão de terapia. Hoje marca exatamente dois dias desde que deixei meu apartamento 201.
Enquanto escrevo, minha mente viaja de volta a 2016, quando coloquei todas as minhas coisas em uma mala e me mudei para São Paulo.
A ânsia de ir pra lugares novos onde absolutamente ninguém conhece sequer meu nome e minha história sempre me fascinou.
A possibilidade de se reinventar, criar novas histórias e conhecer outras esquinas.
Repeti isso em 2020 só que de forma mais calculada e pensada. Fui embora das quatro paredes do meu quarto e me mudei de cidade pra cursar uma faculdade.
só que...
"Não me lembro absolutamente nada desse dia, Nathalia. Não me lembro do caminhão de mudança, nem como chegamos lá, nem lembrava que a minha vó estava comigo. Um dia tão importante e esperado por mim quase que a vida inteira... No lugar onde deveriam ter memórias tem apenas um pano preto e denso ocupando o lugar."
Essa foi a conversa com a minha terapeuta.
Gostaria que minha mente fosse capaz de explicar esse fenômeno e tantos outros.
Queria entender por que, durante os quatro anos que passei no apartamento 201, não consegui aproveitar aquele espaço como se fosse meu. Enxerguei aquilo como uma prisão e tortura, mesmo sendo minha escolha estar lá. Somos prisioneiros até das nossas próprias vontades?
Fato é que eu queria ter vivido meu sonho sem o pano de fundo da ansiedade. Queria ter feito muitos amigos, chamado os antigos para me visitar, feito festas e, simplesmente, vivido.
Me arrepio só de lembrar como aquele lugar abriu um buraco em mim. Naquela cidade que mais chovia do que fazia sol, me distanciei fisicamente de todo mundo e mergulhei profundamente em mim mesmo. Fui tão profundo que não suportei encontrar meus medos, sombras e manias.
É fácil manter certas coisas longe da superfície quando estamos cercados por outras pessoas. Mas e quando estamos completamente sozinhos? Quem nós somos ?
No dia que fui embora do 201 não quis perder uma partícula de memória desse momento. Registrei tudo o que eu pude. Quis lembrar desse lugar que, de certa forma, foi meu por 4 anos.
Esse lugar que foi testemunha das minhas inseguranças, das incertezas, das mágoas, das manias, do meu desleixo, da minha fraqueza e da minha força.
Abracei as quinas das paredes, me debrucei sob a janela da sala e me despedi pela última vez pro ipê cor-de-rosa que, sempre feliz, sorria pra mim toda manhã.
Tudo ali foi testemunha de mim.
"Talvez a graça da vida, Vitória, seja sua finitude. Que ela é escassa e acaba. Talvez só assim conseguimos valorizá-la."
E assim como a vida, linda e finita, esse ciclo se encerra. Mas a graça é justamente poder recomeçar em outro lugar.
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“29.05.11
Se eu não pedisse ajuda à moça da loja, eu teria trazido "Catatau”, de Leminski… Não sei se eu deveria ter dito isso… Qualquer coisa a gente troca, é só passar corretivo aqui… Mas vai dar trabalho, fique com esse mesmo, viu?!
Eu gosto de te fazer sorrir! T.S"
>Os Dragões não Conhecem o Paraíso . Caio Fernando Abreu
>Enviada por Magno Almeida (coleção particular)
>Ele conta: Este livro foi presente do meu esposo Thiago, estamos juntos há 9 anos e temos em comum a paixão pelos contos e a escrita de Caio Fernando Abreu, fato que nos aproximou desde sempre. Thiago é ator de teatro, brincalhão, extrovertido e eu, introvertido, tímido, um pouco melancólico, logo me parece que ele tomou como uma missão me faz sorrir todos os dias nesses 9 anos de relacionamento. A dedicatória do livro é uma das mais lindas que já recebi, carregada de alegria, assim que li pela primeira vez, me emocionei com tamanha generosidade e diversão. Sigamos permitido que os outros nos atravessem com palavras e literatura.
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3:37am
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have a nice day :)
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se a gente soubesse o quanto o carinho salva, a atenção alimenta, e a união fortalece. não estaríamos perdendo uns aos outros todos os dias.
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$$
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via weheartit
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no more toxic friendships or relationships, only toxic by britney spears.
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